Leixões - Benfica 1-1

Constituição das Equipas e Avaliação Quantitativa do Desempenho

Estádio do Mar, em Matosinhos
Hora: 21:00
Árbitro: Olegário Benquerença (Lisboa)

LEIXÕES - Beto (3), Vasco Fernandes (3), Nuno Silva (3), Élvis (3) e Laranjeiro (3); Bruno China (4), Roberto Sousa (3), Hugo Morais (3) e Wesley (4); Braga (3) e Marques (3).

Treinador: José Mota.

Suplentes: Berger, Joel, Sandro, Castanheira, Paulo Tavares (-), Diogo Valente (2) e Zé Manuel (2).

BENFICA - Quim (4), Miguel Vítor (3), Luisão (3), Sidnei (3) e Jorge Ribeiro (3); Carlos Martins (3), Yebda (2), Katsouranis (2) e Reyes (-); Nuno Gomes (3) e Cardozo (3).

Treinador: Quique Flores.

Suplentes: Moreira, Léo, Ruben Amorim (2), Binya (-), Urreta, Di María (2) e Makukula.

Sistemas Tácticos

Leixões


Benfica

Principais Incidências da Partida (fonte: www.record.pt)

7' - Grande defesa de Quim, a negar o golo a Marques, na marcação de um livre directo a punir falta de Yebda sobre Wesley.

10' - Livre directo apontado por Marques ainda muito longe da área benfiquista, com Luisão depois a "assistir" Braga, que atira para defesa apertada de Quim quando estava isolado.

22' - Cruzamento de Jorge Ribeiro para a área leixonense, mas Cardozo e Nuno Gomes não conseguem chegar à bola.

31' - Wesley dispara forte de muito longe, com Quim a defender para a frente.

33' - GOLO DO BENFICA, por CARDOZO
Jogada de insistência após um pontapé de canto, com Katsouranis a colocar a bola em Cardozo, sobre a direita da área, e o paraguaio a disparar de pé direito para o fundo da baliza de Beto.

35' - Nuno Gomes trabalha bem na área e atrasa depois para o remate de Yebda, com a bola a acertar em Elvis.

46' - Cardozo surge sobre a esquerda da área e remata de pé esquerdo para defesa apertada de Beto.

55' - Livre directo cobrado por Laranjeiro no lado esquerdo do ataque leixonense, com Quim a responder com uma grande defesa, a desviar a bola pela linha de fundo.

88' - GOLO DO LEIXÕES, por WESLEY
Pontapé de canto no flanco direito do ataque da casa, com Wesley a surgir sem marcação no coração da área e a cabecear para o fundo das redes.

Destaques

Melhores em Campo

Leixões

Bruno China - o metrónomo do Leixões.
Geriu superiormente os ritmos e as transições.

Wesley - é, sem dúvida, um jogador diferenciado.
Talento acima da média justifica uma equipa com outras ambições.
Passam por ele a generalidade dos movimentos ofensivos da equipa.
Jogando entre linhas, conferiu fluência e dinâmica às transições ofensivas leixonenses.
Tecnicamente muito evoluído, jogou sempre em rotação máxima.
Coroou a sua exibição com o golo do empate.

Benfica

Quim - Seguro e concentrado, revelou-se providencial nos primeiros vinte minutos da partida.
Só não conseguiu travar o cabeceamento de Wesley.

Miguel Vítor - Merece uma referência pela maturidade revelada numa posição que não é a sua.
A circunstância do Leixões ter privilegiado o flanco esquerdo da defesa benfiquista para desenhar a maioria dos seus movimentos ofensivos diz bem da competência que emprestou à sua exibição.

Piores em Campo

Leixões

Numa equipa organizada e competente, nenhum jogador foi digno de menção negativa.

Benfica

Katsouranis - Peco de agressividade, emperrou quase sempre as transições atacantes encarnadas, falhando passes atrás de passes.
A sua superior visão de jogo emergiu no golo benfiquista, mas esse lance não chegou para elevar um desempenho globalmente fraco.

