quinta-feira, março 29, 2007
Antevisão do Benfica/Porto - Artigos de Opinião dos Condóminos Cavungi e Lion Heart
SL Benfica - FC Porto : Edição Especial.
No preâmbulo de mais um grande clássico do futebol Português, Luis Baila, matreiro e viscoso Jornalista da televisão pública, conseguiu através de uma câmara oculta e uma sofisticada teia de escutas microfónicas, montadas no outrora inexpugnável balneário do FCP, ter acesso à palestra teórico-prática do Prof. Jesualdo Ferreira no pré-derbí.
Reportagem essa que passamos a transmitir:
PJF – Meus Amigos, então é assim! Não podemos perder.Repitam comigo!
Plantel – N Ã O - P O D E M O S – P E R D E R.
PJF - Para isso, esgalhei aqui, (Jesualdo mostra um pequeno livrinho) um esquema novo para confundir o Engº do Penta.
Plantel – (Silêncio)
PJF – Em primeiro lugar, ouvi dizer que como o Benfica joga em casa, vai jogar com doze.Por isso nós também o vamos fazer.Rentéria?
Rentéria – Sim pátrón!
PJF – Tú vais ser o nosso 12º jogador! Pode ser que ninguém dê por tí, e assim vamos confundi-los.Vais jogar em cunha atrás do Leo!
Rentéria – Sim pátrón!
Plantel – Muito Bem! Então como todos sabem a melhor defesa é a defesa! Para vos explicar melhor vou dar um exemplo. Estão a ver este triângulo da mesa do bilhar?
Plantel – Siiiiim!
PJF – Vamos jogar como um triângulo em frente á nossa baliza!Ok?Se com o Paulo deu resultado poquê que não dará conosco?Gostam da ideia?
Plantel – Siiiiim!
PJF – Para além disso vamos entrar, mandões no jogo, Ok? Quem manda no nosso meio campo somos nós! Ninguém entra, ninguém sai, do nosso meio campo, entendido? Lucho?
Lucho – Sim pátrón!
PJF – Tú és o único que pode entrar na meia lua dos gajos, Ok?
Lucho – Yo no quiero correr mucho...
PJF – Está bem, não precisas de correr muito, basta que quando lá estiveres, chutes a bola para a frente para o Quaresma.A propósito o que é feito do ciga?
V.Baía – O miúdo ligou hoje a dizer que não vem.Está muito chateado porque o outro não o pôs a titular e pôs o Simão e portanto disse que ia ter a Lisboa no domingo a meio da tarde.
PJF – Ok, Tudo bem! Vitor, ainda bem que falas no Simãozinho que eu já me ia esquecendo de dizer uma coisa importante...
V.Baía – Simãozinho?
PJF – Sim, aquele pequenito que joga pelas alas e marca muitos golos, não conheces?
V.Baía – Conheço é o Simulão...
PJF – Ah, esse eu não conheço, achas que vai jogar?
V.Baía – (De olhos no chão, abana a cabeça)
PJF - Também não importa, eu já tenho tudo na minha cabeça! Fuzil?
Fucille – Sim pátrón!
PJF – Tú vais marcar o Simãozinho, corres atrás dele sempre.Mesmo se ele marcar algum penalti, vais atrás dele ok? mas não o magoes.
Fucille – Sim pátrón!
PJF – Penso que está tudo dito, perceberam?
Plantel – Siiiimmmm!
PJF – Vou repetir!
Plantel – Não é preciso....
PJF – Aí isso é que é! Depois perdemos, e é a mim que vêm partir o carro todo.E cuspir.Comigo não!
Plantel – (Silêncio)
PJF – Portanto, como disse no início, Não podemos perder.Repitam comigo!
Plantel – N Ã O - P O D E M O S – P E R D E R.
PJF – Atenção meus senhores, jogamos na táctica do Paulo Bento, em triangulo, com os doze á frente da baliza. 1 Goleiro, (JF pisca o olho a Helton) 6 defesas e 5 trincos.Aí de quem se aventurar no meio campo dos gajos !Tá feito comigo!Vaí para lista das dispensas.Ou das trocas que é pior.Ainda pode ir parar ao Sporting, como o Rui Jorge.
PJF – Entendidos?
Plantel – (Silêncio)
PJF – Pronto! Agora que já perceberam, vamos lá fazer uma peladinha.
Plantel – BORA!
PJF – Querem todos contra todos, ou roda e bota fora?
Bom, esta foi a reportagem possivel.
Luis Baila matreiro e viscoso Jornalista da televisão pública, também tentou fazer o mesmo na Nova Catedral, em vão porém, porque como é do conhecimento geral, desde que José Veiga tomou conta da SAD Benfiquista, o grupo de trabalho está blindado.
Muito obrigado e até a próxima.
Casquinada da Semana. “Utiliza vernáculo do esgoto!
Enfim, King Kong !...”
Zex , sobre Macaco, in Redvermelho.blogspot.com 28/03/2007
Artigo de Opinião do Condómino Lion Heart
No próximo fim de semana, vamos ter um Benfica-Porto, vamos ter mais um grandioso derby!! E desta vez com o interesse suplementar de o vencedor (se o houver...) garantir quase matematicamente a permanência entre os grandes do nosso futebol, ou como será mais correcto afirmar, ao lado do Grande Clube de Portugal.
E adivinha-se igualmente um confronto entre dois dos treinadores mais sorridentes e bem dispostos cá do burgo. As estatísticas mais actualizadas mostram que em média, por jogo, o engº Santos muda de expressão 0,34 vezes e o bom Jesualdo tem 0,38 ideias novas, das quais cerca de metade se aproveitam e 1/5 têm a ver com o jogo. Até aqui se percebe o equilíbrio que vai animar o jogo.
