Liga Sagres, 23.ª jornada
Estádio José Gomes, na Amadora.
Hora: 20.15
Árbitro: Hugo Miguel
E. AMADORA
Nélson (3), Hugo Gomes (3), Nuno André Coelho (4), Vidigal (2), Ney (2), Fernando Alexandre (3), Goianira (3), Jardel (3), Moreno (3), Silvestre Varela (3) e Anselmo (3).
Suplentes: Filipe Mendes, Vinha, Mustafa, Marco Paulo, Celestino (2), Pedro Pereira (2) e Rui Varela (1).
Treinador: Lázaro Oliveira
BENFICA
Quim (4), Maxi (2), Miguel Vítor (3), David Luiz (2), Jorge Ribeiro (2), Katsouranis (2), Yebda (2), Ruben Amorim (2), Aimar (2), Cardozo (3) e Nuno Gomes (3).
Suplentes: Moreira, Sidnei (-), Carlos Martins (2), Binya, Balboa, Di María (2) e Mantorras.
Treinador: Quique Flores
Sistemas Tácticos
Estrela da Amadora
Benfica
Principais Incidências da Partida (fonte: www.record.pt)
4' - Grande penalidade contra o E. Amadora. Árbitro considera que houve falta de Ney sobre Nuno Gomes.
5' - Golo do Benfica
Cardozo remata forte e rasteiro para o lado esquerdo de Nélson na transformação de uma grande penalidade
14' - Nova grande penalidade contra o Estrela, por mão na bola de Vidigal quando discutia o lance com Nuno Gomes.
16' - Golo do Benfica
CARDOZO volta a marcar de grande penalidade. Desta vez com um remate a meia-altura para o lado direito de Nélson.
26' - Jogadores do Estrela reclamam grande penalidade por mão na bola de David Luiz.
27' - Grande penalidade contra o Benfica. Árbitro considera que Yebda empurrou Nuno André Coelho dentro da grande área na sequência de um canto.
29' - Golo do E. Amadora
SILVESTRE VARELA remata forte ao ângulo superior direito da baliza de Quim na transformaçõa da grande penalidade.
44' - Cardozo entra na área pelo lado direito e dispara forte para defesa complicada de Nélson.
48' - Moreno cruza para cabeceamento de Jardel ao lado. O Estrela reentrou bem no jogo.
70' - Goianira remata rasteiro e colocado à entrada da área. Quim responde com uma excelente defesa para canto.
81' - Di María remata forte à entrada da área, mas bola sai à figura de Nélson, que agarra.
Destaques
Melhores em Campo
Benfica
Quim - Um regresso marcado pela tranquilidade e segurança.
Evitou que o Estrela igualasse ao desviar para canto um excelente remate cruzado de Marcelo Goianira.
Estrela da Amadora
Nuno André Coelho - Segurança, pendularidade e sobriedade.
Varela - Pela agitação que aportou à partida.
Ainda assim, o que lhe sobrou em vontade, faltou-lhe em objectividade.
Piores em Campo
Benfica
David Luiz - Conseguiu exibir-se um bocadinho pior que os demais. E se foi difícil consegui-lo.
Acumulou precipitações e total ausência de critério quer na abordagem aos lances, quer no passe. Por paradoxal que pareça, melhorou ligeiramente quando passou para lateral esquerdo.
Estrela da Amadora
Vidigal - Equívocos e mais equívocos de um veterano que deixou a nú as fragilidades que o tempo cavou.
Intolerável num jogador com a sua experiência a mão que resultou na segunda grande penalidade assinalada a favor do Benfica.
Arbitragem
Esteve bem nas grandes penalidades assinaladas a favor do Benfica(a falta de Ney sobre Nuno Gomes termina dentro da área estrelista), sendo que o mesmo já não se pode afirmar quanto à que beneficiou o Estrela.
Nuno André Coelho chocou com Yebda, não tendo o franco-argelino incorrido em qualquer acção susceptível de ser considerada faltosa.
Sucede que, no lance imediatamente anterior, David Luiz tinha tocado a bola com a mão no interior da grande área, conduta, esta sim, merecedora de castigo máximo.
Á boa maneira tuga, compensou um erro com outro!
No aspecto disciplinar, apenas um reparo maior, qual seja a não expulsão de Vidigal por acumulação de cartões amarelos.
Comentário
Mau demais para ser verdade ou como só a vitória atenua um desempenho paupérrimo!
O Benfica venceu, sem honra, nem glória, o Estrela por 2-1 e manteve a distância de um ponto para o Sporting e de cinco para o Porto.
Face às ausências de Luisão, Reyes e Suazo, Quique fez regressar David Luiz ao centro da defesa, entregou a lateral esquerda a Jorge Ribeiro, Yebda emparceirou com Katsouranis no centro do meio-campo, Amorim derivou para a direita, Aimar para a esquerda e Nuno Gomes juntou-se a Cardozo no duo mais avançado.
