Afinal foi o Pedro Proença

A Comissão de Arbitragem contrariou o critério adoptado até agora e nomeou um árbitro da associação de uma das equipas que disputam o jogo do título.
O internacional de Lisboa será auxiliado por Bertino Miranda, o que acontece pela primeira vez em jogos da Liga principal, e pelo conterrâneo Tiago Trigo.
Depois de Paulo Costa, Lucílio Baptista, por duas vezes, Pedro Henriques e João Ferreira, chegou a vez de Pedro Proença ter o prazer de dirigir um clássico.
O árbitro de Lisboa, internacional desde 2002/03, primeiro classificado na época passada, foi o escolhido para dirigir, sábado à noite, em Alvalade, o jogo que pode decidir a questão do título.
Uma nomeação inesperada, atendendo a que contraria o critério de designação até ao momento seguido pela Comissão de Arbitragem.
Nos cinco clássicos disputados esta época, nunca tinha sido escolhido um árbitro que pertencesse à associação de uma das equipas em causa.
Por muito que Luís Guilherme afirme que a questão da regionalização "há muito que está banida", a verdade é que esta época tem havido essa preocupação.
Isto sem pôr em causa, claro, a competência e o valor de um árbitro que já por duas vezes (em 2002/03 e na época passada) ficou em primeiro lugar no ranking dos árbitros.
Outro caso poderá levantar alguma celeuma em relação a esta escolha.
Há duas épocas, na 16ª jornada, Pedro Proença foi muito contestado pelo Benfica depois de no dérbi com o Sporting ter expulso dois jogadores (mais um do Sporting) e apontado dois penáltis a favor da equipa leonina.
Falta apenas fazer referência à escolha dos assistentes.
Ambos internacionais, Bertino Miranda, do Porto, vai fazer parte da equipa de Pedro Proença pela primeira vez esta época em jogos da Liga (esteve apenas num jogo da Liga de Honra, no Feirense-Gondomar) e Tiago Trigo é que estará mais habituado ao chefe de equipa, uma vez que colaborou em nove jogos (cinco da Liga e quatro da Honra).
O presidente da Comissão de Arbitragem, Luís Guilherme, explicou ontem a nomeação de Pedro Proença para o Sporting-FC Porto de sábado, apontando três factores que justificaram a escolha. “Pedro Proença é árbitro internacional, foi o primeiro classificado na época passada e não tinha feito, até agora, nenhum dérbi. Estas são razões mais do que suficientes para merecer a confiança da Comissão de Arbitragem. Haveria outros árbitros, mas entendemos que pelas características do jogo e o contexto em que se vai desenrolar seria a nomeação mais apropriada. Neste jogo, Pedro Proença vai também ser coadjuvado por dois árbitros-assistentes internacionais”, analisou.
Desvalorizando o facto de Pedro Proença estar filiado da AF Lisboa, a mesma associação do Sporting, Luís Guilherme afirmou que o critério geográfico não pode inibir as nomeações. “Nós nunca levamos isso em conta. Se optássemos sempre por um internacional a escolha ia sempre recair em Setúbal e Leiria. É preciso dar possibilidade aos outros árbitros de dirigir estes desafios. A questão da regionalidade na arbitragem há muito que está banida e não é factor que nos possa inibir. O que importa na análise que fazemos é avaliar, em cada momento, a forma em que o árbitro se encontra e se o seu perfil é adequado para o jogo em causa”, sustentou.