A contratação de um novo treinador pelo Benfica tem assumido, pelo menos, nos últimos três anos contornos de folhetim.
Primeiro foi a renovação com Camacho.
Sim, não, talvez.
Acabou por ficar, não sem que antes se tenha especulado imenso sobre a continuidade.
Depois com a saída do espanhol, foi a vez de se romancear a sua sucessão.
Muitos foram os nomes apontados, mas curiosamente o escolhido foi um dos poucos que ficou de fora do vasto rol de putativos sucessores.
Trap chegou para espanto de todos.
Não obstante ter conquistado o título de campeão nacional, Trap nunca reuniu consenso.
O italiano, profundo conhecedor dos meandros futebolísticos, cedo percebeu que a sua missão estava terminada.
Vieira e Veiga também.
Havia que terminar a relação de forma airosa e um pouco à imagem de Pinto da Costa lá se arranjou um problema familiar que exigia a presença da "velha raposa" em Itália.
Saiu Trap e necessário se tornou assegurar a contratação de um novo treinador.
Após mais uma novela de trama intrincada, contratou-se Koeman.
O holândes não alcançou o sucesso desejado e, uma vez mais, colocou-se o problema da aquisição de um treinador.
Já surgiram os nomes de Eriksson, Carlos Queirós, Zaccheronni e Fernando Santos.
Todos óbvios.
Eriksson por terminar contrato e por ter uma ligação sentimental forte com o Benfica.
Carlos Queirós por ser a eterna possibilidade para qualquer um dos grandes.
Zaccheroni por Trap ter sido campeão.
Fernando Santos por terminar contrato e ser benfiquista.
Mas, ou muito me engano ou o próximo treinador do Benfica não sairá deste lote.
As sucessivas notícias trazidas à estampa pelos jornais desportivos diários decorrem da necessidade de encontrar fontes de atracção no público nesta que pode ser considerada a "silly season" futebolística.
Em ano de Mundial, a definição dos plantéis das equipas ocorre em momento posterior ao imediato termo da época desportiva.
Por norma, algumas contratações verificam-se antes do evento (poucas e geralmente relativas a jogadores não presentes na competição), mas a esmagadora maioria acontece após a realização da competição.
Deste modo, torna-se necessário descobrir outros pontos de interesse susceptíveis de encaminharem os leitores para a compra dos periódicos.
E nada melhor que o rosto do alquimista que guindará o clube mais popular de novo aos êxitos.
Assim se faz jornalismo desportivo em Portugal.
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