Jornada marcada por erros grosseiros de arbitragem.
No Restelo, o Benfica arrancou uma vitória difícil, mas meritória.
Entrou melhor o Belém com o Benfica a demorar a atinar com o posicionamento de José Pedro entre linhas.
Aos 10 minutos, beneficiando da deficiente marcação a que era sujeito, José Pedro, com forte pontapé, à entrada da área, fez o golo azul.
O advento do golo fez acordar o Benfica. Reacção muito positiva à desvantagem, demonstrando que os jogadores encarnados continuam empenhados na discussão do melhor lugar possível na Liga.
Daí até final da primeira parte, só "deu" Benfica.
A torrente de futebol ofensivo do Benfica desaguou por diversas vezes na baliza azul, materializando-se em golo por duas ocasiões.
O primeiro obra de uma execução primorosa de Miccoli e o segundo num bom pontapé de fora de área de Karagounis, que contou com a colaboração de Marco Aurélio.
Até final boas chances do Benfica ampliar a contagem, emergindo uma combinação Simão/Miccoli como a mais relevante.
Veio o intervalo com o Benfica justamente em vantagem.
Na segunda parte, o Benfica centrou-se em Barcelona e ligou o "complicador".
A equipa de futebol enleante, pressionante, capaz de encostar o seu adversário às cordas deu lugar a uma equipa de contenção, de expectativa, que procurou gerir a partida, os seus ritmos e incidências, através do dispêndio do menor esforço possível.
Destarte, o que parecia fácil tornou-se mais difícil.
Sem surpresa, a atitude do Benfica "convidou" o Belém a assumir as despesas do jogo.
A posse de bola que houvera sido esmagadoramente encarnada passou a ser maioritariamente azul e o Benfica viu-se forçado a correr atrás da bola, com o consequente dúplice gasto de energias.
O Benfica, ainda assim, controlou a partida, embora o domínio territorial haja pertencido aos azuis de Belém.
O Belém demonstrou carências ao nível da organização ofensiva do seu futebol, mostrando-se incapaz de alcançar com perigo as redes de Moretto.
Apenas por Paulo Sérgio no dealbar da segunda parte e por Meyong no terminus construiu oportunidades reais de golo, ambas desperdiçadas fruto da inépcia revelada pelos avançados azuis.
No entretanto, o Benfica, em contra-ataque, construiu duas boas ocasiões de golo, numa arrancada de Manduca e num remate à trave de Léo.
Com maior ou menor facilidade, o Benfica controlou o jogo, sendo a circunstância de Moretto não ter realizado qualquer intervenção em toda a segunda metade bem reveladora.
Jogo em que a "remontada" benfiquista emergiu como a nota de maior destaque.
No mais, foi acelerar para chegar aos golos e gerir após a sua obtenção.
Nota negativa para o árbitro Pedro Henriques e seus auxiliares por terem deixado passar em claro um penalty a favorecer os azuis do Restelo, por mão de Manduca no interior da área encarnada. Erro grosseiro tão evidente foi a mão do jogador benfiquista.
De igual modo, olvidaram a exibição do cartão vermelho directo a Paulo Sérgio.
Dúvidas restaram em dois lances - um na primeira parte e outro na segunda - por pretensos derrubes de Rui Jorge a Simão e Petit a Zé Pedro.
No 1º lance, Simão pica a bola sobre Rui Jorge e depois procura o contacto por forma a beneficiar do deficiente tempo de entrada ao lance do defesa azul.
Certa a avaliação do árbitro ao não assinalar penalty (contudo, em lance idêntico, no Barça/Real, Van Bommel aproveitou-se de um carrinho intempestivo de Roberto Carlos e o árbitro assinalou penalty).
No 2º lance, após cruzamento da direita do ataque belenense, Petit antecipa-se a Zé Pedro, toca a bola e na sequência do movimento embate no jogador azul.
Bem o árbitro ao não apontar para a marca de onze metros, pois que Petit joga primeiro a bola embatendo em seguida em Zé Pedro.