Em termos tácticos, Moretto e Helton vão competir pelo perú mais bem dado. Apesar de o benfiquista ser mais forte nesse capítulo, o outro tem vindo a evoluir muito favoravelmente, e já em Londres mostrou que está aí para as curvas (Também, com o Baía com o mestre…)
Em termos defensivos, com a ausência de Luisão, o Benfica fica claramente a perder, uma vez que apenas o gigante brasileiro consegue ser tão feio como qualquer um dos centrais portistas, especialmente quando sorri. Grande expectativa contudo sobre o penteado de Nelson, que com o habitual efeito surpresa poderá assim desequilibrar as coisas pelo seu flanco.
No meio campo, enquanto Rui Costa durar o Benfica poderá levar vantagem. Nos restantes 88 minutos, Anderson enquanto muda o gesso duma perna para a outra, após Katsouranis ter ido jogar só a bola, pode desequilibrar. Quanto ao resto, espera-se um aceso duelo entre a técnica de Beto e a força de Lucho.
No ataque (?) Nuno Gomes tem boas hipóteses de marcar, especialmente no aquecimento, dada a relação quantidade de bolas/defesas adversários que habitualmente existe nessa altura. Do outro lado a surpresa poderá vir do adiantamento de Ricardo Costa e Fucile para extremos, recuperando Octávio Machado para ponta de lança. Se o Benfica tem o Miccoli, o Porto responde na mesma moeda!
Por outro lado, a ensombrar o ambiente festivo que sempre rodeia estes eventos regionais, parece que a PSP, a EMEL e os Grupos de Operações Especiais vão estar especialmente atentos à contrafacção, nomeadamente das alheiras de Mirandela, pois ao que foi apurado através de escutas telefónicas autorizadas desta vez pelo Major Valentão, o último subterfúgio utilizado por estes fora-da-lei foi o de mascarar as verdadeiras alheiras sob a forma de medalhas, distribuindo-as em homenagem aos treinadores nascidos lá no sítio.
Por último, nós, os grandiosos sportinguistas vamos observar este jogo, como diria o nosso treinador (...) aah, logicamente com, aah, com tranquilidade. E acrescentaria, mais do que com tranquilidade, com superioridade.
E para que não restem dúvidas que de facto somos diferentes, aqui vai:
Voz amiga e habitualmente bem informada (não, desta vez juro que não foi o Seara) soprou-me ao ouvido que no piquenique combinado pelas direcções, vão sobrar uns pastelinhos de bacalhau, pois imagine-se, a tia Carolina Salgado NÃO FOI CONVIDADA POR NINGUÉM !!!
Que vergonha.
E esta, hein?
quarta-feira, março 28, 2007
Análise ao Sérvia/Portugal
Empate que coloca Portugal no segundo lugar do grupo, em igualdade pontual com a Finlândia e a Sérvia.
Empate que deixa Portugal na rota do primeiro lugar do grupo, pois que defrontará na
condição de visitado os seus mais directos adversários na luta pelo
apuramento – Polónia, Finlândia e Sérvia.
Resta uma sempre complicada deslocação à Bélgica, mas o calendário mostra-se
francamente favorável às pretensões lusas de apuramento.
Se o resultado nem foi mau, a exibição podia e devia ter sido melhor.
Faltou audácia e espírito de conquista.
Portugal resignou-se ao empate muito cedo. Não fez tudo o que podia para vencer um jogo, no qual transmitiu sempre a sensação que o triunfo estava ao seu alcance.
O conservadorismo e o calculismo de Scolari a tanto obrigam.
Scolari surpreendeu ao conceder a titularidade a Simão em detrimento de Quaresma.
Uma opção com o seu quê de incompreensível, mas à qual terá presidido o propósito de equilibrar defensivamente a equipa.
Scolari não ignorava o poderio sérvio na condição de visitado e entendeu resguardar-se.
Quaresma é um jogador que desequilibra em todos os sentidos.
Desequilibra ofensivamente, mas também defensivamente.
Quaresma é o tipo de jogador que um colectivo tem dificuldades em suportar no processo defensivo.
Simão, pelo contrário, é muito mais equitativo nas suas acções, não descurando a cobertura do seu flanco, auxiliando o lateral nas tarefas de marcação.
Portugal entrou muito bem no jogo e, aos 4 minutos, chegou ao golo.
Tiago, num remate fabuloso, a 30 metros da baliza, bateu inapelavelmente Stojkovic.
Um golo que se teve o condão de adormecer o ímpeto sérvio e gelar as bancadas do Maracanã de Belgrado, também entorpeceu em demasia os jogadores portugueses.
Portugal confiou na vantagem averbada e foi gradualmente descendo o ritmo do seu momento ofensivo até atingir um patamar baixíssimo.
Perdeu agressividade, perdeu intencionalidade ofensiva e foi deixando a partida correr.
Aqui e ali, isto é, bola parada ou iniciativa individual, Portugal, ainda que devagar e devagarinho, foi chegando com relativo perigo à baliza sérvia.
Curiosamente, neste desafio Portugal revelou-se extremamente perigoso em remates de meia e longa distância, predicado quase que ignorado do futebol luso (vide remate de Petit, aos 28 minutos, que Stojkovic desviou para canto, em grande estilo).
A partida mostrava-se perfeitamente controlada por Portugal, pois que uma Sérvia apenas emotiva não parecia capaz de importunar Ricardo.
Contudo, no futebol o que parece, raramente é.
E, assim, na sequência de um canto, uma falha de marcação lusa, permitiu a Jankovic fazer o 1-1.
O tento sérvio despertou Portugal.
Daí até ao intervalo, o jogo conheceu um ritmo e uma emoção até então desconhecidas.
No reatamento da partida após o golo sérvio, Moutinho quase que desfez a igualdade, na sequência de um cruzamento de Miguel.
Portugal reencontrou a alma e partiu para uns quinze minutos finais de bom nível.
A tendência final da primeira metade catapultou Portugal para uns 20 minutos iniciais da segunda em que se assenhoreou do domínio e do controlo da partida, encostando os sérvios às cordas.
Stojkovic guindou-se então à condição de melhor em campo, defendendo remates de Tiago (duas vezes), Ronaldo e Moutinho que pareciam destinados a golo.
