terça-feira, março 14, 2006

Alienação de Património - Inevitabilidade, Necessidade ou mero acto de gestão?

Como se sabe, no final desta semana, realiza-se reunião magna dos sócios leoninos no sentido da apreciação de uma proposta da direcção para a alienção do património recentemente edificado.
Louva-se tal sugestão na necessidade imperiosa de assim proceder por forma a garantir o cumprimento das obrigações bancárias em que o clube se acha incurso.
Notáveis conselheiros leoninos se têm pronunciado publicamente sobre o problema, divergindo na resposta.
O conjunto dos dirigentes do Sporting que encarnaram o denominado Projecto Roquette, com excepção para Dias da Cunha, mostram-se favoráveis à venda do edificado, ancorando-se na inevitabilidade de tal decisão, à míngua de outras fontes de receita.
O conjunto de dirigentes que, de uma forma ou de outra, representam o Sporting pré-Roquette mostram-se unânimes na rejeição da alienação.
Certo é que a ponderação de tal venda não pode deixar de significar a falência do chamado Projecto Roquette.
Aliás, não percebo como é que aqueles que o protagonizaram se apressam a propôr e a sustentar a alienação do património.
Então, a gestão rigorosa não soube prever os encargos que advinham da construção do estádio e estruturas adjacentes? foi aventureira ao ponto de não equacionar, previamente, o montante das obrigações futuras ou, se o fez, de não assegurar os meios necessários à sua satisfação? não partiu para a decisão de edificação baseada em estudos sérios de sustentabilidade do projecto?
O que se passou?!
Por que razão as sucessivas gestões não cumpriram com o "project finance"?
Porque, como os outros, são incompetentes.
Gerem à vista, ao sabor da bola na trave, da contestação dos sócios, gastando o que podem e o que não podem.
A gestão pseudo-rigorosa e diferente, foi igual às outras - quis ganhar e, mais do que isso, viu-se forçada a fazer por isso.
O Sporting, desde que Roquette e seus séquitos assumiram o poder, criou a SAD, cotou-a em bolsa, construiu um estádio e edifícios adjacentes, uma academia de futebol, alcançou sucesso desportivo.
Todavia, a pedra angular do Projecto ficou por cumprir - o tal rigor gestionário, pura e simplesmente, não existiu, nem existe.
O equilíbrio que se procurava não se alcançou, antes se agravou.
Financeiramente o Sporting está pior.
O Sporting vê-se hoje na contingência de ter que vender património para fazer face às suas obrigações.
A SAD está descapitalizada, o deficit de exploração crescente e o passivo monstruoso.
Roquette e seus apaniguados falharam, comprometendo o futuro do Sporting.
Alienar património é uma inevitabilidade, a última das tábuas de salvação.

5 comentários:

Ndrangheta disse...

Realmente tão todos falidos.
O Porto desbaratou o dinheiro que ganhou com a Champions, com o Chelsea e os russos.
Comprou mal e caro.
Os administradores ganham muito e produzem pouco.
O Reinaldo gastou a massa no casino e o Pinto nas meninas.
Dizem que o Reinaldo até ao Fernandez deve dinheiro.
O Sporting pouco ganha, mas gasta muito para o que tem.
O dinheiro não abunda e as formas de o conseguir também não.
São já pouco mais de 40.000 os sócios com quotas em dia.
O Benfica alimenta o lobby da construção e o passivo cresce.
Tão todos falidos...

Mestrecavungi disse...

Brilhante post.
"Se vendermos o património, não o poderemos recomprar, nem que se ganhe cinco ligas dos campeões seguidas"
José Eduardo Bettencourt in jornal "O Jogo" 14/03/06

Alucinante....

Mestrecavungi disse...

Caro sr Loboborralho,
Estranho que, na sua primeira intervenção, a sua "censura" caia na maior parte sobre a minha pessoa.
Ou talvez, não seja assim tão estranho...

Mestrecavungi disse...

Ok Sr Lobo.
Benvindo e amanhã lá estarei.

VermelhoNunca disse...

Este LodoBorrado chega a parecer o Sr. Cartaxana,esse lampião louco que escreve no Record.