Pior é impossível!
A jornada ficou marcada por derrotas inglórias dos dois clubes dos quais sou simpatizante e sócio.
Em Guimarães, o SLB perdeu pela terceira vez em quatro jogos.
Nos primeiros 20 minutos, o SLB, pura e simplesmente, não existiu, tendo o Vitória dominado por completo a partida.
À passagem do minuto 25, Svard num remate pouco mais do que inofensivo, mas que uma intervenção infeliz de Ricardo Rocha impeliu para a baliza, fez o 1-0.
Aí, o SLB acordou, dominando a partida até final.
Só que, infelizmente, ter posse de bola e dominar as circunstâncias do jogo não chega e o SLB revelou-se sempre estéril nas suas movimentações ofensivas.
Tão ineficaz que o primeiro remate à baliza ocorreu aos 40 minutos, num livre de Petit superiormente defendido por Nilson.
É preocupante a ausência de fio de jogo do Benfica, à qual não serão alheias, certamente, as constantes alterações introduzidas por Koeman no onze.
O Benfica demonstrou, uma vez mais, uma gritante falta de agressividade e de objectividade.
Assim, com o Benfica a dominar e o Vitória na expectativa, não faria supor um segundo golo vitoriano.
Todavia, na primeira vez que o Guimarães se acercou da área encarnada na segunda parte, um deficiente e infeliz alívio de Ricardo Rocha, colocou a bola nos pés de Neca que, numa superior execução, fez o 2-0.
Daí até final, mais do mesmo - controlo da posse de bola pelo Benfica, sem criar ocasiões de golo.
O Guimarães, com excepção dos primeiros vinte minutos, pouco ou nada fez para ganhar o jogo, mas duas intervenções infelizes de Ricardo Rocha e a inépcia ofensiva do Benfica conjugaram-se para que alcançasse o triunfo.
A derrota do SLB resultou mais de demérito próprio do que de mérito vimaranense.
Quando uma equipa entra em ciclo negativo, infelicidades como as de Sábado têm tendência a surgiu com frequência, acentuando a ansiedade e, assim, tornando, ainda mais difícil, a inversão da maré derrotista.
Numa equipa já de si ansiosa e nervosa, a circunstância de o adversário marcar primeiro e, ainda por cima, num lance de clara infelicidade, acarreta, quase sempre, danos irreparáveis.
A par de tudo isto, Koeman contribui, uma vez mais, para o descalabro.
Mexeu demais no onze (desta vez foram 6 as alterações) e mostrou-se incapaz de intervir no sentido de alterar o curso dos acontecimentos (substituições tardias e mal feitas).
Numa análise individual, Moretto esteve bem, com duas defesas portentosas no dealbar da partida, Nélson, sem a influência do início do campeonato, mas ainda assim uns furos acima de Leiria, Luisão, sem manchas ou encómios especiais, Ricardo Rocha, com os sobreditos erros a marcarem-lhe negativamente a exibição, Léo, menos afoito do que nas últimas partidas, certinho, mas pouco influente, Petit e Manuel Fernandes, sem a agressividade e a clarividência necessárias, Simão, inexistente, procurando esconder-se do jogo, Marco Ferreira, sem rasgos ou pormenores dignos de registo, Nuno Gomes, exibição esforçada, mas com duas oportunidades desperdiçadas de forma clamorosa e inadmissível, Marcel, perdido e sem capacidade para criar espaços de finalização, Karagounis e Manduca, pouco tempo em campo para que a sua acção tivesse atingido patamares de relevância significativos.
Referência final para a arbitragem de Lucílio Baptista, a qual, ao contrário dos receios expressos pelo amigo "Zex", apenas prejudicou o Benfica (como se esperava, aliás).
Mal ao não punir com a exibição de cartão vermelho a entrada de Cléber sobre Nuno Gomes, não por ser o suposto último defesa, mas pela sua brutalidade e por não ter querido, em momento algum, jogar a bola.
