O FCPorto, no conjunto da época, contratou 13 jogadores, a saber Helton, Paulo Ribeiro, Bruno Alves (regresso após empréstimo), Sonkaya, Marek Cech, Lucho Gonzalez, Jorginho, Paulo Assunção(regresso após empréstimo), Anderson, Lizandro, Alan, Adriano, Sokota.
Helton chegou ao Dragão proveniente do Leiria e, embora tenha actuado em apenas 11 jogos, confirmou todas as potencialidades que justificaram a sua contratação.
Guarda-redes ágil, rápido, felino, dotado de uma notável elasticidade e de um excelente jogo de pés, apresenta as características ideais para o sistema de jogo preconizado por Adriaanse. Aliás, foi precisamente por tal que assumiu a titularidade das redes azuis e brancas.
Conseguiu, de forma ainda que não pacífica, “derrubar” o mito Baía, ao ponto de as reticências iniciais terem dado lugar à sua indiscutibilidade.
De eterno suplente de Baía aquando da sua aquisição transformou-se em eterno titular de um Baía eterno suplente.
Numa avaliação quantitativa do acerto da contratação direi que, numa escala de 0 a 10, se situa no patamar 9.
Paulo Ribeiro foi adquirido ao Setúbal numa perspectiva de futuro e, muito provavelmente, por indicação expressa de José Couceiro.
Ainda que numa perspectiva de futuro, não percebi a sua contratação, atenta a relativa juventude de Helton e a presença de Bruno Vale no plantel.
Apenas foi utilizado em partidas da equipa B, prevendo-se para este Sábado a sua estreia na Liga.
Assim, contratação no patamar 0.
Bruno Alves regressou ao Porto após um ano de empréstimo ao AEK de Atenas de Fernando Santos.
Jogador forte, robusto, com uma compleição física invejável, mas a quem lacunas técnicas e tácticas não permitem guindar-se a outros planos.
O seu temperamento irascível, a sua falta de sentido posicional e de concentração toldam-lhe a margem de progressão.
Adriaanse apostou nele no início da época, mas a desastrosa exibição frente ao Benfica no Dragão, culminada com uma expulsão por agressão bárbara a Nuno Gomes, arredou-o para a bancada.
Fez 5 jogos a titular para uma utilização global de 435 minutos.
Contratação no patamar 1.
Sonkaya, esse mito vivo, foi a única contratação com chancela exclusiva de Adriaanse.
À míngua de outras soluções, Adriaanse entregou-lhe a titularidade no lado direito da defesa, mas depressa percebeu que não reunia as mínimas condições para actuar numa equipa do nível do FCPorto.
Lento, pouco esclarecido e tecnicamente limitado, Sonkaya apenas pela robustez física se destaca.
Pouco, muito pouco para um lateral.
Fez 4 jogos a titular para uma utilização global de 346 minutos.
Contratação no patamar 0.
Marek Cech chegou já com a temporada a decorrer proveniente do Sparta de Praga.
Foi, indiscutivelmente, uma agradável surpresa.
Completamente desconhecido, apresentou um pé esquerdo de bom nível quer no passe quer nos cruzamentos.
Mais ala do que defesa lateral, vivenciou problemas para se impor face à adaptação de Peixoto a defesa lateral encetada por Adriaanse.
Foi mais útil a partir da lesão de Peixoto, tendo aproveitado a alteração táctica protagonizada por Adriaanse para se assumir como titular.
O 3x3x4 potencia as suas qualidades e permite-lhe disfarçar mais cabalmente as suas limitações defensivas.
Fez 11 jogos a titular para uma utilização global de 969 minutos.
A próxima época será decisiva para a afirmação ou infirmação do seu valor.
Contratação no patamar 6.
Lucho Gonzalez veio para o Porto proveniente do River Plate e alcandorou-se à condição de mais bem sucedida contratação do FCPorto e do conjunto das equipas da Liga Betandwin.
Jogador de fino recorte técnico, joga quase de pantufas.
Pouco se dá por ele, mas é de uma eficácia a toda a prova.
Cerceia espaço aos adversários como poucos, fruto de uma invulgar capacidade de ocupação de espaços, sem que, todavia, cinja a sua acção a tarefas defensivas.
Poderoso a jogar entre linhas, aparece sorrateiramente na área ou nas suas imediações para finalizar. Aliás, esta característica do seu jogo permitiu-lhe ser o melhor marcador do Porto com 10 golos.
Dotado de uma capacidade de leitura de jogo acima da média, alia esta qualidade a uma excelente capacidade técnica.
Apresenta uma capacidade de passe muito boa e uma capacidade de remate muito razoável.
Um jogador de nível mundial que ou muito me engano ou pouco tempo mais permanecerá no Dragão.
O melhor jogador do campeonato.
Fez 30 jogos a titular para uma utilização global de 2602 minutos.
Contratação no patamar 10.
Jorginho veio do Setúbal pela mão de Couceiro.
De proscrito a herói foi o seu percurso.
Dotado de boa capacidade técnica, a principal interrogação que se colocava residia na sua capacidade de afirmação num plantel como o do Porto.
Não sendo um típico n.º 10, mas sim mais um avançado móvel, carecia de ser encontrado o lugar ideal para explanar o seu futebol.
Adriaanse colocou-o nas alas, preferencialmente na direita, mas nunca se adaptou.