A Sérvia estava à mercê de Portugal.
Contudo, o golo não chegou.
E como não aconteceu, Scolari mexeu na equipa, no sentido do reforço dos equilíbrios defensivos.
A equipa percebeu a mensagem e retraiu os seus propósitos atacantes, passando a adoptar uma atitude de maior contenção.
Abdicou de ganhar, de correr riscos. Preferiu o certo ao incerto.
Foi pena, pois que a vitória parecia distar um pequeno passo, um ligeiro assomo de audácia.
As entradas de Caneira e Raul Meireles acentuaram o equilíbrio defensivo da equipa, mas a transição ofensiva foi perdendo fulgor e eficácia.
Portugal optou, então, por conservar o controlo do jogo, sem se expor a riscos que pudessem fazer perigar o ponto conquistado.
A 10 minutos do fim, Scolari fez entrar Quaresma, numa substituição que, naturalmente, nada acrescentou à equipa ou ao jogo.
De modo lento e desinteressante, o jogo foi caminhando para o final, com as duas equipas a denotarem satisfação com um desfecho que mantêm intactas as respectivas aspirações de apuramento.
Liga dos Astros
As equipas apresentadas por remissão ter-se-ão por não escritas, não sendo consideradas.
Esta semana, dado que a jornada se irá disputar já no mês de Abril, poderão realizar as habituais três alterações no plantel.
Tal como o fiz em relação ao Espaço Prof. Karamba, também no que se reporta à Liga dos Astros, os condóminos que o pretenderem poderão apresentar as suas equipas para a 23ª e 24ª jornada.
Neste caso, peço-vos que consignem uma referência expressa à validade da equipa apresentada para aquelas duas jornadas.
Boa Sorte!
Espaço Prof. Karamba
Claro está que quem não desejar fazer de imediato os dois palpites em conjunto pode aguardar pela próxima semana, ocasião em que serão republicados os jogos relativos à 24ª Jornada sujeitos a aposta.
Assim, os jogos sujeitos a aposta relativos à 23ª Jornada são os seguintes:
Benfica - Porto;
Naval - Nacional;
Boavista - P. Ferreira;
Sporting - Beira-Mar;
Marítimo - Sp. Braga;
Como sempre, aqui deixo o meu palpite:
Benfica - Porto: 2-1;
Naval - Nacional: 1-1;
Boavista - P. Ferreira: 2-1;
Sporting - Beira-Mar: 2-0;
Marítimo - Sp. Braga: 3-1;
Por sua vez, os jogos sujeitos a aposta relativos à 24ª Jornada são os seguintes:
P.Ferreira - Nacional;
U. Leiria - Belenenses;
Beira-Mar - Benfica;
Braga - Sporting;
Porto - V.Setubal;
terça-feira, março 27, 2007
Antevisão do Sérvia/Portugal
Um triunfo colocará Portugal na rota do primeiro lugar do grupo.
Ainda que Polónia e Finlândia vençam os seus confrontos com Arménia e
Azerbaijão, respectivamente, uma vitória portuguesa abre perspectivas
bastante consistentes de apuramento directo para o Euro-2008 e mesmo de
triunfo no Grupo.
Após a partida desta quarta-feira com a Sérvia, Portugal defrontará na
condição de visitado os seus mais directos adversários na luta pelo
apuramento – Polónia, Finlândia e Sérvia.
Resta uma sempre complicada deslocação à Bélgica, mas o calendário mostra-se
francamente favorável às pretensões lusas de apuramento.
Na Sérvia, Portugal terá de ultrapassar, fundamentalmente, dois problemas:
Desde logo, o nacionalismo sérvio que encontra expressão plena no futebol.
No Maracanã de Belgrado, os adeptos sérvios mostrar-se-ão incessantes no
apoio à sua selecção, pese embora o recente desaire averbado no Cazaquistão.
O fanatismo impera e não se pense que uma menos conseguida performance
sérvia no decurso do jogo pode fazer revertê-lo em favor de Portugal.
O amor à Pátria é incondicional e não tolera esse tipo de traições.
Aliás, o percurso sérvio nesta fase de qualificação diz bem do seu poderio
intra-muros – conta por vitórias os jogos disputados (1-0 a Azerbaijão e
Bélgica e 3-0 à Arménia), depois de, como Sérvia e Montenegro, também não
ter perdido na qualificação para o Mundial de 2006.
Depois, o orgulho sérvio.
A derrota no Cazaquistão despertou uma vaga de duras críticas por parte da
imprensa Sérvia, ao ponto do seleccionador nacional ter sido apelidado de
farsa.
Os jogadores sérvios tudo farão para sarar as feridas da dolorosa derrota
frente ao Cazaquistão.
A nação sérvia exige-o e os jogadores irão procurar a redenção frente a
Portugal.
O orgulho sérvio não tolera o insucesso!
Clemente fará apelo aos sentimentos mais primários dos seus jogadores para
recuperar os seus níveis de auto-estima e confiança.
Clemente não poderá contar com o "gigante" ponta de lança Nikola Zigic,
expulso na inesperada derrota de sábado.
Peça relevante no processo ofensivo sérvio (foi autor de quatro dos sete
golos apontados pela Sérvia até ao momento) constituirá uma baixa de vulto,
até porque obrigará Clemente a optar por modelo de jogo distinto do que tem
vindo a utilizar – um jogo mais rendilhado, mais de progressão e não tanto
de futebol directo a solicitar o ponta de lança/pivot.
Ao invés, o capitão Dejan Stankovic estará de regresso aportando outra
qualidade à formação dos balcãs.
Portugal chega à Sérvia fortemente moralizado com o êxito obtido frente à
Bélgica.
A grande questão que se coloca prende-se com o regresso de Simão, após
castigo.
Scolari vive um problema de abundância, que não encontra paralelo em
qualquer outra selecção.
Diz-se que hoje por hoje, os alas ou extremos são uma espécie em vias de
extinção.