Ficou, igualmente, por marcar um penalty a favor do Benfica por falta de Flávio Meireles sobre Marcel na primeira parte.
Nenhum dos jogadores em risco interveio em jogada susceptível de justificar a exibição de cartão amarelo, desta forma se encerrando qualquer possível polémica.
Em Alvalade e no Dragão, partidas, curiosamente, muito similares - em ambas, os conjuntos da casa pouco fizeram para ganhar, tendo sido, inclusivé, dominados pelos seus opositores na maior parte do tempo de jogo.
O SCP realizou exibição fraquinha, pautada por estranhos problemas de domínio do jogo a meio-campo, sector reconhecidamente forte da equipa leonina.
O Paços controlou o jogo, com excepção dos minutos finais em que a sua busca desesperada pelo golo da igualdade o levou a abrir espaços fatais.
Jogo em que o desenrolar da partida foi determinado pelo assinalar de grande penalidade, quanto a mim, inexistente a favor do Sporting - Peçanha toca, claramente, a bola antes de entrar em contacto com João Moutinho.
A conversão desse penalty alterou a história do jogo, marcando-o decisivamente.
Nota para a consistência defensiva patenteada pelo Sporting, sendo esta, talvez, a razão maior para a subida de produção da equipa leonina.
As aquisições de Abel e Caneira trouxeram mais solidez ao quarteto defensivo dos leões, especialmente do ex-valenciano que bascula muito bem em zonas interiores (pareço o Joaquim Rita).
O Sporting jogou mal, mas venceu (parece ser esta a máxima de Paulo Bento).
No Dragão, o Porto sofreu a bom sofrer e só a magnífica execução de Raúl Meireles e as brilhantes intervenções de Helton evitaram que o Marítimo saísse com outro resultado.
O Marítimo dominou a partida, controlou a posse de bola e dispôs de duas ou três chances de real perigo para alcançar o golo.
O Porto apenas no final da partida, criou duas oportunidades de golo, uma das quais num remate fabuloso de Mccarthy que encontrou o ferro da baliza insular.
O jogo ficou marcado por aquele que é, até ao momento, o momento mais bizarro, em termos de arbitragem, da Liga.
Xistra, se calhar ainda sob o efeito do chocolate ou da fruta que, porventura, comera na véspera, viu um jogador do Marítimo a jogar a bola com a mão, quando, claramente, até pela trajectória da bola, o fizera com a cabeça.
Não fora o auxiliar o ter advertido do erro cometido e a partida ficaria resolvida de imediato.
Porventura, o auxiliar não gosta de chocolate ou de fruta...
Evidente de mais para ser apenas um erro de julgamento...
No restante da jornada, destaque para a derrota da Briosa em Barcelos.
É, no mínimo, inglório marcar três golos e sair derrotado da partida.
Joeano, outra vez, em grande, provando ao Prof. Vingada a sua imprescindibilidade.
A situação ficou mais complicada, sendo imperioso vencer o Sporting no próximo Sábado (e já agora para a Taça se fazem favor).
Braga e Nacional regressaram às vitórias, continuando a "pelear".
O Boavista continuou na sua senda vitoriosa, com exibição fantástica de Zé Manel (faz-me lembrar o António Borges, o bigodaça que jogou no Chaves e no Braga, pois ambos poderiam ter tido outra projecção nas suas carreiras não fôra o facto de terem surgido tarde na divisão principal do nosso futebol).
2 comentários:
Estou de volta, depois de quase superado o pequeno vendaval que me tem trazido perturbado estes dias.
Futebolisticamente, vejo que as coisas se mantêm na mesma.
Isto é, o benfica continua a sua trajectória descendente, que teve o seu início com a derrota humilhante que sofreu com o scp.
Não creio que tenha sido o resultado em si - a perda dos três pontos - que tenha provocado tão profundo golpe na confiança da equipa e da sua massa associativa.
Pior que o resultado foi a exibição, pois que a anunciada super equipa, que ganhava a tudo e a todos, e que até já ia ser campeã europeia, baqueou por completo, incapaz de forjar uma jogada que fosse, digna de quem tinha tão altas aspirações.
