sexta-feira, fevereiro 24, 2006

No domingo, joga-se mais um clássico do futebol português.
Um clássico sim, não um derby, pois que tal denominação deve, apenas, ser utilizada nos jogos que opõem equipas da mesma Cidade.
Mostra-se exercício hercúleo antecipar os sistemas tácticos e as constituições das equipas, pela simples razão de que ambos os treinadores não primam, propriamente, pela constância nas suas escolhas.
Ainda assim, atrevo-me a empreender tal tarefa.
Koeman, como tem sido muito atacado pela rotatividade que tem imposto na equipa e como sabe que se trata de um jogo decisivo para a equipa que orienta, não irá introduzir qualquer alteração na estrutura táctica e no onze que apresentou frente ao Liverpool.
Apenas coloca a hipótese de jogar Nélson no lugar de Alcides.
Tudo o mais se conservará inalterado, com Beto a titular e Karagounis no banco (para mal dos meus pecados).
Penso que se trata de um opção que assenta num princípio de risco mínimo, com a qual discordo frontalmente.
O SLBenfica deveria apostar num onze diferente, porque distintas são as concepções tácticas de Adriaanse e Benitez.
A escolha do onze a apresentar não poderia deixar de levar em linha de conta o esquema táctico que o FCPorto tem apresentado, estruturado em 3x3x4.
Jogar com dois pontas de lança exigia-se.
Por outro lado, promoveria o regresso à titularidade de Karagounis, jogando no meio-campo, um pouco à frente de Petit.
Introduziria, ainda, uma alteração na baliza, com Quim a assumir-se como titular.
Assim, o onze pelo qual optaria seria composto por Quim, Nélson, Luisão, Anderson e Léo, Petit, Karagounis, Robert e Simão, Nuno Gomes e Marcel.
No que tange ao FCPorto, Adriaanse, teimoso como já demonstrou ser, não irá alterar o esquema com que tem jogado, fazendo alinhar Baía, Bosingwa, Pepe e Pedro Emanuel, Raúl Meireles, Paulo Assunção e Lucho, Quaresma, Ivanildo, Adriano e Mccarthy.
Pondero como possível a troca de Ivanildo por Lisandro.
Não acredito que a simples mudança de guarda-redes faça Adriaanse regressar aos quatro defesas, na medida em que é homem de ideias fixas e quererá provar a justeza da sua opção pelo esquema de 3 defesas.
Que vença o Benfica.
O resto, leia-se qualidade de jogo, é-me completamente indiferente.
Quero é ganhar, tudo o mais não é importante.

A propósito do AAC/Sporting

Disputa-se, amanhã, um dos jogos mais aguardados para esta jornada.
Trata-se de um clássico do nosso futebol e como tal apesar do favoritismo dos leões, creio que será possível repetir a vitória da 1ª volta.
A Briosa surge desfalcada de Ezequias, Pedro Silva e Zé Castro.
Penso que, face a estas ausências, não restará outra alternativa à Briosa que não seja jogar com uma linha de quatro defesas - Sarmento, Danilo, Hugo Alcântara e Nuno Luís.
Este quarteto terá que jogar nos limites da concentração, pois que o seu entrosamento é deficitário (nunca jogaram juntos) e o Sporting apresentar-se-á com dois pontas de lança.
Penso que Brum irá funcionar como terceiro central, por forma a permitir a Alcântara posicionar-se como líbero (há que evitar a igualdade numérica e recusar a inferioridade numérica).
A principal fragilidade defensiva da Académica tem residido no jogo aéreo, sendo que Alcantâra foi responsável por mais de metade dos golos sofridos em lances desse tipo.
O futebol ofensivo dos leões não assenta no recurso a cruzamentos, até porque a equipa se estrutura em losango, com médios laterais e sem extremos.
Penso que por aqui não haverá problema, com excepção dos livres laterais e cantos, lances em que se exige a maior das concentrações, pois Liedson aparece bem nos espaços vazios a finalizar.
No meio-campo, com Luciano a contas com problemas disciplinares (parece que o seu fígado tem sido atormentado, com bastante frequência, por carradas de caipirinhas e afins), julgo que Vingada abdicará dos extremos e estruturará a equipa num sistema idêntico ao do Sporting, ou seja, com Brum, numa dupla função - central, quando a equipa não tiver a posse de bola e trinco, quando a equipa a dispuser, Dionattan, na meia direita, N´Doye, na meia esquerda, e Filipe Teixeira, no apoio aos dois pontas de lança, assim construindo um losango.
Na frente, Vingada deverá optar por Gelson e Joeano (Joeano um golo vai marcar e pôr a Mancha a cantar, Joeano...).
Outra hipótese passa por povoar o meio-campo, fazendo entrar mais um elemento, provavelmente Nuno Piloto, em detrimento de um dos pontas de lança, neste caso muito seguramente e infelizmente Joeano (comigo jogava sempre).
As opções de banco de Vingada, especialmente Luciano, se e quando utilizadas em momento oportuno (no dealbar da 2ª parte) poderão ser decisivas.
Num ou noutro sistema, necessário será apresentar, sempre, equilíbrio defensivo e ofensivo, pois que remetendo-se a uma defesa porfiada, desprezando o contra-ataque, a Briosa será massacrada e, possivelmente, goleada.
Espero e desejo que regresse o Filipe Teixeira de Alvalade (que fantástica exibição fez no jogo da 1ª volta), fazendo alarde de todo o seu talento, aproveitando o jogo entre linhas para criar oportunidades de golo.
O carisma de N´Doye nestes jogos (o que me custou o ano passado o seu golo em Penafiel) será outro dos pontos chave do encontro.
A consistência do quarteto defensivo nas marcações a Liedson e Deivid será outro ponto determinante.
A agressividade do meio-campo da briosa e a qualidade da posse de bola afiguram-se-me como outros dos factores capazes de influenciar o curso da partida.
Certamente que será um jogo difícil para a Briosa, mas não o será menos para o Sporting caso não alcance um golo nos primeiros vinte minutos.
As equipas ir-se-ão apresentar muito emparelhadas, em pressão alta, com marcações fortes e pouco espaço para jogar.
Penso que será um jogo que se decidirá num lance de bola parada ou de contra-ataque ou, ainda, num qualquer erro clamoroso.
Lá estarei na companhia de um dos participantes neste blog que, estou certo, muito sofrerá, pois que o seu coração estará, inevitavelmente, dividido.

A propósito do jantar

Vocês são fantásticos. O vosso sentido de humor é genial. No entanto, tentem focalizar-se na data e localização do jantar.Eu proponho a data de 10 de Março, no Restaurante "Casarão", em Leiria.
Digam, agora, de vossa justiça.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Imagens com história - Uma grande equipa da Briosa

Mais fotografias



Aqui, o Sissoko ainda conseguia ver

Repto aceite!

Como sugeriu o "Carlos", penso que seria boa ideia reunirmo-nos à volta de uma mesa e fazermos uma grande jantarada.
Aceitam-se sugestões para a data e local de tão grandioso evento.
Após, alcançarmos consenso, iniciar-se-ão as inscrições.

A visão do Xistra


Uma imagem vale mil palavras! Como já escrevi, só sob o efeito de "café com leite", "chocolate" ou "fruta" que tenha degustado na véspera é que se justifica a "precipitação"do Sr. arguido Carlos Xistra.

Para acicatar alguns ânimos!


Esta imagem diz tudo, será que alguém, ainda, sustenta que é penalty?

Para reflexão

A prestigiada Bloomberg editou um artigo, dia 17 de Fevereiro, em que faz uma análise extremamente interessante ao futebol português, em que cruza a sustentabilidade económica com as assistências nos estádios, tendo como pano de fundo os investimentos que foram feitos.
Segue o artigo:
Portugal, host of Europe's top soccer competition less than two years ago, is finding the $1 billion it spent on showpiece stadiums for the tournament is crippling the national game.
The 10 arenas built or refurbished for the 2004 European Championship have turned into white elephants. They are victims of no-shows, fans who can't afford to buy tickets because of the economy's demise, and increasing maintenance bills that are hurting teams who play on the fields.
Five teams folded this season and four-fifths of clubs are late with salary payments. Last weekend, the nine top-flight games attracted 80,000 fans to stadiums that hold a combined 278,000, according to national league statistics.