Contrariando esta constatação, Portugal dispõe de três opções consistentes
para as alas.
Por quem irá Scolari optar?
Scolari como conservador que é não deverá introduzir alterações na equipa
que venceu a Bélgica em Alvalade.
Em Alvalade, na segunda parte, a equipa funcionou, não sendo crível que
Scolari troque o certo pelo incerto.
Assim, Quaresma e Ronaldo serão titulares, ao passo que Simão se sentará no
banco de suplentes.
Outra hipótese aventada pela imprensa reside na utilização simultânea dos
três, actuando Simão e Quaresma nos flancos e Ronaldo no centro, no lugar de
Nuno Gomes.
Ainda que acredite que Portugal irá privilegiar o contra-ataque e as
transições rápidas como modelo preferencial de jogo, não vislumbro vantagens
no abdicar de um ponta de lança clássico.
A optar por este modelo, Scolari pretenderá, certamente, que Ronaldo apareça
e não que esteja na área à espera das solicitações dos seus colegas.
Ou seja, inexistirá um elemento que funcione como referência ofensiva dos
demais.
Portugal não se identifica com esse modelo de jogo, pois que já não o segue
há muitos anos, nomeadamente desde o advento de Nuno Gomes e Pauleta na
selecção.
Sem automatismo, esta opção pode significar esterilidade no momento ofensivo
luso.
Outra hipótese, pode passar pela saída de Moutinho ou Tiago do onze e pela
chamada de Ronaldo a desempenhar as funções de 10.
Scolari já testou Ronaldo nessa posição em diferentes ocasiões, mormente no
Mundial, mas sem os resultados pretendidos.
Ronaldo nunca demonstrou a mesma competência do que quando alinha no flanco.
Evidencia características físicas e qualidades técnicas para o fazer, mas o
que lhe sobra em talento, falta-lhe em rotina e em maturidade.
A posição 10 é demasiado específica para que possa ser ocupada por quem não
lhe conhece as particularidades.
Ronaldo convive melhor com o espaço que se lhe oferece quando vindo do
flanco desenha diagonais para o centro do que com uma colocação mais rígida no
centro.
De frente para o defesa, em progressão, Ronaldo é quase imparável no 1 para 1.
Recebendo a bola de costas, posicionado, não atinge semelhante eficácia.
Por outro lado, Moutinho e Tiago realizaram exibições de excelente nível no
Sábado, pelo que a sua saída do onze constituiria uma surpresa e quase um
crime de lesa selecção.
Outra possibilidade, passa titularidade de Simão na posição 10 em detrimento
de Moutinho ou Tiago.
Simão tem vindo a ser utilizado por Fernando Santos no vértice mais
adiantado do losango no Benfica, mas não é, nem de perto, nem de longe, um
10 clássico.
O 4x3x3 da selecção consente um 10 clássico, organizador do processo ofensivo, e
Simão não possui características para desempenhar tal tarefa.
No Benfica, Simão bascula do centro para os flancos, deambulando por toda a
frente de ataque na busca de espaços.
Na selecção, não pode, nem deve fazê-lo sob pena de ocupar espaços já de si
preenchidos.
Simão está num enorme momento de forma, quer no Benfica, quer na selecção
(marcou três golos nos últimos dois jogos: bisou frente ao Cazaquistão e
marcou um golo ao Brasil).
Todavia, a sua titularidade poderia importar a introdução de factores de
desestabilização não desejáveis, quais sejam as supra descritas adaptações.
Por outro lado, se é verdade que Simão está num grande momento de forma, não
menos verdade é que Quaresma e Ronaldo também vivem similar condição.
Não há que adaptar, há que optar.
Scolari tem três opções para dois lugares. Cabe-lhe escolher as que julga
melhor.
As adaptações realizadas no passado por Oliveira e Humberto, tentado
encaixar no mesmo onze jogadores de características muito semelhantes, não
se revelaram opção acertada.
Espero que Scolari não trilhe o mesmo caminho.
Já depois de ter redigido estas linhas, soube que Ronaldo contraiu uma entorse no treino e que, como tal, a sua utilização se revela uma incógnita.
Caso não se mostre apto, Simão ocupará o seu lugar.
Caso contrário, valem os considerandos supra expostos.
Portugal defrontará um adversário temível, especialmente porque actua na condição de visitado.
Os primeiros vinte minutos de cada uma das metades da partida desempenharão papel de suprema relevância no seu desfecho.
Há que controlar o ímpeto sérvio, adoptando um ritmo inicial mais baixo e privilegiando a circulação e a posse de bola.
Após esse primeiro embate, então sim poderemos soltar amarras rumo à baliza sérvia.
Este conjunto de jogadores pode alcandorar-se a patamares até hoje desconhecidos para a selecção nacional.
Talvez lhe falte um defesa esquerdo e um ponta de lança ao nível dos restantes elementos, mas, ainda assim, acredito que esta geração pode conquistar títulos.
O primeiro encontro entre as selecções principais da Sérvia e de Portugal
realiza-se pelas 19h30, no Estádio do Estrela Vermelha, em Belgrado, com arbitragem do francês Bertrand Layec.
segunda-feira, março 26, 2007
Muhammed Demirci
É mais uma daquelas histórias de talentos precoces que nos lançam várias interrogações.
Esta surge da Turquia e tem por protagonista Muhammed Demirci.
Muhammed Demirci, de 12 anos, joga, actualmente, no Besiktas, mas em breve estará ao serviço do Barcelona.
O clube catalão irá desembolsar uma quantia próxima dos 3 milhões de euros pela transferência, ao passo que Muhammed Demirci irá auferir cerca de 3000 euros por mês.
Quem já o viu jogar diz maravilhas. Quase todos lhe vaticinam um grande futuro. Muitos procuram semelhanças com actuais ou ex-jogadores de renome e vislumbram um novo Maradona.
Muhammed Demirci vive um sonho. Mas, se o sonho se transforma em pesadelo?
O que poderá acontecer a Muhammed Demirci?
