O Jornal Record traz, hoje, à estampa a notícia de que o central escolhido para substituir Jorge Andrade será Ricardo Costa.
A confirmar-se é mais uma escolha à boa maneira de Scolari, ou seja, de um jogador que não é regularmente utilizado no seu clube.
Dispondo Portugal de Tonel, Nunes, Pedro Emanuel, Ricardo Rocha, José António e Zé Castro dificilmente se alcança qual o critério que presidiu à opção por Ricardo Costa.
Apenas o seu percurso nas selecções nacionais jovens poderá justificar a escolha.
Todavia, não me parece que tal seja, sequer, critério.
Critérios seriam o momento de forma do jogador ou, pelo menos, a sua performance ao longo da temporada.
Ricardo Costa pouco jogou e nos últimos meses da época raramente saiu do banco.
Há muito que não é opção para Co Adriaanse.
Scolari só pode ignorar o seu momento de forma.
Mais uma escolha asnática.
Naquela publicação diz-se, igualmente, que o terceiro guarda-redes será Bruno Vale.
Ainda que o terceiro guarda-redes poucas ou nenhumas chances de jogar venha a ter, me parece uma desconsideração para Paulo Santos.
A performance desportiva de Paulo Santos ao longo da época pautou-se por uma regularidade assinalável, justificando, por si só, a sua chamada ao lote dos eleitos.
Seria da mais elementar justiça convocar Paulo Santos para o Mundial.
Ainda segundo o Record, Costinha, Maniche e Hugo Viana farão parte do lote de convocados.
Sem utilização ou utilização regular nos seus clubes, não se percebe a sua chamada.
Tendo por critério fundamental para a escolha dos jogadores a sua titularidade nos clubes que representam ou, pelo menos, a sua chamada em bases regulares, aqueles jogadores nunca seriam convocados.
É que sem jogar não se pode aferir, cabalmente, o seu momento de forma.
Não alcanço como jogadores que na presente época desportiva não disputaram mais de 10 jogos completos podem constituir opções válidas para a selecção nacional.
Então Costinha nem um terá disputado.
Sobejando a estas escolhas, emergem os proscritos.
Para além de qualquer um dos centrais supra aludidos, João Moutinho, Quaresma e João Tomás exibiram-se a nível justificativo da sua convocação.
Foram titulares das suas equipas, tendo as suas exibições merecido rasgados elogios.
Como justificar a chamada de Maniche e Hugo Viana em detrimento de Moutinho e Quaresma ou a de Hélder Postiga em desfavor de João Tomás?
Critérios estritamente desportivos ancorados na performance desportiva ao longo da época não terão sido.
Meras convicções pessoais, possivelmente.
Todavia, penso que as convicções pessoais, ainda que sejam critério atendível, carecem de ser fundamentadas em qualquer um dos critérios sobredito - momento de forma ou performance ao longo da época.
De outra forma, ainda que no passado este ou aquele jogador tenha desempenhado papel importante na selecção, ignora-se se o poderá voltar a fazer. Como sindicar da sua utilidade presente se não são utilizados com regularidade?
Aliás, o que se passou no jogo inaugural do Euro-2004 com a Grécia é fiel exemplo disso.
Escolheu-se com base em convicções pessoais assentes no passado, na carreira, olvidou-se o momento de forma dos jogadores e depois foi o descalabro que se viu.
Errar é humano, não aprender com os erros é estupidez.
3 comentários:
amigo Zex:
A lista será publicada, na íntegra, no momento em que Scolari publicitar a sua.
Foi esse o timing que entendi mais adequado por forma a suscitar comparações e comentários.
Abraço.
amigo costa:
seguindo o raciocínio de Scolari até devia ser opção prioritária, pois não joga no Bordeaux.
Abraço.
Oarece que teremos de ir com calma. A lista do Scolari ainda não foi publicada.
Está-se a dar por verdadeira uma mera notícia de um jornal.
Aguardemos a "lista do Scolari" para, depois, tecermos os devidos comentários.
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