segunda-feira, março 27, 2006

Análise à Jornada

Mais uma ronda e na frente tudo na mesma.
Com maior ou menor dificuldade, os três grandes ultrapassaram os seus adversários.
Na Luz, o Benfica terá realizado o jogo mais equilibrado da temporada.
Na verdade, apresentou uma consistência defensiva e ofensiva de assinalar, demonstrando um enorme equilibrio no desenvolvimento das suas acções.
Afirmar-se que o Benfica não jogou com o pensamento na partida com o Barça, assume-se como uma falácia.
Com efeito, da estratégia montada ao modo de execução da mesma perpassou o jogo para a Champions.
A entrada na partida, com um quarto de hora à Benfica, procurando chegar ao golo rapidamente, para, em seguida, controlar, revela bem que o Barça impôs a estratégia.
Nunca antes havia o Benfica realizado tamanha abordagem, entrando de sopetão, impondo um ritmo elevadíssimo.
Obtido que foi o golo no 2º minuto da partida, concretizou o Benfica o primeiro dos seus desideratos.
Em vantagem, cumpria gerir de forma a despender o menor número de energias possível, o que, de modo cabal, o Benfica conseguiu.
Por outro lado, o golo importou uma outra consequência, qual seja a ruina, quase imediata, da estratégia delineada por Jesualdo.
O jogo ficou, inelutavelmente, marcado pelo golo madrugador dos encarnados, que os tranquilizou e lhes aportou confiança, ao mesmo tempo que desassossegou e baralhou os bracarenses.
O Benfica geriu a cadência do jogo e as suas incidências face a um Braga incapaz de mostrar agressividade no último terço.
Com excepção de dois remates de João Tomás, um em cada meio tempo, o Braga não se acercou da área benfiquista, indemonstrando a competência futebolística que lhe é reconhecida.
Exibição muito pálida de um Braga que nunca conseguiu incomodar o Benfica.
A forma como o Benfica se exibiu foi como que uma especie de ensaio geral para a partida com os catalães.
O Benfica apresentou o que de melhor tem exibido na Europa - consistência defensiva e eficácia ofensiva.
Também neste aspecto emergiu a "presença" do Barça.
Num outro pormenor ficou patente que o Barça vagueava pela mente de Koeman e seus jogadores - a escalação inicial e as substituições.
A colocação de Rocha a lateral direito e a ausência de Geovanni, relegado para o banco, constituiram uma experiência e uma gestão do esforço em vista da estratégia a adoptar frente ao Barça.
Até mesmo a entrada de Beto, para além de permitir poupar Petit, visou dar ritmo competitivo ao brasileiro que, certa e infelizmente, será chamado à titularidade na próxima terça-feira.
Exibição bem conseguida do Benfica, que transmitiu sempre a sensação de controlar a partida a seu bel-prazer.
Destaque negativo para a insegurança de Moretto, incapaz de agarrar uma bola ou de interceptar um cruzamento.
Destaque positivo para a exibição do Benfica enquanto equipa, pois que o colectivo sobressaiu face às individualidades.
Arbitragem sem reparos, bem na expulsão de Luís Filipe e no não assinalar de grande penalidade em dois lances duvidosos, um na área benfiquista envolvendo Petit e Delibasic e outro na área arsenalista com Nem e Manduca como protagonistas.
Em Coimbra, o Porto, sem deslumbrar, longe disso, alcançou crucial triunfo, mantendo os seus adversários à distância.
Num jogo marcado pelas lesões dos dois jogadores mais importantes de ambas as equipas, Zé Castro e Lucho, o Porto dominou territorialmente, como se impunha, embora se tenha revelado ineficaz.
Vi a partida ao vivo e fiquei com a sensação de que se Vingada fosse um pouco mais ambicioso a Briosa poderia ter vencido.
A Académica apostou numa estratégia de contenção, bem ao gosto de Vingada, com um super povoamento do meio-campo, que se lhe possibilitou controlar, com maior ou menor dificuldade, o jogo ofensivo dos dragões, deixou Joeano demasiado isolado na frente, com o companheiro mais perto, Filipe Teixeira, a cerca de 30 metros.
Por seu turno, o Porto apresentou o seu já habitual 3x3x4, o qual se e quando pressionada a linha defensiva poderá ser catastrófico.
Os defesas azuis e brancos deixam espaços enormes entre si e nas suas costas, os quais se devidamente aproveitados poderão revelar-se fatais.
Pedro Emanuel, Pepe e Cech, especialmente este último, deram de si uma imagem de insegurança quando pressionados que me fez pensar que se Vingada tivesse optado pela colocação de N´Doye, Luciano e Joeano na frente, suportados por Brum, Piloto e Filipe Teixeira, a história poderia ter sido outra.
Vingada foi temeroso e perdeu.
Na primeira parte, o Porto construiu três boas ocasiões de golo, a mais flagrante das quais desperdiçada por Lucho, num cabeceamento inenarrável para trás quando se encontrava a dois metros da linha de baliza.
Por sua vez, a Académica, apenas, por uma ocasião logrou acercar-se com perigo da baliza de Helton, num cruzamento de Joeano a que Gelson não deu o melhor seguimento.
Não obstante se tenha revelado mais perigoso e tenha tido chance de se adiantar no marcador, a exibição portista não atingiu patamar digno de registo.
A Académica limitou-se a gerir a partida. Apostou na contenção, nunca demonstrando agressividade em acção ofensiva.
Na segunda parte, mais do mesmo, com a agravante da qualidade da exibição azul ter decrescido ainda mais.
Ainda assim, no período em que menos fez por isso, numa desatenção de Paulo Adriano, que "abriu" um corredor, Hugo Almeida chegou ao golo.
Se na primeira parte, o Porto ainda construiu três boas oportunidades de golo, na segunda apenas o fez no lance do golo.
Máximo aproveitamento, num jogo em que não fôra o conservadorismo de Vingada e a Académica poderia ter alcançado um outro resultado.
Na segunda metade, a Briosa apenas por uma vez alcançou a baliza de Helton, num remate de ressaca de Piloto.
Pouco, muito pouco.
Jogo de baixa qualidade, a roçar o enfadonho.
Destaque para Brum, Piloto e Joeano, este pela sua abnegação, na Académica e para Hugo Almeida, pelo golo, no Porto.
Arbitragem sem influência no resultado, embora polvilhada com pequenos erros de pormenor.
Em Alvalade, em jogo que não tive oportunidade de ver, dado que não possuo o dom da ubiquidade, o Sporting, sem dificuldade, bateu o já despromovido Penafiel.
Paulo Bento geriu o plantel, promovendo seis alterações na equipa inicial.
Pelo que li, vi e ouvi, a exibição leonina ter-se-á situado em plano q.b.
Jogou o suficiente para levar de vencida a pior equipa do campeonato.
Nota para a excelência dos golos dos leões, com soberbas execuções de Nani e João Alves.
Cumpriu a sua obrigação, continuando a pressionar o Porto.
Na próxima semana, encarará aquele que penso ser o mais importante desafio até final do campeonato, pois que acaso não triunfe e o Porto vença o Gil Vicente, o título passará a miragem.
O Sporting/Porto só terá alguma importância se a distância se mantiver ou se se encurtar.
No resto da jornada, destaque para a vitória do Paços e para os empates de Guimarães e RioAve na luta pela permanência, para o afundar da "squadra" de Rui Alves e para a goleada do Setúbal, que parece ressurgir das cinzas.

