domingo, março 21, 2010

SLBenfica 3 Porto 0 Superioridade Avassaladora!




Crónica do Jogo - maisfutebol.iol.pt -

Aí está o primeiro troféu da era de Jesus, com o Benfica a bater o F.C. Porto por 3-0 num jogo que começou quentinho e chegou a ferver. Uma final que chegou a ter momentos muito feios, mas em que acabou por ganhar a equipa que jogou mais à bola e a que melhor se adaptou aos novos sistemas que os treinadores reservaram para esta noite. A primeira parte foi intensa, mas com pouco futebol, um frango de Nuno e um golaço de Carlos Martins. Os jogadores voltaram mais serenos para a segunda parte, mas o clube da Luz já tinha uma mão no troféu que acabou por reclamar com mais um golo de Cardozo.

Uma falta de Carlos Martins sobre Ruben Micael logo que a bola deixou o círculo central foi a primeira amostra da muita adrenalina que estava em campo. Os ânimos já tinham aquecido no exterior, mas lá fora havia um forte dispositivo policial para controlar a situação. Dentro do relvado havia apenas um muito compreensivo Jorge Sousa, armado com um apito, que foi procurando arrefecer a crescente onda de hostilidade.

O F.C. Porto entrava com tudo, o Benfica respondia na mesma moeda, com as duas equipas a exercer forte pressão sobre o detentor da bola, com entradas a roçar o limite da violência. Jorge Sousa ia apelando à calma, falando com os jogadores, mas cedo teve de começar a puxar pelos amarelos. Bruno Alves entrou a todo o gás e foi dos seus pés que surgiu a primeira oportunidade, com o central a surgir na direita para um cruzamento para Rodríguez colocar Quim à prova.

O Benfica, apesar de tudo, conseguia ter mais bola e, aos dez minutos, colocou-se de forma inesperada em vantagem, na sequência de um monumental frango de Nuno, a um remate inofensivo de Ruben Amorim. As bancadas vermelhas explodiam de alegria, mas a tensão subia em campo. O F.C. Porto aumentou a pressão, com um futebol mais directo, a chamar Quim a novo exame. O Benfica respondia, quase sempre pela esquerda, com Fábio Coentrão a colocar dificuldades a Miguel Lopes. A constante pressão sobre a bola obrigava a muitos erros de parte a parte e Kardec quase surpreendeu Quim com um remate disparatado do meio-campo do F.C. Porto.

Mas era o Benfica que tirava mais proveito das muitas faltas, com os habituais lances do laboratório de Jesus. Já perto do final, Raúl Meireles faz mais uma falta sobre Carlos Martins e, na passada, pisou as costas do adversário. O médio vingou-se com uma das suas «bombas» que só parou nas redes de Nuno. 2-0 para o Benfica. Antes do intervalo ainda houve tempo para mais um «sururu» depois de uma falta de Bruno Alves sobre Aimar. Jorge Sousa distribuiu mais dois amarelos e apitou para o intervalo, com o central do F.C. Porto de cabeça perdida.

Jesualdo Ferreira não esperou mais e o F.C. Porto entrou para a segunda parte com Fucile e Valeri em detrimento dos amarelados Miguel Lopes e Ruben Micael. O Dragão voltou a entrar de narinas fumegantes, mas pela frente encontrou um adversário mais sereno, já menos interessado em alimentar picardias, e com uma defesa, o único sector em que Jesus não tocou, inabalável. No meio-campo, Airton também se apresentou em bom plano, atrás de um quarteto preparado para a batalha, apenas com Kardec na frente.

Jesualdo apostou num sistema semelhante, com Fernando à frente da defesa, quatro peças no meio-campo e Falcao destacado na frente. Dois esquemas idênticos, mas com a versão vermelha a mostrar sempre melhor rendimento. O jogo parecia estar controlado, o F.C. Porto não conseguia fazer a bola chegar a Falcao e Jesus foi refrescando a equipa com as entradas sucessivas de Ramires, Saviola e Cardozo para deleite dos adeptos. E foi o paraguaio que deu a estocada final depois de Ruben Amorim ter destroçado o último reduto junto à baliza de Nuno.

David Luiz tinha avisado. Era um jogo sem favoritos, mas com muito sentimento. Quem estivesse melhor preparado psicologicamente tinha vantagem. Foi, sem sombras de dúvida, o Benfica.

Destaques

Carlos Martins
Marcou um golaço, aos 44 minutos. O seu remate forte é sobejamente conhecido e, na primeira parte, poderia ter feito dois golos de livre. Na primeira ocasião Rolando conseguiu fazer o corte, mas na segunda o médio encarnado não deu hipóteses a Nuno Espírito Santo. Fez uma boa exibição. Carlos Martins é um jogador lutador e hoje voltou a dar tudo o que pôde em campo.

David Luiz
Tem feito bons jogos. Voltou a fazer uma boa exibição, tanto a defender quanto a atacar. O central quase «enganou» Nuno, pelo menos, por duas vezes. O brasileiro fez uma prestação segura e está confiante. Para além disso, entende-se bem com Luisão, que lhe dá liberdade para subir. Não complica o que é simples e isso é meio caminho andado para o sucesso.

Quim
Evitou que Rodríguez, seu antigo companheiro de equipa, marcasse logo aos oito minutos. Sempre que teve de intervir esteve seguro e mostrou-se muito atento. Esforçou-se ao máximo e, em duas ocasiões, acabou mesmo por «esticar-se» ao ponto de apresentar queixas. Uma dessas situações aconteceu aos 25 minutos, altura em que Falcao criou perigo e, perante alguma confusão junto da sua baliza, o guarda-redes foi obrigado a superar-se.

Rolando
Negou o golo a Carlos Martins por duas ocasiões, na primeira parte, aos 36 e 42 minutos. O central realizou uma prestação segura, sem se deixar invadir pelo nervosismo. Trabalhou muito e evitou, sempre que pôde, que a bola se aproximasse demasiado da baliza portista. Apesar dos golos sofridos pelos dragões, Rolando fez um bom trabalho.

Bruno Alves
O central é um jogador de raça. Ficou a ideia de que entrou em campo com mais coração do que razão e isso condicionou a sua actuação e também o seu comportamento. É um bom jogador e, até ao primeiro golo dos encarnados (dez minutos), tentou mostrar aos companheiros que o caminho deveria ser em direcção à baliza de Quim. Rodríguez quase marcou aos oito minutos, depois de uma jogada que começa num cruzamento do central. Terminou a primeira parte de cabeça perdida. No início da segunda metade teve discernimento suficiente para pedir calma aos adeptos. Cometeu demasiadas faltas duras. Hoje o F.C. Porto precisava de um Bruno Alves com mais razão do que coração.

Falcao e Rodríguez
Criaram algumas situações de perigo. Tentaram e trabalharam. Lutaram. Os dois jogadores têm qualidade e são lutadores. Nem sempre foram felizes, mas tentaram dar aos seus adeptos razões para festejar. Não brilharam. Em algumas ocasiões os adversários foram superiores e noutras a sorte não esteve do seu lado.

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