A semana passada, no Programa “Perdidos e Achados” da Sic Notícias, vi uma reportagem sobre a situação actual dos jogadores integrantes da selecção nacional que venceu o Mundial de Sub-20 disputado em Portugal, em 1991.
Muitos permanecem ligados ao futebol como jogadores ou treinadores, outros dedicam-se à gestão dos investimentos que realizaram com o dinheiro amealhado no decurso da sua carreira desportiva, mas um deles vive longe da abundância que já conheceu, imerso em problemas e privações – Toni, ponta de lança do Porto e da Selecção Nacional já não marca golos, agora é operário da construção civil.
A idade foi avançando, as lesões foram surgindo e os clubes interessados nos seus préstimos foram minguando.
Sem perceber muito bem como, Toni viu-se no desemprego.
Toni é casado e tem três filhos, o dinheiro que ganhou no futebol investiu-o em África.
Contudo, confiou em que não devia e o dinheiro desapareceu.
De um momento para o outro, as luzes da ribalta conheceram um apagamento total.
A vida farta e sem dificuldades do futebol acabou num ápice.
Toni voltou à sua condição de homem comum.
Homem comum, sem formação académica ou profissional e sem qualquer competência ou qualificação para lá do futebol.
Perdeu tudo o que tinha ganho. Restou-lhe, apenas, a dignidade.
Sem dinheiro e sem perspectivas, Toni teve que emigrar para o Luxemburgo para sobreviver.
Enquanto jogou futebol, não se” lembrou” de estudar.
Ninguém o lembrou de estudar.
Enquanto jogou futebol, não ter estudos nunca foi um problema.
Quando se viu sem clube para jogar e sem dinheiro, não ter estudos foi o seu maior problema.
Toni é, apenas, um nome entre muitos!
Do deslumbramento à miséria é um pequeno passo.
Basta uma gestão de carreira menos consciente, uma opção na carreira menos afortunada, uma época menos conseguida ou uma lesão inoportuna.
Do passado sobram exemplos, dos quais Vítor Batista será o maior.
Conheci pessoalmente um caso que me impressionou particularmente - Paulo Pilar.
Formado no Sporting, internacional em todos os escalões, de grande esperança a desprezado foi uma questão tempo. Pouco.
Pilar era um talento acima da média, um jogador com capacidades invulgares, mas sem a mínima preparação ou condição para singrar como futebolista profissional.
Pilar dedicou toda a sua vida ao futebol.
Foi formatado para ser profissional.
O futebol tirou-o da miséria em que vivia e deu-lhe um estatuto social que nunca conhecera.
Mas, não o ensinou a viver.
Pilar só sabia jogar futebol.
Contudo, o futebol cada vez queria menos que ele o fizesse.
Á medida que as portas se iam fechando, Pilar refugiava-se mais e mais no álcool e nas drogas.
Um muro ergueu-se à sua volta.
Sem perspectivas profissionais e dependente do álcool e das drogas, Pilar foi-se perdendo, foi-se degradando.
Um dia, entre copos, disse-me: “Sabes, agora só me restam as obras!”.
Não sei se lá foi parar, mas as probabilidades disso acontecer eram elevadas…
Há que formar futebolistas sem esquecer o cidadão.
A par do aperfeiçoamento da aptidão para a prática desportiva, há que curar de aportar outras qualificações.
Há que formar competências académicas ou profissionais, propiciar qualificação, ou seja, acrescentar vida à vida do futebol.
Para que um dia não tenhamos que ouvir mais um ex-futebolista a proclamar: “Acabou-se o futebol, acabou-se a vida, não sei fazer mais nada, nem viver sem o futebol.”
Análise ao Portugal/Bélgica
Triunfo indiscutível.
Quarto jogo no Alvalade XXI, quarta vitória.
O jogo valeu, essencialmente, pela segunda parte, pois que na primeira o espectáculo foi mais circense do que futebolístico.
Cada um dos "artistas" quis apresentar o seu número e a qualidade da exibição lusa ressentiu-se.
Quaresma e Ronaldo usaram e abusaram do individualismo, recreando-se excessivamente com a bola, esquecendo qualquer sentido prático nas suas acções.
Face às ausências de Deco, lesionado, e de Simão, castigado, Scolari apostou em João Moutinho e em Quaresma.
Paulo Ferreira surgiu na lateral esquerda e Nuno Gomes como ponta de lança.
Na primeira parte, apenas as acelerações de Moutinho e as movimentações de Tiago emprestaram algum brilho à toada morna pela qual se pautou a actuação portuguesa.
O jogo dealbou lento, mas aos 4 minutos uma boa iniciativa de Moutinho possibilitou a Quaresma a primeira oportunidade de golo. E, talvez mesmo a única em toda a primeira parte.
Este lance permitiu perceber que as individualidades podiam fazer a diferença.
Com a Bélgica estruturada sob um bloco muito baixo, a defender com dez jogadores atrás da linha da bola e com Portugal a jogar em ritmo moderado, as ocasiões de golo rarearam na primeira metade.
Portugal circulava pouco a bola e fazia-o em velocidade reduzida, o que permitia aos belgas cercear com relativa facilidade os movimentos ofensivos portugueses.
Portugal dominava a partida, mas mostrava-se incapaz de ultrapassar a muralha belga.
Muito individualismo e pouco colectivo, para além de dificuldades notórias na transição atacante, emperravam a manobra lusa.
Os belgas limitavam-se a defender e apenas por uma ou outra ocasião ensaiaram tímidos e inócuos contra-ataques.
Ao intervalo, o nulo no marcador era mais demérito luso do que mérito belga.
Na segunda parte, Portugal acelerou e materializou o seu ascendente na partida.
As individualidades lusas abdicaram dos números circenses, conferindo outro sentido colectivo e outro pragmatismo às suas acções e a exibição portuguesa alcandorou-se a patamares de excelência.
Valha a verdade que não terminaram as "chiquelinas", mas desta feita foram acompanhadas das competentes farpas.
