quarta-feira, abril 15, 2009

Champions League - Quartos de Final - 2ª Mão - II Parte

Porto - Manchester United 0-1

O Princípio de Peter!

Formulado por Laurence Johnston Peter postula que "num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência." (no original, em língua inglesa, "In a hierarchy, every employee tends to rise to his level of incompetence").
Foi, precisamente, isso que, hoje, aconteceu.
O Porto conheceu o seu patamar de incompetência!
Perante novos e mais exigentes desafios, o Porto não conseguiu deslindar a equação posta pela partida.
Soçobrou técnica, táctica e emocionalmente!
A tranquilidade e a segurança de Manchester deram lugar à ansiedade própria de quem sabe estar perto de almejar algo que nunca perspectivou como possível.
A habituação ao stress dos momentos de decisão é factor determinante para o êxito e, esta noite, não foi excepção.
Em Manchester, o Porto emergiu como o underdog, como a equipa de quem nada se esperava e que nada, para além do jogo, tinha a perder.
Hoje, o seu estatuto era bem diferente e os portistas não souberam lidar com tal responsabilidade.
Não revelaram capacidade para gerir o eudeusamento mediático de que foram alvo após o retumbante desempenho de Manchester.
Se em Manchester o excesso de auto-estima e confiança se assumiu como a base a partir da qual os ingleses fracassaram, esta noite foi o Porto a incorrer em tal pecadilho.
O controlo e o domínio exercidos pelo Manchester foi tão pronunciado quanto havia sido o portista na 1ª mão. Nem mais, nem menos!
Sucede que as individualidades do Manchester são qualitativamente superiores às dos portistas e, assim, o resultado plasmou de forma mais vincada aquela supremacia.
E quando aludo a individualidades penso não só no capítulo ofensivo, como também no domínio defensivo.
Desta vez, Ferguson preparou estratégica e emocionalmente o jogo e aí começou o êxito da sua equipa!
Incutiu concentração e restituiu a equipa ao seu esquema táctico tradicional e, deste modo, recuperou as rotinas e dinâmicas que fizeram dos ingleses um conjunto vencedor.
O 4x5x1 de Manchester havia exposto em demasia a defesa inglesa, cerceado profundidades aos seus movimentos ofensivos e subtraído agressividade e capacidade de luta ao meio-campo.
Com os regressos de Ferdinand e Berbatov, aos quais se juntou a titularidade de Anderson, Ferguson logrou equilibrar a sua equipa.
Ferdinand aportou a imprescindível coesão à zona central da defensiva, ao passo que a colocação de Anderson ao lado de Carrick permitiu juntar linhas, unir o bloco, aumentar a agressividade e conferir fluidez e clarividência às transições.
Por outro lado, a chamada de Berbatov acrescentou profundidade vertical ao processo ofensivo inglês, para além de ter libertado Ronaldo e Rooney, por forma a alargar o seu raio de acção e a inviabilizar as investidas dos laterais portistas.
Com esta estrutura, impediu que o Porto dispusesse de tempo e espaço para elaborar com tranquilidade a sua 1ª fase de construção, contrariou o jogo entre linhas dos elementos mais avançados dos portistas, não permitiu movimentos de ruptura (apenas movimentos de aproximação), amarrou os laterais portistas a tarefas defensivas e ganhou a generalidade dos duelos físicos a meio-campo.
Ao invés, Jesualdo deixou-se inebriar pela euforia criada pelo resultado obtido em Manchester e descurou a devida habilitação táctica e psicológica dos seus jogadores.
A propósito da 1ª mão escrevi que: "A entrada de supetão, muito pressionante e de olhos postos na baliza de Van der Sar, foi determinante para o desfecho da contenda."
Pois bem, a partida de hoje foi o exacto reverso da de Manchester!
A entrada de supetão, muito pressionante e de olhos postos na baliza de Helton, foi determinante para o desfecho da contenda.
O soberbo golo de Ronaldo logo aos 6 minutos atemorizou e perturbou um altivo e sobranceiro Porto que sem perceber muito bem como via a sua vantagem esboroar-se.
Em vantagem, o Manchester acentuou o seu império sobre a partida e o adversário.
Com excepção dos derradeiros minutos do encontro, o Manchester não mais consentiu veleidades consistentes ao Porto e conservou incólume a sua vantagem, assim se qualificando para as meias-finais da Champions.



Porto Man. United
0 Golos marcados 1
4 Remates à baliza 4
13 Remates para fora 4
1 Remates interceptados 3
0 Cartões amarelos 2
0 Cartões vermelhos 0
12 Faltas cometidas 16
3 Cantos 9
0 Foras-de-jogo 3
32' 12'' P. bola (tempo) 40' 26''
44% P. bola (%) 56%

Arsenal - Villareal 3-0

Supremacia total e indiscutível dos ingleses!
Os espanhóis nem por uma vez lograram ameaçar a baliza arsenalista.

Arsenal Villarreal
3 Golos marcados 0
7 Remates à baliza 3
6 Remates para fora 4
3 Remates interceptados 2
1 Cartões amarelos 4
0 Cartões vermelhos 1
15 Faltas cometidas 8
3 Cantos 3
6 Foras-de-jogo 2
31' 29'' P. bola (tempo) 29' 56''
51% P. bola (%) 49%

2 comentários:

vermelhosempre disse...

Aí está, como perspectivava, o FCP, devido ao seu excesso de confiança disse adeus à champions. Milagres acontecem uma vez, e esse já tinha acontecido na 1ª mão, e aqui, na minha opinião, residiu o erro dos jogadores do FCP, pois nas suas declarações antes do jogo (cheias de confiança) só faziam referência ao jogo de manchester, esquecendo que ainda havia 90m.

O Manchester marcou cedo, geriu e controlou o jogo, deixou o FCP jogar até 2 terços do campo e ganhou por poucos porque pecou na finalização.

"Estou muito feliz por ter marcado ao Porto" - Cristiano Ronaldo... Os Madeirenses são fodidos.

Jimmy Jump disse...

Valente pontapé de Reinaldo a acertar em cheio no peito insuflado de confiança dos morcões. Vomitaram-na de imediato.
A partir dali foi ver o Manchester controlar o jogo com classe, como se exige a uma grande equipa.
Destaco as grandes exibições de Rooney – a atacar, a cobrir as investidas de Cissoko e a compassar o jogo. Que inteligência! Que alma! – de Anderson e Ferdinand – pelo meio pouco passava graças a estes dois.

O outro jogo foi ganho de forma clara pelo Arsenal.
Destaco a exibição de Fabregas: tão grande com apenas 20 anos.