As melhores perspectivas confirmaram-se.
Koeman já não é treinador do SLBenfica.
E ainda pagou para sair.
Óptimo.
Um grande negócio, um brilhante acto de gestão desportiva e financeira.
O Benfica resolveu um problema bicudo e viu-se ressarcido do ano de contrato que faltava cumprir ao holandês.
Koeman, durante a sua estada no Benfica, nunca conseguiu estabelecer relação de empatia com a massa associativa, nem mesmo no período que mediou entre o jogo com o Manchester na Luz relativo à fase de grupos da Champions e a eliminação face ao Barcelona.
Mesmo neste período a inconstância exibicional e de resultados patenteada nas competições internas, ensombrou a sua aura.
Koeman viu no Benfica a possibilidade de dar novo fôlego à sua carreira, através da participação na Champions.
No desemprego após a sua saída do Ajax, Koeman viu no mediatismo da Champions a possibilidade de entrar na alta roda do futebol europeu.
O prestígio de Koeman enquanto jogador é incontestável, mas idêntico raciocínio não se pode realizar quanto à sua carreira como treinador.
Foi campeão da Holanda, mas em termos europeus nada conquistou.
Aliás, para além de nada ter conquistado, nunca conseguiu percurso digno de registo.
Assim, o Benfica surgia aos olhos de Koeman como a rampa de lançamento ideal para outros voos.
Para quem como Koeman ambiciona treinar o Barcelona, apenas feitos europeus o podem catapultar a tal desiderato.
O prestígio europeu do Benfica é inegável, mas o seu afastamento recente dos grandes palcos europeus faria guindar a plano de destaque o treinador que lhe devolvesse a glória europeia.
Foi neste cavalo que Koeman apostou.
E, em certa medida, ganhou.
Para Koeman ser campeão em Portugal pouco importava, pela visibilidade reduzida que o campeonato português tem e pela convicção externa de que vencê-lo ao serviço de qualquer um dos grandes não é feito assinalável.
Olvidou, todavia, que sem vitórias internas não se logra alcançar a tranquilidade necessária para obter vitórias externas e, essencialmente, para calar as ondas de contestação dos sócios.
Aqui Koeman começou a cavar a sua sepultura.
Findas as três primeiras jornadas da Liga, a contestação a Koeman havia já assumido proporções inusitadas.
O Benfica tinha o seu pior início de campeonato de sempre e o estado de graça de Koeman estava já periclitante.
Instalava-se a desconfiança e quando assim é dificilmente se consegue reverter a situação.
A vitória face ao Lille com um golo nos descontos de Miccoli permitiu serenar as coisas.
No campeonato o Benfica acertava o passo e a carreira europeia seguia auspiciosa.
A contestação baixava de tom.
Vence o Manchester na Luz e a euforia surge.
Daí até à derrota com o Guimarães no Afonso Henriques, as águas permanecem calmas.
A vitória e eliminação do Liverpool dá novo balão de oxigénio, mesmo que na ocasião o Benfica tivesse sido já arredado da Taça de Portugal.
Koeman sobrevivia à conta dos resultados na Champions.
Na Liga portuguesa, o cenário agudizava-se.
O Benfica perdia pontos atrás de pontos e a revalidação do título passava a ser uma miragem.
Na Champions, o Benfica cai aos pés do Barcelona e Koeman cai com a equipa.
Desmotivada pela eliminação na Champions e pela ausência de objectivos internos relevantes, a equipa e Koeman entrem em lenta agonia competitiva.
A imagem de Koeman empalidece de vez.
Koeman sai sem honra, nem glória.
Conquistou um título, fraco pecúlio.
Foi eliminado da Taça precocemente e alcançou um sofrível terceiro lugar no campeonato.
Projectou, de novo, o Benfica em termos europeus, a sua única, mas de pirro vitória.
Mostrou-se, sempre, inábil na sua relação com a imprensa, o que, ainda mais, contribuiu para enfraquecer a sua imagem.
As suas declarações nas conferências de imprensa enfraqueceram-no, também, junto dos jogadores, falho que se mostrou de confiança nas capacidades da sua equipa.
Aliás, no final do jogo de Paços de Ferreira, ficámos a saber que as contratações de Inverno foram uma exigência de Koeman, quando afirmou que o plantel foi sempre desequilibrado e que no mercado de Janeiro procurou colmatar as lacunas existentes.
Nunca se assumiu como líder.
Não granjeou simpatias no balneário pelas escolhas precipitadas e erráticas que foi fazendo.
Perdeu, definitavamente, o balneário ao conceder a titularidade a Moretto.
Nesse momento, criou uma clivagem no grupo - deu peso desmesurado ao grupo dos brasileiros em favor dos portugueses.
Desconsiderou um jogador com relativo peso no balneário e deu de si uma imagem de servilismo face à administração.
Os jogadores perderam confiança nas suas capacidades.
Deixou de ter mão no balneário.
A proscrição de Quim terá sido o golpe fatal para Koeman, a par da contratação de Robert e sua titularidade.