Os belgas acabaram toureados, numa faena em que Moutinho, Tiago, Quaresma e Ronaldo se assumiram como os principais bandarilheiros.
Aos 52 minutos, após uma excelente jogada de Moutinho, Nuno Gomes fez 1-0.
O mais difícil estava conseguido.
Logo depois Cristiano Ronaldo aumentou a vantagem lusa, na sequência de um bom cruzamento de Quaresma.
Portugal empolgou-se e partiu para uma exibição de encher olho.
Com excepção de um lance aos 65 minutos, no qual Sterchele desperdiçou de forma absolutamente inacreditável um "golo feito", a Bélgica não se revelou capaz de contrariar minimamente a superioridade portuguesa.
Poucos minutos volvidos, o momento mágico do jogo.
Quaresma, na execução perfeita da sua famosa trivela, fez o 3-0.
Um golo do outro mundo.
Aos 74 minutos, Ronaldo bisou e fechou a contagem.
Estava construída uma vitória ampla, mas não tão tranquila quanto o resultado final indicia.
Com este triunfo, Portugal reequilibrou as contas do apuramento.
Referência final para outra representação nacional que alcançou um êxito merecedor dos maiores encómios - a selecção nacional de râguebi que logrou o apuramento para o Campeonato Mundial da modalidade.
Os meus Parabéns a Tomaz Morais e aos jogadores!
quinta-feira, março 22, 2007
Antevisão do Portugal/Bélgica
Partida decisiva, em que a vitória emerge como o único resultado admissível.
Portugal nunca venceu a Bélgica em partidas oficiais.
Em 14 encontros, Portugal venceu apenas três, todos particulares, somando três derrotas e outros tantos empates em encontros oficiais.
Por outro lado, a Selecção Nacional pode chegar ao recorde de 13 vitórias consecutivas em casa frente à Bélgica.
Portugal não perde na condição de visitado desde 4 de Julho de 2004, ocasião em que foi derrotado pela Grécia, na final do Euro 2004.
A actual sequência de vitórias iniciou-se a 8 de Setembro de 2004, com uma goleada frente à Estónia (4-0).
Para além daquela marca histórica, Portugal pode atingir o 17º jogo consecutivo sem perder em casa, em apuramentos para Europeus e Mundiais, uma invencibilidade que dura há oito anos.
Scolari deverá estruturar a equipa no seu tradicional 4x2x3x1, sendo que Ricardo, Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Caneira, Petit, Tiago, Viana, Quaresma, Ronaldo e Nuno Gomes.
As principais dúvidas prendem-se com a identidade do substituto de Deco e com a definição do ponta de lança titular.
Tendo em atenção as alternativas disponíveis e o seu percurso na selecção (factor de decisiva importância para o seleccionador nacional) Viana assume-se como o candidato natural à substituição de Deco.
Ainda que Moutinho se mostre em momento de forma superior, até porque Viana raramente é titular no Valência, a circunstância de pertencer à “família Scolari” há mais tempo deverá fazer pender a escolha para si.
No que tange ao ponta de lança a utilizar, tendo por base a premissa supra enunciada, Nuno Gomes surge como o mais forte candidato ao lugar.
Hugo Almeida ainda não tem um percurso suficientemente consistente ao nível da selecção A para que Scolari o veja como titular. Será aquele que dos três se encontra em melhor forma e cujas características melhor se adaptam aos altos, fortes e corpulentos centrais belgas.
Todavia, faltam-lhe chamadas aos convocados e internacionalizações AA, factor que Scolari sobreleva face aos demais critérios.
Assim, restam Postiga e Nuno Gomes.
Ambos em momento de forma sofrível, pelo que resta como critério de escolha o seu percurso na selecção.
Similar no passado recente, sendo que Nuno Gomes apresenta um currículo de internacionalizações e golos mais rico.
Assim, deverá ser o eleito.
A Bélgica de hoje não é a de outrora.
Distante, muito distante da selecção que foi finalista vencida do Euro 80 e quarta classificada no Mundial 86.
Esse foi o período de ouro do futebol belga, que, para além dos sucessos da selecção, conheceu êxitos nos clubes, mormente o Anderlecht que conquistou a Taça das Taças e a Supertaça europeia em 1978 e a Taça UEFA em 1983 (batendo o Benfica).
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, disse o Poeta; neste caso, mudaram-se os tempos, mudou-se a qualidade.
Apesar de tudo, a matriz essencial do modelo de jogo belga permaneceu inalterada – presença física e aposta nas transições rápidas e no contra-ataque, ou seja, uma combinação de velocidade e força.
Falta capacidade técnica.
O sistema táctico belga tem oscilado entre o 4x4x2 e o 3x5x2, sendo que este deverá ser o eleito para Alvalade.
Um 3x5x2 que se transformará na maior parte das vezes em 5x3x2.
Forte povoamento da zona central, com três centrais fortes e altos - Van Buyten, Hoefkens e Van Damme - e dois médios de características defensivas - Fellaini e Mudingayi – que obrigarão Portugal a explorar os flancos.
Na frente, dois atacantes rápidos e bem abertos nas alas - Mbo Mpenza e Sterchele – por forma a tentar explorar as costas da defensiva portuguesa.
A principal figura da actual selecção belga é Van Buyten, um central duro, com bom posicionamento, uma envergadura física impressionante, exímio cabeceador, muito perigoso nos lances de bola parada, mas falho de velocidade e “rins”.
Aliás, a diferença entre os gloriosos tempos de esplendor do futebol belga e os actuais resulta bem evidenciada no facto de antes as suas mais proeminentes figuras terem sido futebolistas de matriz técnica – Scifo, Ceulemans, Van der Elst ou Vercauteren – e agora tal posição ser ocupada por um jogador essencialmente de força.
Atentas as palavras do seu guarda-redes, a agressividade será uma das apostas belgas para vencer Portugal.
Contudo, penso que com maior ou menor agressividade belga, com maior ou menor presença física belga, com maior ou menor dificuldade, Portugal vencerá.
