Liga Sagres 20.ª jornada
Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Lucílio Baptista (Setúbal)
BENFICA - Moreira (3); Maxi Pereira (3), Luisão (4), Miguel Vítor (4) e David Luiz (3); Di María (3), Ruben Amorim (-), Katsouranis (3), Reyes (3); Aimar (4) e Cardozo (3).
Suplentes: Quim, Jorge Ribeiro, Binya, Carlos Martins (2), Balboa (2), Nuno Gomes (4) e Mantorras.
Treinador: Quique Flores.
LEIXÕES - Beto (3); Laranjeiro (3), Nuno Silva (3), Elvis (1) e Angulo (2); Bruno China (3), Roberto Sousa (3) e Hugo Morais (3); Zé Manuel (3), Braga (-) e Diogo Valente (2).
Suplentes: Berger, Ruben, Joel, Castanheira, Chumbinho (2), Sony (2) e Rodrigo Silva (3).
Treinador: José Mota.
Sistemas Tácticos
Benfica
Leixões
Modelos de Jogo
Benfica
Posse e Circulação de Bola; Domínio da Partida; Bloco médio/alto; Assumir Iniciativa de Jogo.
Leixões
Bloco baixo; Expectativa; Transições Rápidas.
Principais Incidências da Partida (fonte: www.record.pt)
1' - Reyes, aberto pelo flanco esquerdo, fez o cruzamento e Aimar, no coração da área, assustou a defesa leixonense em dois lances distintos. O médio argentino, especialmente na segunda situação, não conseguiu dominar a bola corretamente e acabou por não conseguir rematar à baliza de Beto.
16' - Golo do Benfica, por Elvis, na própria baliza.
Após um lançamento lateral marcado por David Luiz ainda em terreno encarnado, Laranjeiro permitiu que Reyes entrasse sozinho pelo lado esquerdo, com o extremo espanhol a aproveitas os espaços e a colocar a bola junto da pequena área, onde Elvis, com Cardozo às costas, acusou a pressão e rematou de forma desastrada para o interior da sua própria baliza.
22' - Após um canto da esquerda, a defesa do Leixões não consegue retirar a bola da sua área e Luisão,. com um acrobático pontapé de bicicleta, quase marca um golaço. A bola passou muito perto do poste esquerdo de Beto.
23' - Zé Manuel, após um lançamento longo, escapa aos centrais encarnados, mas não consegue dominar a bola, que para nas mãos de Moreira.
45'+2 - Di María conduziu um rápido contra-ataque pelo lado direito e assistiu Cardozo, já dentro da área leixonense, mas o avançado paraguaio, ao tentar rematar a baliza, permitiu que Roberto Souza conseguisse colocar a bola para canto.
47' - Reyes, completamente sem marcação no interior da área do Leixões, remata cruzado e Beto defende com as pernas. Na sequência do lance, Carlos Martins remata de forma disparatada de fora da área.
57' - Após um rápido contra-ataque leixonense, Diogo Valente recebe em ótima posição na área encarnada, mas remata muito mal, com a bola a sair muito longe da baliza encarnada.
65' - Cardozo, completamente sem marcação, domina a bola com a canela, após mais um bom passe de Di María, e o esférico termina nas mãos de Beto.
67' - Golo do Benfica, por Nuno Gomes.
Após um centro perfeito com a perna direita do canhoto Cardozo, Nuno Gomes, apesar de ter um defesa do Leixões por perto, desvia de cabeça para o fundo da baliza de Beto. É o quinto golo de Nuno Gomes no campeonato.
74' - Carlos Martins sente uma lesão muscular e não pode continuar no jogo. O Benfica, por Quique Flores já ter feito três substituições, terá de jogar com 10 elementos.
74' - Golo do Leixões, por Rodrigo.
David Luiz, primeiro, e Balboa, depois, não conseguem retirar a bola da área encarnada e o avançado do Leixões aproveita o lance confuso para rematar de bico no canto esquerdo de Moreira.
Destaques
Melhores em Campo
Benfica
Luisão - Completou o seu 200.º jogo com a camisola do Benfica e exibiu-se de forma irrepreensível.
Miguel Vítor - Maturidade, disponibilidade física e sentido posicional foram atributos que alardeou num desempenho imaculado.
Aimar - Evidenciando uma melhoria assaz considerável da sua condição física, regressou às exibições cativantes, polvilhada que foi com pormenores de classe.
Fruto da alteração que Quique empreendeu no sistema táctico da equipa, surgiu numa linha ligeiramente mais recuada o que favoreceu e muito o reforço da sua influência na construção dos movimentos ofensivos do Benfica.
Quando Carlos Martins se lesionou e a equipa se viu reduzida a 10 unidades, sacrificou-se em prol do colectivo, assumindo o lugar do português e empenhando-se defensivamente até à última gota de suor.
Leixões
Bruno China - O metrónomo do Leixões.
