Inicia-se, hoje, a disputa do campeonato europeu de sub-21.
Portugal, por ser o País anfitrião e pelo naipe de jogadores que apresenta, assume-se, naturalmente, como um dos favoritos.
A qualidade dos jogadores que compõem a nossa selecção é, efectivamente, de enaltecer.
Na baliza, Bruno Vale. Guarda-redes de estampa física invejável, demonstra, já, um nível que o coloca num patamar de qualidade assinalável.
Tapado por Helton e Baía no Porto, o seu futuro imediato pós-europeu deverá passar por um novo empréstimo.
Aliás, a sua afirmação plena no Porto está muito condicionada pela presença de Helton.
A maior ou menor longevidade de Helton ao serviço dos dragões será determinante para o alcançar da titularidade na defesa das redes azuis e brancas, mas também na selecção nacional.
Na defesa, Nélson constituiu uma das revelações da Liga na pretérita temporada.
Início pujante, pletórico de força, o síndroma pubalgico que o aponquentou, a par das múltiplas rotações posicionais a que foi sujeito, toldaram-lhe a consistência.
No seu melhor, é um dos melhores laterais direitos da Europa.
No centro da defesa, Rolando e Zé Castro constituem uma dupla de respeito.
Um mais em força (Rolando), outro mais em souplesse (Zé Castro) complementam-se.
Zé Castro, assim a sua afirmação no Atlético de Madrid seja uma realidade, será, por certo, um dos centrais titulares da selecção nacional no Mundial de 2010.
Na esquerda, a lacuna principal desta selecção.
Na ausência de um lateral esquerdo de raiz com qualidade (Valdir e Vítor Rodrigues provaram não o ser), Agostinho Oliveira irá recorrer a adaptações.
Num modelo mais defensivo, Nuno Morais procurará ser o Caneira dos sub-21.
Num modelo mais ofensivo, Diogo Valente será o eleito.
No meio-campo, Raúl Meireles, João Moutinho, Manuel Fernandes e Nani, são sinónimo de indiscutível valia.
Qualquer um deles já alcançou a titularidade do clube que representa, assumindo-se, inclusive, como uma das suas estrelas maiores.
Encontram-se num patamar ligeiramente acima dos seus restantes colegas (a par de Zé Castro e Quaresma), podendo a curto prazo guindar-se à titularidade da principal selecção portuguesa (mais Moutinho e Manuel Fernandes do que Meireles e Nani).
Na frente de ataque, Quaresma é, provavelmente, o maior talento mundial da sua geração.
Esta época conseguiu conjugar as suas qualidades inatas com a eficácia exigida em alta competição.
Tornou-se um jogador mais competitivo, um jogador mais colectivo, sem que tenha, concomitantemente, perdido a capacidade de criar desequilíbrios.
Pode decidir sozinho um jogo.
Hugo Almeida será o ponta de lança de serviço.
Dotado de condições físicas invulgares para a função, não demonstrou, ainda, saber fazer uso pleno das suas capacidades.
Falho de concentração e de confiança (mais ao nível do clube do que da selecção) não logrou potenciar as suas qualidades físicas.
Apresenta um ratio demasiado elevado entre oportunidades criadas e aproveitadas.
Começou tarde e isso nota-se, mormente ao nível da eficácia na finalização e do posicionamento.
Está num momento decisivo da carreira, na vertigem da afirmação plena ou da esperança eternamente adiada.
Tudo visto, direi que temos motivos para estarmos confiantes quanto à performance da nossa selecção de sub-21.
Nota final para destacar algumas figuras das restantes selecções participantes.
Aquilani pela Itália, Huntelaar pela Holanda, Flamini e Simana-Pongolle pela França, a par de Moutinho, Manuel Fernandes e Quaresma por Portugal, poderão ser as grandes figuras da competição.
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