Espaço Prof. Karamba

Os jogos desta semana são:
Jogo 1: SLBenfica/FCPorto;
Jogo 2: AAC/Sporting CP;
Desde já, como habitualmente, deixo a minha contribuição.
Jogo 1: 2-0
Jogo 2: 2-1
Renovo o meu apelo à participação massiva dos meus amigos que tanto ardor têm posto na discussão das tricas da bola nacional e que tanto me têm divertido.
Participem!!!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

O momento!!!







De regresso às grandes noites europeias

Ontem, lá fui em peregrinação à Catedral.
Lindo, fantástico, inolvidável, sublime, são os adjectivos que me perpassam a mente ao recordar a noite europeia de ontem.
Ultrapassadas as peripécias que rodearam a minha entrada, ao ver o estádio cheio, num imenso mar vermelho, vieram-me à memória as fantásticas noites, em que pela mão do meu pai, tive a oportunidade de assistir a muitas e gloriosas vitórias europeias, a maior das quais a meia-final com o Marselha com 140 mil pessoas na velha Luz.
Tal como tinha previsto, Koeman apresentou uma equipa marcadamente de contenção.
Uma vez mais, revelou-se um treinador temeroso, pouco crente nas capacidades da sua equipa.
Todavia, Benitez ainda se mostrou mais cauteloso, apostando num onze surpreendente, prescindindo de Gerrard (ao que se sabe lesionado), Hamann e Crouch.
O Liverpool demonstrou, claramente, desde o primeiro minuto de jogo, que procurava, apenas, empatar, para assim decidir a eliminatória em Anfield Road.
A partida acabou por ser marcada pelos receios dos treinadores.
Tratou-se de um jogo, essencialmente, táctico, sem grande brilho.
Na 1ª parte, o jogo decorreu sempre a meio-campo, com poucas ou nenhumas oportunidades de golo.
O Benfica dispôs de uma chance num livre à entrada da área, no final da primeira metade, muito mal cobrado por Simão, diga-se em abono da verdade, e o Liverpool dispôs de uma meia-oportunidade num lance em que Moretto largou, incompreensivelmente, a bola, valendo Andersson.
As duas equipas pareceram muito receosas uma da outra e a qualidade do futebol praticado ressentiu-se disso mesmo.
Primeira parte fraquinha, num jogo excessivamente táctico, sem brilho.
No Benfica, apenas Robert, com um punhado de boas incursões e passes, se destacou.
Pelo contrário, Alcides e Beto mostraram, se tal fosse necessário, que não têm valor para jogar no Benfica.
Alcides nunca ultrapassou a linha de meio-campo, nunca deu apoio ao extremo, não conseguiu efectuar um passe ou um cruzamento com nexo, enfim, somente conseguiu fechar o seu flanco, o que, face à inoperância ofensiva do Liverpool, não se mostrava difícil.
Beto, por seu turno, é um caso de clara inaptidão para a prática do futebol. Se o futebol se resumisse a vontade, garra e luta, Beto seria o seu expoente máximo, mas como assim não é, tudo se torna complicado.
Com a bola nos pés, Beto nunca soube que destino lhe dar, incorrendo em sucessivos passes transviados e, como tal, em consecutivas percas de bola. Mais do que isso, jogando num sector nevrálgico no que concerne à organização do futebol ofensivo da equipa, a sua inépcia resulta no cercear da capacidade ofensiva da equipa.
Intervalo com 0-0 e a esperança ainda presente.
No reinício da partida, uma desilusão - Beto continuava firme no seu posto.
Todo o estádio assobiava Beto quase desde o início e o jogador, já de si suficientemente tosco, revelava-se, cada vez mais, perturbado, incapaz de dar a mínima consistência ou nexo ao seu futebol. Infelizmente, Koeman permanecia impávido e sereno, desprezando o contributo de Karagounis.
Finalmente, aos 60 minutos, o técnico holândes lá se decidiu a fazer entrar Karagounis.
Acabou, nesse momento, a rigidez táctica e a magia surgiu.
Karagounis não é nenhum sobredotado, mas é um jogador de inegáveis qualidades técnicas, de boa visão de jogo, com capacidade de organização, de transporte de bola e com carradas de experiência.
O futebol do Benfica como que se transfigurou com a sua entrada, até porque permitiu a Manuel Fernandes recolocar-se na posição que lhe é própria (até aí esteve sempre perdido em campo, sem sentido de colocação no terreno).
Karagounis catapultou a equipa para o ataque e o Benfica começou a criar ocasiões de perigo e a ganhar livres perigosos nas imediações da área.
Esta é, aliás, uma das características do grego - como conduz a bola sempre colada ao pé e a protege muito bem com o corpo, os adversários na busca de o desarmarem, geralmente, incorrem em falta.
E seria na sequência de um desses lances que o Benfica chegaria ao Golo, num cabeceamento portentoso de Luisão.
Aí o estádio veio abaixo. Instalou-se a loucura nas bancadas e o ambiente criado foi de incomensurável euforia e de fervor clubista.
Logo após o golo, Koeman regressou aos temores iniciais e apressou-se a retirar Léo (só o melhor em campo) para colocar Ricardo Rocha em jogo.
Incompreensível.
Talvez não tenha sido por acaso que o Liverpool, que até então não havia conseguido executar qualquer incursão pelo flanco esquerdo do Benfica, alcançou dois cantos por aquela "banda".
Jogo globalmente fraco, mas que valeu pelo resultado e pelo ambiente no estádio.
Decidiu-se num lance de bola parada como é habitual em jogos deste género.
Numa análise individual direi que Moretto esteve nervoso, precipitado, com erros que poderiam ter-se revelado fatais, reclamando-se a titularidade de Quim o mais depressa possível, Alcides fez o que pode, fechando a preceito o seu corredor, Luisão e Andersson, impecáveis no centro da defesa, com a mais valia para Luisão de ter sido o autor do golo do triunfo, Leó, esteve insuperável, exibição fabulosa, pletórica de vontade, força, empenho, raça, às quais juntou a sua reconhecida capacidade técnica (não perdeu um lance de cabeça).
No meio-campo, Petit foi um gigante, jogando por si e por Manuel Fernandes e Beto, tendo, ainda, tempo para ser o principal municiador do ataque e para ser o mais rematador da equipa (aquele chapéu de meio-campo merecia melhor sorte), de Beto já disse tudo, não tem valor para jogar no Benfica, Manuel Fernandes andou perdido a maior parte do tempo, até à entrada de Karagounis, revelando, acima de tudo, uma vez mais, uma condição física e técnica muito deficientes.
Robert, enquanto teve pulmão, fez o seu melhor jogo pelo Benfica, sendo o principal construtor do futebol ofensivo do Benfica na primeira parte, Simão, foi uma sombra de si mesmo, apático, furtando-se ao mínimo choque, escondendo-se do jogo, incapaz de criar desequilíbrios.
Nuno Gomes esteve incansável numa missão de claro sacrifício, emparedado entre Hyppia e Carragher.
Karagounis, já o disse, foi o principal artífice da vitória, quer por aquilo que jogou quer pela revolução que a sua entrada provocou na equipa.
Nélson, no escasso tempo em que esteve em campo, limitou-se a defender.
Agora, Sr. Koeman, por favor, não invente no jogo da segunda mão...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Equipa provável ou exercício de adivinhação

Penso que Koeman vai apresentar a seguinte equipa no jogo de amanhã:
Moretto, Alcides, Luisão, Anderson e Ricardo Rocha, Petit, Beto, Karagounis, Robert e Simão, Nuno Gomes.
Jogará em função do adversário, precavendo-se para o jogo aéreo do Liverpool e colocando Beto a marcar Gerrard.
Penso que irá cercear o futebol ofensivo da equipa e que apostará em lances de contra-ataque, de bola parada e de inspiração individual para chegar ao golo.
Eu, pelo contrário, procurava não inventar. Aqui fica a minha sugestão:
Moretto, Nélson, Luisão, Anderson e Léo, Petit, Manuel Fernandes, Karagounis, Robert e Simão, Nuno Gomes.
Nunca gostei de equipas excessivamente preocupados com o adversário, anulando a sua identidade.
Assim, não abdicaria de Nélson e Léo, pois o jogo pelos flancos é a arma mais poderosa da dinâmica ofensiva do Benfica.
Por outro lado, continuo a pensar que a melhor defesa é o ataque e esta equipa dá-me mais garantias de conseguir indíces elevados de posse de bola e de construção de lances ofensivos.
Não faço prognósticos quanto ao resultado, mas espero e desejo que o Benfica vença.
Essencial, todavia, parece-me ser não sofrer golos.
Os perigos do Liverpool assentam na qualidade do seu meio-campo, com destaque, óbvio, para Gerrard e as suas famosas diagonais, na segurança defensiva, embora os seus centrais sejam um pouco duros de rins, e no jogo aéreo, com relevância especial para Peter Crouch no alto dos seus 2,00 metros.
Penso que se o Benfica conseguir "esconder" a bola dos ingleses, jogar em velocidade na fase ofensiva e em antecipação na defesa, tudo conjugado com elevadas doses de concentração e transpiração, poderá vencer.
Tenho a perfeita noção de que a equipa se apresentará totalmente transfigurada em relação às últimas exibições na Liga, pois os indíces de motivação vão ser elevados.
Uma vitória constituirá ponto de viragem na carreira recente da equipa.
Amanhã, lá estarei na Catedral.

