nota de culpa, da resposta do jogador e regulamento interno do Sporting de Espinho, clube da Liga de Honra que a 14 de Abril de 2005 enviou uma nota de culpa ao jogador Marco Osório onde se pode ler o seguinte:
«Na madrugada de treze para catorze de Abril do ano de dois mil e cinco, o trabalhador arguido, foi encontrado na companhia de uma senhora de duvidosa aparência pela uma hora e trinta minutos no apartamento cedido pelo clube onde vivia na companhia de mais dois atletas. No dia seguinte era dia de treino e sendo assim não se admite o atleta ainda vestido e a perturbar o descanso de quem com ele partilha o apartamento. (¿)»
Segundo a nota de culpa enviada pelo Sporting de Espinho tratava-se de um «atleta reincidente», já lhe tinha sido instaurando um processo disciplinar e acusa Marco Osório de ter sido «sistematicamente multado por atrasos aos treinos». Perante os factos descritos, o clube considera «que os comportamentos do trabalhador-arguido, a darem-se como provados, integram o conceito de justa causa (¿), pelo que é intenção da entidade empregadora proceder ao seu despedimento, pelo que, com a notificação desta Nota de Culpa, se suspende preventiva e imediatamente o Arguido, sem perda de retribuição».
Marco Osório foi suspenso de imediato e não mais jogou pelo clube. O contrato terminou no final da época e de Abril até Junho o atleta não recebeu qualquer verba por estar vinculado ao Sporting de Espinho.
Apesar da resposta que apresentou em sua defesa, depois da nota de culpa, os argumentos apresentados não demoveram os dirigentes. Na resposta de Marco Osório pode ler-se que se encontrava em casa com o colega «quando tocaram de modo brusco e insistente à porta» e explicou a actuação do «secretário do clube, senhor Pedrosa» e do «vice-presidente Paulo Mendes». O jogador descreve que ambos percorreram todas as divisões da casa «abriram as portas da casa de banho, cozinha e ao entrarem na sala onde se encontrava a namorada do jogador a ver televisão, o senhor Paulo Mendes, abrindo a luz, disse: «Já que estás bem acompanhado deixa-me ao menos ver a cara da miúda».» E lê-se ainda: «De facto, a namorada do arguido que havia concluído o seu curso para Ensino ao Primeiro Ciclo deslocara-se a casa deste para que lhe assinasse a fita de curso (¿)»
Marco Osório refuta ainda as restantes acusações feitas na nota de culpa e conclui: «Não se compreende como pode o clube manifestar a intenção de proceder ao despedimento com justa causa do arguido em resultado de um acto isolado que nem sequer pode ser considerado como infracção disciplinar grave.»
Apesar de estes serem os passos legais de um processo disciplinar, Marco Osório não teve conhecimento da decisão do mesmo, já que depois da resposta que enviou ao Sporting de Espinho não houve qualquer desenvolvimento.
Além de não ter jogado mais, o jogador reclama o pagando da verba que lhe foi retirada pelo clube e agora que já não está vinculado ao Espinho o próximo passo será exigir a decisão do caso em tribunal.
Sem comentários:
Enviar um comentário