Para tanto basta que seja fiel aos seus princípios de jogo, actue com concentração e espírito ganhador.
A superior qualidade técnica e criatividade lusas emergirão com naturalidade conduzindo-nos a um triunfo vital para as nossas aspirações de apuramento para a fase final do Euro 08, que decorrerá na Áustria e Suíça.
quarta-feira, março 21, 2007
Redução do Número de Clubes Participantes nas Competições Profissionais
A reformulação dos quadros competitivos nas competições profissionais nada acrescentou ao futebol em Portugal.
Acrescentou-se competitividade? Não!
Ganhou-se qualidade no futebol praticado? Não!
Aumentou a taxa de ocupação dos estádios portugueses? Não!
Obtiveram-se vantagens económicas? Não!
Sinceramente, não vislumbro qualquer mais valia na solução adoptada!
A diminuição dos clubes participantes nas competições profissionais emerge, em abstracto, como uma solução interessante num quadro de penúria económica, essencialmente porque permite optimizar recursos e criar economias de escala.
Todavia, a redução por si só desacompanhada de outras medidas, mormente estruturais, não se revelou capaz de produzir os efeitos pretendidos.
Penso, mesmo, que contribuiu para agravar o estado já de si lastimável do futebol português.
E porquê?
Porque se perdeu competitividade e decresceu consideravelmente a qualidade do espectáculo!
E porquê?
Pela singela razão que na reformulação dos quadros competitivos, para além da redução do número de clubes participantes nas competições profissionais, se consignou uma outra solução que me parece desastrosa – a descida de divisão de apenas duas equipas.
Perante ameaça tão ténue, a generalidade dos clubes – os que lutam pela manutenção nos respectivos escalões - não hesitaram em diminuir o volume dos seus investimentos.
Aparentemente, esta seria uma opção que contribuiria para sanear financeiramente os clubes.
Contudo, a redução do investimento, tal como nos restantes sectores económicos, conduz à recessão.
Deste modo, a medida da redução revelou-se inferior ao decréscimo das receitas, o que acarretou, ipso facto, o acumular de prejuízos.
Investiu-se menos o que equivale por dizer que se contrataram jogadores e técnicos de pior qualidade.
Piores técnicos e piores jogadores produzem piores espectáculos.
Piores espectáculos atraiem menos pessoas aos estádios.
Menos pessoas nos estádios resultam em menores receitas provenientes da bilhética, mas também de sponsorização e merchandising (da TV não pela simples razão dos contratos terem sido negociados há bastante tempo, alguns mesmo no século passado).
O agravamento da situação financeira da generalidade dos clubes portugueses foi particularmente visível na opção pela partilha da gestão com investidores a que se assistiu de forma directa no Beira-Mar e de forma indirecta no Braga e no Aves, para além do reduzido número de aquisições no mercado de Inverno.
Por outro lado, a redução do investimento redundou no crescimento do fosso existente entre “grandes” e “pequenos”.
A distância pontual entre os 3 primeiros e os restantes clubes regressou aos níveis do século passado.
Os “grandes” mantiveram ou reforçaram os seus orçamentos ao passo que a esmagadora maioria dos “pequenos” os reduziram de forma sensível.
Por outro lado, a redução de clubes participantes nas competições profissionais conduziu à diminuição dos tempos de competição em detrimento dos tempos de treino, o que poderia querer significar um acréscimo de qualidade pelo aperfeiçoamento técnico dos jogadores.
Todavia, a prática demonstra que o treino de per si não resulta em melhorias significativas no apetrechamento técnico do praticante.
A NBA é o melhor exemplo – com 82 jogos na fase regular e sucessivas viagens de avião de longo curso, o tempo de treino é diminuto se comparado com o período de competição.
Onde se pratica o melhor basquetebol? Na NBA!
A criação da Taça da Liga poderá acrescentar espaço de competição e contribuir para diminuir os hiatos competitivos.
A redução dos clubes participantes nas competições profissionais importou uma outra consequência nefasta para o desenvolvimento integral do futebol português, qual seja o aumento das assimetrias regionais.
O futebol profissional concentrou-se no litoral.
Acaso terminasse hoje a Liga Vitalis, Portimonense e Chaves seriam despromovidos o que, ainda, agravaria de forma mais relevante o cenário de concentração das competições profissionais na faixa litoral compreendida entre os Distritos de Braga e de Setúbal.
Bem sei que o futebol é, apenas, espelho da realidade social do País, mas não quero, nem me posso conformar com tal realidade.
É imperativo para a promoção e fomento do futebol e mesmo para a afirmação de muitas cidades e espaços regionais que o futebol se descentralize e se desenvolva de modo harmónico por todo o território nacional.
A redução de clubes participantes nas competições profissionais poderia ter tido um impacto menos negativo ou eventualmente mesmo positivo caso não tivesse sido acompanhada da diminuição do número de clubes a despromover.
16 clubes mantendo-se a despromoção de três ou mesmo alargando-a a 4, seria uma melhor solução porque não indutora de uma redução do investimento.
A redução do número de clubes participantes nas competições profissionais apenas beneficiou a selecção nacional, que dispõe assim de mais datas para trabalhar.
Mais do que a redução do número de clubes participantes nas competições profissionais importava reduzir o número de clubes existentes em Portugal dedicados à prática desportiva do futebol ao nível sénior.
Neste particular, a concentração do futebol sénior em um a três clubes profissionais por Distrito (consoante a sua dimensão), com excepção dos Distritos de Lisboa e Porto, por razões óbvias, produziria efeitos muito mais benéficos ao nível da competitividade e da qualidade das competições profissionais do que qualquer redução do número de clubes.
Reduzir a prática desportiva de alta competição a um a três clubes profissionais por Distrito permitiria optimizar recursos e criar economias de escala.
Não advogo a extinção de clubes, mas apenas uma redefinição do seu “objecto social” – ao invés de se dedicarem à prática do futebol em todos os escalões, cingiriam a sua actividade à formação.
