quarta-feira, março 08, 2006

Antevisão da batalha de Anfield

Joga-se, hoje, um dos mais importantes encontros na história recente do SLBenfica.
O resultado da 1ª mão abre boas perspectivas.
Todavia, importa, desde logo, não embandeirar em arco, não criar expectativas desmesuradas, até porque o ambiente que o Benfica irá encontrar não será dos mais amistosos, antes pelo contrário.
A valia do Liverpool, campeão europeu em título, emerge com outros dos factores a exigir moderação.
Contudo, o modo como Koeman irá encarar a partida mostra-se como a circunstância que mais me atormenta.
A lesão de Petit constitui duro e forte revés não no sistema táctico a apresentar, mas na estruturação da equipa.
A circunstância de Petit se achar lesionado apresenta, pelo menos, a virtualidade de impedir que Koeman incorra num erro craso, qual seria a titularidade simultânea de Petit, Manuel Fernandes e Beto.
A aposta no reforço da zona central por força da busca da conquista das chamadas “segundas bolas” e da procura em anular a capacidade criativa de Gerrard, não me pareceria desajustada, mas em medida exagerada.
A renúncia à aposta naquele tridente com a titularidade de Karagounis equivale por dizer que se troca suor, luta e entrega por capacidade de retenção da bola, de drible e de rompimento pela zona central, para além da possibilidade de “arrancar” faltas à entrada da área.
Por outro lado, aquelas escolhas transmitiriam um sinal claro à equipa – é preciso defender, isso sim é que é importante – levando-a a encolher-se no terreno e a sujeitar-se a intensa pressão dos “reds”.
Aliás, este é um dos aspectos em que Koeman falha claramente, pelo menos, se atentarmos no teor das suas afirmações nas sucessivas conferências de imprensa prévias à realização dos jogos.
Não raras vezes apresenta um discurso de pouca crença nas capacidades da equipa, muito marcado pela exaltação das mais valias do adversário e pelo acentuar das carências da equipa que dirige.
Falha nos "mind games" tão ao gosto de Mourinho.
Se pretende retirar pressão à equipa, não me parece a melhor forma de o conseguir, antes pelo contrário.
Acentua o temor pelo adversário, fazendo, inclusive, com que a equipa duvide das suas reais capacidades de o superar.
A abordagem ao jogo afigura-se-me como factor primordial para a obtenção do resultado desejado.
Por outro lado, a qualidade de Petit é indiscutível e a sua ausência será tanto mais sentida quanto o seu substituto directo seja Beto.
A diferença de valor entre ambos é colossal e o futebol do Benfica ir-se-à ressentir, mormente no capítulo defensivo ao nível da cobertura do espaço central, da conquista das segundas bolas, da capacidade de posse de bola e da qualidade e critério de passe.
A opção por uma defesa composta por Moretto, Alcides, Luisão, Anderson e Léo, não alinhando Ricardo Rocha como lateral esquerdo, projecta-se como solução acertada.
Claro está que o jogo aéreo do adversário surge como um dos seus pontos fortes, em vista, sobretudo, da titularidade de Peter Crouch, mas Alcides, Luisão e Anderson garantem competência suficiente nesse capítulo.
Abdicar de Léo, com as consequências ao nível da fluidez do jogo ofensivo da equipa, seria um erro e um erro crasso.
Cercearia a capacidade ofensiva da equipa, retirando-lhe capacidade de penetração pelas alas.
Outro dos enigmas de Koeman radica na escolha dos elementos mais adiantados.
A imprensa desportiva aponta a titularidade de Simão, Robert e Geovanni ou Nuno Gomes.
Abdicaria de Robert em detrimento de Geovanni, pois que, ainda que perdesse capacidade de decisão ao nível das bolas paradas, penso ser desejável a titularidade de Nuno Gomes, dando "o corpo às balas" no meio dos centrais, por forma a permitir a criação de espaços nas suas costas, aproveitáveis por Giovanni e Simão em diagonais rumo à área.