Classificação do espaço Prof. Karamba

Zex: 13 pontos;
Cavungi: 5 pontos;
Vermelho: 2 pontos;
Espero e desejo que mais leitores deste blog façam as suas apostas para a próxima jornada.

Análise à Jornada

Pior é impossível!
A jornada ficou marcada por derrotas inglórias dos dois clubes dos quais sou simpatizante e sócio.
Em Guimarães, o SLB perdeu pela terceira vez em quatro jogos.
Nos primeiros 20 minutos, o SLB, pura e simplesmente, não existiu, tendo o Vitória dominado por completo a partida.
À passagem do minuto 25, Svard num remate pouco mais do que inofensivo, mas que uma intervenção infeliz de Ricardo Rocha impeliu para a baliza, fez o 1-0.
Aí, o SLB acordou, dominando a partida até final.
Só que, infelizmente, ter posse de bola e dominar as circunstâncias do jogo não chega e o SLB revelou-se sempre estéril nas suas movimentações ofensivas.
Tão ineficaz que o primeiro remate à baliza ocorreu aos 40 minutos, num livre de Petit superiormente defendido por Nilson.
É preocupante a ausência de fio de jogo do Benfica, à qual não serão alheias, certamente, as constantes alterações introduzidas por Koeman no onze.
O Benfica demonstrou, uma vez mais, uma gritante falta de agressividade e de objectividade.
Assim, com o Benfica a dominar e o Vitória na expectativa, não faria supor um segundo golo vitoriano.
Todavia, na primeira vez que o Guimarães se acercou da área encarnada na segunda parte, um deficiente e infeliz alívio de Ricardo Rocha, colocou a bola nos pés de Neca que, numa superior execução, fez o 2-0.
Daí até final, mais do mesmo - controlo da posse de bola pelo Benfica, sem criar ocasiões de golo.
O Guimarães, com excepção dos primeiros vinte minutos, pouco ou nada fez para ganhar o jogo, mas duas intervenções infelizes de Ricardo Rocha e a inépcia ofensiva do Benfica conjugaram-se para que alcançasse o triunfo.
A derrota do SLB resultou mais de demérito próprio do que de mérito vimaranense.
Quando uma equipa entra em ciclo negativo, infelicidades como as de Sábado têm tendência a surgiu com frequência, acentuando a ansiedade e, assim, tornando, ainda mais difícil, a inversão da maré derrotista.
Numa equipa já de si ansiosa e nervosa, a circunstância de o adversário marcar primeiro e, ainda por cima, num lance de clara infelicidade, acarreta, quase sempre, danos irreparáveis.
A par de tudo isto, Koeman contribui, uma vez mais, para o descalabro.
Mexeu demais no onze (desta vez foram 6 as alterações) e mostrou-se incapaz de intervir no sentido de alterar o curso dos acontecimentos (substituições tardias e mal feitas).
Numa análise individual, Moretto esteve bem, com duas defesas portentosas no dealbar da partida, Nélson, sem a influência do início do campeonato, mas ainda assim uns furos acima de Leiria, Luisão, sem manchas ou encómios especiais, Ricardo Rocha, com os sobreditos erros a marcarem-lhe negativamente a exibição, Léo, menos afoito do que nas últimas partidas, certinho, mas pouco influente, Petit e Manuel Fernandes, sem a agressividade e a clarividência necessárias, Simão, inexistente, procurando esconder-se do jogo, Marco Ferreira, sem rasgos ou pormenores dignos de registo, Nuno Gomes, exibição esforçada, mas com duas oportunidades desperdiçadas de forma clamorosa e inadmissível, Marcel, perdido e sem capacidade para criar espaços de finalização, Karagounis e Manduca, pouco tempo em campo para que a sua acção tivesse atingido patamares de relevância significativos.
Referência final para a arbitragem de Lucílio Baptista, a qual, ao contrário dos receios expressos pelo amigo "Zex", apenas prejudicou o Benfica (como se esperava, aliás).
Mal ao não punir com a exibição de cartão vermelho a entrada de Cléber sobre Nuno Gomes, não por ser o suposto último defesa, mas pela sua brutalidade e por não ter querido, em momento algum, jogar a bola.
Ficou, igualmente, por marcar um penalty a favor do Benfica por falta de Flávio Meireles sobre Marcel na primeira parte.
Nenhum dos jogadores em risco interveio em jogada susceptível de justificar a exibição de cartão amarelo, desta forma se encerrando qualquer possível polémica.
Em Alvalade e no Dragão, partidas, curiosamente, muito similares - em ambas, os conjuntos da casa pouco fizeram para ganhar, tendo sido, inclusivé, dominados pelos seus opositores na maior parte do tempo de jogo.
O SCP realizou exibição fraquinha, pautada por estranhos problemas de domínio do jogo a meio-campo, sector reconhecidamente forte da equipa leonina.
O Paços controlou o jogo, com excepção dos minutos finais em que a sua busca desesperada pelo golo da igualdade o levou a abrir espaços fatais.
Jogo em que o desenrolar da partida foi determinado pelo assinalar de grande penalidade, quanto a mim, inexistente a favor do Sporting - Peçanha toca, claramente, a bola antes de entrar em contacto com João Moutinho.
A conversão desse penalty alterou a história do jogo, marcando-o decisivamente.
Nota para a consistência defensiva patenteada pelo Sporting, sendo esta, talvez, a razão maior para a subida de produção da equipa leonina.
As aquisições de Abel e Caneira trouxeram mais solidez ao quarteto defensivo dos leões, especialmente do ex-valenciano que bascula muito bem em zonas interiores (pareço o Joaquim Rita).
O Sporting jogou mal, mas venceu (parece ser esta a máxima de Paulo Bento).
No Dragão, o Porto sofreu a bom sofrer e só a magnífica execução de Raúl Meireles e as brilhantes intervenções de Helton evitaram que o Marítimo saísse com outro resultado.
O Marítimo dominou a partida, controlou a posse de bola e dispôs de duas ou três chances de real perigo para alcançar o golo.
O Porto apenas no final da partida, criou duas oportunidades de golo, uma das quais num remate fabuloso de Mccarthy que encontrou o ferro da baliza insular.
O jogo ficou marcado por aquele que é, até ao momento, o momento mais bizarro, em termos de arbitragem, da Liga.
Xistra, se calhar ainda sob o efeito do chocolate ou da fruta que, porventura, comera na véspera, viu um jogador do Marítimo a jogar a bola com a mão, quando, claramente, até pela trajectória da bola, o fizera com a cabeça.
Não fora o auxiliar o ter advertido do erro cometido e a partida ficaria resolvida de imediato.
Porventura, o auxiliar não gosta de chocolate ou de fruta...
Evidente de mais para ser apenas um erro de julgamento...
No restante da jornada, destaque para a derrota da Briosa em Barcelos.
É, no mínimo, inglório marcar três golos e sair derrotado da partida.
Joeano, outra vez, em grande, provando ao Prof. Vingada a sua imprescindibilidade.
A situação ficou mais complicada, sendo imperioso vencer o Sporting no próximo Sábado (e já agora para a Taça se fazem favor).
Braga e Nacional regressaram às vitórias, continuando a "pelear".
O Boavista continuou na sua senda vitoriosa, com exibição fantástica de Zé Manel (faz-me lembrar o António Borges, o bigodaça que jogou no Chaves e no Braga, pois ambos poderiam ter tido outra projecção nas suas carreiras não fôra o facto de terem surgido tarde na divisão principal do nosso futebol).

