A inacreditável expulsão de Di María em Olhão, deixando-o automaticamente de fora do próximo duelo com o FC Porto e retirando ao Benfica uma superioridade numérica que podia e devia ter sido decisiva para a conquista de 3 importantes pontos, fez com que, mais uma vez, reforçasse a ideia de que, no futebol ou outra modalidade qualquer, o talento, por si só, não chega para transformar ninguém em estrela.
Nunca duvidei da qualidade futebolística do argentino. E sempre tive em conta que, tratando-se de um jovem, exitem etapas que precisam ser percorridas com tranquilidade, algo que, acrescente-se, não abunda na Luz, onde dirigentes e adeptos - face à escassez de títulos nos últimos anos - exigem resultados ontem e não amanhã. Mas, se em relação a questões técnicas não há nada a dizer, assumo que nunca "vi" Di María como uma potencial figura de proa do futebol mundial.
Por desconfiar imenso da forma individualista, imatura e - em determinadas situações - pouco inteligente como o extremo encarnado actua, assumi aqui, no arranque da temporada, a admiração por ver um Di María diferente. Mais participativo, dinâmico e eficiente, o argentino foi uma das pedras essencais para as várias boas exibições que a equipa protagonizou. De tal forma que, nessa altura, dei comigo a pensar que, de facto, o rapaz tinha condições para subir "explodir". Não sei se valia 20, 30 ou 40 milhões de euros, mas era óbvio que aquele Di María só podia interessar a vários emblemas de nomedada no futebol europeu e à selecção argentina.
Mas, com a mesma velocidade com que ameaçou tornar-se um caso sério esta época, o argentino voltou ao registo anterior, aquele em que, na maioria das vezes, parece perdido, sem saber o que fazer em campo e, pior que isso, sem revelar capacidade para ajudar a equipa. A quebra foi notória. Tão óbvia que, dificilmente, terá escapado ao entendimento do próprio. Aliás, só por manifesta perturbação emocional é que se pode entender a expulsão de sábado. Não vi o adversário ter qualquer intervenção que pudesse desestabilizar o benfiquista. E mesmo que isso tivesse acontecido, o sul-americano só tinha de manter o sangue frio e pensar no essencial: o jogo desse momento e o seguinte.
Não sei se foram as constantes notícias do interesse de inúmeras equipas que provocaram este último ofuscamento de Di María ou se o problema foram os elogios que choveram de todos os lados. Sei é que um jogador assim será sempre apenas um bom futebolista e nunca uma estrela. E sei também que, perante estes constantes altos e baixos, o Benfica devia pensar seriamente em negociar o seu passe. É que se existe risco de o ver valorizar de um dia para o outro, o contrário também é verdade. A semana passada, seguramente, valia mais dinheiro!
PS - Jorge Jesus voltou a não estar bem a gerir o plantel à sua disposição. Optar por Di María (em vez de Felipe Menezes) como substituto de Aimar raramente será uma boa opção. E continuar a relegar Nuno Gomes para um papel terciário é bastante discutível. Bom, pelo menos já parece ter ganho espaço em relação a Keirisson...
PS 1 - O FC Porto continua a sua nítida subida de forma. Vai chegar à Luz no melhor momento da temporada e, em caso de vitória, embora ainda com uma volta de Liga para realizar, terá tudo para "embalar".
PS 2 - Pouco há a dizer sobre o Sporting. Independentemente do nome dos treinadores ou do modelo de jogo, é cada vez mais óbvio que falta é qualidade e profundidade ao plantel. Não entendo é como os responsáveis demoraram tanto tempo a perceber isso...
PS 3 - A lesão de Pepe é uma péssima notícia para a Selecção. Portugal corre sérios de não ter um elemento fulcral no Mundial da África do Sul.
2 comentários:
realmente o Di Maria deve deixar muito boas indicações nos treinos para os treinadores o forçarem a jogar a 10, mas a verdade é que nessa posição ainda não vi nada de nada dele!
Concordo a 200% com tudo o que este snr aqui diz. Muito boa análise
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