14 comentários:

Anónimo disse...

Dos três jogos dos "grandes" deste fim-de-semana, apenas assisti (ao vivo) ao AAC-FCP - e ainda assim apenas ao final da primeira parte e à segunda metade do jogo - pelo que não me pronunciarei sobre os jogos do SLB e do SCP, dos quais nem sequer vi os resumos - apenas os golos do SCP, por sinal ambos espectaculares.
Quanto ao AAC-FCP, e da parte do jogo que vi, fiquei com a sensação de que a AAC poderia ter feito mais, como é salientado pelo amigo Vermelho.
O FCP voltou a revelar - como já tinha visto nas Antas para a Taça -uma defesa titubeante, desprotegida.
Fiquei, assim, com a sensação de que a equipa que jogar contra o FCP reforçando o ataque, com dois alas e um ponta de lança, poderá chegar ao golo.
A defesa do FCP é formada por três jogadores, que jogam à frente da baliza do FCP, deixando as alas sem ninguém.
É uma defesa curta.
Assim, a colocação de dois jogadores encostados à linha por parte da equipa adversária, poderia tirar proveito desses espaços.
O SCP não fez isso na 4ª feira e a AAC ontem também não, preferindo deixar o Joeano sózinho entre os três defesas do FCP.
Assim, poucas ou nenhumas ocasiões de perigo criou, tornando-se aquele presa fácil da defesa portista.
Quanto ao golo do Hugo Almeida, ele nasce de uma clamorosa falha de marcação dos centrais da AAC, particularmente do Paulo Adriano - que nem sequer central é - que deixam uma auto-estrada aberta por onde o avançado portista entrou.
Quero deixar uma nota sobre a arbitragem: ainda com o resultado em 0-0, e já na segunda parte, fiquei, no estádio, com a nítida sensação de que foram cometidas três faltas sobre jogadores da AAC à entrada da área portista, uma delas mesmo sobre a linha, que o árbitro não assinalou, pelo menos duas delas merecedoras do cartão amarelo.
E, snr. ZEX, olhe que se o SCP não jogou grande coisa o seu FCP também fez uma exibição miserável.
E tive a oportunidade de ver os dois jogos que o SCP fez contra a AAC em Coimbra e posso-lhe garantir que o SCP jogou bem melhor que o FCP nesses dois desafios, tendo ainda que enfrentar uma AAC muito mais inspirada e a jogar bem melhor do que fez ontem.
Que me desculpe o meu amigo Meireles.