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Reflexões academistas

Esta foi uma semana pautada por notícias, francamente, desanimadoras em relação à minha Briosa.
Se, no início da semana, o choque foi enorme ao ler que o Presidente de uma instituição com a riqueza histórica da Briosa se achava indiciado num processo criminal de contornos mais ou menos obscuros, já, no final da semana, foi com um sentimento de inevitabilidade que li que o grande Zé Castro vai abandonar a Académica a custo zero no final da época, transferindo-se para o FC Porto.
Estas duas notícias, embora pareçam em nada estar relacionadas, muito dizem daquilo que tem sido a vida da Briosa nas duas últimas décadas.
Na verdade, os erros de gestão financeira e desportiva têm sido mais do que muitos.
A presidência de Campos Coroa assentou num projecto revivalista, iconoclasta, pejado de simbolismos, que teve tanto de tão bem intencionado, como de utópico.
Procuraram-se construir plantéis de vertente marcadamente académica, à imagem dos anos dourados da Briosa, sem que se tenham acautelado, devidamente, quer os encargos financeiros, quer desportivos de tal opção.
Daí ao desclabro financeiro e desportivo foi um pequeno passo.
Coroa que havia já destruído a secção de andebol na década de 90, demonstrou, uma vez mais, se tal fosse necessário, ser um péssimo gestor.
O seu amor à Briosa é inquestionável, mas a sua curta capacidade de gestão também o é.
Coroa deixou o clube num caos.
Seguiu-se-lhe João Moreno, num apelo sebastianico tão ao gosto das gentes de Coimbra.
Conseguiu endireitar o clube, colocá-lo, de novo, no rumo certo e deu-lhe perspectivas de crescimento futuro.
Todavia, a doença cerceou-lhe a capacidade de intervenção.
Os seus colaboradores mais directos degladiaram-se, então, na guerra pela sucessão.
Venceu o menos académico de todos, o actual Presidente José Eduardo Simões, por uma razão muito singela: ao tempo como agora, os problemas financeiros constituíam o maior de todos os males que apoquentavam a instituição e José Eduardo Simões surgia aos olhos dos associados como o mais capaz de os resolver.
Por uma vez, os sócios da Briosa decidiam, na aparência, com a razão em detrimento do passado institucional do candidato.
O capital de confiança de Simões junto da Banca e de investidores fizeram a diferença.
Mas, enganaram-se.
No início do Consulado Simões tudo parecia correr às mil maravilhas, sucesso desportivo à dimensão da Briosa e das circunstâncias e aparente saúde financeira.
Chegavam jogadores com cartel e os resultados surgiam.
Não obstante, cedo se percebeu que Simões, mais do que servir a instituição, pretendia servir-se dela em seu proveito pessoal.
A notícia do início da semana é disso reflexo assaz eloquente.
Sem que se façam quaisquer juízos precipitados de culpabilidade, o certo é que não deixa de constituir motivo de preocupação e de lástima profunda ver o nome da Briosa envolto em questões do foro criminal.
Não procuro crucificar ou condenar em praça pública J.E.Simões, mas tão só expressar o meu mais vivo repúdio pela sua actuação enquanto Presidente da Briosa.
O estado das finanças da Académica é paupérrimo, com um passivo gigantesco, ao passo que desportivamente a situação é, no mínimo, periclitante.
Os mecenas não surgiram, o endividamento bancário é enormissímo e a qualidade do plantel de futebol duvidosa.
O clube afunda-se financeiramente e corre o sério risco de o fazer também desportivamente.
A notícia da saída do Zé Castro entronca nesta na medida em que ambas me desgostam profundamente e constituem prova cabal da errática gestão de José Eduardo Simões.
Zé Castro é um jogador formado na Briosa, estudante universitário, com elevado potencial futebolístico.
Não curou esta direcção de tratar da renovação contratual deste atleta em tempo congruo, deixando, assim, a instituição depauperada financeira e desportivamente.
O caso Marcel é outro dos exemplos de má gestão.
José Eduardo Simões, perante o alucinante crescimento do passivo, afirmou que a Briosa tinha activos desportivos em valor suficiente para fazer face aos encargos gerados.
Parece que não.
Os dois activos que poderiam gerar mais-valias substanciais foram, ingloriamente, desbaratados.
Com Marcel emprestou-se a troco de compensação desconhecida e com Zé Castro investiu-se a troco de mais-valias desportivas evidentes, mas financeiramente inexistentes.
Deste modo, com o passivo galopante e com a saída dos jogadores mais valiosos a troco de pouca coisa ou coisa nenhuma, nem se auguram sucessos desportivos, nem, muito menos, económicos.
Aliás, a política desportiva seguida por José Eduardo Simões tem-se revelado um desastre completo.
Para além das descritas situações, encheu a equipa de brasileiros, destituindo-a de qualquer identidade.
Para cúmulo, Roberto Brum, com apenas um ano de clube, foi no sábado passado capitão de equipa. Impensável diria eu se tal hipótese me fosse colocada, ainda para mais num clube cuja singularidade assenta no seu apego à tradição.
Entristece-me ver a minha Briosa nesta situação, a Académica merece muito mais e muito melhor.
Por mim, no papel de mero associado, tudo farei para inverter este estado de coisas.

O duelo da Jornada


Desafio ou Espaço Prof. Karamba

Decidi lançar um desafio a todos quantos fazem o favor de serem leitores e opinadores deste blog.
Assim, a partir da presente jornada da Liga, proponho-vos que façam os vossos prognósticos sobre os resultados das equipas grandes em cada jornada.
Trata-se de um mero exercício de adivinhação especulativa ao jeito do grande e inefável Prof. Karamba.
Por cada resultado final e número de golos certos, serão atribuídos 5 pontos;
Por cada resultado final certo, embora com número de golos errado, serão atribuídos 3 pontos;
Por cada número de golos certo, embora com resultado final errado, serão atribuídos 2 pontos;
Serão admitidas participações até à hora de início das partidas.
No final da temporada, haverá um prémio surpresa para o vencedor.
Esta jornada os jogos a concurso serão os seguintes:
Jogo 1:Vitória de Guimarães/SLBenfica;
Jogo2: Sporting CP/Paços de Ferreira;
Jogo 3: FC Porto/Marítimo.
O criador do blog, também, decidiu participar, o que fará já de seguida (embora, não ignore que dificilmente ganhará, pois que o seu facciosismo, certamente, nunca o permitirá).
Jogo 1: 1-2;
Jogo 2: 1-2;
Jogo 3: 0-0.
Boa sorte e participem!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

E assim vai a nossa República!!!

Com as eleições legislativas de Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram eleitos.
Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades. Sem, contudo saírem tristes ou cabisbaixos.
Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (deles) a um subsídio que dizem de reintegração: - um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.
Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 euros). Feitas as contas e os deputados que saíram, o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros.
No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma. Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.
Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
Almeida Santos......................... 4.400, euros;
Medeiros Ferreira....................2.800, euros;
Manuela Aguiar.........................2.800, euros;
Pedro Roseta............................ 2.800, euros;
Helena Roseta........................... 2.800, euros;
Narana Coissoró....................... 2.800, euros;
Álvaro Barreto........................... 3.500, euros;
Vieira de Castro........................ 2.800, euros;
Leonor Beleza.......................... 2.200, euros;
Isabel Castro............................. 2.200, euros;
José Leitão................................ 2.400, euros;
Artur Penedos............................1.800, euros;
Bagão Félix............................... 1.800, euros.
Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos os seguintes:
Sónia Fortuzinhos.... 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço
Maria Santos..................... 62.000, euros /9 anos de Serviço;
Paulo Pedroso........ 48.000, euros / 7 anos e meio de serviço;
David Justino............ 38.000, euros / 5 anos e meio de serviço;
Ana Benavente................... 62.000, euros / 9 anos de serviço;
Mª Carmo Romão.............. 62.000, euros / 9 anos de serviço;
Luís Nobre Guedes... 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço.
A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente na última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca de 20.000, euros cada.

Ainda sou do tempo...

Quando os jogadores tinham bigodaça, cabeleira farta e à porta dos campos de futebol, no meio do cheiro a coirato, se gritava o pregão: "É pró cu, é pró cu, é pró cu... almofadinhas prá bola!"