Em Guimarães, mais do mesmo, ou seja, o Sporting alcançou a sua 10ª vitória consecutiva alicerçando-a nos exactos pressupostos anteriores - contenção defensiva e exploração do contra-ataque.
O Sporting de Paulo Bento cada vez mais se assemelha ao Benfica de Trapattoni, elegendo o pragmatismo como imagem de marca.
A qualidade futebolística evidenciada a temporada transacta deu lugar a um futebol musculado, de forte pendor defensivo, agressivo, com marcações apertadas, sustentado em transições muito rápidas e no aproveitamento do erro do adversário.
Primeira metade com 20 minutos agradáveis a deixar antever um jogo de grande qualidade, que nunca se veio a confirmar.
A partir daí, as equipas recearam-se ainda mais, pois que nenhuma podia ou queria sair derrotada.
A partida passou a ser jogada a meio-campo, centrando-se os duelos individuais e colectivos na conquista da bola e de espaços, por forma a cercear a construção de lances ofensivos ao oponente.
Ataques rápidos e contra-ataques, quando existiram e poucas foram as vezes, constituíram a matriz de jogo essencial de ambas as equipas.
Oportunidades escassas de golo, assumindo-se uma leonina de Liedson e outra vimaranense de Wesley como as principais.
Na segunda metade, o cariz da partida não se alterou, mantendo as equipas a sua postura de expectativa mútua. Ambas jogaram com o erro adversário.
E à passagem do minuto 80, o erro chegou.
Num lance de clara infelicidade de Geromel, Moutinho lança Liedson, que remata batendo inapelavelmente Nilson.
Nesse instante, o jogo ficou decidido.
Em vantagem, o Sporting geriu a partida e aproveitou os espaços concedidos pelos vimaranenses na ânsia de, ainda, alcançarem o empate.
Daí até final, o Sporting construiu as suas melhores oportunidades de golo, sem que, contudo, haja logrado concretizar.
Nota negativa para a arbitragem de Lucílio Baptista e seus auxiliares, ao não assinalarem duas grandes penalidades a favor do Vitória e uma a favor do Sporting.
Na primeira parte, uma mão de Caneira no interior da área ficou sem punição. Parece-me evidente o movimento corporal do jogador leonino no sentido da bola.
Na segunda parte, um empurrão de Polga nas costas de Saganowski e uma rasteira de Cléber a Koke mereciam castigo máximo.
O Sporting pode-se, igualmente, queixar de dois fora de jogo mal assinalados, um deles, tirado a Deivid, simplesmente inenarrável.
Destaque positivo para Polga nos leões, que grande exibição, evitando, por duas vezes, situações de golo para a sua baliza, e para Benachour nos vimaranenses, provando que tem futebol a mais para tão curto palco.
No Dragão, o Porto, sem convencer, venceu um Gil muito, muito aflito.
Na primeira parte, o Porto pouco fez para chegar ao intervalo em vantagem, tendo sido, inclusive, o Gil que controlou as incidências do jogo.
O Porto, como lhe competia, assumiu as rédeas do jogo, mas os de Barcelos controlaram sempre os movimentos ofensivos portistas, procurando aqui e ali o contra-ataque.
Todavia, em todo o jogo não fizeram um remate à baliza, comprovando a ineficácia do seu futebol ofensivo quando na condição de visitantes (o pior ataque da Liga).
No último suspiro da primeira metade, paradoxalmente, num lance de contra-ataque, o Porto alcançou o golo.
Imerecido por aquilo que o Porto não fez na primeira metade.
Na segunda metade, o Porto continuou a dono e senhor da partida, mas sem criar claras ocasiões de golo.
O futebol ofensivo portista mostrava-se orfão de Lucho e a inspiração de Quaresma não chegava para tudo.
Todavia, num lance em que a bola atingiu o braço de um defesa gilista, Paulo Baptista assinalou penalty.
Quaresma na recarga, sentenciou a partida.
O Gil reduzido que estava a nove unidades, não mais se acercou da baliza portista e o Porto dominou a seu bel prazer o curso do jogo.