Procurou gerir os ritmos, as transições e dar coerência à estratégia de José Mota.
Piores em Campo
Benfica
Balboa - Teve azar! Mas, também, pouco fez para o contrariar!
Entrou numa conjuntura idílica que rapidamente se transformou num cenário de sofrimento.
Pedia-se empenho defensivo e capacidade para estender os movimentos atacantes até à área adversária.
Se na primeira tarefa ainda revelou algum acerto, já na segunda repetiu o desastre de outras ocasiões.
Leixões
Elvis - Dois erros, dois golos.
Ofereceu vantagem ao Benfica com um auto-golo e deixou fugir Cardozo para o paraguaio executar o cruzamento do qual resultou o golo de Nuno Gomes.
Arbitragem
Num encontro sem casos, pecou apenas no capítulo disciplinar.
Elvis e Luisão deviam ter sido admoestados com cartões amarelos por entradas sobre Di María e Rodrigo Silva.
Comentário
Missão cumprida!
Triunfo de indiscutível equidade de um Benfica a um tempo solto, alegre e eficaz e a outro solidário e disponível.
Num jogo intenso, disputado em bom ritmo, o Benfica cedo se assenhoreou do domínio e controlo das incidências.
E assim prosseguiu até ao último quarto de hora, período em que reduzido a 10 unidades, entregou o domínio da partida, ainda que sem perder o seu controlo.
Havia afirmado a exaustão do 4x4x2 clássico e pedido a sua revogação.
Pois bem, Quique fez-me, parcialmente, a vontade!
Não se tratou de uma substituição, mas sim de uma reformulação.
Ao invés do por mim peticionado 4x4x2 losango, que implicaria uma verdadeira revolução sistémica, Quique apresentou a equipa num 4x2x2x1x1.
Aos habituais 4 defesas e duplo-pivot, juntaram-se dois extremos clássicos, bem abertos nas alas, um verdadeiro e também clássico 10 e, por fim, um ponta de lança.
A equipa beneficiou e muito!
Principalmente, na qualidade da sua transição ofensiva.
Com Aimar, finalmente, restituído à sua posição natural, o ataque posicional do Benfica conheceu uma fluidez e clarividência inusitadas nesta temporada, mormente pela sua continuidade.
Pressionando alto, com Katsouranis e Rúben Amorim a assegurarem a ligação entre sectores, alardeando uma excelente atitude colectiva e com a linha defensiva subida, bem perto da linha de meio-campo, o Benfica empurrou o Leixões para as imediações da sua grande área.
Estas benfeitorias não tardaram a dar frutos, ainda que com um protagonista, de todo em todo, improvável.
Aos 16 minutos, num lançamento de linha lateral, David Luiz desmarcou Reyes e o espanhol cruzou rasteiro procurando servir Cardozo, mas Élvis antecipou-se e marcou na própria baliza.
Em vantagem, o Benfica acentuou o seu império sobre a partida e não permitiu ao Leixões esboçar, sequer, uma reacção.
A segunda metade dealbou como terminara a primeira, ou seja, com o Benfica por cima e perto de alargar a sua vantagem, mas Reyes, após passe soberbo de Aimar, rematou de forma a permitir a defesa de Beto.
A superioridade no marcador e sobre o adversário, foi, paulatinamente, impelindo o Benfica para uma indesejável mansidão.
Percebendo o decréscimo de intensidade, aos 60 minutos, Quique tirou Reyes e fez entrar Nuno Gomes.
Sete minutos volvidos, Nuno Gomes aproveitou um exemplar cruzamento de Cardozo (de pé direito!), e de cabeça fez 2-0.
O encontro parecia sentenciado, mas não o estava!
Com as três substituições já realizadas, Carlos Martins lesiona-se e o Benfica vê-se subitamente em desvantagem numérica.
Acto contínuo, Rodrigo Silva reduz para 2-1
Do ceú ao inferno, com uma curta passagem pelo purgatório, em 7 escassos minutos!
Receava-se a repetição de desfechos similares acontecidos em partidas precedentes.
Contudo, o Benfica deu nota de um crescimento competitivo assinalável e não incorreu nos pecadilhos do passado.
Baixou o bloco, juntou as linhas e fechou a porta!
A equipa demonstrou confiança, coesão e solidez defensiva, para além de um fortíssimo espírito de grupo e de conquista.
Houve que sofrer e a equipa fê-lo sem hesitações!
Cerrou fileiras em nome do ideal de vitória.
O Leixões aumentou o seu domínio, mas o seu processo ofensivo revelou-se sempre infecundo, incapaz de ultrapassar a competência benfiquista na defesa do seu extremo reduto.
Alardeando um perfeito controlo emocional das expectativas, o Benfica controlou o curso da partida, não mais permitindo veleidades consistentes ao Leixões e, assim, conservou a supremacia no resultado.