Uns mais do que os outros

Nunca vi um treinador ser chamado de inteligente. (Emerson Leão)

Uma insensatez ou pior uma estupidez

A dupla dinâmica Madaíl/Scolari escolheu o Alentejo, mais propriamente Évora, como local para a realização do pré-estágio de preparação para o Mundial de 2006.
Não contesto a qualidade do local escolhido, as facilidades obtidas, a compensação monetária alcançada, o simbolismo da escolha de uma localidade do interior, mas estranho que, de um ponto de vista meramente técnico, seja este o local ideal.
Aquando da preparação para o Mundial de 2002 Coreia/Japão, a federação, na pessoa do seu Presidente, elegeu Macau como palco para a realização de idêntico pré-estágio.
As condições climatéricas de tão adversas que são, não permitiram uma preparação condigna.
As condições climatéricas de tão distintas que são, não permitiram a necessária adaptação à metereologia da Coreia e do Japão.
Os resultados foram o que foram.
Cometeu-se um erro grave.
Mas se o foi, pior é enveredar pelo mesmo erro duas vezes.
Errar é humano, não aprender com os erros é estupidez.
Ora, ao escolher Évora, me parece que Madaíl trilha o mesmo caminho, potenciando a criação das necessárias condições para o insucesso.
O estágio realizar-se-á entre finais de Maio e princípios de Junho.
Nessa altura do ano, não sendo preciso ser-se um qualquer Anthímio de Azevedo, as temperaturas no Alentejo situar-se-ão num patamar entre os 35 e os 40 graus.
Não julgo que sejam temperaturas adequadas à preparação de uma equipa de futebol para a disputa de uma competição com a exigência de um Mundial.
Não será por isso que as grandes equipas portuguesas se refugiam em países com climas mais amenos para a realização dos estágios de pré-época? e não será por isso que, mesmo as mais pequenas, procuram zonas de Portugal onde as temperaturas são menos abrasivas?
Por outro lado, o clima na Alemanha não se assemelha em nada ao do nosso Alentejo, daí advindo naturais problemas de adaptação.
A preparação será inexoravelmente afectada e as consequências poderão ser catastróficas, nomeadamente dado que na 1ª fase vamos encontrar adversários com um estilo de futebol muito atlético - Angola e Irão, principalmente.
Em suma, uma escolha asnática, à imagem dos decisores.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Retratos da vida de uma claque

Artigo do DN a propósito do corte de relações entre a SAD portista e os SD:
"(...) Para trás fica uma intimidade quase promíscua, como denunciava Costinha, em entrevista à revista Sábado em Novembro do ano passado. "De dia ameaçavam os jogadores, à noite jantavam com dirigentes do FC Porto", referia o médio agora no Dínamo de Moscovo.
O jogador reportava-se à época passada, em que os Super Dragões invadiram um treino de Victor Fernandez antes do jogo em Guimarães, terão agredido jogadores após o empate com o Nacional, na Madeira (Derlei passou a andar com seguranças até ir para a Rússia), serviram de guarda-costas a Carolina Salgado nas bancadas do Estádio da Luz e escoltaram Pinto da Costa ao Tribunal de Gondomar.
"Macaco" tornou-se até visita de casa de Pinto da Costa, onde esteve no último Natal. "A minha mulher é muito amiga da Carolina [Salgado]", lembra o líder da claque no seu livro. "- in DN.

Uma imagem ilustrativa

A versão censurada dos Sopranos

Mais uma pérola de Gabriel Alves

(Patacas falha o penalty)...E agora é Simão, mas vamos lá ver se Simão acerta ou não! GOLO! (alguns segundos)... Simão, o estilista sob a relva!
Mais uma vez, Gabriel Alves inova na comunicação futeboleira e chega mesmo a partilhar segredos do oficio.
Ignorava que o Simão era Estilista, pensava que se tivesse algum azar no mundo do futebol enveredaria por uma carreira de cabeleireiro.
Parabéns Simão, para gajo da moda até que bates bem penaltys.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Diferenças de tratamento mediático ou sintomas de mediocridade

O Vitória de Guimarães esteve este ano nas competições europeias, mais concretamente na Taça UEFA.
A certa altura da prova, chegou a ser a única equipa portuguesa presente na competição.
Nunca justificou a presença das televisões para, pelo menos, transmitirem algum dos jogos da fase de grupos.
Na semana passada, num sábado de manhã, quando a equipa treinava, os adeptos decidiram comparecer em massa, contavam-se perto de 3.000, para mostrarem o apoio à equipa e entregar aos jogadores, em formato digital, imagens das deslocações por esse país fora, por parte do adeptos do Guimarães.
As televisões não apareceram.
Ontem, o bruxo de Fafe, como é conhecido, decidiu fazer uma peregrinação, para ajudar o Vitória a manter-se na primeira divisão, e ao mesmo tempo, e segundo ele, para eliminar o mau olhado dos jogadores.
Desta vez, a televisão, esteve presente! Acredito que adivinhem com facilidade, qual a estação que passou as imagens.

Sorteio da Taça

Taça de Portugal:
Benfica-V. Guimarães
V. Setúbal-Boavista
Marítimo-F.C. Porto
Académica-Sporting
A eliminatória joga-se a 15 de Março

