terça-feira, janeiro 05, 2010

O Projecto Roquette, por Benfiquismo.com

Projecto Roquette

Este projecto começou a ser abordado em Conselho Leonino em 1997 e desde logo os dirigentes do Sporting tinham consciência da sua pequena dimensão para atacar “verdadeiramente” o Benfica. Assim, estabeleceram contactos com o FC Porto para começar a delinear o projecto de maneira a afastar o Benfica do panorama desportivo nacional. O Porto, presidido por Pinto da Costa, vê neste ponto uma oportunidade única: eliminaria o seu maior rival e tornar-se-ia no maior clube nacional. Pinto da Costa há muito que tinha um pensamento que se encaixava na filosofia do Projecto Roquete: “No Norte só há um clube com força e na capital há dois, por isso só há uma forma de os poder dividir e lutarmos contra eles. Temos de estar sempre bem com um e abrir guerra ao outro.” Para além disso, há muito que Pinto da Costa estava a espandir a sua influência nos principais orgãos da Liga de Futebol e noutros “parceiros” desportivos como árbitros, treinadores, presidentes de pequenos clubes…

Os “planos” do projecto nunca foram bem conhecidos, até porque o Sporting, nesta fase, fechou-se aos media e tentou blindar “as políticas” do clube. O que desde logo se notou foi o modo como os media começaram a tratar o Benfica, principalmente os desportivos, e como as decisões da liga e arbitragem começaram a prejudicar o clube. Por esta altura também se notou o afastamento dos lugares de direcção das várias associações e federações de gente ligada ao Benfica.

O que os projectistas do projecto não contavam era a oposição de João Rocha, antigo presidente do Sporting e membro do conselho leonino, que o denunciou: foi a fuga de informação! Mas esta fuga foi rapidamente abafada, até pelo próprio João Rocha, que percebeu a gravidade do acordo com o FC Porto e as consequências futuras se a opinião pública conhecesse o projecto. Esfreou então o entusiasmo entre os dirigentes leoninos e para além disso tinha-se instalado uma crise financeira do Sporting, Asfixiado economicamente, o Sporting já não tinha dinheiro para comprar influência necessária para “mandar abaixo” um clube com a dimensão do Benfica e o projecto foi “arquivado”.

Em 15 Fevereiro de 2006, João Rocha quebra o silêncio e dá uma entrevista ao jornal Record. Ficam aqui alguns excertos, com a respectiva ordem lógica. Algumas partes foram omitidas, porque claramente não fazem parte do objectivo do artigo.

RECORD – Um projecto que encheu de esperança todos os sportinguistas…
JOÃO ROCHA – O Projecto Roquette liquidou o Sporting. Ninguém soube o que era o projecto, porque ele não dizia. Sabia-se, apenas, que era uma dezena de sociedades, dirigentes e funcionários superiores a ganhar centenas de milhares de contos. O projecto foi reduzir os sócios de mais de 100 mil para pouco mais de 30 mil, foi acabar com as modalidades amadoras, foi vender património, foram dezenas e dezenas de milhões de contos de prejuízo que não aparecem nos resultados, porque parte deles foram executados pelo Sporting. No caso da SAD deram-se informações falsas aos associado e à própria CMVM para a entrada na bolsa.

RECORD – Muito objectivamente, na sua opinião, José Roquette é o responsável pelo actual passivo do Sporting?
JOÃO ROCHA – O Projecto Roquette liquidou o Sporting. Disso já não restam dúvidas. Queria gerir o clube ditatorialmente e a primeira coisa que fez foi fechar as portas aos jornalistas nas assembleias gerais. No meu tempo, havia uma bancada só para os jornalistas. Não tínhamos receio de nada.

RECORD – Lembro-me que durante o mandato de José Roquette,você se revoltou com acordos que nunca ficaram esclarecidos, nomeadamente entre o Sporting e o FC Porto. Quer revelar pormenores em relação a isso?
JOÃO ROCHA – Havia um projecto com o FC Porto que era muito prejudicial para o Sporting. Era mesmo inqualificável. Insurgi-me num Conselho Leonino e numa assembleia geral. Era um projecto gravíssimo que só podia sair da cabeça de um indivíduo sem responsabilidades. José Roquette dizia que era um projecto válido, porque era a única maneira de Sporting e FC Porto estarem sempre representados na Liga dos Campeões.

RECORD – Vai concretizar ou continuar a guardar trunfos?
JOÃO ROCHA – Não digo mais nada sobre isso. Foi falado no Conselho Leonino e eu disse ao líder da AG para mandar calar sobre essa informação, que foi longe demais. Disse-lhe ainda que o resumo do acordo com o FC Porto devia ser gravado de tão grave que era, porque talvez fosse necessário que essa gravação viesse a ser pública na defesa dos interesses do Sporting e dos seus sócios. Não vejo o desporto assim.


O Projecto Roquete numa das suas recomendações dizia: “Em Portugal dada a dimensão do país não há lugar para três grandes forças desportivas. Lisboa não comporta dois grandes clubes, pois as receitas de sobrevivência (televisões,afluência aos Estádios, etc) não chegam para todos.” O lema e base seria qualquer coisa como: “numa cidade como Lisboa nao podem existir 2 clubes da grandeza do Benfica e Sporting”. Logo o Benfica teria de ser afastado. Em 1996 o Sporting Clube de Portugal iniciou um novo ciclo de vida, por acção do presidente José Roquette e outros dirigentes como Miguel Galvão Teles, Dias da Cunha e Ernesto Ferreira da Silva. As acções integradas neste novo ciclo ficaram conhecidas como “Projecto Roquette”, entendido globalmente como uma dinâmica de modernização do Clube em três frentes: a desportiva, a patrimonial e a organizacional. Esta era a face visível do projecto. A outra face só foi conhecida devido às fugas de informação vindas de dentro do próprio Sporting e de outros dirigentes desportivos, dos meios de comunicação, federativos…

3 comentários:

Natálio Santos disse...

Filhos duma puta , por isso é que eu adorava ver o sporting cair cada vez mais e provar do próprio veneno...!!!

VermelhoNunca disse...

Demagogia barata. Explique qual os verdadeiros motivos das desavenças entre João Rocha e José Roquete, em vez que aqui colocar ração para "Natálios" engolirem.

VermelhoNunca disse...

O Maior Clube do Mundo...
"Para conseguir inscrever na Liga os três reforços já garantidos (Airton, Alan Kardec e Éder Luiz), o Benfica tem, antes de mais, de libertar alguns elementos do plantel. Até que isso aconteça, o Benfica só tem uma vaga para preencher.

O artigo 37º do Regulamento de Competições determina que os clubes «não podem incluir no plantel e utilizar, por época desportiva, um número de jogadores com contrato de trabalho desportivo ou contrato de formação superior a 27 jogadores da categoria sénior». O Benfica tem, nesta altura, 26 jogadores inscritos (23 dos quais já utilizados). Neste lote não entra Roderick, nem os outros elementos do plantel júnior que estão inscritos na Liga. O regulamento dá ainda um estatuto especial a jogadores que cumpram o primeiro ano de sénior, mas as «águias» não têm nenhum jogador que preencha este requisito.

Para conseguir inscrever os três reforços, o Benfica tem, por isso, de libertar mais duas vagas. Urreta e Miguel Vítor parecem estar de saída. Até lá, sobram duas opções: não inscrever ninguém, ou ocupar já a vaga que resta? "