Os sub-21 despediram-se, ontem, do seu Euro, sem honra, nem glória.
Desfecho previsível face aos resultados obtidos nos dois precedentes jogos, mas, acima de tudo, face à paupérrima qualidade futebolística que exibiram.
Ontem, mais do mesmo.
Futebol desgarrado, sem ligação, sem fio de jogo, sem sentido colectivo.
Gánhamos fruto de uma jogada individual, superiormente construída por Nani e não menos superiormente finalizada por Moutinho.
O resto foi um deserto de ideias.
Fechadas as contas, urge pensar nas razões do insucesso.
E nelas incluir o "Chefe".
Na verdade, Scolari ao ter ensaiado um exercício bacoco de autoridade tem de ser, necessariamente, incluído no lote de responsáveis pela eliminação precoce.
Ao chamar a si o estatuto de responsável máximo dos sub-21, Scolari tem que ser responsabilizado pela pobreza franciscana que foi a nossa participação.
Não basta clamar autoridade, há que exercê-la.
Se não a exerceu após se ter proclamado "Chefe", há que o responsabilizar pela omissão.
Se a exerceu, há que o responsabilizar tecnicamente pelo sucedido.
Em qualquer dos casos, por acção ou omissão, Scolari tem a sua quota-parte de responsabilidade.
E tem-na, desde logo, no tabu que criou.
Ao alimentar a indefinição em torno das suas escolhas para o Mundial, Scolari mexeu, indubitavelmente, com a cabeça dos jogadores que vieram a ser postergados para os sub-21.
Depois, as suas declarações sobre o acontecido, mormente ao iniciar a conferência de imprensa de anúncio dos convocados para o Mundial abordando o organigrama da Federação, introduziram instabilidade e perturbação.
Mas, mais do que tudo, pela ausência de supervisão técnica, que a proclamação passou a exigir.
Concordo com as críticas que dirigiu a Agostinho "Capacinho" Oliveira, até porque mais do que críticas são evidências, sendo certo que, simultaneamente, me criaram um sentimento de perplexidade.
Se todos estamos de acordo que a selecção de sub-21 menosprezou os adversários e que os seus jogadores se sobrevalorizaram, não é menos verdade que, face a tais constatações, se exigia do "Chefe" uma intervenção que cortasse cerce tais atitudes.
Perpassa pelas declarações de Scolari uma inacção incompatível com o estatuto de "Chefe".
Viu o que se estava a passar e nada fez!!!
O discurso há-de ter adequação prática, sob pena de descredibilização.
No conjunto de responsáveis pela débacle, Agostinho "Capachinho" Oliveira emerge como o principal.
A ausência de sentido colectivo demonstrada e a fraquíssima condição física patenteada remetem-nos para o nível paupérrimo da preparação.
Agostinho mostrou-se incapaz de preparar a equipa quer técnica, quer táctica, quer fisicamente.
Que trabalho terá sido realizado ao nível do treino?
É, para mim, um mistério.
Técnico ou Táctico não terá sido, pois que a equipa nunca revelou fio de jogo ou organização defensiva e ofensiva. Nem sequer bolas paradas foram trabalhadas, tantas e tamanhas foram as situações desperdiçadas.
Físico também não, dado que os jogadores se apresentaram em nítida quebra da sua condição física.
Nunca revelaram capacidade para mais do que 15/20 minutos em ritmo alto.
Depois, ao nível do discurso.
As declarações de Agostinho no final das partidas remeteram-nos para o campo do sobrenatural.
Com excepção do jogo final, Agostinho procurou sempre encontrar bodes expiatórios para as derrotas e as suas análises pareceram sempre respeitar a outro jogo que não àquele a que tínhamos acabado de assistir.
No pré-jogo, revelou, sempre, parco conhecimento dos adversários, chegando a ser anedóticas as suas análises.
Por outro lado, a postura "Calimero" em nada o favoreceu.
Por fim, os jogadores.
Para além de terem demonstrado à saciedade que a sua formação não se acha ainda completa, longe disso, revelaram uma fragilidade mental confrangedora.
Sucumbiram ao deslumbramento de uma vitória anunciada e à pressão de uma vitória a conquistar.
Não souberam lidar com o eudeusamento promovido pelos media.
Neste particular exigia-se que Agostinho tivesse "trazido à terra" os seus jogadores, mas aconteceu precisamente o inverso. As intervenções públicas de Agostinho em vez de procurarem serenar os ânimos, potenciaram o efeito.
Agostinho revelou-se sempre inábil na gestão pública das expectativas.
Em síntese, direi que se trabalhou muito pouco para os objectivos a que nos propusemos.
Pouca competência para tamanha empresa.
