Soubemos, ontem, numa notável entrevista que Co Adriaanse concedeu ao jornal "O Jogo" que Scolari nunca falou ou demonstrou intenção de o fazer com o técnico holandês.
A este propósito assalta-me uma interrogação - então o que faz Scolari no período entre jogos?
Já sabíamos que não assistia, ao vivo, a jogos de futebol da Liga Portuguesa ou daquelas em que alinham jogadores portugueses.
Já sabíamos que não assistia a treinos de equipas portuguesas ou daquelas em que alinham jogadores portugueses.
Já sabíamos que não observava os adversários de Portugal.
Já sabíamos que não preparava logisticamente os estágios e deslocações ao estrangeiro.
Já sabíamos que não acompanhava os trabalhos da selecções mais jovens de Portugal.
Agora soubemos que nem sequer fala com os treinadores das principais equipas portuguesas.
Não percebo como consegue ocupar o seu tempo...
Assim se percebe como são chamados sempre os mesmos.
Se Scolari não conhece outros, como poderia diversificar as suas opções.
Não conhece, nem pode conhecer.
Não conhece as suas qualidades futebolísticas, mas também desconhece o seu temperamento, o seu carácter e o seu comportamento social.
Ao não comunicar, pelo menos, com os treinadores dos principais clubes portugueses, ao não observar em treino e em competição os possíveis seleccionados, só resta uma solução a Scolari convocar quem já consigo trabalhou.
Entramos num ciclo vicioso.
É inadmissível que o seleccionador nacional não procure entrar em contacto com o treinador de um dos principais clubes nacionais, por forma não só a trocarem experiências, mas também a aprofundar o seu conhecimento sobre os jogadores a seleccionar.
É imprescindível para um seleccionador criar sinergias com os treinadores dos principais clubes nacionais.
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