Ibson, numa bela execução, fez o 3-0 final.
Terá sido um dos jogos menos conseguidos dos azuis e brancos em sua casa na presente época, palidez à qual não deverá ser alheia a ausência de Lucho.
A arbitragem de Paulo Baptista e seus auxiliares, na linha dos seus colegas que apitaram os outros grandes, não foi feliz.
No lance do penalty parece-me bola na mão e não mão na bola e o seu critério disciplinar não se mostrou uniforme. Bem na expulsão de Braima, mas mal na de Bruno Tiago se tivermos por diapasão outras entradas de jogadores portistas que não mereceram tamanha punição (vide o caso de Bosingwa, que saiu imaculado de um jogo em que incorreu sistematicamente em faltas, algumas bem duras).
Nos restantes jogos, destaque para a vitória da Naval e do Estrela da Amadora.
Na Amadora, a Briosa a vencer por 0-2 ao intervalo, sofreu três golos em 25 minutos e acabou, ingloriamente, derrotada.
Não é admissível uma equipa profissional de futebol estar a ganhar por dois golos de vantagem e sofrer nos últimos 25 minutos três golos e, ainda por cima, da forma como os consentiu. O terceiro foi marcado por Rui Borges, do alto do seu 1,60, de cabeça!!!, no meio dos centrais conimbricenses.
Mau de mais para ser verdade.
A manutenção estava ao virar da esquina, que é como quem diz a uma vitória no próximo Domingo frente à Naval, e agora tudo se complicou.
O passeio de consagração da próxima jornada transformou-se em jogo de crucial importância, sendo imprescindível alcançar uma vitória.
8 comentários:
Inacreditável a sua apreciação ao jogo do seu clube contra o Belenenses.
Considerar que não houve penalti no lance do Petite, considerar que eventualmente, se fosse em Camp Nou, se poderia ter marcado penalti de Rui Jorge sobre Semão, ignonar o penalti de Luisão sobre Meyong, por empurrão intencional dentro da área, ignorar a expulsão de Beto, que após ver amarelo faz 6 faltas, sendo uma delas em jogo perigoso...francamente, é uma análise que dá para rir.
Acho que o benfica jogou bem durante 25 minutos, acho que o Belenenses joga pouco, mas isso não invalida o autêntico roubo que se passou no Restelo. E meu caro administrador, cada um pode ter a sua opinião, mas dizer que o Petite joga primeiro a bola, é faltar à verdade. Toda a gente viu que Petite toca no jogador do Belenenses. Ninguém pode dizer o contrário. O amigo pode dizer que foi sem intenção, que não foi o suficiente para ser penalti, até aí eu chego, agora dizer que toca primeiro na bola é estar a chamar-nos de tontos a todos nós.
Um fim-de-semana em que praticamente tudo ficou igual ao da semana passada na classificação da I Liga ou SuperLiga de Futebol. Felizmente ou infelizmente não vi nenhum jogo de bola, nem na televisão, nem ao vivo, apesar de ter estado por muito perto de entrar na Reboleira...Ainda bem que não entrei!!!
O campeão, quanto a mim, ficará definido no próximo sábado.
Visca al Benfica!!!
amigos, uma só questão:
se o pretenso penalty do Petit sobre o Zé Pedro foi assim tão evidente, como é que o jogador do Belenenses nem se lembrava dele quando entrevistado no "flash-interview"?!
Quem considerar este lance penalty, tem de fazer igual juízo sobre o lance entre o Sandro Gaúcho e o Nuno Gomes.
Embora Nuno Gomes tenha demorado muito tempo a rematar, o certo é que o jogador do Belém joga a bola e atinge o jogador do Benfica - tal como aconteceu com Petit.
As faltas do Beto não deveriam ser comparadas às do Sandro Gaúcho ou às do Rubem Amorim?
Se assim fosse por vós considerado aqueles jogadores deveriam ser, na vossa óptica, igualmente, expulsos.
