segunda-feira, março 06, 2006

Análise à Jornada

Ao contrário do que se poderia supor, os três grandes venceram, sem tibiezas, as partidas deste fim de semana.
Na Reboleira, único jogo que tive oportunidade de ver este fim de semana, fruto de diversas vicissitudes, o Benfica, num jogo fraquinho, venceu, com inteira justiça, o Estrela.
Partida muito jogada a meio-campo, com escassas oportunidades de golo, na qual a luta se sobrepôs, claramente, à qualidade do futebol praticado.
O Benfica apresentou-se, novamente, com um onze distinto do da última jornada.
Desta vez, contudo, por força da ausência de Simão, por castigo, substituído por Geovanni.
Jogo insípido, com o Benfica a mostrar-se incapaz de criar ocasiões de perigo em toda a primeira parte.
O Estrela chegou ao glo num lance de bola parada, com Moretto a ficar, francamente, mal na fotografia.
Um frango, não tão grande como o perú do Baía na Luz, mas um frango.
Construiu mal a barreira, posicionou-se mal na baliza e foi lento a reagir.
Contrariamente ao previsto, o Estrela chegava ao golo na transformação de um livre e não num lance de contra-ataque.
Para a segunda parte, Koeman, inversamente ao expectável, não procedeu a qualquer substituição, antes optando por redistribuir os jogadores em campo.
Assim, Geovanni surgiu a ponta de lança, Robert à direita e Karagounis na meia esquerda.
A equipa melhorou, se bem que não muito, e num lance de bola parada, Robert, com um remate seco, forte e colocado, restabeleceu a igualdade no placard.
Percebendo o erro de casting que constituiu a colocação de Karagounis na meia esquerda do ataque e detectando a incapacidade física de Geovanni, Koeman introduziu Manduca e Miccoli na equipa.
Aí sim, o Benfica subiu de produção e finalmente passou a acercar-se com perigo da área do Estrela.
Miccoli com um pontapé de primeira fez Bruno Vale brilhar e Manduca na recarga atingiu a base do poste da baliza do Estrela.
Estava dado o mote para aquilo que seria o golo do Benfica.
Lançamento longo, Nuno Gomes amorteceu de peito para Miccoli que, de primeira, desferiu forte pontapé, o qual, após embater em Maurício, se anichou nas redes estrelistas.
O Benfica chegava à vitória com "estrelinha".
Destaque para o acerto do quarteto defensivo do Benfica, provando, uma vez mais, a justeza da opção pelo recuo da linha defensiva em 15 metros após Leiria, para Manuel Fernandes, pelas inúmeras bolas que recuperou a meio-campo, para Robert nos lances de bola parada e para o regresso de Miccoli, que, embora ainda longe da forma física ideal, demonstrou, uma vez mais, toda a sua utilidade.
Destaque negativo para Paulo Costa e seus auxiliares, perfeitamente desastrados, perdoando a expulsão a Paulo Machado no dealbar da partida e assinalando mal quatro fora de jogo ao ataque do Benfica.
Com supra aludi, não tive ocasião de assistir à transmissão de qualquer outro dos jogos dos grandes.
Pelo que vi, ouvi e li, parecem-me meritórias as vitórias de Porto e Sporting, merecendo especial referência os dois golos de Koke na sua estreia na Liga.
No mais, como vos disse, desloquei-me a Leiria, na companhia de dois outros companheiros deste blog, para assistir a uma justissíma vitória da Briosa.
Antes da partida se iniciar, tivemos oportunidade de conviver com o inimitável João Pinto, em missão de observação ao serviço do Porto.
Visivelmente mais anafado, foi de uma simpatia a toda a prova.
Quanto ao jogo em si, a Académica dominou, integralmente, a partida, num jogo sem história, tão clara que foi a superioridade da Briosa.
0-2 foi, assim, um resultado curto, pecando, como em outras situações, Vingada por falta de ambição.
Nota negativa para Duarte Gomes e seus auxiliares, que tudo fizeram para complicar a vida à Briosa.
Desde um golo mal invalidado a Zé Castro a um critério disciplinar incompreensível.
Realce negativo, igualmente, para Costinha que deu um grande perú, provando à saciedade que só engata nos jogos contra o Benfica.
Novidade colhida em primeira mão no intervalo do jogo junto do empresário do jogador, foi a certeza de que, infelizmente, Zé Castro irá abandonar a Briosa no final da época e que o seu destino será o estrangeiro.
Numa tarde soalheira de Inverno, vitória sem contestação da Briosa, mantendo-se a tradição.
Ficam a faltar 3 vitórias para assegurar a tão desejada manutenção.

6 comentários:

samsalameh disse...

Renovo o comentário do meu amigo vermelho.
Pois eu também lá estive no Magalhães Pessoa e fiquei com a sensação que dos 2.263 adeptos que ali entraram para assistir a um jogo que podia ter dado goleada caso o Professor quisesse arriscar mais um bocado no ataque (lembre-se, o Leiria jogou com 10 quase uma hora de jogo), deviam cerca de 2.000 adeptos da Briosa...Enfim, acabei por concluir que a AAC tem dois estádios na região centro: o de Coimbra e o de Leiria!
Também tive ocasião de ver com os meus próprios olhos esse grande jogador do "Estávamos à beira do abismo, demos um passo em frente e ganhámos". Com grande admiração minha não estava só o grande capitão do FCP a tirar umas notas...Atrás de mim, um senhor de cabelo, estilo Presidente do V. de Guimarães, também anotou alguns pormenores de alguns jogadores...Ou a Briosa, com o andar da carruagem, renova o contrato com alguns jogadores, ou então mais uma vez e sem receber qualquer contrapartida deixa ir mais alguns embora!!
Fico a aguardar pelos resultados da BetandVermelhoWin para ver que classificação ocupo neste momento.
Um abraço e aguardemos serenamente por esse grande jogo de 4ª feira.

