terça-feira, abril 28, 2009

Meias-Finais da Champions - Barcelona vrs. Chelsea 0-0

Sob arbitragem de Wolfgang Stark (Alemanha), as equipas alinharam:

BARCELONA: Valdés; Alves, Marquez (Puyol, 52), Piqué,Abidal; Touré, Xavi, Iniesta; Henry (Hleb, 87), Messi e Etoo (Bojan, 81)
Suplentes: Jorquera, Gudjohnsen, Keita e Sylvinho
Treinador: Pep Guardiola

CHELSEA: Cech; Ivanovic, Alex, Terry, Bosingwa; Essien, Obi Mikel, Ballack (Anelka, , Lampard (Beletti, 71), Malouda; y Drogba
Suplentes: Hilario, Di Santo, Kalou, Anelka, Mancienne e Stoch Treinador: Guus Hiddink
Disciplina: cartão amarelo para Alex (26), Ballack (29),Touré (37), Pyuol (75)

Barcelona e Chelsea empataram a zero na primeira mão das meias-finais da Champions.
Para lá dos duelos individuais entre jogadores, sobressaiu a contenda entre treinadores.
Ambos foram fiéis às suas convicções.
Guardiola incitou a sua equipa a assumir a iniciativa do jogo, sem temores ou reverências, dando asas à imaginação e criatividade dos seus jogadores.
Guus Hiddink demonstrou, uma vez mais, como se tal fosse necessário, que é o mais "italiano" dos treinadores holandeses.
O Chelsea fez do calculismo e da expectativa a matriz essencial do seu modelo de jogo.
Entrou contido e à espreita do erro. Deixou correr o jogo, procurou atrair o Barcelona para o risco com vista a surpreendê-lo em transições rápidas e contra-ataques.
Hiddink é demasiado pragmático, demasiado obcecado pelos equilíbrios, demasiado avesso ao risco e apresentou um conjunto à sua imagem e semelhança.
O Chelsea foi de um cinismo atroz!
Tacticista, não assumiu quaisquer riscos. Mas, não foi subserviente!
Qualquer subserviência representaria o código postal para o insucesso!
Estruturou a sua equipa num 4x5x1, que lhe permitiu agregar superioridade numérica na defesa e no meio-campo.
Apresentou um bloco médio/baixo, compacto, agressivo e ancorado numa enorme disponibilidade física. Procurou sempre o equilíbrio estrutural da equipa.
Pressionou o meio-campo do Barça, impedindo-o de pensar.
Colocou Bosingwa à esquerda por forma a cercear a capacidade de penetração de Messi através de movimentos interiores em diagonais curtas.
Impediu as penetrações verticais de Henry e Eto´o e obstou ao temível jogo entre linhas de Iniesta e Xavi.
O seu maior pecadilho residiu na esterilidade do processo ofensivo (com excepção do supra descrito lance, raras foram as ocasiões em que o Chelsea se acercou da área catalã).
Deu a iniciativa do jogo ao Barça, atraindo-o o mais possível para o seu meio-campo, convidando-o a subir as suas linhas, por forma a permitir-lhe encarar o momento ofensivo com o adversário desposicionado e com menos unidades no seu meio reduto.
Sucede que da teoria à prática vai uma grande distância e o que no papel era um plano brilhante, no campo não o foi!
Faltaram os últimos 30 metros ao Chelsea!
Os seus jogadores não foram nem rápidos, nem resolutos na transição ofensiva, tão obcecados que estavam com a manutenção das suas posições.
Se os tivesse tido, como teve em Anfield, o Barça podia estar, agora, a chorar uma derrota.
Ainda assim, dispôs da melhor ocasião de golo em toda a partida, quando, na primeira parte, Droba interceptou um atraso mal medido de Márquez para Valdés e ficou isolado perante o guarda-redes espanhol, mas viu este negar-lhe, por duas vezes, o golo.
Sofreu, entrou, algumas vezes, em apneia, mas cumpriu o seu propósito de manter inviolada a sua baliza.
O Barça, sem espaço, nem tempo, não exibiu o seu constumeiro brilhantismo ofensivo.
Dominou, mas o Chelsea controlou e, assim, apesar de ter construído algumas oportunidades de golo, faltou-lhe a constância e a continuidade que, geralmente, empurram os seus adversários para as imediações da sua grande área.
A densidade defensiva dos londrinos obrigou os catalães a optarem pelos remates de média e longa distância - entre os 18 e os 31 minutos, Eto´o, Messi, Xavi e Henry protagonizaram remates de fora da área (sem grande perigo, diga-se).
Na segunda parte, a tendência manteve-se, mas, ainda assim, o Barça conseguiu aproximar-se um pouco mais da área do Chelsea e arquitectar três boas chances de golo.
Eto´o aos 70 minutos e Touré e Hleb, em período de compensação, podiam e deviam ter finalizado com maior acerto.
O primado da racionalidade, do pragmatismo e do resultado impôs-se uma vez mais.
Hiddink conquistou o que pretendia, mas o futebol saiu a perder.
Especialmente, quem esperava ver o talento de Xavi, Iniesta, Henry, Eto´o, Messi, Drogba ou Lampard.

Barcelona Chelsea
0 Golos marcados 0
6 Remates à baliza 1
12 Remates para fora 2
2 Remates interceptados 0
2 Cartões amarelos 2
0 Cartões vermelhos 0
7 Faltas cometidas 20
10 Cantos 2
4 Foras-de-jogo 3
36' 29'' P. bola (tempo) 19' 8''
65% P. bola (%) 35%

5 comentários:

Jimmy Jump disse...

Sem dúvida um jogo de equilíbrios, o de ontem. Chato de se ver.
Considero que na segunda mão o Barça jogará com a vantagem de ver multiplicado por dois qualquer golo que marque. Esse é um factor que atemorizará ainda mais o Chelsea e que pode propiciar uma entrada arrojada por parte de Guardiola em Londres.
Por tal motivo, poucas dúvidas restam quanto ao facto de Hiddink ir manter a mesma estrutura de jogo em Stamford Bridge. Tentará ganhar a eliminatória aproveitando um qualquer erro da equipa catalã ou então levando o jogo para as grandes penalidades.
O jogo pode descarrilar se uma das equipas marcar cedo, caso contrário será um jogo comedido.

P.S: amigo Vermelho, por motivos de força maior a partir de manhã a minha participação neste espaço ficará bastante limitada.
Sempre que tiver disponibilidade não hesitarei em participar.
Aquele abraço.

Jimmy Jump disse...

Rui Costa suspenso por um mês por palavras dirigidas ao árbitro.
E eu que pensava que em Portugal ninguém era suspenso por isso.
Pelos vistos o Paulo Bento é o único agente desportivo ao qual essa norma não se aplica.

Vermelho disse...

Amigo Jimmy:
Lamento, mas compreendo os nobres motivos que ditam o impedimento.
Quanto ao Rui Costa, dizer que foi punido porque não foi expulso.
Se tivesse sido expulso, certamente, que não seria punido...
Aquele abraço.

Jimmy Jump disse...

Amigo Vermelho, o paradigma apresentado assemelha-se ao do opinion maker Martelo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Uma autêntica foçada!
Está visto que por o Martelo a falar de tudo em horário nobre no canal público afecta negativamente o desempenho de certas instituições em Portugal.
Ao “Becas” aplica-se a máxima Martelista: é proibido mas pode-se fazer.

Jimmy Jump disse...

Está visto que a Mclaren é o FCP da da F1.