Portugal venceu por 3-0 o Luxemburgo no seu último jogo de preparação para o Mundial.
Partida sem história tal foi a fragilidade da selecção adversária de Portugal.
Primeira parte negra como a côr do equipamento.
Sem velocidade e sem ideias, Portugal foi previsível e jogou sem chama.
Os desgraçados dos luxemburgueses até conseguiram criar a melhor oportunidade de golo, num cabeceamento à trave da baliza de Ricardo.
Na segunda parte, com as alterações introduzidas por Scolari, Portugal exibiu-se em plano mais aceitável e sem surpresa ou dificuldade construiu uma vitória tranquila.
Do jogo, ressaltam algumas conclusões importantes:
a) Costinha não apresenta ritmo competitivo para jogar um Mundial.
Com Costinha em campo, a equipa ficou curta, sem ligação entre o meio-campo e o ataque.
Face à sua precária condição física, Costinha encostou-se em demasia aos centrais, retirando profundidade ao futebol da selecção.
Ofereceu cobertura central, mas não mais do que isso.
Nem sequer movimentos basculantes laterais Costinha se mostrou em condições de realizar.
Urge repensar a sua titularidade;
b) Deco, também, se encontra em momento físico difícil.
Não foi o jogador rotativo que preenche o espaço entre linhas e que assume a condução do jogo ofensivo.
Mal fisicamente, Deco limitou-se a gerir a sua participação na dinâmica ofensiva da equipa, cingindo-a a apoios laterais e centrais de proximidade.
Um ou outro passe longo e nenhuma penetração com ou sem bola nas linhas atrasadas luxemburguesas.
Face às limitações de Deco e Costinha, as transições rápidas, pura e simplesmente, não existiram.
A ligação entre sectores emergiu prejudicada, revelando-se Portugal incapaz de construir futebol ofensivo.
Espero e desejo que com o Mundial a condição física de Deco cresca e atinja patamares de normalidade.
c) Figo não tem mais 20 anos.
A falta de velocidade de Luís Figo impõe a sua deslocação para zonas mais centrais.
Nas alas, Figo não consegue desequilibrar.
Após o intervalo, com a sua deslocação para o centro do terreno, Figo ressurgiu das cinzas, assumindo-se como a unidade portuguesa em maior destaque.
Assumiu a condução do jogo ofensivo português, realizou movimentos de ruptura com e sem bola na última linha defensiva luxemburguesa e surgiu amiúde em zona de finalização.
A vontade que pôs em campo é de enaltecer.
d) Ronaldo precisa, urgentemente, de repensar a sua atitude em campo.
Uma vez mais, o puto maravilha passou-se.
São já demasiadas as situações de conflito que Ronaldo protagonizou.
A repetirem-se no Mundial, Ronaldo terá prestação para esquecer.
Há que atalhar caminho e rapidamente.
e) Meira não é J.Andrade.
Com Meira a defesa de Portugal perde coesão, velocidade, sentido posicional, serenidade e classe.
A ausência de J.Andrade implicará a descida das linhas portuguesas. O elemento mais recuado do meio-campo terá forçosamente que jogar mais sobre a linha da grande área e o bloco defensivo terá que recuar uns bons 10 a 15 metros.
Nos convocados de Scolari inexiste, contudo, uma alternativa válida a Meira.
Caneira não tem estampa física para o lugar.
Falta-lhe estatura e robustez física.
Ricardo Costa está verde e com falta de ritmo de jogo.
A melhor ou pior prestação de Meira será uma das chaves do sucesso ou insucesso luso no Mundial.
Da partida com os luxemburgueses resultou claro que Scolari terá que introduzir alterações no onze inicial.
Impõe-se a saída de Costinha e a deslocação de Figo para o centro, a qual implicará a saída de Maniche ou de Deco.
Ricardo, Miguel, Ricardo Carvalho, Meira e Nuno Valente, Petit e Deco, Ronaldo, Figo, Simão e Pauleta, seria o onze a apresentar contra Angola.
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