Anónimo disse...

Também estive no Magalhães Pessoa, também vi o João Pinto, também vi os "olheiros".
Gostei do jogo a que assisti, onde a Académica deu um banho de futebol a "uma das 3 ou 4 equipas da 1ª Liga que melhor futebol praticam", como disse Koeman antes de sair derrotado por 3-1 do mesmo estádio.
Afirmação esta com a qual eu até concordei, pois que o Leiria, já sob o comando do Jorge Jesus, efectuou um conjunto de jogos onde exibiu um futebol de agradável qualidade, nomeadamente no jogo da 1ª volta em Coimbra.
Simplesmente, ontem a Académica deverá ter feito uma das melhores exibições desta época e não deixou, simplesmente, o Leiria jogar - o que, aliado a uma certa displicência com que o Leiria entrou em campo, levou a que o jogo tivesse um só sentido (como eu gosto desta expressão!)
A Académica merece ficar na 1ª Divisão, tem um bom conjunto de jogadores (Zé Castro, Pedro, Filipe Teixeira, Brum, Pedro Roma), tem uma boa massa associativa e um bom estádio, e com o resultado de ontem deu um grande salto nesse sentido.
Quanto aos grandes, não concordo com o Snr. Administrador quando diz que os três grandes venceram, sem tibiezas.
Lá que o FCP tenha ganho sem tibiezas, concordo, tão avassalador foi o seu domínio sobre o Nacional.
Que o SCP tenha ganho sem tibiezas, também concordo, pois que, ainda que tenha construído o resultado no quarto de hora final e tenha produzido uma exibição pouco vistosa, foi incontestável o seu domínio e controlo do jogo, e a vitória nunca esteve em causa.
Agora quanto ao SLB, se acha que ganhar com um golo já nos descontos, depois de (mais) um jogo miserável, é ganhar sem tibiezas...
Mas deixo este assunto para o camarada ZEX comentar....

Ndrangheta disse...

Concordo com o vermelho e o samsalameh e é com enorme prazer que vejo que o meu amigo Vicente regressou ao nosso convívio.
Como tás, pá? a filha do Barbosa, o do café,teve cá este fim de semana, tá cada vez mais grossa.
Ainda lhe fiz a corte, mas...
Tive que me virar para a Lurdes.
Afinal, não há mulheres feias, mas sim homens que bebem pouco...
Dá notícias.
Abraço a todos

Vermelho disse...

Amigo Carlos, por forma a ser o mais rigoroso possível, procurei no dicionário o significado da palavra "tibieza".
Encontrei os seguintes resultados: qualidade do que é tíbio; tepidez;
fraqueza;frouxidão;indolência;faltade fervor, de devoção.
Negativamente será, então, para o que aqui nos interessa, sem fraqueza, sem frouxidão, sem indolência, sem falta de fervor, sem falta de devoção.
Analisando a forma como os grandes alcançaram as suas vitórias no fim de semana, conclua que o termo empregue se mostra perfeitamente conforme com a análise que fiz.
No caso do Benfica, marcar nos descontos, após árdua batalha para atingir tal desiderato, não será demonstração de ter actuado sem fraqueza, sem frouxidão, sem indolência, com fervor e devoção?!!
Abraço.

Anónimo disse...

Caro Amigo Vermelho:
Nesse caso, entendi mal a expressão "tibieza" e daí o reparo que postei.
A ser assim, e nesse sentido, concordo totalmente com o presente artigo.
De facto, ainda que o benfica possa ter tido alguma sorte na vitória, como têm sorte todos os que ganham com golos marcados depois da hora, reconheço que, pelo menos no segundo tempo, lutou por ela e foi com inteira justiça que a alcançou.
E ainda bem que assim foi, pois desta forma continuamos a ter um campeonato muito renhido, quer na luta pelo primeiro lugar quer na fuga à despromoção.
Para terminar, desejo as maiores felicidades a todos os condóminos benfiquistas - e em especial ao Snr. Administrador - para o próximo jogo com o Liverpool.
Um abraço.

Anónimo disse...

Caro condómino Prof. Venceslau:
Não me admira que o senhor comece a ficar confuso.
A falar italiano, checo, espanhol e nesse português arcaico qualquer um se confunde.
Imagino Vossa Excelência nos momentos que antecedem o seu sono diário a remomoriar, nessas línguas todas, o que foi o seu dia, ora em checo, ora em italiano, ora no seu intrincado linguajar, e não me é dificil concluir que tem, pelo, menos duas horas pela frente antes de "ferrar o galho", com sucessivas idas à casa de banho, não tanto para verter líquidos como, principalmente, para se mirar ao espelho, a fim de confirmar que se trata, efectivamente, de Vossa Excelência.
Por isso, não queira atribuir aos meus modestíssimos comentários e às dúvidas que por vezes neles levanto, as suas próprias interrogações sobre quem Vossa Excelência é.
Respeitosos cumprimentos.