A referida derrota, só por si, até nem trouxe grande mossa na tabela classificativa, pois que o slb continuou 3 pontos à frente do scp e o porto até empatou, nessa jornada, com o Rio Ave.
Mas a exibição do slb nesse jogo, essa sim, introduziu uma crise de confiança nos jogadores e nos adeptos que, nesta ocasião fulcral da época, bem pode ter deitado tudo a perder para as bandas da Luz.
Por outro lado, a própria reacção do Koeman à derrota também me parece que não foi a melhor.
Na verdade, em vez de tentar fazer passar a mensagem de que se tratou apenas de um jogo que correu mal, que continuavam 3 pontos à frente do scp e que o porto apenas tinha aumentado a sua vantagem para mais um ponto, veio assumir que agora a revalidação do título estava mais dificil.
Quando, afinal, ainda recebiam o porto em casa, que, por sua vez, tinha também de ir jogar a casa do scp.
E pôs-se a mexer na equipa que tinha ganho os tais nove jogos seguidos, como se, afinal, já não prestasse, fazendo meia-dúzia de alterações para o jogo seguinte em Leiria.
E, finalmente, houve o episódio Simão, com o editorial publicado no seu site, que, em lugar de ter originado enérgica reacção da direcção do benfica, eventualmente com a sua suspensão e instauração do competente processo disciplinar, foi totalmente branqueada pelo próprio LFV.
Ficou, deste modo, aberto o caminho para que o FCP chegue ao título, bastando-lhe, para tanto, que não perca, agora, no SLB, nem em Alvalade.
O meu scp, matematicamente (e não só), ainda poderá ter uma palavra a dizer, pois que se ganhar ao Porto e não se atrasar na tabela classificativa até esse jogo, ficará apenas a dois pontos daquele, o que deixa tudo em aberto.
Aliás, parece-me que o scp, dos três grandes, é aquele que se mostra mais motivado e com mais "garra" para poder lutar até final pelo título.
Sucede que a qualidade e quantidade do plantel do Porto é superior à do scp, assim, como a sua maturidade competitiva, pelo que dificilmente o scp conseguirá, creio, acompanhar o porto nas jornadas que faltam para terminar a Liga.
Quanto à minha Briosa, faltam-lhe, pelas minhas contas, 12 pontos para garantir a manutenção.
4 vitórias ou 3 vitórias e 3 empates.
Não vai ser fácil, porque o calendário que tem até final é assaz difícil.
Jogos teoricamente mais fáceis tem apenas dois, com a Naval e o Penafiel em casa, o que lhe poderá garantir duas daquelas vitórias.
Recebe, depois, em casa, o SCP, o FCP, o Braga e, na última jornada, o Marítimo.
Nestes quatro jogos, tem obrigação de ganhar o último, o que lhe daria mais 3 pontos, parecendo-me que dificilmente conquistará um ponto que seja nos restnates 3 jogos assinalados.
Ficam, pois, por arrancar mais 3 pontos nos outros 4 jogos fora, isto é, no Guimarães - muito difícl pontuar - no Belenenses, no Rio Ave e no Estrela da Amadora.
Uma vitória que fosse num destes 3 jogos - possível, na minha opinião - resolveria o problema da Briosa.
Vaticino, assim, que, na última jornada, a Académica terá 35 pontos e que o jogo em casa com o Marítimo irá ser decisivo para a manutenção.
A ver vamos.
Vamos lá ver se a nossa Briosa alcança uma dessas quatro vitórias que necessita já no Sábado...
A análise que fazes é correctissíma, mas penso que a AAC poderá vencer um dos jogos fora e ainda pontuar em casa com Sporting, Porto ou Braga (um ou dois deles).
Agora com o clima instalado no clube, contestação generalizada ao Presidente, Treinador e Jogadores, é que as coisas se tornam ainda mais difíceis.
Precisa-se de serenidade e de união.
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