Yebda - Exibiu-se num patamar razoável, mas o seu erro no golo leixonense assumiu proporções intoleráveis.

Arbitragem

Desempenho fraco de um árbitro sem categoria.
Na primeira parte, pese embora se achasse a escassos metros do lance e sem nenhum jogador no seu campo de visão, não assinalou um penalty claro por mão de Marques na área leixonense.

Comentário

Foram vocês que pediram um empate?!

Esta adaptação livre de um célebre anúncio serve para ilustrar o que o Benfica não fez para vencer.
Depois de se colocar em vantagem, o Benfica abdicou de jogar e, quando assim acontece, geralmente, o custo é elevado.
E, hoje, foi-o.
O Benfica regrediu e muito no seu processo de crescimento como equipa.
Não entrou bem no jogo e padeceu nos primeiros vinte minutos.
Nesse período, o Leixões foi rei e senhor da partida e só não se adiantou no marcador porque Quim não o permitiu.
O Benfica, porventura inebriado pelos recentes resultados positivos, exibia uma letargia e uma apatia inexplicáveis.
Desprovido de agressividade, o Benfica assumia-se como uma equipa apenas reactiva.
Incapaz de agir sobre o jogo, o Benfica recuava as suas linhas e via o Leixões cavalgar na direcção da sua área.
Ancorado numa fortíssima intensidade e numa não menos poderosa dinâmica, o Leixões sufocava o Benfica.
Era tempo de sofrer e o Benfica disse presente.
Da resistência nasceu o ressurgimento.
O furacão de Matosinhos foi perdendo robustez e o Benfica foi, paulatinamente, equilibrando a partida.
Por fim, à passagem da meia-hora, deu-se a reviravolta no sentido do encontro.
O Benfica, beneficiando de um decréscimo sensível no ritmo de jogo leixonense, assumiu, então, o controlo das incidências.
Subiu as linhas e galgou terreno em direcção à área do Leixões.
Primeiro, ameaçou num cruzamento de Jorge Ribeiro ao qual Cardozo e Nuno Gomes não lograram chegar e depois, na sequência de um canto, agregou superioridade no marcador.
Um golo que atingiu fulminante a alma das equipas.
O Benfica reforçou a sua auto-estima e a sua confiança, ao passo que o Leixões viu os seus indíces anímicos descerem vertiginosamente.
Até ao intervalo a partida reflectiu estes distintos estados de espírito e, assim, o Benfica acentuou o seu império sobre o jogo.
Na segunda parte, o Benfica cedo revelou ao que vinha.
Altivo e sobranceiro, julgou que lhe bastaria descer as suas linhas e esperar pelo erro adversário para conquistar os três pontos.
Este foi o pecado capital dos encarnados.
A equipa passou a preocupar-se exclusivamente em defender e foi desaparecendo da partida.
Perdeu capacidade de posse e circulação de bola, deixou de pressionar e permitiu muitos cantos e faltas laterais.
Foi recuando cada vez mais e expôs-se à sorte do jogo.
Perante a esterilidade das iniciativas ofensivas do Benfica, o Leixões foi subindo no terreno e reforçando as suas linhas mais avançadas.
Impeliu o Benfica para as imediações da sua área e de canto em canto, de falta lateral em falta lateral, foi transmitindo a ideia que o golo do empate não tardava.
E aos 88 minutos surgiu mesmo, num cabeceamento de Wesley na sequência de um canto.
Se a exibição do Benfica na segunda parte roçou o paupérrimo, o desempenho da equipa na defesa do canto do qual resultou o golo do Leixões não lhe ficou atrás.
Uma equipa que está em vantagem a escassos minutos do final e dispõe de uma considerável superioridade de estatura em relação ao adversário, não pode equivocar-se na marcação de uma forma tão clamorosa.
Ainda para mais quando o canto foi batido a meia altura e Yebda apresenta uma importante primazia física relativamente a Wesley.
Infelizmente, o Benfica teve o que pediu!