9 comentários:
Para a atenção do Zenhor Ex, mais uma vez o cigano mostrou o seu temperamento, agredindo o guarda-redes adversário.
Concordo inteiramente com a análise aqui feita pelo Snr. Administrador a respeito do péssimo trabalho que Capachinho Oliveira fez com os Sub 21, na preparação para este Campeonato da Europa.
Eu até tinha uma boa ideia do Capachinho, fruto de algumas vitórias alcançadas em outros anos à frente dos Sub-21.
Mas, como alguém já disse, os grandes homens vêem-se nas derrotas, e após este descalabro o Capachinho revelou aquilo que é.
Não assumiu, nunca, a responsabilidade pela derrota.
A seguir a cada jogo que era realizado, encontrou sempre justificação externa para a derrota, chegando ao ridículo de dizer, no final do primeiro jogo com a França, que o empate era o resultado mais justo e que a França ganhou fruto de um erro defensivo.
Ontem, pretendeu fazer crer que assumia a responsabilidade da derrota.
Mas - artista - começou por afirmar que não ia justificar o que se passou com os SUB-21 com o azar.
Ou seja, deixou claro que, para si, tudo se deveu ao azar.
Disse, também, que o Quaresma jogou condicionado por tudo o que se passou à sua volta - mais uma justificação. E os outros jogadores? jogaram condiconados com quê?
Falou na imaturidade dos jogadores - outra justificação, como se imaturos não fossem os jogadores de todas as equipas que estão presentes no Europeu e como se não coubesse a ele a tarefa de incutir maturidade nos jogadores.
Não explicou o porquê das constantes alterações da equipa de uns jogos par os outros.
Não explicou o porquê da inclusão do Nélson a titular, quando sór ecentemente é que foi chamado aos SUB-21, depois de ter sido naturalizado português e após meia dúzia de jogos mais conseguidos no Benfica - a que se seguiu um abaixamento de produção que levou a que o Koeman o tirasse da equipa e não mais jogasse.
Não explicou porque não apostou num meio campo construído à base dos jogadores do SCP - Nani, Moutinho e Custódio - habituados a jogarem juntos durante toda a época.
Enfim, todos foram culpados pelo descalabro que foi a campanha no eurpoeu menos o Snr. Capachinho.
Espero que sejam tiradas as devidas consequências e que seja dado o lugar a outros mais capazes.
Amigo Ex: não é uma questão de provocação, é uma questão de constatação.
Quanto ao facto do Custódio ter jogado( e até jogou mal, quanto a mim), o curioso é que com um meio-campo novo, conseguimos não perder, e mesmo ganhar. quem não deveria ter actuado, por ser egoista, por ser indisciplinado, por ser vedeta, por não participar minimamente no jogo colectivo da equipa, era o cigano. Trivela é o resumo da sua actuação, incapaz de fazer um remate normal,um centro normal.Ou seja, uma exibição de um anormal, que se julga o Maradona.
amigo zex:
Nao me pronunciei a fundo sobre o jogo, pois que este não foi em nada diferente dos anteriores.
Como me havia já pronunciado sobre os jogos anteriores, preferi fazer um balanço da participação.
Não vi o Rui Santos na Sic Notícias, pelo que desconheço o que disse.
Se as minhas opiniões convergem com as dele, deverá ser a primeira vez que tal acontece.
Não é personagem com a qual simpatize.
Posso até dizer que nutro por ele um forte sentimento de repulsa.
Quase que me provoca vómitos.
Abraço.
E amigo EX, fixe uma coisa: acho que Ricardo Quaresma tem um enorme futuro, se aprender a ser humilde. Tem qualidades fora do comum para ser apenas um normal jogador de futebol.
Condómino Z (de Zurzidor):
Por muito que lhe custe, há-de reconhecer que no único jogo em que o meio-campo da selecção acabou formado por jogadores do SCP (Nani, Moutinho e Custódio) Portugal ganhou, com um golo construido, todo ele, pelo Nani e pelo Moutinho.
Parece-me que me vem dar razão.
Esta tese, aliás, do aproveitamento dos mecanismos existentes nas equipas de origem dos jogadores, tem sido defendida desde sempre, principalmente pelos adeptos portistas.
Não se lembra de que a Selecção principal, no Euro 2004, só começou a funcionar quando o Escolari pôs a jogar o meio-campo do Porto (Costinha, Deco e Maniche)?
Ou será que agora, por se tratarem de jogadores do SCP, essa tese já não vale?
amigo Jorge Mínimo:
Viva o Grande Gabriel Alves!
Abraço.
Penso que ficou bem claro por que razão o Quaresma não foi um dos eleitos...
Amigo Salame, totalmente de acordo.
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