From: Domingos Amaral
To: Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira
Caros presidentes do FC Porto e do Benfica
À medida que se aproxima o jogo entre as duas equipas, no Dragão, o tom do confronto tem vindo a subir. Ele é ameaças, recordações de violências passadas, tudo numa grande caldeirada, como se viesse aí um combate mortal entre duas comunidades que se odeiam e guerreiam, e não apenas mais um jogo de futebol que existe todos os anos. Entrámos pois em espiral, numa escalada disparatada. Tem de ser assim sempre? Não, não tem. Pela minha parte, avanço com uma sugestão: todos os anos, antes da época começar, devia ser organizado um grande torneio de luta livre entre benfiquistas e portistas, algures num descampado, a meio do caminho entre Lisboa e Porto.
Na arena principal combateriam suas excelências os presidentes. Depois haveria arenas secundárias. Numa delas, a maior, defrontar-se-iam as claques, Super Dragões contra No Name Boys. Noutra, defrontar-se-iam Jesus e Villas-Boas. Mais ao lado, lutariam os vices Reinaldo Teles contra Sílvio Cervan. Depois haveria as arenas especiais, para os cronistas Manuel Serrão e António-Pedro Vasconcelos, e uma muito muito especial, e muito aguardada, para a refrega entre os televisivos Rui Moreira e Ricardo Araújo Pereira.
Seriam naturalmente combates até à morte, onde valia tudo menos tirar olhos, e desses combates estariam excluídos os jogadores, pois esses valem muito dinheiro e não são para estragar. Mas, se esse gigantesco Mortal Kombat existisse, pelo menos uma vez por ano, talvez a tensão descesse, e não passássemos o tempo nestas picardias desnecessárias e perigosas. Depois queixem-se.
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