Análise à Jornada

A jornada deste fim de semana não trouxe quaisquer novidades no topo da classificação.
Na Luz, o SLB venceu, sem problemas, o Penafiel.
Exibição paupérrima do Benfica na 1ª parte, com ligeira melhoria na etapa complementar.
O SLB entrou nervoso, muito marcado pelos dois resultados negativos acumulados nas jornadas anteriores.
Sem conseguir ligar jogadas de ataque, pertencerem aos penafidelenses as melhores ocasiões da partida na metade inicial.
Na sequência de dois cantos, Moretto foi chamado a exibir-se a grande altura, efectuando duas defesas portentosas a duas cabeçadas não menos excelentes de Wellington e Roberto.
Desta vez, Moretto garantiu a inviolabilidade das suas redes.
Não obstante, a diferença de qualidade entre as duas equipas, de tão gritante que é, permitiu ao Benfica chegar ao golo.
Geovanni, na sequência de um passe excelente de Petit, inaugurou o marcador.
Todavia, nem assim o Benfica serenou, continuando a apresentar um futebol desgarrado, sem nexo.
Karagounis, cuja titularidade havia sido por mim e por muitos outros reclamada, realizou exibição confrangedora, não acertando com o tempo de passe, perdendo-se em dribles, mais ou menos, estéreis.
De igual forma, Manduca e Robert passaram ao lado do jogo.
Aliás, a carreira destes jogadores ao serviço do SLB tem sido pautada por uma irregularidade preocupante.
Koeman decidiu e bem mexer na equipa ao intervalo - fez sair Karagounis e Manduca, entrando Manuel Fernandes e Nuno Gomes para os seus lugares.
A equipa melhorou, muito por culpa de Manuel Fernandes que veio dar a agressividade, a organização e o critério de passe necessários.
Ainda assim, só após o auto-golo de Roberto que materializou o dois a zero no marcador, é que o Benfica encontrou o equilíbrio emocional.
Daí à goleada foi um percurso natural, potenciado pela quebra anímica do Penafiel.
Nota mais para Moretto, Léo, Petit, Manuel Fernandes e Nuno Gomes.
Nota menos para Karagounis, Robert e Manduca.
Exibições sem grandes rasgos de Alcides, Luisão, Anderson, Simão, Giovanni e Marcel.
Nota final para expressar o meu repúdio pela ausência de fair-play no 3º golo do SLB.
Acredito que os jogadores intervenientes na fase inicial do lance, não tenham visto Pedro Moreira no chão, carecido de assistência.
Contudo, já o mesmo não se pode dizer em relação a Léo e Nuno Gomes.
Tinha sido mais próprio parar a jogada antes do cruzamento.
Em Setúbal, o Sporting somou mais três pontos, dando sequência à serie de bons resultados que vem trilhando.
Jogo muito lutado, muito centrado a meio-campo, sem grandes atractivos.
O Sporting, sem realizar exibição mais do que mediana, venceu através do aproveitamento de dois lances de bola parada.
Carlos Martins é, do meu ponto de vista, a unidade mais talentosa do plantel leonino, sendo que, se as lesões não o apoquentarem, poderá, em breve, guindar-se a outros palcos.
O Setúbal demonstrou que se encontra, em claro, ciclo descendente, surgindo evidente que a sua classificação não condiz com o valor do seu actual naipe de jogadores.
Muito embora, os leões hajam sido superiores na maior parte do tempo de jogo, o erros de arbitragem desempenharam papel de relevância decisiva na vitória alcançada.
Com efeito, João Vilas Boas, por indicação do seu auxiliar, anulou um golo limpo ao Setúbal no terminus da 1ª parte, por pretenso fora de jogo de Sougou.
Seria o 1-1 num momento crucial do jogo.
Por outro lado, já na segunda parte, não assinalou um castigo máximo a favor do Vitória por falta de Tonel sobre Fonseca.
Não ignoro que esteve, igualmente, mal no penalty assinalado a favor do Setúbal, mas o certo é que os erros anteriores, por passíveis de influírem o curso da partida, assumiram grandeza capital.
No Restelo, o FCP venceu, com inteiro merecimento, o Belenenses.
Diga-se, em abono da verdade, que o FCP é a equipa que, neste momento, melhor futebol pratica em Portugal.
A exibição frente ao Belenenses constitui exemplo acabado de tal.
O Porto dominou o jogo a seu bel prazer, impondo o ritmo e gerindo as circunstâncias do jogo de forma pletórica.
Se será acertivo afirmar a qualidade do futebol apresentado pela equipa portista, de igual forma, me parece, correcto asseverar que o esquema táctico em que assenta se mostra susceptível de causar amargos de boca aos adeptos e simpatizantes portistas.
Está por demonstrar que, contra equipas mais competitivas, o sistema de apenas um central de marcação seja capaz de conferir solidez defensiva à equipa.
Acaso Adriaanse cumpra a sua promessa de insistir no 3-3-4, o jogo da Luz será teste crucial na confirmação ou infirmação das suas potencialidades.
Nos restantes jogos, destaque para a vitória do Leiria na Choupana, provando à saciedade a qualidade do seu futebol de contra-ataque.
Contra um Nacional fatigado pelos 120 minutos da Luz, os "speedy gonzalez" do Lis, Maciel, Paulo César e Touré, gozaram do espaço que tanto gostam para dinamitarem a defensiva nacionalista.
Destaque, também, para o Boavista que conta por vitórias os jogos disputados na segunda volta do campeonato.
Em Coimbra, em jogo a que assisti ao vivo, o Boavista fez da agressividade defensiva o mote principal da sua estratégia.
Com oito operários na busca, por todas as formas e a todo o custo, da recuperação da posse de bola o mais cedo possível, o Boavista procurou, em seguida, ou servir os extremos, Paulo Jorge e Zé Manel, ou a estrela da companhia, João Pinto, para, assim, desenhar, jogadas de contra-ataque.
Este com dois golos demonstrou, uma vez mais, que, ainda, faz a diferença.
Realce, igualmente, para Lucas que realizou exibição fantástica, cortando linhas de passe, recuperando bolas, lançando o contra-ataque, rematando, enfim, estando em todo o lado, sempre em movimento.
A minha Briosa, estrangulada que foi pelo pressão alta do Boavista, nunca conseguiu "entrar" no jogo.
Destaque negativo para o árbitro que, em algumas ocasiões, permitiu que os jogadores do Boavista ultrapassassem os limites da virilidade própria do futebol, sem a devida punição.
Aliás, J.V.P deveria ter sido expulso, por agressão a Dionattan.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O tal Título de Jornal a que me referia...


Pravda dixit...

A propósito de certos títulos de Jornais e opiniões de comentadores


Alguém consegue imputar ao árbitro auxiliar um erro neste lance? será que é de mim ou nem com a imagem parada se conseguem dissipar todas as dúvidas sobre a posição de Kim? não foi determinado que, em caso de dúvida, se deve beneficiar quem ataca em matéria de fora de jogo? não será esta uma dessas situações?

Só para que conste


Benfica's list of honours:
31 Portuguese championships: 1936, 1937, 1938, 1942, 1943, 1945, 1950, 1955, 1957, 1960, 1961, 1963, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1971, 1972, 1973, 1975, 1976, 1977, 1981, 1983, 1984, 1987, 1989, 1991, 1994, 2005
26 Portuguese Cups: 1930, 1931, 1935, 1940, 1943, 1944, 1949, 1951, 1952, 1953, 1955, 1957, 1959, 1962, 1964, 1969, 1970, 1972, 1980, 1981, 1983, 1985, 1986, 1987, 1993, 1996, 20044 Portuguese Super Cups: 1980, 1985, 1989, 2005
2 European Cups (former Champions League): 1961, 1962
5 European Cup finals: 1963, 1965, 1968, 1988, 19901
Latin Cup: 1950.»
FIFA.com, 03/02/2006

Se isto vira moda...

Émerson Leão, treinador do Palmeiras, agrediu um repórter de pista ao intervalo do encontro desta quarta-feira frente ao Guaraní, a contar para o Estadual de S. Paulo.
No final, foi detido para prestar declarações, depois de o jornalista Henrique Semedo ter apresentado queixa.
Depois de ter feito o depoimento, Leão decidiu também apresentar queixa contra o repórter, por também entender ter sido agredido.
À saída do estadio, o técnico já tinha insinuado as suas intenções: «É preciso ver os dois lados. Também fui vítima. Estava a ir para os balneários, quando ele pôs o microfone na minha boca. Bateu-me nos dentes. Depois, ele mandou-me para aquele lugar e deu-me um pontapé.»
A outra versão é bem diferente.
O guarda-redes Marcos disse aos jornalistas que a defesa estava a cometer erros, apesar do resultado estar ainda em 0-0.
Semedo perguntou isso mesmo a Leão, que o empurrou.
Em directo, o repórter disse que o técnico estava «a ser simpático, como de costume».
O treinador ouviu, virou-se e deu-lhe um soco. «Voltou-se para me perguntar o que tinha dito e agrediu-me. Estou aqui para trabalhar. Vou queixar-me e fazer valer os meus direitos.»
Quando regressou dos balneários, Émerson Leão foi cercado pelos jornalistas em busca de mais declarações e empurrou um deles, derrubando-o.

