Constituição das Equipas e Avaliação Quantitativa do DesempenhoLiga Sagres, 12.ª jornada
Estádio do Sport Lisboa e Benfica, Lisboa
Hora: 19:45
Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)
BENFICAMoreira (3); Maxi Pereira (3), Luisão (3), Sidnei (-) e Jorge Ribeiro (3); Yebda (2), Katsouranis (3), Ruben Amorim (2) e Di María (2); Cardozo (2) e Suazo (2)
Suplentes: Moretto, Miguel Vítor (3), David Luiz, Binya, Urreta (-), Aimar e Nuno Gomes (2)
Treinador: Quique Flores
NacionalRafael Bracalli (4); Patacas (3), Felipe Lopes (4), Halliche (4) e Alonso (3); Cléber (3), Edson Sitta (3), Ruben Micael (4) e Luís Alberto (3); Mateus (3) e Nené (2)
Suplentes: Douglas, Igor Pita (-), João Aurélio, Nuno Pinto (-), Juninho (2), Bruno Amaro e Miguel Fidalgo
Treinador: Manuel Machado
Sistemas TácticosBenficaNacionalModelo de JogoBenficaPosse e Circulação de Bola; Domínio e Controlo da Partida; Bloco médio/alto; Assumir Iniciativa de Jogo.
NacionalExpectativa; Bloco baixo; Transições Rápidas.
Principais Incidências da Partida (fonte: www.record.pt)23' - Livre para Ruben Amorim na direita, com Yebda, sem saltar, a cabecear na área para defesa de Bracalli. A bola bateu no relvado antes de o guarda-redes brasileiro ter tocado pela linha de fundo.
46' - Incrível! O Nacional perto do golo. Edson isola-se na direita e remata cruzado, com a bola a tocar em Moreira e no poste e a ficar em cima da linha. Maxi afasta contra um molho de jogadores e é Yebda que afasta pela linha de fundo antes que Mateus chegasse.
50' - Contra-ataque muito perigoso do Nacional, lançado pelo guarda-redes. Edson cruza da direita e Ruben Micael remata ao lado. É o segundo aviso madeirense.
53' - Moreira evita o primeiro. Opôs-se bem ao remate de Nené, após um grande passe de Ruben Micael.
61' - Grande perdida do Benfica. Katsouranis levanta, Suazo faz a assistência de cabeça e Ruben Amorim, na pequena área, remata por cima.
63' - Canto na esquerda para Jorge Ribeiro, com Luisão a cabecear para uma grande defesa de Bracalli.
65' - Desentendimento entre Alonso e Patacas, com Di María a rematar por cima, com a bola ainda a bater num defesa. Pontapé de canto.
66' - Jorge Ribeiro quase que marca canto directo. Alonso afasta contra Katsouranis e a bola sai pela linha de fundo. Pontapé de baliza.
79' - Alonso vê o CARTÃO VERMELHO, por acumulação de amarelos, depois de ter feito falta sobre Maxi Pereira.
83' - Grande passe de Katsouranis, a desmarcar na área Maxi Pereira. O uruguaio domina no peito e remata ao lado, com a parte de fora da bota.
88' - Urretavizcaya cruza da direita e Suazo a cabecear ligeiramente ao lado do poste direito de Rafael Bracalli.
90'+2 - Golo anulado ao Benfica. Canto para Jorge Ribeiro na direita. Yebda cabeceia contra a defensiva e a bola acaba por sobrar para Cardozo facturar mas Pedro Henriques considera que Miguel Vítor, estendido no relvado e de costas para o lance, tocou no esférico com a mão intencionalmente antes do remate do paraguaio, após o alívio de Cléber junto à linha de fundo.
90'+4 - Nené não chega à desmarcação de Patacas na área. Moreira segura.
DestaquesMelhores em CampoBenficaKatsouranis - Procurou promover o equilíbrio defensivo e emprestar fluidez e clarividência aos movimentos ofensivos.
Foram seus os poucos passes de ruptura executados pelo Benfica.
Maxi Pereira - Revelou uma condição física invejável, que lhe permitiu fazer todo o corredor com idêntica eficácia.
Defendeu e atacou sempre a alta rotação, com equilíbrio e a bom nível.
Pena ter desperdiçado, ingloriamente, uma flagrante oportunidade de golo.
NacionalFelipes Lopes e Halliche - Irrepreensíveis!
Ruben Micael - O madeirense formado nos rivais do União assumiu-se como o principal impulsionador das rápidas transições do Nacional.
Lesto a pensar e a executar, revelou técnica e criatividade para outros voos.
Piores em CampoBenficaCardozo - Vive uma evidente crise de confiança.
Desprovido de auto-estima e de concentração, revelou-se amorfo e dócil.
Lento e sem chama, esteve quase sempre ausente do jogo.
NacionalNené - Do segundo melhor marcador da Liga espera-se competência na finalização.
Pois bem, o brasileiro demonstrou precisamente o contrário, especialmente quando aos 53 minutos surgiu isolado perante Moreira.
ArbitragemExemplar até aos 92 minutos, Pedro Henriques "borrou a pintura" ao invalidar um golo a Cardozo.
