sexta-feira, dezembro 16, 2005

5º e 6º Debates

O debate entre Soares e Alegre redundou numa vitória retumbante do primeiro.
Na verdade, não obstante Soares não seja o mesmo de há vinte anos, certo é que o actual Soares chegou e sobrou para colocar a nu todas as fragilidades já apontadas á candidatura de Alegre.
Soares subjugou Alegre, chegando a ser confrangedor assistir ás intervenções de Alegre.
Aliás, o desnorte de Alegre atingiu ponto tal que afirmou dissolver a assembleia caso fosse aprovada a privatização das águas, quando, na sua veste de deputado, votou favoravelmente a Lei-Quadro da água que, expressamente, preve essa possibilidade.
Soares está gasto, mas não perdeu todas as suas faculdades e as que tem são mais do que suficientes para embaraçar um Alegre, claramente, impreparado.
No debate Jerónimo/Louçã, assistiu-se a um namoro surpreendente.
Não raro assistiu-se a mútuos acenares de cabeça concordantes e ao apontar de caminhos convergentes de actuação.
Sabendo-se da tradicional acrimónia entre PCP e BE não deixa de ser deveras relevante.
Jerónimo, uma vez mais, acentuou os predicados já antes explanados.
Jerónimo, aquando da sua investidura como secretário-geral do PCP, surgia como o ortodoxo entre os ortodoxos. Volvido que está mais de um ano, Jerónimo aparece como o renovador dos renovadores comunistas.
Sintomática foi a intervençao em que se dirigiu ao empresariado.
Curiosas foram as intervenções finais de ambos os candidatos - Jerónimo dirigiu-se a um eleitorado mais próximo do BE e Louçã aos votantes comunistas.
Em síntese, direi que, no momento actual da pré-campanha, Soares ultrapassou, inexoravelmente, Alegre,
Jerónimo e Louçã discutem taco a taco o 4º lugar, sendo certo que, atento o declínio acentuado de Alegre, poderão, talvez, aspirar a algo mais.
A realização de uma segunda volta parece-me, de igual forma, uma realidade.

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