Não dispondo de argumentos para jogar nas alas, a sua relação com os adeptos foi-se degradando ao ponto de se tornar num dos jogadores mais mal amados do plantel.
O “golo do título” fê-lo renascer das cinzas qual Fénix.
Permanece por comprovar a sua qualidade para envergar a camisola azul e branca, especialmente num plantel dotado de tantos jogadores com as suas características.
Fez 16 jogos a titular para uma utilização global de 1594 minutos.
Contratação no patamar 5.
Paulo Assunção, após os episódios rocambolescos que o conduziram à Grécia, regressou pela porta grande.
Mas, não se pense que a sua afirmação foi fácil, nada disso.
Inicialmente preterido por Adriaanse, veio-se a revelar peça chave no esquema táctico de Adriaanse.
Foi o pêndulo do meio-campo portista, ora trinco, quando em posse de bola, ora central, quando em acção defensiva.
Imprescindível para o sucesso do 3x3x4 de Adriaanse, até porque é o único jogador do plantel com as características necessárias ao desempenho da tarefa supra aludida.
Embora não seja muito alto, nem muito dotado fisicamente, compensa tudo isso com uma entrega notável ao jogo e com uma capacidade de leitura do jogo muito acima da média.
Aparentemente não dispõe dos predicados suficientes para jogar ao mais alto nível, mas quem o vê jogar logo muda de opinião.
Um verdadeiro metrónomo.
Fez 24 jogos a titular para uma utilização global de 2205 minutos.
Contratação no patamar 9.
Anderson chegou com o rótulo de melhor jogador do Mundial de sub-17.
Logo se ergueram vozes a compará-lo a Ronaldinho Gaúcho.
Tem talento, isso é inegável, mas compará-lo a Ronaldinho é precipitado.
Veremos o que fará na próxima época, pois que a parca utilização que teve na presente se permite detectar o seu talento precoce, não permite dissipar dúvidas quanto à sua adaptação ao ritmo de jogo e às exigências do futebol europeu.
Fez 1 jogo a titular para uma utilização global de 113 minutos.
Contratação no patamar 6.
Lizandro acompanhou Lucho na aventura europeia e até se impôs mais rapidamente.
Início de época em grande, fazendo augurar uma qualidade que foi empalidecendo.
Rápido, incisivo, de boa técnica, boa capacidade de desmarcação, boa capacidade de jogar nas alas e no centro, boa leitura de jogo, boa capacidade finalizadora, tudo isto aportou Lizandro no princípio da época.
Mas, com o tempo, provavelmente devido ao cansaço acumulado com a disputa do “apertura” argentino, o seu registo foi decrescendo.
De titular indiscutível passou, inclusive, em alguns momentos, a não convocado
A qualidade está lá, mas só as férias nos poderão trazer a confirmação do seu valor,
Fez 17 jogos a titular para uma utilização global de 1472 minutos e apontou 6 golos.
Contratação no patamar 6.
Alan contratado ao Marítimo nunca demonstrou categoria suficiente para envergar o jersey portista.
Jogador de contra-ataque, denotou naturais dificuldades para se adaptar a um modelo de ataque continuado.
Rapidez e boa capacidade de trabalho e de desmarcação são os seus maiores predicados.
Falta-lhe, contudo, capacidade de drible e de cruzamento para constituir alternativa válida para os flancos.
Fez 9 jogos a titular para uma utilização global de 974 minutos e apontou 1 golo.
Contratação no patamar 4.
Adriano, o “Bart Simpson”, constituiu a maior surpresa da época azul.
Várias vezes cogitado como aquisição de portistas e leões em defesos anteriores, regressou do Brasil para colmatar o deficit de golos de MCCarthy.
Não é um virtuoso, mas a sua capacidade de luta e entrega ao jogo fazem dele um bom homem de área.
É um ponta de lança nato, com limitações técnicas evidentes, mas lutador suficiente para ser incómodo para qualquer defesa.
É um homem de área que aparece bem nos espaços.
Quando Adriaanse o deslocou para os flancos, como no jogo contra o Sporting para a Taça, as suas limitações técnicas vieram à tona.
Redescobriu no Porto a veia goleadora que havia patenteado no Nacional, mas que no Cruzeiro parecia definitivamente perdida.
Revelou um excelente entendimento com MCCarthy.
Fez 14 jogos a titular para uma utilização global de 1136 minutos e apontou 7 golos.
Contratação no patamar 8.
Sokota ou sucata como o denominavam os adeptos portistas quando alinhava no Benfica, viu a sua afirmação no Dragão prejudicada por mais uma arreliadora lesão.
Com tantas lesões graves na sua carreira, vejo com dificuldade que regresse ao nível que apresentou nos primeiros jogos em Portugal.
Fez 1 jogo a titular para uma utilização global de 9o minutos e sem que tenha apontado qualquer golo.
Contratação no patamar 0.
No balanço global direi que Helton, Lucho Gonzalez, Paulo Assunção e Adriano foram apostas claramente ganhas, Marek Cech, Jorginho, Anderson e Lizandro são valores a confirmar e Paulo Ribeiro, Bruno Alves, Sonkaya, Alan e Sokota apostas falhadas.
1 comentário:
amigo zex:
discrimina, por favor, as precipitações e as alfinetadas.
Abraço
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