Miguel Vítor caiu na área, foi atingido por uma bola na mão e Cardozo atirou a contar. Miguel Vítor nem sequer viu a bola!
Evidente involuntariedade!
Aliás, a seguir tal critério, Pedro Henriques teria que ter assinalado penalty no momento imediatamente anterior, por mão de Luís Alberto na área nacionalista.
Um erro grosseiro, com clara influência no resultado!
ComentárioOrfandade e Ansiedade!O Benfica não foi além de um nulo, não capitalizando assim os empates de Sporting, Leixões e Porto.
Seja como for, entra em 2009 com dois pontos de vantagem sobre os vice-líderes, Leixões e Porto, e três sobre o Sporting.
As ausências de Reyes e Aimar conjugadas com uma excessiva e inexplicável ansiedade entorpeceram a dinâmica global do Benfica e determinaram a total esterilidade ofensiva dos encarnados.
Sem ninguém capaz de jogar entre a linha intermediária e a linha defensiva do Nacional, criou-se um espaço enorme entre o duplo-pivot do meio-campo e a dupla atacante daí resultando uma gritante incapacidade para ligar ofensivamente a equipa.
Reyes a tempo inteiro e Aimar a espaços têm-se assumido como os "queima linhas" do Benfica e na sua falta reside a explicação da inocuidade do processo atacante (apenas Katsouranis, esporadicamente, conseguiu passes de ruptura).
Por outro lado, a impaciência, a inquietação e o desejo veemente de vencer conduziram a equipa à precipitação e, como tal, ao erro.
Erros vários na transição ofensiva que foram condicionando e muito a qualidade da transição defensiva.
Não raro dos equívocos no capítulo do passe nasceram situações de inferioridade numérica que o Nacional não se revelou capaz de aproveitar eficazmente.
Com um bloco baixo, precavendo-se do poder explosivo de Suazo, o Nacional apresentou uma irrepreensível organização defensiva, que complicou e muito a vida ao Benfica.
Baseando-se na simplicidade dos seus movimentos, com jogadas a dois/três toques, o Nacional surgiu com frequência no meio-campo encarnado, sem, contudo, conseguir criar perigo para Moreira.
O Benfica apenas construiu uma verdadeira oportunidade de golo neste período, quando, aos 23 minutos, num livre na direita cobrado por Rúben Amorim, Yebda cabeceou de cima para baixo, proporcionando excelente intervenção a Bracalli.
Não espantou, portanto, a igualdade a zero verificada ao intervalo.
Esperava-se que Quique procurasse suprir as lacunas detectadas na equipa, mas o espanhol preferiu esperar e, por muito pouco, não pagou caro o imobilismo.
Logo no dealbar da segunda metade, o Nacional cavalgou o tal deserto e Edson apareceu solto na área a rematar com Maxi, em carrinho, a desviar para o poste.
Instantes depois, foi Ruben Micael que destacado na área atirou por cima da barra da baliza de Moreira.
E, aos 53 minutos, Moreira salvou o Benfica, fazendo um óptima "mancha" a Nené, que se isolara. Três enormes sustos e o Benfica envolto numa babel.
O Benfica demorava a encontrar o equilíbrio e a inacção de Quique não ajudava.
Ainda assim, no meio da desordem, quase chegou ao golo: Katsouranis serviu Suazo, este amorteceu para a entrada de Ruben Amorim que, isolado, rematou por cima. Acto contínuo, na sequência de um canto, uma cabeçada de Luisão obrigou Bracali a grande defesa.
Seguiu-se um remate com relativo perigo de Di Maria e o Benfica, com mais coração do que razão, renascia e empurrava o Nacional para as imediações da sua grande área.
Finalmente, o Benfica entrava em jogo!
Foi, então, aos 67 minutos, que Quique resolveu mexer na equipa e contribuir para a solução dos seus problemas.
Prescindiu de Di Maria e reforçou o ataque com Nuno Gomes, mudando o sistema para um clássico 4x3x3.
A tal clareira mostrava-se, agora, preenchida, com Nuno Gomes a jogar nas costas de Suazo e Cardozo e com Ruben Amorim a aproximar-se de Katsouranis e Yebda.
Era tempo do Nacional cerrar fileiras e Machado, pragmático, assim fez, "encolhendo" a sua equipa.
Retirou unidades ofensivas, incrementou a densidade defensiva e baixou ainda mais o bloco.
Apesar das melhorias evidenciadas, a superior organização defensiva dos madeirenses cerceava as intenções atacantes encarnadas.
Aos 78 minutos, Alonso derrubou Maxi e, como já tinha um cartão amarelo, foi expulso.
Em inferioridade numérica, Machado chamou o "autocarro" e o Nacional acentuou ainda mais a sua vocação defensiva.
Maxi e Suazo ainda dispuseram de boas chances de golo, mas faltava esclarecimento.
Pedro Henriques concedeu cinco minutos de descontos e no segundo surgiu o tal golo mal invalidado ao Benfica.
Confusão na área do Nacional, um defesa madeirense "alivia" e a bola embate na mão de Miguel Vítor que entretanto caira na área.
Sobra para Cardozo que atira para o fundo da baliza de Bracalli.
Evidente involuntariedade!
Um erro grosseiro, com influência no resultado.
Pouco depois, terminava a partida.