Anónimo disse...

Condómino ZEX:
No seu comentário, não diz, de facto, declaradamente, que o FCP jogou bem, mas também não diz que jogou mal.
Ao contrário, e tendo visto apenas alguns lances do SCP, segundo refere, não se poupa a realçar a fraca qualidade do jogo do SCP.
Daí a minha chamada de atenção para a fraca exibição do FCP.
E olhe que está enganado quando diz que os adeptos da Briosa acreditam no Vingada.
Sabemos bem que é medroso, que põe a Briosa a jogar à defesa, que só reforça o ataque qando a Briosa está a perder e que tem decisões de constituição da equipa e de substituições disparatadas - sempre embirrou com o Joeano, insitiu no Hugo Alcântara até à exaustão, manda o Gelson jogar no meio campo, encostou, agora, o Pedro Roma.
Aliás, foi a táctica temerosa ontem utilizada que impediu que a AAC conseguisse criar situações de perigo, apostando claramente no empate a 0-0 como resultado desejável, em lugar de tentar surpreender o FCP com pelo menos mais um lemento na linha de ataque.

Vermelho disse...

caro Zex:
a não evidenciação do alegado mérito dos avançados portistas radica na enorme diferença de assistir a um jogo ao vivo e na tv.
A auto-estrada que o Paulo Adriano deixou para o Hugo Almeida entrar e que não é visível na tv foi de uma dimensão tal que o alegado mérito cai por terra.
Difícil seria não ver o Hugo Almeida solto sem marcação e ainda mais difícil seria não concretizar.
Abraço

Vermelho disse...

Faço minhas as tuas palavras carlos.
Vingada é um medroso ou deva dizer merdoso que já devia ter sido substituído no comando técnico da Briosa.

VermelhoNunca disse...

Dados a reter dos jogos da última jornada. Sporting jogou o suficiente para garantir 3 pontos. Se o Nani é peneirento senhor Zex, olhe para os penteados dos seus jogadores e poupe-nos a essas suas provocações; FCPorto jogou o suficiente para garantir os 3 pontos, pois a Académica jogou muitissimo pouco. benfica e Braga discutiam um lugar na UEFA, quanto muito a acesso à pré-eliminatória da Liga dos Campeões- jogo fraco, mau mesmo. O Braga jogou zero e o benfica pouco mais que isso. Lances que marcaram o jogo: auto-golo do jogador do Braga, pois o desvio de Nuno Atira-se Para o Chão Perde Golos Gomes, ia para fora. Nunca seria golo desse artista da bola, portanto foi auto-golo; a exibição portentosa de Marcel, esse grande avançado, que, a par de Moretto, forma sem dúvida uma dupla com francas possibilidades de irem ao Mundial( talvez se pedirem naturalização ao Irão ); a cena de Petite aquando da substituição, armando-se em vedeta, não cumprimentando o senhora adjunto de Koeman, que é quem faz a equipa para o time( informação segura de um jogador do benfica); a penalidade escamoteada ao Braga, pois Peitite parecia uma andorinha à procura do seu ninho, ignorando completamente a bola. Enfim, a roubalheira do costume.

Ndrangheta disse...

amigo vermelho nunca é engraçado como para si o que hoje é verdade amanhã é mentira.
a propósito do porto/sporting disse: "Sr.Lázaro, sou eu e o Jorge Coroado, ambos somos cegos."
É curioso como valora de forma absolutamente distinta a competência desse senhor ex-árbitro.
É que esse senhor ex-árbitro disse a propósito do lance do Petit que não havia motivo para grande penalidade...
Seja coerente, p.f.

VermelhoNunca disse...

Sr.Lázaro:
Eu não vi nem li o que disse Coroado. Do jogo do Dragão também não li o que ele disse. Mas ouvi-o na Sic Notícias. E digo-lhe mais: segundo Jorge Coroado o senhor Benquerença deveria ter mostrado 3 cartões vermelhos a jogadores do FCPorto por comportamento anti-desportivo. Três, leu bem e excluindo a expulsão de Bosingwa.
Portanto eu não valoro nem deixo de valorar o que Coroado diz, aliás esse senhor está ligado à famosa crise aguda de azia que o afectou após roubar o Sporting em Chaves. O que eu lhe disse, é que nem só eu tinha visto a cuspidela de Meireles sobre Deivid, também Coroado a tinha visto.
Espero que me tenha feito entender.

