João Alves, em entrevista a O JOGO, assume as dificuldades que sentiu para se afirmar na equipa leonina, mas diz sentir-se já preparado psicologicamente para não defraudar as expectativas na próxima época.
Agradece a confiança que Paulo Bento lhe transmitiu e afirma que os jogadores tudo farão para retribuir o esforço que o clube tem feito para elevar a competitividade da equipa de futebol
O JOGO Concluída a temporada, que balanço faz do seu primeiro ano no Sporting?
JOÃO ALVES Em termos colectivos o Sporting não alcançou o seu principal objectivo, que era a conquista do título... No entanto, conseguimos terminar no segundo lugar que nos dá acesso directo à Liga dos Campeões, prova na qual todos saímos valorizados, quer os jogadores, pela presença, quer o clube, pelo prestígio.
P Em termos individuais, no entanto, não se conseguiu impor. Termina a temporada com algum sentimento de frustração ou mesmo desilusão pelo seu rendimento?
R Não! Frustração nunca! Foi um ano em que as coisas de facto não me correram bem. Assumo isso, mas espero que para o ano me corram melhor. O meu rendimento individual não é uma frustração, pois o importante foi a equipa. Acima de tudo senti a confiança do treinador, o que me deixou satisfeito.
P O treinador Paulo Bento disse recentemente que houve factores – nomeadamente transferência para um grande, para outra cidade, pressão e, em alguns momentos, problemas físicos – que limitaram o seu rendimento...
R Concordo com essa análise. O que o treinador disse está correcto e agora tenho é que trabalhar para melhorar. De facto cheguei ao Sporting sem fazer a pré-temporada com a equipa e acusei o processo de adaptação. Também entrei na equipa quando esta não estava bem e quando as coisas começaram a correr mal... Lembro-me perfeitamente da derrota com a Académica... Houve uma série de resultados negativos que me afectaram psicologicamente. Mas depois disso recuperei, ganhei forças e a confiança que o então novo treinador demonstrou ter nas minhas capacidades foi importante.
P Paulo Bento falou em défice de agressividade...
R Sim. Tem razão. Comecei a ganhar mais agressividade na parte final do campeonato. Também por isso creio que me irei apresentar de outra forma na próxima época.
P Espera, então, impor-se na equipa?
R Não vou criar ilusões, o que posso dizer é que irei dar o máximo pelo clube.
P A – falta de – empatia com os adeptos poderá ter sido também aspecto importante na sua afirmação?
R Nós jogadores não nos podemos deixar influenciar por essas questões. O Sá Pinto é um exemplo nesse aspecto. É muito acarinhado por todos e tem mística importante. Mas nós temos de aceitar o que o público pensa. temos de passar ao lado para que o nosso rendimento não seja afectado. É sempre bom sentir carinho. Eu senti-me bem nesta primeira temporada no Sporting, com o apoio de toda a gente e sobretudo do grupo de trabalho.
P Está tudo encaminhado no sentido de o Sporting alienar património não desportivo, cujos dividendos significam, entre outras coisas, uma aposta forte no futebol. Os jogadores sentem responsabilidade acrescida e a necessidade de retribuir com êxitos?
R É lógico que essa decisão seja apoiada pela maioria. Se fizerem esse esforço para nos dar melhores condições temos de retribuir. As condições para o êxito estão reunidas.
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