Há vários jogadores que superaram claramente as expectativas que eu tinha quando os vi chegar ao futebol português ou a grandes clubes. Mas de todos confesso que Saviola, nesta primeira volta, ficou muito à frente de todos os outros: 9 golos no campeonato, mais um na Taça da Liga, mais seis na Liga Europa (contando com o play-off) é uma grande ajuda para a equipa.
Creio que nem Jorge Jesus acreditava que Saviola era capaz de tanto nesta fase da sua carreira. Mas por um lado, Saviola é favorecido pelo esquema francamente atacante do Benfica, que exalta os jogadores de ataque e tecnicamente mais evoluídos. Dá-lhes o conforto de terem muita bola, muito tempo perto da baliza adversária e, assim, sempre próximos do golo. Não é coisa pouca para quem vinha do Real Madrid sem honra nem glória. Por outro lado, Saviola reencontrou o prazer de jogar e, aos 28 anos, é capaz de anda estar a tempo de ter outra carreira, ele que chegou bem cedo (cedo de mais, se calhar) ao Barcelona por uma grande quantidade de dinheiro.
Ou seja, Saviola encontrou no Benfica um treinador que lhe deu confiança, equipa e jogo. E assim o seu talento natural para marcar golos e para ter peso na equipa voltou a sentir-se e a ver-se.
Se apesar de tudo me parece que Luisão continua a ser o jogador mais importante da equipa - só com ele na boa forma em que está é que o Benfica pode correr os riscos que corre - Saviola faz muito bem a ligação entre o meio e o ataque, jogando entre linhas com a sua velocidade breve e o seu remate certeiro.
Em Vila do Conde deu um bom sinal (com o golo) e dois maus, ao procurar faltas na área ou próximo com simulações evidentes que lhe podiam ter custado caro e que mesmo em nota artística ficam próximas da nulidade. Mas isso não tira tudo o resto, como o facto de ter resolvido os três últimos jogos do Benfica. E não foram jogos quaisquer, foram quase três finais. E isso é a melhor prova do seu compromisso com a equipa, o treinador e o clube. E ter um Saviola assim focado no que é importante é uma bênção para Jorge Jesus.
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