VermelhoNunca disse...

Um cumprimento especial ao senhor Cavungi, e informá-lo que uma notícia de destaque é que Moreira sofreu um golo. É mesmo destaque num jornal desportivo, Moreira sofreu um golo, ao 2º!!! jogo que fez, após regresso de lesão. Por acaso quem lhe marcou foi Yannick Djaló, que está emprestado ao Casa Pia pelo Sporting...

VermelhoNunca disse...

Uma saudação especial também ao Vitória de Guimarães, por ter eliminado, na Luz, o benfica, retirando-lhe assim a possibilidade de revalidar o título de voleibol, ganhando a meia-final do play-off.

VermelhoNunca disse...

Última hora:
Wender está em risco de vida. O atleta brasileiro do Braga está com problemas graves de saúde, manifestados com febres a rondar os 43º, em virtude da infecção que lhe provocou a mordidela na nádega de Petite, no jogo que se desenrolou sábado na Luz. Segundo consta, Petite é portador de um vírus altamente contagioso, designado galinopeia. O contacto oral com este tipo de virose pode ser mortal. Aguardam-se notícias para breve sobre o evoluir da situação.

VermelhoNunca disse...

Zex, o peneiras mete-lhe medo? Não entendo a importância que dá ao assunto...

samsalameh disse...

Meus amigos, hoje vim falar-vos não da jornada da Super Liga, mas da III Divisão, série D.
Para se falar de arbitragem (bem ou mal) é necessário ir de vez em quando assistir a estes jogos que são tão ou mais (ás vezes bem mais!!) emotivos que os jogos da dita Super.
Pois tenho para vos dizer que assisti ao Idanhense 1, Amial de Baixo 0.
Um jogo cheio de emoção com o marcardor a ser aberto aos 25 minutos pelo nº 9, o "Parmalat" que finalizou com um chapéu ao guarda-redes depois de uma boa trinagulação com o Viola (nº 10) e o Horácio (nº 8).
O jogo foi bom, mas entrou numa fase monótona a partir da expulsão do Renato (nº 16 do Amial)que já tinha um amarelo e depois de ter sido assistido fora de campo pela equipa médica resolveu entrar sem pedir autorização ao árbitro...
De referir que o Tó Jó (nº 15) desperdiçou mais de 10 oportunidades em toda a partida e só não saiu crucificado por toda a equipa por que no final do encontro o Amial desperdiçou uma grande penalidade atirando a bola por cima da baliza.
Uma cena caricata ainda no decorrer da primeira parte quando o Torres (nº 21 do Amial) depois de ter sido vivamente insultado pela claque de Idanha que, diga-se, é bastante ruidosa, e após ter simulado uma falta com aquele "ai" que até as vacas que ali pastavam por perto se assustaram, fez o mesmo que o Cristiano Ronaldo, com o dedo do meio da sua mão direita bem esticado atrás da sua nádega direita (sem que o árbitro se apercebesse) fez aquilo que se diz na linguagem popular um "pirete" o que animou ainda mais as bancadas, principalmente a Sra. Dona Eugénia, mãe do Gil (nº 3) um bom defesa central.
Uma palavra para o Tapadas (nº 17), com 18 anos, que pode vir a tornar-se num nome falado nos escalões superiores...Pena é que o treinador não aposte mais nele. É um bom extremo esquerdo!
Aquele abraço de quem está ansioso que chegue essa grande hora 19h45m com aquela musiquinha de fundo "The Champions, The Champions"...
Anti-tripeiro sempre!!

Anónimo disse...

Condómino Salame:
Vejo que o Prof. Bitaites já tem um seguidor à altura.
O Gil e o Tapadas prometem tornar-se nos futuros craques de um dos grandes, embora me pareça que estejam com os nomes trocados.
Tapadas é mais nome de defesa central, como o próprio nome indica, e Gil tem pinta de extremo
(conheceu algum Gil que fosse defesa, principalmente central?)
Não estará o amigo condómino a preparar uma cartiera de jogadores para vir a tornar-se empresário, já que isto de ser funcionário público, com este governo, parece ter os dias contados?
E já agora, que lugar é que ocupa cada umas das equipas no campeonato
que disputam?
Saudações leoninas.

samsalameh disse...

Caro Condómino e Zelador Carlos em resposta à sua pergunta, informo-o que o Idanhense, com esta vitória, ocupa o 7º lugar, enquanto que o Amial de Baixo continua em último (16ª posição).
Estou a ponderar seriamente em me tornar um Fifa agent, e garanto-lhe que se algum dia descobrir 2 ou 3 craques que joguem metade do que joga o Ronaldinho haverá dinheiro pelo menos para 3 gerações...