Todavia, a novidade das novidades deu pelo nome de Quim, cujo desempenho na final da Taça da Liga, mormente no desempate por grandes penalidades, impôs o seu retorno à titularidade.
Acossado pelos triunfos de Porto e Sporting, o Benfica lidou muito mal com a dimensão emocional da partida.
A pressão de vencer entorpeceu de sobremaneira as capacidades da equipa encarnada.
Incapaz de se libertar do medo de perder, o Benfica foi quase sempre uma equipa intranquila e temerosa.
Mais do que do adversário, o Benfica evidenciou receio de si mesmo, das suas próprias fragilidades.
E nem a própria história da partida - francamente favorável às pretensões encarnadas - propiciou a esperada tranquilidade.
Cedo, muito cedo mesmo, o Benfica construiu uma vantagem de dois golos, que, em condições de normalidade, deveria ter aportado serenidade.
Não trouxe e a equipa expôs-se a um sofrimento que podia e devia ter evitado!
Sem dinâmica ou intensidade, o momento ofensivo encarnado raramente apresentou a fluidez e o discernimento necessários à transposição do bem estruturado bloco defensivo estrelista.
Lento, com poucas ideias e revelando escassa mobilidade, o Benfica não conseguiu ensaiar transições rápidas, nem explorar o jogo entre linhas das suas unidades mais avançadas.
Incapaz de articular um movimento atacante com princípio, meio e fim, não surpreendeu a esterilidade e a inocuidade do processo atacante benfiquista.
A obsessão pelo equilíbrio e pela segurança das transições empurrou o Benfica para um jogo directo, as mais das vezes inconsequente.
Para além das duas grandes penalidades, o Benfica apenas por mais duas vezes alcançou a baliza de Nélson (remates de Cardozo e de Di Maria, cada um em sua metade da contenda).
Pouco, muito pouco!
Mas, mesmo defensivamente, a equipa não demonstrou a necessária solidez.
Fruto de uma inexplicável complacência, o Estrela dispôs sempre de tempo e espaço para arquitectar o seu processo ofensivo.
Ancorado numa escorreita circulação de bola, assumiu, na generalidade do tempo de jogo, o controlo e o domínio da partida.
Não fora a inépcia estrelista no último passe e o desfecho teria sido outro!
Aliás, diga-se em abono da verdade, que quem assistiu ao encontro terá ficado com legítimas dúvidas sobre qual das equipas padece com atrasos no pagamento de salários e não treinou durante a semana!
O Estrela revelou-se mais confiante, mais determinado, mais resoluto e até mesmo fisicamente mais disponível.
E isto já para não falar da qualidade do desempenho estrelista, a anos luz da pobreza franciscana encarnada!
O Benfica triunfou, mas impõe a equidade que se assevere que não fez jus a tal conquista.
7 comentários:
Poderia o sr. comentador explicar-me como é que a falta sobre a Amelinha termina dentro da grande área, sendo a falta um toque por trás iniciado E LOGO CONCLUÍDO FORA DA ÁREA?
Amigo Lion:
A falta não se resumiu ao toque no pé.
Houve uma pluralidade de contactos, o último dos quais aconteceu já no interior da área.
Aquele abraço.
Mais do mesmo. Jogo pobrezinho numa
época pobrezinha que só com um milagre poderia ser algo mais.
Quanto a mim não acredito em milagres.
Quanto aos três famigerados penalties: o primeiro mal assinalado sobre Nuno Gomes. A falta é cometida fora da área.
O segundo é bem assinalado.
O penaltie a favor do Estrela é mais um penaltie fantasma cometido por Yebda.
Sublinho aqui a presença de A. Salvador junto com a comitiva portista na operação Manchester.
Arbitragem
Jorge Coroado
-
Grande penalidade mal assinalada. Nuno Gomes, com o pé direito, tocou no pé do adversário, tropeçando ainda fora da área. Nunca seria grande penalidade.
Rosa Santos
-
Se existisse falta seria fora da área. Mas não fico convencido da falta, na minha opinião, foi uma simulação.
António Rola
-
O árbitro teve uma errada interpretação neste lance. Pois caso tenha havido um toque em Nuno Gomes, ele aconteceu fora da área.
Melho (Especialista de arbitragem da FIFA e UEFA)
"Esteve bem nas grandes penalidades assinaladas a favor do Benfica(a falta de Ney sobre Nuno Gomes termina dentro da área estrelista)."
"Houve uma pluralidade de contactos, o último dos quais aconteceu já no interior da área."
Amigo vermelho, desta vez exageraste.
Termina dentro da área? O contacto resume-se a um pequeno toque no pé direito do Nuno Gomes bem fora da grande área. Um único contacto! É óbvio que, com a inércia, o Nuno Gomes cai dentro da área mas falta é claramente fora da área.
Amigo Pachulico:
Olha que não...
Aquele abraço.
Eu até já tenho vergonha desta equipa (?) do Sr Quique.
Miserável exibição que só a nossa grandeza junto dos arbitros conseguiu os 3 pts.
Obrigado Hugo!
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