Pelos caminhos de Portugal





Análise à Eliminatória da Taça de Portugal

Ultrapassaram esta eliminatória as equipas, teoricamente, favoritas.
Inexistiu o tão propalado em "futebolês" Tomba-Gigantes.
Na Luz, o SLB venceu, com inteiro merecimento, o Nacional.
Koeman introduziu, uma vez mais, alterações na constituição da equipa, mas, acima de tudo, na estruturação da equipa.
Com efeito, o SLB apresentou Quim, Alcides, Beto, Manduca e Geovanni nos lugares de Moretto, Nelsón, Petit, Robert e Marcel.
Rotatividade determinada quer pela necessidade de salvaguardar os indíces físicos de alguns jogadores, quer pela existência de jogadores a cumprir castigo, quer pela busca de elevação dos indíces de motivação de alguns jogadores.
Mais do que a, previamente, anunciada rotação de jogadores, emergiu assaz relevante a alteração que Koeman promoveu na postura da equipa.
Face às recentes derrotas, alicerçadas em golos sofridos em situação de contra-ataque, Koeman conferiu maior profundidade à defesa, fazendo-a recuar uns bons 15 metros.
Assim, procurou colocar a defesa a salvo dos lançamentos longos para as suas costas.
Acresce que todos os jogadores demonstraram um empenho muito superior em tarefas defensivas, o que, naturalmente, tornou a equipa mais estável e equilibrada.
Se nos primeiros vinte minutos de jogo, o equilíbrio foi a nota dominante, a partir daí o SLB foi dono e senhor da partida, construindo oportunidades de golo em série.
Tal como em jogos anteriores, o desacerto na finalização foi, contudo, o calcanhar de aquiles da equipa. Até um penalty o SLB desperdiçou.
O Nacional nunca incomodou Quim ao longo da partida, limitando-se a tentar gerir o jogo a meio-campo.
Aliás, Quim foi um mero espectador, não tendo realizado qualquer defesa. Nem sequer no desempate através da marcação de pontapés da marca de grande penalidade.
O SLB realizou exibição agradável, à qual só faltou a devida materialização no resultado.
Diga-se, a este propósito, que as oportunidades de golo desperdiçadas são o reflexo de uma equipa ansiosa, nervosa e intranquila.
No final, fez-se justiça.
Analisando individualmente os jogadores do SLB, direi que Quim foi um mero espectador, Alcides mostrou enorme vontade, embora tenha estado trapalhão, Luisão fez um grande jogo, pautado por elevados padrões de concentração, Ricardo Rocha jogou como o faz sempre, com raça e determinação, procurando implusionar a equipa para o ataque, Léo realizou exibição fantástica, percorrendo todo o corredor vezes sem conta, com idêntico equilíbrio qualitativo em termos ofensivos e defensivos, um autêntico "carrilleiro" como dizem "nuestros hermanos".
No meio-campo, Beto apresentou mais do mesmo, pulmão e pouco esclarecimento, Manuel Fernandes jogou que se fartou, demonstrando que está, paulatinamente, a regressar aos seus melhores momentos, Simão foi uma sombra de si mesmo, em condição física e psicológica periclitante, não foi capaz de acelerar o jogo e de criar desequilíbrios, Manduca foi uma agradável surpresa, alcandorando-se, enquanto o seu estado físico o permitiu, a principal impulsionador da manobra ofensiva do SLB.
No ataque, Nuno Gomes esteve esforçado como sempre, sem que, todavia, tenha tido a influência habitual no jogo ofensivo do SLB (parece-me que necessita, urgentemente, de descanso), Geovanni jogou onde gosta e onde corre, tendo realizado exibição, igualmente, esforçada, cujo ponto alto radicou no penalty que arrancou.
Quanto aos suplentes utilizados, Marcel esteve, completamente, desinspirado, desperdiçando duas ocasiões flagrantes de golo, Robert esteve activo e construiu uma mão cheia de lances perigosos e, por fim, Karagounis esteve, simplesmente, brilhante.
Karagounis com o futebol que apresentou ontem e que já tinha apresentado na segunda parte do jogo de Setúbel, reclama a titularidade.
Se não existe lugar, no actual esquema táctico do SLB, para um número 10 como Karagounis, que se invente.
A qualidade de Karagounis postula a sua titularidade.
Nos restantes jogo, destaque para a meia surpresa em Alvalade, num jogo em que o Paredes esteve a vencer e no qual o golo da vitória leonina só aconteceu já no período de descontos.
Estes jogos, como disse e bem Paulo Bento, são tremendamente difíceis para as equipas grandes do ponto de vista psicológico, mormente no que aos indíces de motivação respeita.
Nota final para a minha Briosa, que num jogo em que a sorte a bafejou, logrou eliminar o Aves.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Métodos Inovadores

Treinador acredita melhorar o desempenho dos atletas com... um «sutiã»
Os treinadores tentam sempre encontrar estratégias para melhorar o rendimento dos seus jogadores e equipas.
Carlos Roberto, do Botafogo, decidiu introduzir a utilização de um «sutiã» nos treinos, uma técnica que importou dos Emirados Árabes.
Para que serve? O técnico explica: «É um sutiã. Faz com que o jogador tenha dificuldades em ver a bola. Assim ele joga com a cabeça levantada. Muitos jogadores têm o vício de jogar de cabeça baixa e isto faz com que tenham um limite.
Depois de se retirar o colete, o jogador terá uma maior visão de jogo. Observei isso lá fora. A primeira vez que fiz este trabalho foi em 1998, nos Emirados Árabes.»
Os jogadores parecem estar rendidos aos resultados, como se comprova pelas declarações do lateral-esquerdo Bill: «Serve para transportarmos a bola sem olhar para o chão. Com aquilo não conseguimos ver a bola. Acho que foi positivo, porque pudemos tocar na bola com desenvoltura.»

O castigo aplicado pela UEFA a Ronaldo

Agora sim, cartoons e afins verdadeiramente interessantes



A propósito...

FCP/SCBraga

O jogo que encerrou a jornada, foi um jogo de sentido único.
O FCP mostrou ser claramente superior ao Braga, desenvolvendo um futebol enleante, de fortíssimo pendor atacante, ao qual só faltou a devida materialização no resultado.
O Braga foi sempre uma equipa incapaz de organizar o seu futebol ofensivo, limitando-se a gerir, da melhor forma que pôde, as investidas azuis.
Na primeira parte, o FCP dispôs de inúmeras oportunidades de golo, sem que o Braga, por uma única vez que fosse, tivesse importunado Helton.
O FCP atacava, o Braga defendia e eu lembrava-me de Leiria.
Tal como ali, a equipa que procurava o golo não o obtinha e tudo se conjugava para que viesse a suceder o que ali aconteceu.
Todavia, o Braga, ao contrário do Leiria, nem contra-ataques lograva ensaiar e o FCP, ao contrário do SLB, nem contra-ataques permitia desenhar.
Na segunda parte, o FCP chegou ao golo e então pensei que tudo estava resolvido.
Não vislumbrava lura de onde saísse coelho bracarense.
Eis senão quando, Adriaanse, porventura temeroso da reacção dos adeptos caso o Braga alcançasse um golo com o FCP a jogar com 3 defesas, sendo apenas 1 deles central, para 2 pontas de lança bracarenses, decide alterar a estrutura táctica em que vinha jogando, substituindo Adriano por Bruno Alves.
Vendo a alteração e revendo os feitos do garboso jogador entrado, logo ali pensei ser aquela a janela de oportunidade do Braga.
Tudo se confirmou e o inimitável Bruno, na primeira oportunidade de que dispôs para intervir no curso da partida, não se fez rogado, cometendo falta para grande penalidade.
João Tomás converteu o penalty e eu voltei a pensar em Leiria.
Afinal, a história pode-se repetir, ainda que parcialmente...
Me parece que os Super Dragões devem estar orgulhosos do papel decisivo que desempenharam no empate alcançado.
Acaso não houvesse ocorrido o "ataque" ao Adriaanse, penso que este nunca teria feito aquela substituição fatídica.
O "ataque" fê-lo recear as reacções dos adeptos e fê-lo decidir em função disso.
Ao fazê-la, para além de ter alterado a estrutura táctica da equipa com o jogo a decorrer, com as dificuldades de adaptação que isso, naturalmente, cria aos jogadores e de ter introduzido na partida um jogador sofrível, deu um sinal claro e inequívoco à equipa, incentivando-a a recuar no terreno e a procurar segurar o resultado.
De equipa dominadora, o FCP passou a equipa dominada. E essa não é a vocação do Porto.
Quando se abdica de atacar e se opta por defender o resultado, até então, alcançado, quase sempre se acaba por perder.
Adriaanse cometeu o pecado capital dos treinadores - deixou de pensar só pela sua cabeça e de acreditar nas suas convicções.

A Hipocrisia

Chegou-me ao conhecimento que, em mais uma transmissão televisiva do Super Bowl, a realização, lançando mão do delay imposto nas transmissões televisivas de eventos em directo nos Estados Unidos, introduziu censura na performance dos Rolling Stones.
Portugal havia conhecido episódio de contornos similares, e não me refiro aos 48 anos de obscurantismo e ditadura de que o País padeceu, no dealbar da década de 80 com o hit de então dessa mítica banda Grupo de Baile.
26 anos volvidos, os americanos ainda se mostram partidários dessa prática anquilosada, indecorosa e fascista.
É esta a imagem da América profunda - hipócrita, acéfala, complexada, retrógada, falsamente moralista, fascista, reaccionária, sectária, narcisista e racista.
É esta a América que Bush personifica e da qual é tributário.
Faz-se jus ao brocado popular - virtudes públicas, vícios privados - como modo de vida.
Uma sociedade que se construiu e se estrutura na hipocrisia, no egocentrismo e na ausência de valores humanistas.
Uma sociedade de pseudo-tolerância, de pseudo-multiculturalismo, de pseudo-superioridade moral.
É o lado lunar dos americanos, a sua raiz mais funda.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Análise à Jornada do Fim de Semana

