Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Jorge Sousa (Porto)
BENFICA – Quim (4); Maxi Pereira (4), Luisão(4), Katsouranis (0) e Léo (3) (Ruben Amorim, 68 m (3)); Reyes (2), Carlos Martins (2), Yebda (4) e Di Maria (3); Aimar (2) (Nuno Gomes, 48 m (3)) e Cardozo (3) (Sidnei, 65 m (3)).
FC PORTO – Helton (1); Sapunaru (2), Rolando (4), Bruno Alves (3) e Fucile (3); Tomás Costa (2) (Guarin, 46 m (3)), Fernando (3) (Hulk, 61m (3)) e Raul Meireles (3) (Candeias, 82 m); Lucho Gonzalez (4), Lisandro (3) e Cristian Rodriguez (3).
Ao intervalo: 0-1
Golos: 0-1, Lucho Gonzalez (10 m, de grande penalidade); 1-1, Cardozo (55 m).
Resultado final: 1-1
Cartão amarelo a Katsouranis, Sapunaru, Fernando, Cristian Rodriguez, Cardozo, Lucho Gonzalez, Lisandro e Nuno Gomes.
Cartão vermelho (segundo amarelo) a Katsouranis (58 m).
Sistemas Tácticos
Benfica
Porto
Modelos de Jogo
Benfica
Posse e Circulação de Bola; Domínio e Controlo da Partida; Bloco subido; Assumir Iniciativa de Jogo.
Porto
Contenção; Expectativa; Bloco médio/baixo; Transições Rápidas.
Principais Incidências da Partida (fonte: www.record.pt)
3' - Boa iniciativa atacante do Benfica. Centro para a área de Maxi Pereira e cabeceamento de Aimar. Por cima do alvo.
10' - Grande penalidade para o FC Porto, após falta de Katsouranis sobre Lucho. O grego puxou o argentino na área de rigor, após um passe longo. CARTÃO AMARELO para KATSOURANIS.
11' - GOLO DO FC PORTO, por LUCHO.
Na cobrança da grande penalidade, o capitão dos dragões consegue facturar perante o guarda-redes Quim. Está feito o primeiro da noite no Estádio da Luz.
17' - Cabeçada de Cardozo e Lisandro a safar sobre a linha de golo. Esteve à vista o golo do empate.
18' - Boa iniciativa do Benfica. Na sequência de um livre, Carlos Martins arranca um centro rasteiro e bem ensaiado. Mas a bola rematada por Reyes não segue o caminho desejado pelos pupilos de Quique.
19' - Cristian Rodriguez responde com classe. Aparece isolado à frente de Quim e tenta enganar o antigo companheiro. O guarda-redes leva a melhor. Tudo isto após remate de Lisandro que desviou em Katsouranis.
31' - Cardozo faz um passe fenomenal da esquerda para a direita do ataque encarnado, fazendo a bola chegar a Di María, que consegue ludibriar o seu marcador directo e entrar na área, onde acaba por ser desarmado.
41' - Lisandro ia sentenciando o resultado na Luz. Entra bem pela direita, após abertura de Lucho, e remata cheio de intenção, fazendo a bola embater no poste da baliza à guarda de Quim. Que momento!
45' - Quase, quase. Boa jogada do ataque do Benfica, com a bola a sobrar para Aimar, que na direita, junto à linha final, centra para Cardozo. O cabeceamento sai por cima do alvo.
46' - SUBSTITUIÇÃO no FC PORTO. Sai Tomás Costa e entra GUARIN.
50' - Guarin rouba a bola a um adversário e coloca a bola de bandeja no centro para Lisandro. O argentino remata para as nuvens...
50' - SUBSTITUIÇÃO no BENFICA. Sai Aimar, lesionado, e entra NUNO GOMES.
52' - Reyes recebe bem na direita e descai para o centro, apostando então no remate. A bola passa perto da baliza do FC Porto, mas Helton estava a controlar a situação.
56' - GOLO DO BENFICA, por CARDOZO.
Yebda entra bem pela esquerda e centra tenso. Helton sai, mas desvia a bola precisamente para a cabeça de Cardozo, que se limita a fazer mira e cabecear certeiro. Bruno Alves ainda tenta cortar, mas a bola já tinha ultrapassado a linha. Empate na Luz.
59' - CARTÃO AMARELO e consequente VERMELHO para KATSOURANIS, após falta dura sobre Cristian Rodriguez.
61' - Cristian Rodriguez está com a corda toda. Entra em "slalom" pela área encarnada e desfere um remate brutal, defendido com classe pelo guardião Quim.
62' - SUBSTITUIÇÃO no FC PORTO. Sai Fernando e entra HULK.
64' - Bom movimento de Nuno Gomes, que culmina com um remate forte. Bola para as bancadas.
66' - Hulke remata forte para defesa apertada de Quim.
82' - SUBSTITUIÇÃO no FC PORTO. Sai Raul Meireles e entra CANDEIAS.
Destaques
Melhores em Campo
Benfica
Yebda - Eficaz na recuperação e na circulação da bola, conferiu fluidez ao processo ofensivo.
Trabalhou por ele e por outros, revelando, ainda, disponibilidade para esticar os movimentos ofensivos da equipa.
Aproveitou a sua envergadura física para ganhar a generalidade dos duelos a meio-campo e para construir a jogada da qual resultou o golo do empate benfiquista.
Maxi Pereira - Impecável a defender, anulou a maior parte das iniciativas atacantes do seu compatriota e colega de selecção Cristian Rodriguez.
