quinta-feira, dezembro 10, 2009

Artigo de Opinião de André Viana

A 13.ª jornada ainda nem começou e o clássico da ronda seguinte já domina todas as conversas. Por mais que treinadores e jogadores tentem chamar os adeptos à terra, é impossível contornar o assunto. Mérito de Benfica e FC Porto, que têm alimentado a perspetiva do duelo com mais qualidade dos últimos anos. É claro que Hermínio Loureiro não vai à Luz entregar a taça ao campeão no final do jogo, mas há muito que não tínhamos um confronto de forças tão potentes e que tanto têm contribuído para elevar a fasquia.

Os dragões subiram muitos pontos nas últimas semanas. Talvez lhes falte a exuberância deste Benfica, mas o equilíbrio, a experiência e a matreirice estão lá todos. É impressionante a forma como os portistas se reconstroem época após época e é precisamente esse ADN que mais ameaça uma águia pujante, mas que pede testes mais árduos para se solidificar. Para já, Jesus superou o fantasma da pré-temporada: este Benfica não é fogo de vista, mas Quique também andava pelo topo da tabela há precisamente um ano.

A diferença é que o nível subiu. E o esticão que os dragões estão a dar e o patamar que os encarnados têm conseguido manter vão acabar, creio, por asfixiar um Sp. Braga que já tem dado sinais de abrandamento. Tudo normal. O que se estranha é que o Sporting não entre nestas contas e pouco esteja a fazer para promover a colagem. O leão poupa no investimento sem retorno na saúde financeira. O leão tem um relvado do qual os próprios jogadores se queixam e adia uma decisão sobre o assunto. O leão tem de saber se quer apanhar a carruagem ou se fica para trás. À luz dos nomes que circulam, é a segunda via que prevalece. E isso é preocupante para o Sporting e para o futebol português.

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