A opção pela colocação singela de Geovanni no ataque poderá tornar o futebol do Benfica demasiado directo, pela inexistência dos apoios laterais e centrais que Nuno Gomes concede de forma quase perfeita.
Assim, o onze que apresentaria seria composto por Moretto, Alcides, Luisão, Anderson e Léo, Beto, Manuel Fernandes e Karagounis, Simão, Geovanni e Nuno Gomes.
Os primeiros vinte minutos de cada uma das metades do jogo serão decisivos - a pressão do Liverpool, em especial na primeira parte será tremenda e aí necessário será ter capacidade de sofrimento, mas essencialmente de posse e controlo da bola.
Há que "esconder" a bola dos ingleses.
Caso faça um golo, o Benfica ficará com a eliminatória à sua mercê.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não concordo com o condómino ZEX qd. diz que o snr. administrador não percebe de táctica.
Noutras antevisões de jogos importantes para o benfica, e quando a descrença na equipa era dominante, fez correctas análises das potencialidades da equipa e do prognóstico do resultado, com acerto - vejam-se as anteriores crónicas ao Benfica-Manchester, ao Benfica-Porto e ao Benfica-Liverpool.
Daí já ter apelidado o snr. administrador de Prof. Zandinga, tal a perspicácia que demonstra na antevisão do jogo.
Concordo com o snr. Administrador qd. diz que a forma como o Koeman aborda os jogos e o discurso que mantém para a imprensa - e, deduz-se, para os jogadores - nem sempre é o mais acertado.
O Koeman, como fazia o falecido Pésudo no SCP, transmite falta de confiança, valoriza em excesso o adversário e esquece-se de sublinhar os pontos fortes da própria equipa.
Revela insegurança que se transmite aos jogadores.
Nisso (como, aliás, nos aspectos da abordagem táctica do jogo e de leitura deste, no decorrer da partida) o Paulo "Risco ao Meio" deixa-o a léguas - lembram-se da sua abordagem ao FCP-SCP, que disse que o SCP ia olhar o Porto olhos nos olhos e que se lhe propusessem antes do jogo um empate não aceitava?
Discordo, porém, do snr. administrador quando afasta da constituição inicial da equipa o Robert.
Percebo porque o faz, pois que o dito jogador praticamente não defende.
Porém, a sua eficácia nas bolas paradas e potência de remate em bolas perdidas à entrada da área poderão resolver o jogo, sabido que um golo do benfica obriga o Liverpool a marcar três.
E creio que neste embate, dada a sua importância, o Robert também se apresentará como um lutador, até porque quererá demonstrar algo aos ingleses.
Incluiria-o, pois, na equipa.
Ao contrário, não punha o Nuno "Falha Golos" a jogar.
É evidente a sua má forma e puderá ser facilmente anulado pelos defesas contrários.
Em seu lugar, apostava em Geovani, que é um jogador rapidíssimo e que aparece nos grandes jogos.
E tem a vantagem de não alterar a estatura da equipa!!!!
Penso que o Petit vai fazer muita falta ao benfica mas a inclusão de Beto em sua substituição traz enormes ganhos: não vai haver jogador do Liverpool que se aproxime dele, com medo de levar um pontapé numa vista ou nos próprios tomates.
Por aí, talvez o Benfica comece a ganhar a eliminatória.

Anónimo disse...

E não venha agora o snr. Prof. Venceslau dizer que eu estou muito sério e concentrado e falar em batas brancas e mais não sei quê.
Limite-se à análise ao jogo - em inglês, já agora - e guarde as batas brancas para as suas brincadeiras em privado.

Mestrecavungi disse...

Vamos a Anfield Road Ganhar por 2-0.E Depois falamos.

Anónimo disse...

Condómino Prof. Venceslau:
Perdeu o dicionário?