segunda-feira, março 30, 2009

Livro de Reclamações - A Selecção Nacional


1 - No fio da navalha, Portugal não soube derrotar a Suécia.
Em 5 jogos, uma vitória, três empates e uma derrota.
Mau?
Paupérrimo!

2 - Mas, se somar 6 pontos em 15 possíveis é preocupante, não menos o será o mar de equívocos em que navega a selecção nacional.
Acima de todos, a ausência de uma ideia de jogo assume-se como o maior dos desassossegos.

3 - Compreendo e aceito que nas selecções o tempo para trabalhar aspectos colectivos é curto.
E é, precisamente, por o ser que entendo a conservação dos princípios de jogo e das rotinas posicionais adquiridas nos clubes como primordial.

4 - Colocar Pepe a 6, Duda a lateral esquerdo, Ricardo Carvalho a lateral direito, Tiago a 10 e Danny a ponta de lança é cercear ab initio dimensão colectiva à equipa.

5 - O grande desafio táctico e estratégico de um seleccionador é encontrar o ponto de equilíbrio entre os diferentes hábitos que os jogadores trazem dos clubes.
Nas selecções, mais do que nos clubes, devem ser os jogadores a "escolher" o sistema táctico e o modelo de jogo.

6 - Colocar jogadores em contra-ciclo com os seus usos e costumes equivale por abdicar do alicerce sobre o qual se deveria erigir a ideia colectiva da equipa.

7 - Para "alimentar a vaca antes que morra", Queirós chamou Edinho, Nélson, Gonçalo Brandão, Beto, Orlando Sá, Eliseu, Rolando, César Peixoto, Djaló, Eduardo e Danny.
Se o princípio se me afigura indiscutível, já a sua aplicação prática me suscita as mais sérias reservas.
Alimentar a vaca é convocar jogadores para treinar?
Alimentar a vaca é convocar jogadores para nem sequer serem utilizados em desafios de carácter particular?
Alimentar a vaca é satisfazer a vox populi convocando ao sabor do clamor popular?
Não me parece!

8 - Alimentar a vaca é imperioso, mas pressupõe não só uma cultura de exigência, como também uma lógica enquadrante!

9 - Em desespero de alternativas, fruto, essencialmente, de uma coerência que não se lhe reconhece noutros aspectos, quiçá mais relevantes, Queirós chamou Edinho.
"Em busca do ponta de lança perdido" poderia ser um dos títulos da garimpa a que sucessivos seleccionadores se têm dedicado.
Todavia, hoje por hoje, Nuno Gomes continua a ser a opção que melhor concilia não só as características dos restantes jogadores da selecção nacional, como também o "jogar à portuguesa" a que aludiu Queirós na conferência de imprensa de antevisão da partida.

10 - Procurar um ponta de lança à imagem de José Torres é uma missão condenada ao fracasso e profundamente contra-natura.
Queirós, como outros antes dele, busca encontrar o tal Torres, o tal ponta de lança clássico, alto, espadaúdo e finalizador por excelência.
Hugo Almeida não o é, nem nunca o será!
É alto, é espadaúdo, mas, para além de "respirar" com dificuldades na área, não é um finalizador nato.
Makukula será, muito provavelmente, aquele que melhor se enquadra neste perfil.
Contudo, como se demonstrou aquando da sua chamada por Scolari, não "casa" com os demais jogadores!
Mesmo que por magia, Queirós descobrisse um jogador com tal biótipo, a equipa rejeitá-lo-ia.
Assumir-se-ia com um corpo estranho!

11 - Queirós é um produto da mediocracia.
É o lado cénico do futebol elevado à condição de pressuposto fundamental!

2 comentários:

vermelhosempre disse...

Só resta acrescentar que Queiroz.. FOI.. É e SERÁ A NOSSA DESGRAÇA.

Mestrecavungi disse...

Queiroz é um merdas.
Já todos o sabemos.
E sabíamos!
Resta-me agradecer-lhe os 3-6 de Alvalade.
Bem hajas Carlos!