terça-feira, novembro 03, 2009

Artigo de Opinião de Fernando Guerra

Na opinião de José Eduardo Bettencourt, que classifico de verdadeiramente arrasadora, as pessoas que não fazem parte da 'corte do Sporting' já perceberam que o desinvestimento se tem agravado nos últimos anos, travando o reforço do futebol e alimentando o aparecimento de 'minorias pseudo-revolucionárias' que actuam muitas vezes pelo próprio negócio e que não têm qualquer representação no universo do clube, sobre quem têm sido cometidos 'actos terroristas todos os dias'.

Violentas declarações para vários destinatários, produzidas um dia antes da tentativa de invasão que rancho de bandalhos tentou levar por diante em nome de nada, a não ser o insulto e a agressão. Quer-me parecer que o presidente leonino, embora ignorando os contornos da arruaça, suspeitava que algo de muito feio estaria em preparação, convidando a ignorar uma 'minoria ruidosa e desestabilizadora' que não se esgota, obviamente, no desatino da chusma de claqueiros. O que se observou em Alvalade não foi obra do acaso, muito menos reacção espontânea sobre o resultado do jogo com o Marítimo. Nota-se ali a influência de dedo maroto, o que mais uma vez acentua a suspeita de residirem lá dentro os mais intensos focos de discórdia, perturbadores do normal funcionamento de um grupo directivo sem tempo para reflectir nem condições para trabalhar.

Qual então a tragédia que ajude a explicar tão estúpida atitude por parte de franja malcriada de adeptos? Maus resultados? Só acredita nisso quem quiser... Diz Bettencourt que quanto mais conhece o clube mais vontade tem que Paulo Bento fique. Com esta sentença, não só absolve o treinador como se coloca ao lado dele para o que der e vier...

Já por mais de uma vez o presidente sportinguista se serviu do Benfica como muleta para divulgar as suas teses, ora com ironia, ora com sinceridade. Agora, apesar da quase sempre pouco saudável rivalidade entre os vizinhos da Segunda Circular, ousou, porque de uma ousadia se tratou no meu entendimento, endereçar elogios que julgo sinceros a Luís Filipe Vieira, e à Direcção por ele encabeçada, por ter sido capaz de mobilizar um conjunto de investidores para ajudar a salvar o emblema da águia.

Isso é unanimemente reconhecido, mas não caiu do céu. Gestões irresponsáveis deixaram o Benfica à beira da ruína. Roubaram-lhe a honra, despedaçaram-lhe a imagem e hipotecaram-lhe o futuro.

Luís Filipe Vieira chegou à Luz e descobriu uma instituição espezinhada e debilitada, ferida de morte por sucessivos atropelos. Desde então perdeu-se a contagem das batalhas que teve de travar em longo e desgastante combate que se arrasta há pelo menos oito anos. Objectivos? Recuperar a credibilidade, reactivar o processo de crescimento, preparar o futuro com a projecção e construção de infra-estruturas funcionais e modernas e, agora, a última e porventura mais importante fase do projecto: reconquistar o sucesso desportivo através de sério reforço da equipa de futebol.

O quadro que hoje se depara a Bettencourt deve ser um mar de rosas se comparado com o cenário de desolação que Vieira encontrou quando, para o bem e para o mal, aceitou a presidência do Benfica. Nem tudo lhe terá corrido de feição e nem tudo o que fez foi bem feito. Teve avanços e recuos, inimigos ferozes, adivinhou armadilhas e resistiu a traições. Como? Uma questão de liderança! Eis a diferença. Vieira sempre foi um dirigente de convicções. Desde o primeiro dia do seu magistério ficou claro o nome de quem mandava. A Bettencourt falta-lhe reclamar o respeito que lhe é devido, impor a sua autoridade e... preparar-se para ventos e marés... O que se passou em Alvalade na noite de anteontem deve ser visto como um desafio ao seu poder de comando.

8 comentários:

Jimmy Jump disse...

Como dizia e e bem o apresentador do Trio d´Ataque naquele que foi o momento alto do programa, Domingo nasceu oficialmente o Sporting Cabul de Portugal.

Anónimo disse...

Amigo Saltitão:
A memória por vezes é curta...

Só para relembrar o tal de Cabul:

"Concentração de protesto decorre esta tarde frente ao Estádio da Luz
Benfica: PSP obrigada a intervir para acalmar ânimos no centro de estágio do Seixal
19.04.2008 - 16h18 PÚBLICO
A PSP foi chamada hoje ao centro de estágio do Benfica, no Seixal, para garantir a segurança da equipa de futebol face aos protestos de algumas dezenas de adeptos que se encontravam no local. O site “Mais Futebol” adianta mesmo que os agentes terão disparado para o ar a fim de dispersar a manifestação.

