segunda-feira, julho 23, 2007

Artigo de Opinião de Rui Cartaxana

A situação económica e financeira dos clubes de futebol em Portugal, por mais bons negócios que façam a vender os seus melhores futebolistas aos clubes ricos da Europa, vai levá-los inevitavelmente à falência a curto/médio prazo.
Desde logo porque os seus desequilíbrios profundos e estruturais tendem a agravar-se (a época de 2005/06 foi a pior das três últimas, segundo o estudo anual da Deloitte), e o seu modelo de gestão é, no mínimo, insensato: 94% do total das suas receitas perdem-se na voragem dos salários dos jogadores, o que conduz a que, na relação custos/receitas, o futebol português seja crónica e irremediavelmente deficitário.
Os clubes vêm assim acumulando défices que se aproximariam, só nos três grandes, dos 900 milhões de euros. Mau grado este cenário apocalíptico, os gestores de alguns deles não se coíbem de remunerações escandalosas (pelos vistos a CMVM não fiscaliza nada as contas das SAD cotadas em Bolsa).
Não sei se “pelo deixa-andar nacional em nome da liberdade associativa”, acentuaram-se nos últimos anos os negócios menos claros dos clubes na compra e venda de jogadores.
Só alguns sinais: a) a participação crescente de off-shore, sociedades cujos sócios são desconhecidos (diz-se que há por lá gente bem conhecida), sediadas em paraísos fiscais, que não pagam ou pagam reduzidos impostos;
b) as compras de jogadores feitas por quotas ou parcelas, em que o clube comprador cede a diversos terceiros percentagens do negócio (desde os tais empresários a fundos, às vezes ao próprio clube que vende, que são depois alteradas sem qualquer fiscalização (não se sabe quase nada, mas é óbvio que isto se presta a comissões ilegais, etc.);
c) outra ‘novidade’ recente: quando alguns clubes “vendem” um jogador (dantes era só nas compras) fazem-no através de um empresário, que cobra comissão (10%), despesas, etc., sem que tal faça sentido.
Por exemplo, num negócio como o de Pepe do FC Porto para o Real Madrid, clubes com relações directas e próximas, um a querer comprar e o outro disposto a vender, alguém me explica o que foi lá fazer o empresário Jorge Mendes? Ele que já na venda de Anderson abichou seis milhões de euros.

8 comentários:

Anónimo disse...

Rui Cartaxana faz aqui um diagnóstico resumido dos défices financeiros dos clubes e encontra as suas causas em três aspectos que destaca: salários dos jogadores, remunerações dos gestores e comissões cobradas pelos empresários com as vendas e compras dos jogadores.
Esquece-se - não sei se voluntária ou involuntariamente - daquela que é, penso, a principal causa das dificuldades económicas dos clubes: as construções dos novos estádios e centros de estágios, que originaram empréstimos bancários cujos juros mensais consomem grande fatia das receitas dos clubes.

Vermelho disse...

amigo JC:
De acordo, mas não foram essas opções "conscientes" dos clubes com vista a angariarem receitas futuras?

Anónimo disse...

Claro, amigo Vermelho, mas porque as omite Rui Cartaxana?

Vermelho disse...

amigo JC:
ignora, mas não devia

VermelhoNunca disse...

Amigos, por uma questão de coerência não comento artigos deste bandalho do Cartaxana. Diga ele o que disser!

Vermelho disse...

amigo nunca:
explica lá melhor essa aversão ao cartaxana

VermelhoNunca disse...

Não tem grande explicação, acho-o um lampião cego, que se acha um senhor da bola, que tem o azar, para ele, de ter um filho doente do Sporting, e que descarrega essa sua frustação nos leitores. O tacho provedor dos leitores é uma máscara, para pregar o seu benfiquismo doentio, que eu prefiro ignorar.

Carlos disse...

O unico doente aqui és tu amigo... e cego ou não só o avacalhas depois de morto senao ele deitava-te abaixo e saias de ope dele mijado