Sob arbitragem de Wolfgang Stark (Alemanha), as equipas alinharam:
BARCELONA: Valdés; Alves, Marquez (Puyol, 52), Piqué,Abidal; Touré, Xavi, Iniesta; Henry (Hleb, 87), Messi e Etoo (Bojan, 81)
Suplentes: Jorquera, Gudjohnsen, Keita e Sylvinho
Treinador: Pep Guardiola
CHELSEA: Cech; Ivanovic, Alex, Terry, Bosingwa; Essien, Obi Mikel, Ballack (Anelka, , Lampard (Beletti, 71), Malouda; y Drogba
Suplentes: Hilario, Di Santo, Kalou, Anelka, Mancienne e Stoch Treinador: Guus Hiddink
Disciplina: cartão amarelo para Alex (26), Ballack (29),Touré (37), Pyuol (75)
Barcelona e Chelsea empataram a zero na primeira mão das meias-finais da Champions.
Para lá dos duelos individuais entre jogadores, sobressaiu a contenda entre treinadores.
Ambos foram fiéis às suas convicções.
Guardiola incitou a sua equipa a assumir a iniciativa do jogo, sem temores ou reverências, dando asas à imaginação e criatividade dos seus jogadores.
Guus Hiddink demonstrou, uma vez mais, como se tal fosse necessário, que é o mais "italiano" dos treinadores holandeses.
O Chelsea fez do calculismo e da expectativa a matriz essencial do seu modelo de jogo.
Entrou contido e à espreita do erro. Deixou correr o jogo, procurou atrair o Barcelona para o risco com vista a surpreendê-lo em transições rápidas e contra-ataques.
Hiddink é demasiado pragmático, demasiado obcecado pelos equilíbrios, demasiado avesso ao risco e apresentou um conjunto à sua imagem e semelhança.
O Chelsea foi de um cinismo atroz!
Tacticista, não assumiu quaisquer riscos. Mas, não foi subserviente!
Qualquer subserviência representaria o código postal para o insucesso!
Estruturou a sua equipa num 4x5x1, que lhe permitiu agregar superioridade numérica na defesa e no meio-campo.
Apresentou um bloco médio/baixo, compacto, agressivo e ancorado numa enorme disponibilidade física. Procurou sempre o equilíbrio estrutural da equipa.
Pressionou o meio-campo do Barça, impedindo-o de pensar.
Colocou Bosingwa à esquerda por forma a cercear a capacidade de penetração de Messi através de movimentos interiores em diagonais curtas.
Impediu as penetrações verticais de Henry e Eto´o e obstou ao temível jogo entre linhas de Iniesta e Xavi.
O seu maior pecadilho residiu na esterilidade do processo ofensivo (com excepção do supra descrito lance, raras foram as ocasiões em que o Chelsea se acercou da área catalã).
Deu a iniciativa do jogo ao Barça, atraindo-o o mais possível para o seu meio-campo, convidando-o a subir as suas linhas, por forma a permitir-lhe encarar o momento ofensivo com o adversário desposicionado e com menos unidades no seu meio reduto.
Sucede que da teoria à prática vai uma grande distância e o que no papel era um plano brilhante, no campo não o foi!
Faltaram os últimos 30 metros ao Chelsea!
Os seus jogadores não foram nem rápidos, nem resolutos na transição ofensiva, tão obcecados que estavam com a manutenção das suas posições.
Se os tivesse tido, como teve em Anfield, o Barça podia estar, agora, a chorar uma derrota.
Ainda assim, dispôs da melhor ocasião de golo em toda a partida, quando, na primeira parte, Droba interceptou um atraso mal medido de Márquez para Valdés e ficou isolado perante o guarda-redes espanhol, mas viu este negar-lhe, por duas vezes, o golo.
Sofreu, entrou, algumas vezes, em apneia, mas cumpriu o seu propósito de manter inviolada a sua baliza.
O Barça, sem espaço, nem tempo, não exibiu o seu constumeiro brilhantismo ofensivo.
Dominou, mas o Chelsea controlou e, assim, apesar de ter construído algumas oportunidades de golo, faltou-lhe a constância e a continuidade que, geralmente, empurram os seus adversários para as imediações da sua grande área.
A densidade defensiva dos londrinos obrigou os catalães a optarem pelos remates de média e longa distância - entre os 18 e os 31 minutos, Eto´o, Messi, Xavi e Henry protagonizaram remates de fora da área (sem grande perigo, diga-se).
Na segunda parte, a tendência manteve-se, mas, ainda assim, o Barça conseguiu aproximar-se um pouco mais da área do Chelsea e arquitectar três boas chances de golo.
Eto´o aos 70 minutos e Touré e Hleb, em período de compensação, podiam e deviam ter finalizado com maior acerto.
O primado da racionalidade, do pragmatismo e do resultado impôs-se uma vez mais.
Hiddink conquistou o que pretendia, mas o futebol saiu a perder.
Especialmente, quem esperava ver o talento de Xavi, Iniesta, Henry, Eto´o, Messi, Drogba ou Lampard.
Barcelona Chelsea
0 Golos marcados 0
6 Remates à baliza 1
12 Remates para fora 2
2 Remates interceptados 0
2 Cartões amarelos 2
0 Cartões vermelhos 0
7 Faltas cometidas 20
10 Cantos 2
4 Foras-de-jogo 3
36' 29'' P. bola (tempo) 19' 8''
65% P. bola (%) 35%
5 comentários:
Sem dúvida um jogo de equilíbrios, o de ontem. Chato de se ver.
Considero que na segunda mão o Barça jogará com a vantagem de ver multiplicado por dois qualquer golo que marque. Esse é um factor que atemorizará ainda mais o Chelsea e que pode propiciar uma entrada arrojada por parte de Guardiola em Londres.
Por tal motivo, poucas dúvidas restam quanto ao facto de Hiddink ir manter a mesma estrutura de jogo em Stamford Bridge. Tentará ganhar a eliminatória aproveitando um qualquer erro da equipa catalã ou então levando o jogo para as grandes penalidades.
O jogo pode descarrilar se uma das equipas marcar cedo, caso contrário será um jogo comedido.
P.S: amigo Vermelho, por motivos de força maior a partir de manhã a minha participação neste espaço ficará bastante limitada.
Sempre que tiver disponibilidade não hesitarei em participar.
Aquele abraço.
Rui Costa suspenso por um mês por palavras dirigidas ao árbitro.
E eu que pensava que em Portugal ninguém era suspenso por isso.
Pelos vistos o Paulo Bento é o único agente desportivo ao qual essa norma não se aplica.
Amigo Jimmy:
Lamento, mas compreendo os nobres motivos que ditam o impedimento.
Quanto ao Rui Costa, dizer que foi punido porque não foi expulso.
Se tivesse sido expulso, certamente, que não seria punido...
Aquele abraço.
Amigo Vermelho, o paradigma apresentado assemelha-se ao do opinion maker Martelo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Uma autêntica foçada!
Está visto que por o Martelo a falar de tudo em horário nobre no canal público afecta negativamente o desempenho de certas instituições em Portugal.
Ao “Becas” aplica-se a máxima Martelista: é proibido mas pode-se fazer.
Está visto que a Mclaren é o FCP da da F1.
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