Os maus resultados da equipa “encarnada” nos últimos jogos, que colocaram jogadores e direcção do clube sob uma chuva de críticas, ajudam a explicar o clima vivido esta manhã no Seixal. A Lusa adianta, contudo, que a causa imediata do protesto dos adeptos, alguns dos quais com ligações às claques, foi o facto de o Benfica ter devolvido 2350 bilhetes a que tinha direito para o jogo de amanhã frente ao FC Porto no Estádio do Dragão.

Os adeptos concentraram-se desde o início da manhã junto aos portões do centro de estádio, onde decorria um treino à porta fechada, e nem uma tentativa de diálogo encetada pelo secretário técnico Shéu surtiu efeito.

Os ânimos acabaram por exaltar-se pouco depois da hora de almoço, no momento da saída do autocarro da equipa, tendo os agentes da PSP sido obrigados montar um cordão de segurança em redor da viatura.

Ainda assim, relata o “Mais Futebol”, os jogadores foram insultados e pelo menos um “very-light” foi arremessado contra o autocarro. No meio da confusão, adianta a mesma fonte, a polícia chegou mesmo a disparar balas de borracha para o ar a fim de tentar dispersar os adeptos."

Como vês, parece que esse tal de Cabul não nasceu oficialmente no Domingo...

VermelhoNunca disse...

Saltitão, Saltitão...para vomitar assim, é melhor não...

Jimmy Jump disse...

Amigo JC, a memória é curta para aqueles que no passado ousaram atiraram pedras ao ar esquecendo-se dos telhados de vidro.
Quem insistiu sempre em acenar com o baluarte do clube dos viscondes, dos educados, dos impolutos, dos distintos e mui nobres e blá, blá!!, foram vocês, sportinguistas.
Parece que o mito caiu por terra. Afinal nisto não são diferentes de nada nem de ninguém.
Só para dizer que arruaceiros há-os em todo o lado.
Agradeçam esse facto porque só assim conseguiram ser campeões em juniores.

VermelhoNunca disse...

Vómito atrás de vómito, só podia dar na conclusão dispatarada que Saltitão tirou.
É cego, engolidor, mas chega a ser "burro". Irra, que é demais!

VermelhoNunca disse...

O que seria se conquistassem títulos?

"Os três administradores da SAD do Benfica (Teresa Claudino, Soares Oliveira e Rui Costa) receberam no conjunto, entre 1 de Julho de 2008 e 30 de Junho de 2009, total de 673.266 euros em remunerações, comunicou aquela Sociedade à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A maior «fatia» coube a Domingos Oliveira, que recebeu 291.641 euros, seguindo-se Rui Costa (235.777 euros) e Maria Teresa Claudino (145.848 euros), especifica ainda o comunicada enviado à CMVM.

Salienta-se ainda que o presidente e o vice-presidente do Conselho de Administração (Luís Filipe Vieira e Rui Cunha, respectivamente), assim como os membros do Conselho Fiscal, não auferem qualquer tipo de remuneraçã"

Claro que a BOLA faz menção que há outros 2 nada recebem. Ração para engolidores, tipo Saltitão.

Folgo em saber que o sportingusta Domingos é o mais bem pago.

VermelhoNunca disse...

Variáveis algumas remunerações..afinal deve haver prémios de bom desempenho..desportivo???

"mais de 673 mil euros, dos quais mais de 573 mil correspondem a retribuições fixas e os restantes 100 mil a remunerações variáveis.

VermelhoNunca disse...

Remunerações em 2008/09 dos administradores das SAD dos três grandes:

F.C. Porto:
Pinto da Costa, 700 000.
Adelino Caldeira, 420 000.
Fernando Gomes, 420 000.
Reinaldo Teles, 375 815.
Jaime Lopes, não remunerado.

Benfica:
Luís Filipe Vieira, não remunerado.
Rui Manuel Cunha, não remunerado.
Domingos Soares de Oliveira, 291 641 euros.
Rui Costa, 235 777 euros.
Maria Teresa Claudino, 145 848 euros.

Sporting:
Filipe Soares Franco, não remunerado.
Miguel Ribeiro Telles, não remunerado.
Rita Corrêa Figueira, 165 620.
Carlos Freitas, não remunerado.
Pedro Mil-Homens, não remunerado.