Exibição segura e dinâmica.
Quer à esquerda, quer à direita, revelou sempre um excelente sentido posicional, que lhe permitiu antecipar os movimentos ofensivos portistas.
Após a lesão de Léo, provou mais uma vez a sua polivalência, ao jogar como lateral esquerdo.
Luisão - Está num bom momento de forma e a partida de hoje confirmou-o.
Sentido posicional, concentração e agressividade foram predicados maiores numa exibição que primou pela segurança.
Porto
Rolando - A principal surpresa de Jesualdo no onze inicial alardeou uma tranquilidade assaz notável, que lhe possibilitou exibir-se sem mácula.
Começou tímido, mas cresceu e muito com o desenrolar do encontro.
Rápido e concentrado, fez lembrar, em alguns momentos de jogo, Pepe.
Lucho - A desmarcação e a conversão do penalty foram momentos maiores num desempenho pautado pelo rigor, entrega, maturidade, eficácia no passe e espírito de sacrifício nos momentos mais difíceis.
Piores em Campo
Benfica
Katsouranis - Simplesmente lamentável a exibição do grego.
Noite absolutamente desastrada.
O penalty sobre Lucho e o derrube a Rodriguez foram tão claros quanto infantis.
Inexplicáveis num jogador tão experiente e habitualmente concentrado.
Mas, mais: talvez fruto da ingenuidade inicial, errou passes em zonas proibidas e patenteou uma gritante insegurança posicional e uma lentidão, que o colocaram sempre um metro e um segundo atrasado em relação aos adversários.
Reyes - muita parra e pouca uva.
Andou sempre longe do jogo. Raramente conseguiu desequilibrar.
Viu-se mais a defender nos 30 minutos finais do que a atacar no restante tempo de jogo.
Porto
Helton - Abordou muito mal o cruzamento de Yebda, sacudindo-o para a frente, o que permitiu a Cardozo o cabeceamento que redundaria no golo do empate.
Um "frango" que manchou decisivamente a sua exibição (até pela importância que viria a ter no resultado final).
Tomás Costa - Inexistente.
Limitou-se a tarefas defensivas, não conseguindo transmitir profundidade ao flanco direito dos portistas.
Arbitragem
Avaliou bem os lances capitais do encontro e bem esteve quer no aspecto técnico, quer no aspecto disciplinar.
Comentário
E tudo Katsouranis levou...
Dois erros inacreditáveis de Katsouranis influiram, decisivamente, no curso da partida desta noite.
Duas "paragens cerebrais" que hipotecaram as aspirações do Benfica à vitória.
Face a este conjuntura, o empate acabou por ser um mal menor.
E um mal menor com sinais positivos, conquanto o Benfica assumiu a iniciativa do jogo (com excepção da meia hora final em desvantagem numérica), encarou sem receios a partida, demonstrou um propósito inequívoco de vitória, logrou recuperar de uma desvantagem e evidenciou organização e capacidade de leitura das circunstância quando em inferioridade numérica na derradeira meia hora.
Jesualdo preferiu, de novo, a heterodeterminação e apresentou um 4x1x4x1 visando controlar a previsível dinâmica encarnada pelas alas.
Por seu turno, Quique manteve inalterado o 4x4x2, apenas procurando introduzir outra profundidade e velocidade pelos flancos com as entradas de Reyes e Di Maria.
Assim, não foi de estranhar que as equipas tenham encaixado uma na noutra e que os desequilibrios tenham surgido fruto de acções individuais.
Apostando na contenção e na expectativa, o Porto alicerçou o seu processo ofensivo nas transições rápidas.
Ao invés, o Benfica tomou sobre si a responsabilidade das diligências do jogo, com as linhas subidas e procurando recuperar a bola em zonas adiantadas do terreno.
O Benfica dealbou intenso e pressionante, mas a frivolidade de Katsouranis refreou os ímpetos encarnados.
Em vantagem, os portistas acentuaram a sua vocação defensiva, assente num bloco médio/baixo, que deixava muito pouco espaço para as penetrações dos avançados benfiquistas.
O Benfica impacientou-se e, nos minutos seguintes, perdeu fulgor.
Restabelecida a confiança, o Benfica assenhoreou-se do comando da partida e, até ao intervalo, construiu três boas oportunidades de golo (sendo certo que o Porto também podia ter ampliado a vantagem num remate cruzado de Lisandro, que embateu no poste).
Na segunda parte, o Benfica entrou bem e na sequência de um cruzamento de Yebda para defesa incompleta de Helton, Cardozo cabeceou para o empate.
O Benfica dava nota de querer dar a volta ao resultado, mas, apenas três minutos volvidos, novo erro infantil de Katsouranis cerceou as pretensões encarnadas.
Se até aí o Porto havia eleito a contenção como matriz essencial do seu modelo de jogo, com a expulsão de Katsouranis, aditou audácia aos seus propósitos.
Em desvantagem numérica, o Benfica fez o que as circunstâncias exigiam - baixou o bloco e entregou a iniciativa ao Porto.
Revelando uma organização defensiva impecável, abdicou do domínio da partida, mas não perdeu o seu controlo.
Jesualdo acrescentou unidades ao sector atacante, mas o Porto revelou-se sempre incapaz de ultrapassar a bem estruturada linha recuada do Benfica.
Com excepção de uma acção de Rodriguez aos 61 minutos, a esterilidade foi a nota dominante do momento ofensivo portista.
Deste modo, a igualdade persistiu até final.