Análise à Jornada

Tal como havia escrito, na pretérita jornada muitos dos lugares em discussão na Liga poderiam ter ficado definidos.
Todavia, tal não veio a suceder.
Como tive um fim de semana "atarefado", apenas vi a partida do Benfica.
Jogo insosso, próprio de fim de estação.
O Benfica venceu bem, sem discussão, sem que haja, contudo, realizado exibição que se guindasse a patamar pouco mais do que mediano.
O Benfica apresentou um esquema que apenas Koeman poderá explicar, tantos e tão gritantes foram os equívocos tácticos.
Não me parece que o Benfica beneficie seja o que fôr com a utilização de três centrais, ainda para mais atentas as características de qualquer um dos que compuseram o tridente.
A velocidade não é a qualidade maior de nenhum deles e deixar Luisão no centro completamente desprotegido é quase suicida. Só não o foi, porque o Setúbal ofensivamente não existiu.
Utilizar em simultâneo três médios de cobertura retira profundidade ofensiva à equipa, cerceando-lhe a capacidade criativa e de construção.
Guindar Marco Ferreira à condição de titular é de bradar aos céus.
O Benfica chegou ao golo perto da meia hora da primeira metade da partida e, a partir daí, geriu o ritmo e as incidências da partida a seu bel prazer perante um Setúbal pouco mais do que inofensivo e em claro regime de poupança.
A cabeça dos vitorianos está já na final da Taça.
Destaque para Miccoli, Manduca e para a estreia de João Coimbra.
Nota para as lamentáveis declarações de Koeman no final da partida, pondo em causa a dignidade e o brio profissional dos jogadores do Rio Ave.
Declarações de tal jaez roçam, elas sim, o risível.
Em Vila do Conde, vitória justa do Sporting.
Numa partida marcada pelos clamorosos erros defensivos de ambos os conjuntos, venceu a melhor equipa.
Quando parecia incapaz de reagir perante a débacle do jogo do título, os leões deram resposta positiva, impondo-se a um Rio Ave que terá dito adeus à 1ª Liga.
O frango de Ricardo e os erros de Danielson no 2º e 3º golos leoninos foram as notas de maior relevo.
No Dragão, o Porto comemorou o título com uma vitória sofrida, mas meritória.
Venceu o Porto, mas acima de tudo venceu o futebol português.
Temia-se pela verdade e transparência da partida, mas o Porto, ao empenhar-se na busca pelo sucesso, deu forte contributo para a preservação da verdade desportiva do campeonato.
O Guimarães apostou tudo e perdeu.
O Porto foi melhor e com justiça logrou vencer.
Contudo, a actuação do árbitro deixou muito a desejar.
Acumulou erros atrás de erros, quase sempre em desfavor dos vimaranenses.
O 1º golo portista nasce de uma penalidade precedida de fora de jogo de Jorginho, para além de ter sido anulado um golo limpo a Antochouet.
No 2º golo portista existe, igualmente, fora de jogo, mas a medida do mesmo é tão ténue que se compreende o erro do auxiliar.
O Guimarães deverá ter-se despedido da Liga Betandwin, pois que apenas uma conjugação mirabolante de resultados a tal obsta.
Em Braga e na Figueira, Braga e Leiria também deram o seu contributo para a pureza competitiva do campeonato.
A Naval ficou mais longe da manutenção e o Gil Vicente adiou todas as decisões para a última jornada.
No Restelo, a Briosa deu passo em frente rumo à manutenção, bastando-lhe um empate frente ao Marítimo para alcançar a permanência.
Na Madeira, Nacional assegurou, praticamente, a participação na Taça Uefa e o Paços na Liga Betandwin da próxima época.
Nota final para o Estrela que garantiu, de forma meritória, a sua manutenção no 1º escalão do futebol nacional.
Parabéns a Toni que construiu uma das equipas que melhor futebol praticou durante toda a época.