O jogo que encerrou a jornada, foi um jogo de sentido único.
O FCP mostrou ser claramente superior ao Braga, desenvolvendo um futebol enleante, de fortíssimo pendor atacante, ao qual só faltou a devida materialização no resultado.
O Braga foi sempre uma equipa incapaz de organizar o seu futebol ofensivo, limitando-se a gerir, da melhor forma que pôde, as investidas azuis.
Na primeira parte, o FCP dispôs de inúmeras oportunidades de golo, sem que o Braga, por uma única vez que fosse, tivesse importunado Helton.
O FCP atacava, o Braga defendia e eu lembrava-me de Leiria.
Tal como ali, a equipa que procurava o golo não o obtinha e tudo se conjugava para que viesse a suceder o que ali aconteceu.
Todavia, o Braga, ao contrário do Leiria, nem contra-ataques lograva ensaiar e o FCP, ao contrário do SLB, nem contra-ataques permitia desenhar.
Na segunda parte, o FCP chegou ao golo e então pensei que tudo estava resolvido.
Não vislumbrava lura de onde saísse coelho bracarense.
Eis senão quando, Adriaanse, porventura temeroso da reacção dos adeptos caso o Braga alcançasse um golo com o FCP a jogar com 3 defesas, sendo apenas 1 deles central, para 2 pontas de lança bracarenses, decide alterar a estrutura táctica em que vinha jogando, substituindo Adriano por Bruno Alves.
Vendo a alteração e revendo os feitos do garboso jogador entrado, logo ali pensei ser aquela a janela de oportunidade do Braga.
Tudo se confirmou e o inimitável Bruno, na primeira oportunidade de que dispôs para intervir no curso da partida, não se fez rogado, cometendo falta para grande penalidade.
João Tomás converteu o penalty e eu voltei a pensar em Leiria.
Afinal, a história pode-se repetir, ainda que parcialmente...
Me parece que os Super Dragões devem estar orgulhosos do papel decisivo que desempenharam no empate alcançado.
Acaso não houvesse ocorrido o "ataque" ao Adriaanse, penso que este nunca teria feito aquela substituição fatídica.
O "ataque" fê-lo recear as reacções dos adeptos e fê-lo decidir em função disso.
Ao fazê-la, para além de ter alterado a estrutura táctica da equipa com o jogo a decorrer, com as dificuldades de adaptação que isso, naturalmente, cria aos jogadores e de ter introduzido na partida um jogador sofrível, deu um sinal claro e inequívoco à equipa, incentivando-a a recuar no terreno e a procurar segurar o resultado.
De equipa dominadora, o FCP passou a equipa dominada. E essa não é a vocação do Porto.
Quando se abdica de atacar e se opta por defender o resultado, até então, alcançado, quase sempre se acaba por perder.
Adriaanse cometeu o pecado capital dos treinadores - deixou de pensar só pela sua cabeça e de acreditar nas suas convicções.
1 comentário:
Não vi o jogo do Porto.
Do que já li, contudo, verifico que o Porto massacrou o Braga durante quase toda a partida, criou inúmeras oportunidades de golo, mandou 3 bolas aos ferros da baliza do Paulo Santos, e ainda foi prejudicado com alguns erros de arbitragem para ajudar à festa.
Sucedeu, contudo que, na parte final do jogo, algum infortúnio e, mais uma vez, uma decisão polémica da arbitragem permitiu ao Braga chegar ao empate.
Diz-se que o Porto fez um grande jogo, que merecia ganhar, que exibiu futebol de grande qualidade.
O Porto este ano tem oscilado entre dois tipos de exibições: as iguais às de ontem e as semelhantes às que fez nos jogos contra a Naval, Estrela da Amadora, Benfica e outras.
Daqui me parece resultar que o Porto não é, hoje, uma equipa consistente.
O seu treinador não consegue decidir entre o modelo de jogo a impor: se o seu - que usou ontem e em muitas outras ocasiões e que proporciona o tipo de futebol de ataque que ontem exibiu - se o que está mais próximo da cultura do Porto, mais defensivo, mais feio, mas também mais eficaz, que de uma forma ou outra leva à vitória.
Veja-se o miserável espectáculo que o Porto fez com a Naval, mas que ganhou, e a grande exibição de ontem, que lhe custou um empate.
Neste dilema, o Adrianse vem demonstrando ser um treinador sem personalidade futebolística, um pouco à imagem do Goman, pressionado pela necessidade de resultados.
E, no meio disto, vai demonstrando que não sabe gerir a equipa durante o jogo, como já havia sucedido outras vezes, ao fazer entrar um Bruno não sei quantos (que deve ser o jogador que mais erros comete por jogo) para o lugar de um atacante, com o consequente encolhimento do Porto e o natural golo sofrido.
Um pouco o que aconteceu ao Benfica no jogo em Manchester e era habitual acontecer no SCP no tempo do José Peseiro.
Posto isto, não vislumbro qual a equipa que possa ser campeã este ano.
O Porto não vai oferencendo consistência exibicional que o justifique, o Benfica idem aspas, com a agravante de me parecer ter um plantel bastante inferior ao Porto e o SCP é uma equipa em formação, com um treinador inexperiente e com risco ao meio, com jogadores muito novos, que bloqueia quando encontra pela frente uma equipa que se remete à defesa.
Além de que nunca vi uma equipa com um treinador com o risco ao meio a ganhar um campeonato...
Talvez os próximos 3/4 jogos que se avizinham venham clarificar alguma coisa quanto à equipa que mais possibilidades terá de ganhar o campeonato.
Enviar um comentário