O esforço financeiro que Benfica e Sporting realizaram nos últimos dias - consta que não ficam por aqui - permite, em teoria, tornar as respectivas equipas mais fortes. Tanto que, de repente, aquilo que já era normal nestes dois clubes (jogar para ganhar em todas as frentes) passou a ser uma obrigação.
O Sporting, que está afundado na Liga - a uma distância impensável dos rivais e ainda de um surpreendente Sporting de Braga -, passa a ter como objectivo mínimo garantir o quarto posto na mais importante prova, dando de barato que, após 14 jornadas, só muito dificilmente será capaz de entrar, a sério, na luta pelo título. Mais do que "varrer" praticamente todos os jogos que faltam, os leões teriam de contar com inúmeros deslizes dos opositores para, em 16 jogos, recuperar tanto atraso. Por outras palavras, a questão do Campeonato não pode, objectivamente, colocar-se.
Mas, a temporada leonina não se resume ao Nacional. A Taça de Portugal - onde já não está o Benfica - tem de ser um objectivo bem claro para os leões. Assim como a Taça da Liga. E na Liga Europa, pelo menos, há que eliminar um Everton que, não sendo tão fraco como mostrou diante das águias, também não pode constituir um adversário intransponível.
O Sporting, com João Pereira e Pongolle (acredito que entrará mais alguém com capacidade reconhecida), passa a ter mais soluções, outra profundidade. E se serão os resultados a definir, por exemplo, a eventual continuidade de Carvalhal no clube - assumo dificuldades em perceber que os dirigentes se recusassem a rubricar um vínculo mais extenso com o treinador, mas tenham assinado uma ligação de três temporadas com um avançado que, este ano, só marcou um golo -, convém não desprezar que os adeptos exigem também futebol com qualidade. Pior que os resultados, a época 2009/10 tem sido marcada por exibições paupérrimas, ao ponto de ser visível um certo divórcio por parte dos adeptos.
Carvalhal vai ter mais "material" para poder desenhar o seu Sporting. Mas, no final da época, terá de mostrar resultados para merecer a continuidade em Alvalade. E ele, melhor do que ninguém, sabe que esta é uma oportunidade de ouro, talvez única. Falhar nos próximos 5 meses significará, em traços gerais, o fecho de uma porta que se abriu contra todas as previsões.
Mas se o técnico leonino vai estar no centro das atenções, na Luz, Jorge Jesus fica numa posição ainda mais pressionada. A um plantel forte, Vieira e Rui Costa conseguiram, a pedido do treinador, juntar, pelo menos, mais três peças de valor. Estamos a falar de gente jovem, sem experiência a nível europeu, mas com talento. Com este significativo reforço, os encarnados estão, no mínimo, obrigados a vencer a Liga.
Jesus logrou, como prometera, colocar o Benfica a jogar muito melhor que na época passada. Mas, pese essa nítida evolução, assim como o vendaval ofensivo em muitos duelos, a verdade é que, nesta altura, as águias não lideram a Liga e já saltaram fora da Taça de Portugal. E se é verdade que Liga Europa e Taça da Liga ainda podem proporcionar alegrias, todos os esforços estão concentrados na conquista do Campeonato.
Vieira já assumiu, em diversas ocasiões, que gostaria de contar com Jesus durante vários anos. Acredito que seja assim. No entanto, não tenho dúvidas que o "casamento" será improvável se o título - e os milhões da "Champions" - voltar a escapar.
Na Luz, como em Alvalade, terminou a margem de erro. Desculpas para justificar desaires não serão, com toda a certeza, aceites pelos adeptos. Nem pelos dirigentes.
1 comentário:
este Luís Avelãs como sempre é um tendencioso que consegue responsabilizar dois rivais do Porto e por consequência tirar responsabilidade do Porto como se os adeptos do Porto ficassem felizes se o Porto não ganhar por também não se ter reforçado!
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