Os desequilibrios financeiros que a contratação de Robert acarretou no seio do grupo e o fraquissímo rendimento evidenciado pelo jogador francês, sem que Koeman, em tempo congruo, o tivesse remetido ao banco, desagregaram um balneário já de si em período de paz podre.
Enquanto houve objectivos a conquistar, os humores do grupo foram sendo geríveis.
Quando tudo se perdeu, as vozes contestárias fizeram-se ouvir e o grupo desmoronou-se.
Tacticamente, Koeman nunca demonstrou grande saber.
Hesitou entre quatro sistemas - três defesas, três médios de cobertura, dois pontas de lança ou o tradicional do Benfica nas últimas época com dois médios de contenção e um falso ponta de lança.
Não soube potenciar as rotinas adquiridas com Camacho e Trap e as suas hesitações tácticas fizeram a equipa perder identidade. O que se conquistou com Camacho e Trap, perdeu-se com Koeman.
A rotatividade de jogadores que promoveu, também, não permitiu à equipa construir rotinas e um fio de jogo seguro. Foram mudanças a mais, sem que se curasse de preservar um núcleo duro que conferisse coerência e identidade à equipa.
A sua saída constituiu um alívio para os benfiquistas, mas também para si.
Koeman sabia que a sua margem de manobra era escassa e que a contestação ao primeiro desaire seria mais do que muita.
Sair era mais do que a melhor opção, a única solução.
Além do mais, Koeman atingiu os seus objectivos - relançou a carreira.
Vai substituir um dos mais desejados treinadores da actualidade e vai assumir o comando técnico de uma equipa bem estruturada e com poderio financeiro suficiente para se projectar na Europa.
Adeus e não voltes!
17 comentários:
Para treinador do SLB eu proponho desde já o Humberto Coelho!!!
amigo zex:
não digas disparates, pois que mais uma vez faltas à verdade.
Desafio-te a dizeres onde e quando disse o contrário do que aqui escrevi. Para mim, Koeman nunca foi um treinador bestial.
O Koeman ganhou o campeonato e taça da Holanda e o Adriaanse até esta época nada.
Escrevi que o Koeman não ganhou nada em termos europeus, o resto é uma conclusão precipitada e distorcida como é teu timbre.
Abraço.
Zenhor Ex, já começa a faltar paciência para as suas constantes provocações, normalmente baseadas em falsidades. Modere-se e ,não se esqueça, você é adepto de um clube de bairro, a que ninguém dá importância.
Sr Nunca.
Os Bebados de Gondomar dão...
Em relação ao sr Koeman registo apenas o que disse na despedida: " Já estive em grandes clubes europeus, mas nunca ví nada como no Benfica".
Sr Nunca.
Em relação ao clube do bairro das antas deve-se registar que no jogo da festa do titulo estiveram no Dragão cerca de 40.000 pessoas.No mesmo dia na Luz com o VSetúbal, com o SLB a jogar, e mal, para o 3º lugar a lotação quase esgotou com 53.000 pessoas.Dai Koeman ter ficado tão impressionado.
Sr Nunca.
Não lhe dou os parabéns pelo 2º lugar porque nós no Benfica só nos contentamos com o 1º.Os outros mais acima ou mais abaixo é tudo a mesma coisa.Esperemos ter sorte no sorteio e lá estaremos os três na LC.
Um abraço
Senhor Caji:
Reconheço que ser 2º não á nada de especial, mas sempre é preferivel a ser 3º. No entanto o amigo não me viu aqui a vangloriar-me pelo meu clube ser 2º classificado.
Quanto à sua apreciação do clube de bairro, totalmente de acordo, e já agora, ainda bem que regressa à discussão, pois o meu amigo tem ficado muito tempo ausente.
amigo cavungi:
é só para saudar o seu regresso a este espaço.
Um grande bem-haja.
Abraço.
Koeman fez um mau trabalho quando começou a política veiguista de contratações de Janeiro, por que como toda a gente sabe alguns dos contratos que foram feitos implicam que determinados jogadores joguem um certo número de jogos, sob pena de o clube ter que pagar uma choruda indemnização.
Infelizmente é assim que em muitos clubes se trabalha...
Considero que muitas das opções tácticas de Koeman foram fruto daquilo que o Sr. Veiga quis colocar em campo para daí conseguir tirar alguns dividendos. Infelizmente deu mau resultado.
Concordo inteiramente com o Sr. Cavungi, pois é uma realidade indiscutível do grande clube que é o Sport Lisboa e Benfica.
Quem é que por esse País fora consegue encher os estádios da I Liga!?
Quem é que no estrangeiro (veja-se as competições europeias) consegue movimentar milhares de pessoas atrás de si!?
Não são de certo clubes como o Porto ou o Sporting.
Eu sei que os adeptos destes dois últimos clubes preferiam ver o Benfica na mesma posição que o V. Guimarães, mas tenho a certeza que mesmo na II Liga o SLB conseguiria ter mais gente a assistir aos seus jogos do que aqueles dois na I Liga!