Sábado foi um dia que dediquei quase exclusivamente ao futebol.
Primeiro, assisti ao AAC/Paços.
Bom jogo, com emoção e bons golos, especialmente o primeiro do Gelson, a finalizar uma jogada de contra-ataque com um remate de primeira, forte e colocado e o último de Serjão, a concluir uma jogada colectiva de fino recorte - cruzamento de Luciano, cabeceamento de Zé Castro (ao pé coxinho), domínio e conclusão de Serjão.
A Briosa realizou, na segunda parte, provavelmente, a sua melhor exibição da época, destacando-se a segurança de Pedro Roma, a classe de Zé Castro, a vontade e a técnica de N´Doye e a codícia de Gelson.
Finda a partida, tempo de peregrinação a Leiria.
Aí chegados, um mar vermelho inundava o Magalhães Pessoa.
Dos perto de 17 mil pessoas presentes, arrisco dizer que seriam 16 mil benfiquistas.
Do meu ponto de vista, tive ocasião de assistir à melhor exibição do SLB em termos ofensivos esta época.
O SLB na primeira meia hora da partida construiu, seguramente, três ou quatro claras oportunidades de golo, sem que, contudo, tenha logrado concretizar qualquer uma delas, assumindo-se, neste particular, o falhanço de Nuno Gomes aos 5 minutos, como o mais clamoroso.
Face às resmas de ocasiões de golos desperdiçadas, logo previ o infortunado desfecho ou não fosse este um fado já muito visto para as bandas da Luz.
O caudal ofensivo do SLB constituía uma torrente que desaguava e esbarrava na inspiração de Costinha, uma vez mais!!!, na barra da baliza leiriense e na inépcia dos avançados vermelhos.
Á passagem da meia hora, o Leiria começou a sacudir a pressão e num lance, aparentemente, inofensivo, João Paulo fez o primeiro do jogo.
Culpas para Moretto, com a única atenuante de não ter visto a bola partir perante o aglomerado de pernas que à sua frente se perfilhavam.
Aliás, neste como no lance de Maciel no dealbar da segunda parte e como no lance do terceiro tento leonino, ficou bem patente um dos problemas técnicos que o guardião brasileiro tem de resolver rapidamente - joga demasiado junto à linha de baliza, certamente fruto do seu percurso futebolístico marcado por passagens por clubes de pequena dimensão, cujas defesas se posicionam de forma mais profunda.
Numa equipa como o SLB em que os defesas jogam com trinta metros nas costas, o guarda-redes tem que se posicionar quase como líbero, junto à linha limite da sua grande área.
Chegou o intervalo e face à qualidade do futebol apresentado pelo SLB na primeira parte, não havia vivalma naquele estádio que não acreditasse na "remontada" (como o Koeman no seu castelhano da Catalunha gosta de dizer).
Na segunda parte, mais do mesmo.
Pressão ofensiva do SLB, materializada na construção de mais umas quantas oportunidades de golo, cujo destino foi invariavelmente o mesmo da primeira parte.
Costinha que já se exibira em grande plano na primeira parte, ainda se aprimorou mais, realizando a sua segunda melhor performance da carreira - a melhor foi, sem dúvida, o ano passado na Luz.
A defesa ao remate de Robert e ao cabeceamento de Marcel são do outro mundo.
Com o SLB a empurrar o Leiria para o seu meio reduto, pensava-se que o golo não tardaria.
Puro engano!!!
Luisão regressou aos seus primeiros tempos em Portugal e com uma infantilidade que nem nos Infantis se perdoa, perdeu a bola a meio-campo e, ainda por cima, quando em desespero tentou impedir o golo leiriense, correu para o mesmo sítio onde já se achava Ricardo Rocha, deixando Fábio Felício completamente sozinho para fazer o golo.
Culpas para Moretto em mais um erro de falta de escola - defendeu para o único local para o qual um guarda-redes quando sacode uma bola não o pode fazer, a frente da área.
Com 2-0, o entusiasmo inicial esmoreceu.
Todavia, o golo de Manduca, numa bela execução técnica, reanimou os espíritos.
Volvidos que foram poucos minutos, contudo, novo golo do Leiria, num lance típico do final das partidas em que uma das equipas busca deseperadamente o tento do empate ou da vitória.
Globalmente, direi que o SLB realizou exibição ofensiva de muito bom nível, criando imensas chances de golo, à qual faltou o devido equilíbrio defensivo.
O Benfica entrou muito bem, com uma dinâmica forte, mas não conseguiu transformar em golos as oportunidades que criou. Com a ansiedade de recuperar, cometeu deslizes defensivos que se reflectiram no resultado.
Erros como os de Luisão e Moretto não são admissíveis em alta competição.
O SLB perdeu e bem e fundamentalmente por culpa própria.
Destaque para João Paulo, pois me parece que está a nascer em Leiria um trinco de enormíssima qualidade.
Não me parece que seja caso para alarmismos excessivos, até porque na primeira volta do campeonato já se havia desenhado idêntico cenário.
Foi precisamente nesta fase do campeonato que o SLB sofreu duas derrotas consecutivas, Gil Vicente e Sporting, sendo curioso que até os contornos das partidas não deixam de ser similares.
Antes como agora em Leiria, o SLB massacrou o Gil e acabou por perder por 0-2.
Antes como agora, o SLB jogou de forma paupérrima contra o Sporting que, em ambas as ocasiões, o levou de vencida.
Espero e desejo que tudo termine da mesma forma - uma vitória expressiva sobre o Penafiel (na primeira volta contra o Leiria).
Koeman deve, no entanto, reflectir sobre a sua abordagem aos jogos - não há nenhuma equipa que a mudar de estrutura de jogo para jogo consiga manter estabilidade e consistência colectivas. O rendimento da equipa está a ser vítima das permanentes alterações introduzidas por Koeman no onze.
Nota final para vos deixar um comentário do mais fino humor de um amigo sportinguista que era suposto nos acompanhar a Leiria e que acabou por não ir - "Só não sei porque fiquei em casa."
Quanto ao SCP/Nacional, como facilmente se depreende do sobredito, não vi o jogo, não me sentindo, como tal, capaz de emitir um juízo valorativo.
No que concerne à restante jornada, destaque para a vitória do Gil sobre o Setúbal, com exibição fantástica de Carlitos, para a exibição de J.V.P, qual Fénix renascida das cinzas, para o empate do Belém em Guimarães e para a vitória do Penafiel sobre o Marítimo, a segunda na competição.
Para hoje, serei um dos 7 milhões de adeptos do S.C.Braga.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Infelizmente é esta a realidade!

No Tribunal do Trabalho de Gondomar, o secretário judicial teve de pagar do seu próprio bolso a conta da luz à EDP, sob pena de a empresa cortar a electricidade no tribunal.
O Sindicato dos Funcionários Judiciais diz que esta situação é «lamentável» e vai repetir-se noutros tribunais.
Pois é, a opinião pública em geral ignora as concretas condições de trabalho existentes nos Tribunais portugueses.
Quadros de Funcionários e Magistrados por preencher, sub-orçamentação, equipamento informático obsoleto, edifícios em considerável estado de degradação, bibliotecas, quando as há, desprovidas dos mais elementares compêndios jurídicos, salas de audiência em número inferior ao juízos e varas existentes, inexistência de salas de testemunhas, inexistência de gabinetes próprios para a realização de diligências de inquérito, carência de gabinetes em número coincidente com o quadro de Magistrados, só para referir alguns exemplos mais marcantes.
Infelizmente, é este o quadro da esmagadora maioria dos Tribunais portugueses.
Se às apontadas deficiências acrescermos a crescente desvalorização e degradação do estatuto sócio-profissional de Magistrados e Funcionários, a ausência de uma ideia estruturante do ordenamento jurídico, enformadora das codificações substantivas e adjectivas civis e penais,
uma produção legislativa errática e, muitas vezes, contraditória, pautada pela sucessiva introdução de alterações avulsas, desenquadradas do conjunto do sistema jurídico, afectando a estabilidade e a segurança que são próprias do Direito e uma Administração Pública embrenhada nas suas teias burocráticas, alcançamos, em traços gerais, as principais razões pela quais a Justiça portuguesa está como está.

Viagem no tempo, mas que se mantém actual

um poema de Natália Correia a João Morgado (CDS-PP)
«O acto sexual é para ter filhos» -disse o deputado do CDS-PP num debate sobre legalização do aborto.
A resposta em poema, que fez rir todas as bancadas parlamentares, veio de Natália Correia. Aqui fica:
Já que o coito - diz Morgado -tem como fim cristalino, preciso e imaculado fazer menina ou menino; e cada vez que o varão sexual petisco manduca, temos na procriação prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento, lógica é a conclusão de que o viril instrumento só usou - parca ração! - uma vez.
E se a função faz o órgão - diz o ditado -consumada essa excepção, ficou capado o Morgado.