Mais um bom teste!
Confirmação das virtudes da véspera, às quais se juntou a capacidade de pressionar alto.
Este terá sido o aspecto mais positivo da partida frente ao Shakhtar.
E o mais improvável se levarmos em linha de conta o natural desgaste de dois confrontos em dias consecutivos.
Até haver "pernas", o Shakhtar nunca conseguiu articular o primeiro momento de construção.
Aliás, defensivamente, a equipa parece já ter assimilado os princípios fundamentais do modelo de jogo de Jesus - Pressão imediata sobre o portador da bola, cobertura zonal dos espaços e preocupação em não fazer faltas.
À competência e organização defensiva acrescentou a lucidez e a eficácia ofensiva.
Doses elevadas de posse e circulação de bola, exploração das alas, segurança na transição e assunção do risco apenas no último terço parecem ser os mandamentos essenciais do processo ofensivo.
Claro está que ainda carecem de harmonização, mas a generalidade dos movimentos atacantes cumpriram a cartilha idealizada por Jesus.
Cardozo e Carlos Martins deram corpo à supremacia encarnada e, tal como sucedera no dia de ontem, o Benfica foi para o intervalo a vencer por dois golos.
Com a segunda parte, chegou a exaustão física e as substituições que importaram a progressiva degradação do ritmo e da qualidade do jogo.
Ainda assim, com maior ou menor dificuldade (Moretto susteve um penalty), o Benfica logrou conservar perene a sua vantagem.
Um a Um
Quim - Pouco trabalho (não me lembro de qualquer intervenção de grau de dificuldade mais elevado), mas não conseguiu transmitir a necessária confiança.
Patric - Abnegado. Apenas abnegado.
Sentiu e de que maneira a camisola. Acumulou erros posicionais e de passe, numa prestação muito fraca.
Falta-lhe confiança e maturidade. Precisa de se desinibir.
Roderick - Acusou o cansaço de 180 minutos em 48 horas, sendo certo que acumulou mais competência do que equívocos.
Exibiu-se em plano menos fulgurante que na véspera (cometeu uma grande penalidade desnecessária), mas o balanço é claramente positivo.
Miguel Vítor - O patrão da defesa, num desempenho de elevada qualidade e concentração.
Shaffer - Generosidade e boa técnica.
Sobressaiu, essencialmente, pela profundidade ofensiva que ofereceu ao seu flanco.
Tem de melhorar o seu posicionamento, mormente a basculação interior, que se revelou excessiva.
Yebda - Cobriu bem o espaço central e entregou quase sempre com critério e precisão.
Carlos Martins - O golo que marcou não coloriu o seu desempenho ao ponto de fazer esquecer a ausência de clarividência, as precipitações e as más decisões.
Aimar - Restituído ao seu lugar natural, perfumou o processo ofensivo encarnado com pormenores da inegável classe que possui.
Um desempenho, acima de tudo, prometedor.
Veremos o que nos reserva o futuro, sendo certo que já se percebeu que Jesus vê em Aimar o principal artífice dos movimentos atacantes da equipa.
Di María - A mesma transpiração, mas não a mesma inspiração.
De destacar o seu empenho nas tarefas defensivas.
Saviola - Menos activo que ontem, pareceu ressentir-se do esforço.
Seja como for, teve participação decisiva no primeiro golo encarnado, ao executar um cruzamento perfeito para a cabeçada vitoriosa de Cardozo.
Cardozo - Dois golos em dois jogos significam confiança em alta.
Moretto - O melhor dos três guarda-redes.
Defendeu um penalty e acumulou um conjunto de intervenções positivas, pautadas por uma segurança nele pouco comum.
Maxi Pereira - A regularidade habitual.
Urreta - Claramente inadaptado ao losango, passou ao lado do jogo.
Sem rotinas de interior, nunca percebeu que terrenos devia pisar.
Fellipe Bastos - Pouco tempo em campo, mas, ainda assim, melhor do que na véspera, especialmente no capítulo do passe.
Jorge Ribeiro - Nem bem, nem mal, antes pelo contrário, como diria Gabriel Alves.
Parece estar na vertigem da dispensa.
Fábio Coentrão - Confirmou as boas indicações do jogo frente ao Sion.
Nuno Gomes - Discreto.
Nelson Oliveira - Discreto, mas mais solto que diante dos suiços.
Mantorras - A alegria do povo.
1 comentário:
Amigo Vermelho:
O problema do Moretto é que apenas transmite seguranças nestes jogos a feijões, uma vez que n tem qualquer pressão sobre ele (Jesus não conta com ele para ser o nº 1), pois quando tem pressão.. aí é completamente diferente.
Em relação ao jogo, gostei, bom futebol e entrosamento aceitavel para esta fase da época. Esperemos que mantenham esta atitude e vontade, pois jogos a pré-época só servem para preparar a equipa para o que realmente conta e interessa.
PS: O shaktar que jogou ontem +e o shaktar que jogou e ganhou a final da extinta taça uefa??? É o msm shaktar que está a uma semana de iniciar campeonato???
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