É mais do que indiscutível a grandeza do Benfica e Koeman provavelmente nunca pensou que assim o fosse, o que, a auxiliar a má política de contratações, o colocava todos os dias em blocos de noticiários.
Na Holanda nada disto se deve passar e assim mais calmamente consegue estar a um nível em que não haja tamanhas pressões à sua volta.
Um treinador do Benfica tem que ter cojones para aguentar todo o tipo de pressão, venha ela de onde vier, e Koeman não estava preparado, essa é que é essa...
Continuo a apostar em Humberto Coelho se decidirem pela opção de um treinador português.
Sr. Salomé:
Eu desejo o Humberto Coelho no seu clube. Vou mesmo fazer força para que tal aconteça.
Ninguém pára o benfica.
Sr. Unca,
Pelo menos o Humberto Coelho não tem o cabelo com o risco ao meio, sabe falar e apesar de ter ido para o estrangeiro não tem sotaque!
Sr Salomé:
Humberto tem outra vantagem, sabe jogar golf.
Posso dar testemunho pessoal que o Koeman nunca foi treinador que merecesse a simpatia do meu querido amigo Vermelho.
Aliás, e para prova disso, basta analisar as antevisões dos jogos europeus do benfica aqui publicadas, onde sempre foram criticadas pelo Snr. Administrador as opções tácticas do Koeman e os jogadores escalados para o onze inicial.
No entanto, o mesmo creio não suceder quanto à generalidade dos adeptos benfiquistas, aqui incluindo a grande maioria dos jornalistas.
Não me recordo de nenhum episódio de lenços brancos para o Koeman, ao contrário do que fizeram ao infeliz Trapattoni.
A equipa e o treinador sempre foram recebidos em festa das vezes que regressaram dos seus confrontos europeus.
O Estádio da Luz sempre registou assinaláveis assistências.
Na imprensa, sempre foram realçadas as capacidades técnicas do Koeman e a sua sagacidade como treinador, particularmente nos confrontos que teve com o seu compatriota Adrianse.
Agora não deixa de ser irónico que queiram despachar o homem e por muito que o Orelhas tente convencer a populaça que não se trata de um despedimento, a ideia que passa é a de que é, efectivamente, uma carta de despedida, com a vantagem de o SLB ainda receber dinheiro do PSV ou do Koeman - não percebi - em lugar de ter de lhe pagar por o despachar.
Condómino Cavungi:
Só agora, perdido que foi o segundo lugar, é que o ouço dizer que para si é indiferente ficar em 2º ou noutro lugar qualquer.
Até parece que o seu clube nada em dinheiro.
A diferença entre o 2º e os outros lugares é, logo à cabeça, qualquer coisa como 5 milhões de euros, podendo vir a ganhar mais, muito mais.
É não ter que vender nenhum jogador importante do plantel.
É ter os jogadores da sua equipa na montra do futebol europeu.
É estar entre os melhores.
Por isso é que o 2º lugar é tão cobiçado e por isso é que o Koeman, ao vê-lo perdido, se saiu com aquele disparate dos jogadores do Rio-Ave no jogo contra o SCP.
Não julgue que me regozijo com o 2º lugar do SCP e que esqueço do título que esteve ao nosso alcance ("bastaria" ter ganho ao FCP).
Mas, ao ficar em 2º lugar, posso considerar, pelo menos, que a época não foi totalmente inócua, e que ganhámos, ao menos, dinheiro e o direito (garantido) de jogar a Champions.
Condómino S. Lame:
Há tantos anos que têm aí o Bertinho à mão e nunca o quiseram para treinador, e acha que agora é que se vão lembrar dele?
Mais depreessa irão buscar o Toni, acho eu.
É de facto inacreditável. A postura do elemento Ex ultrapassa o minimamente aceitável para se poder atingir uma conversa decente. Seguramente que daqui a uns tempos vai dizer que se esticou na linguagem, que não é assim o seu comportamento habitual, que isto e aquilo.
Aconselho-o vivamente a pedir aconselhamento psiquiátrico, pois anda fortemente alterado. Não é por ser de um clube de bairro que pode reagir assim. São as suas noções de democracia, como já tinha chamado à atenção.
Zenhor adepto do clube de bairro:
Para que mais tarde não se esqueça( como se calhar já se esqueceu quando insultou o condómino Lázaro) aqui ficam umas palavras por si proferidas: "defeco", "coloque uma rolha no seu traseiro, à bruta", "vá-se embora para não mais voltar".
Eu não iria tão longe, mas de facto a postura do adepto do clube de bairro está a ultrapasar os limites da boa educação. Não que me aflija ele dirigir-se a mim com impropérios, mas para mantermos a conversa a um nível aceitável, sugiro uma chamada de atenção a este elemento destabilizador por parte do senhor adepto do clube que ficou em 3º lugar, o amigo vermelho.
Enviar um comentário