terça-feira, janeiro 24, 2006

Outros derrotados ou cobardias políticas

Tenho para mim que outro dos derrotados do pleito eleitoral de Domingo foi António Vitorino.
Em fase pré-eleitoral, o pequeno socialista apressou-se a afirmar não ser candidato a Belém.
Parece-me que o temor de um confronto com Cavaco terá sido o motivo maior de tal recusa.
Analisados os resultados, parece-me que se se tivesse candidatado teria vencido as eleições.
Ancoro esta pressuposição em duas ordens de razões - primeiro, Vitorino conseguiria agregar os votos do "centralão" e, como tal, evitar a vitória de Cavaco á primeira e segundo, pois me parece que, sem grandes dificuldades, seria capaz de promover a convergencia dos votos da esquerda numa segunda volta.
Vitorino avaliou mal o peso político-eleitoral de Cavaco, ao fiar-se nas sondagens que o situavam numa ordem de grandeza acima dos 60%.
Vitorino encolheu-se, acobardou-se e perdeu uma oportunidade, que não única.
Penso que em 2016 os comentadores televisivos da noite eleitoral de Domingo na RTP se irão defrontar enquanto candidatos a PR - António Vitorino e Marcelo Rebelo de Sousa.
Num patamar distinto, embora com alguma identidade de razões, Guterres foi outro dos fugitivos perdedores.
Apenas o curto espaço de tempo ainda decorrido sobre a sua governação, o diminuem relativamente aos predicados eleitorais de Vitorino.
Não existe, ainda, distanciamento suficiente para que a esquerda o pudesse apoiar sem tibiezas.
Todavia, a apresentar-se teria conseguido evitar a vitória de Cavaco á primeira e, depois, com diálogo e perseverança, penso que conseguiria alcandorar o apoio de Jerónimo e Louçã.
Ressalvo, apenas, que, apesar de conseguir reunir tais apoios, duvido que lograsse agregar os respectivos eleitorados, aí residindo o seu calcanhar de aquiles.
O cenário de 2016 que ensaiei poderá ser transformado com a entrada em cena de Guterres.
Nota final, para referir que Vitorino e Guterres são peritos em fugas estratégicas, sendo dos mais cobardes políticos portugueses, mas sempre sob uma capa de serviço aos interesses supremos do País.
Pira-te que vem aí borrasca...

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