O amarelo ao Bruno Tiago é bem mostrado, mas não ficaram outros por mostrar? o José Bosingwa, congolês de Fornos de Algodres, não deveria ter sido também expulso por persistência de jogo faltoso?
O Pedro Emanuel com um amarelo fartou-se de fazer faltas e reclamar com o árbitro.
Viu mais algum cartão? não, mas devia.
Saudações cordiais e de estima.
Opinar sobre o jogo do Dragão não me é possível, uma vez que não vi o jogo.
O facto do jogador falar ou não sobre o lance de penalti, para si significa que será ou não penalti? Francamente. Tem de reconhecer que o árbitro esteve mal, errando várias vezes e prejudicando o Belenenses. Aconteceu, paciência. Escandaloso mesmo é a mão de Manduca, nas barbas do árbitro auxiliar. Esse lance é vergonhoso.
amigo vermelho nunca:
concordará que, fazendo fé na sua análise de evidência extrema do lance, é, no mínimo, estranho que um dos jogadores intervenientes não se lembre sequer da situação.
Quanto à mão de Manduca, concordo consigo que é evidente.
Saudações cordiais e de estima.
A semana passada pediram que se publicasse aqui a opinião do painel do "Jogo". Senhora administrador, publique-a. Eu não li o jornal, até estou curioso em ver o que dizem os paineleiros.
Não vi nenhum dos jogos deste fim-de-semana.
Fiquei, como é de imaginar, tremendamente satisfeito com a vitória (mais uma) do SCP (ninguém para o SCP!!!), obtida a ferros perante uma equipa extremamente difícil, que já não perdia há 11 jogos e que eliminou o SLB na Taça de Portugal.
Goste-se ou não do futebol do SCP, certo é que a equipa encontra-se em excelente forma, revelando grande coesão e eficácia.
É uma máquina trituradora, paciente, laboriosa venenosa, que verga todos que se lhe deparam pela frente.
Longe vão já (felizmente) os tempos das grandes exibições do tempo de Pésudo, seguidas de derrotas catastróficas e inexplicáveis, e das confusões de balneário e das faltas de respeito a quem não se dava a isso.
Quanto ao FCP, parece-me que tem também a sua máquina afinada, os jogadores moldados ao esquema táctico pretendido pelo treinador, e que vem de uma série impressionante de vitórias - desde que perdeu com o SLB, não mais perdeu ou empatou qualquer jogo.
O problema do FCP - se é que é um problema- é que, pelos jogadors que tem e esquema táctico que apresenta, dele se espera sempre mais, em termos exibicionais, do que depois se vê, e daí alguma desilusão nos adeptos.
Mas ninguém pode, seriamente, criticar, neste momento, o treinador, pois que os resultados obtidos dão-lhe razão.
Quanto ao SLB, mais do mesmo, isto é, alguma sorte na construção do resultado, mais uns quantos lances duvidosos, em termos de arbitragem, mais uma mão de um jogador do Benfica na área (quantas já foram este ano?), mais um frango do Moreto.
Mas o que é certo é que lá se vai mantendo em 3º, à espreita de um deslize dos adversários para se alcandorar ao 2º lugar.
Uma palavra final para a Briosa, que me deu grande desilusão ontem.
De uma posição confortável a que tinha chegado, a manter-se a ganhar até final, passou para uma delicada posição na tabela classificativa, por culpa própria.
Mesmo o empate não tinha sido mau resultado, porque conseguido contra adversário directo,
Assim, com a derrota, viu o Estrela fugir para os 36 pontos, perdeu (acho eu) a posição de vantagem que tinha com este adversário em caso de igualdade pontual e tem agora cinco jogos difícieis para conseguir os pontos de que ainda precisa.
Talvez necessite, ainda, de pelo menos 6 pontos para garantir a manutenção, o que se perspectiva muito complicado.
Sr. Donaldinho, para sua informação, que eu sei que é uma pessoa pouco actualizada, o Idanhense foi ganhar 5-3 ao reduto do Bidoeirense!!!
Allez Idanhense, Allez!!!
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