Poderiam até manter a sua actividade ao nível do futebol sénior, mas numa vertente amadora.
Este texto constitui uma alteração no meu pensamento sobre a reformulação dos quadros competitivos, mas resulta da análise que faço da realidade decorrente da redução do número de clubes participantes nas competições profissionais.
Liga dos Astros
1º Lugar: Joker Alho - 1208 pontos;
2º Lugar: Caça Lagartos/Suçuarana - 1195 pontos;
3º Lugar: Kubas4EverTeam - 1171 pontos;
4º Lugar: Eagles - 1147 pontos;
5º Lugar: Caixa Campus - 1127 pontos;
6º Lugar: Cruzados - 1125 pontos;
7º Lugar: Afinal estou Vivo - 1053 pontos;
8º Lugar: Nª Sr.ª do Caravagio - 748 pontos;
9º Lugar: Santy Thunder Team - 389 pontos;
10º Lugar: Caixa Blogus - 212 pontos;
Qual o Calendário Mais Favorável?
Calendário do FC Porto:
Benfica vs FC Porto
FC Porto vs V. Setúbal
Académica vs FC Porto
FC Porto vs Belenenses
Boavista vs FC Porto
FC Porto vs Nacional
Paços de Ferreira vs FC Porto
FC Porto vs Aves
Calendário do Benfica:
Benfica vs FC Porto
Beira-Mar vs Benfica
Benfica vs Sp. Braga
Marítimo vs Benfica
Benfica vs Sporting
Benfica vs Naval
V.Setúbal vs Benfica
Benfica vs Académica
Calendário do Sporting:
Sporting vs Beira-Mar
Sp. Braga vs Sporting
Sporting vs Marítimo
Sporting vs Naval
Benfica vs Sporting
Sporting vs V.Setúbal
Académica vs Sporting
Sporting vs Belenenses
Espaço Prof. Karamba
1º Lugar: Cavungi – 595 pontos;
2º Lugar: Zex - 565 pontos;
3º Lugar: Carlos - 535 pontos;
4º Lugar: Kubas – 520 pontos;
5º Lugar: Jorge Mínimo - 505 pontos;
6º Lugar: Fura-Redes - 470 pontos;
7º Lugar: Vermelho - 460 pontos;
8º Lugar: Vermelho Sempre – 425 pontos;
9º Lugar: Samsalameh – 420 pontos;
10º Lugar: Vermelho Nunca – 415 pontos;
11º Lugar: Holtreman – 395 pontos;
12º Lugar: Estar Vivo é o Contrário de Estar Morto – 385 pontos;
13º Lugar: Sócio – 365 pontos;
14º Lugar: Costa - 315 pontos;
15º Lugar: Petit – 285 pontos;
16º Lugar: Francisco Lázaro - 165 pontos;
17º Lugar: Braguilha - 100 pontos;
18º Lugar: Drácula - 95 pontos;
19º Lugar: Salvatrucha – 50 pontos;
20º Lugar: Jimmy Jump Reloaded - 20 pontos;
21º Lugar: Cuto - 10 pontos;
22º Lugar: Sh Cala-te - 5 pontos;
segunda-feira, março 19, 2007
Análise ao Estrela/Benfica
Vitória sofrida, mas inteiramente merecida!
Fernando Santos repetiu o onze da Vila das Aves (com a troca de David Luiz por Katsouranis), mas sistematizado sob uma diferente estrutura.
Ao invés do habitual 4x4x2 em losango preferiu o 4x2x4, muito mais de acordo com as características dos jogadores que integraram o onze titular.
Petit e Karagounis ocuparam-se da zona central do meio-campo, Derlei e Simão dos flancos e Miccoli e Nuno Gomes das posições mais adiantadas.
Por seu turno, Daúto Faquirá montou a sua equipa com base na previsível estratégia benfiquista em 4x4x2 losango, procurando, deste modo, igualar a luta de forças a meio-campo
Tal como a sua estrutura indiciava, o Estrela assentou primacialmente o seu modelo num jogo de pares, procurando “encaixar” na equipa do Benfica.
O Estrela, pese embora alinhasse com dois homens rápidos na frente, Moses e Dário, nunca revelou verdadeira intenção ofensiva na primeira metade da partida.
Contenção e mais contenção foi o lema dos estrelistas na primeira parte.
Na primeira parte, a qualidade de jogo foi paupérrima.
De positivo, apenas, o número de faltas cometidas – 8 – ao nível da Premier League.
Não obstante, as semelhanças com qualquer jogo daquela competição terminaram aí.
O Benfica nunca imprimiu velocidade, nem intensidade ao seu jogo e, assim, sentiu imensas dificuldades na transição ofensiva.
Sem agressividade, o Benfica durante a primeira parte foi uma equipa demasiado “macia”, que nunca logrou recuperar a bola no meio terreno adversário.
Karagounis e Petit nunca conseguiram conferir dinâmica ao processo ofensivo.
Com Miccoli, Nuno Gomes, Simão e Derlei muito estáticos, dando-se sempre à marcação, o momento atacante do Benfica pautou-se pela esterilidade.
Verdadeiras ocasiões de golo, zero!
O Benfica deu sempre a ideia de esperar por um lance de inspiração individual ou de bola parada para chegar ao golo.
Num terreno propício à exploração de remates de longa e meia distância, o Benfica olvidou sempre tal solução.
O mais parecido com uma oportunidade de golo na primeira parte, sucedeu quando, aos 42 minutos, Miccoli, após receber a bola de Petit, se libertou de dois adversários e cruzou para a cabeça de Nuno Gomes, mas Paulo Lopes antecipou-se e desviou a bola.
Sem surpresa, tamanha foi a inoperância ofensiva de ambas as equipas, o encontro chegou ao intervalo igualado a zero.
Para a segunda parte, Fernando Santos não mexeu na equipa, mas Daúto fê-lo através da alteração do sistema táctico.
Dado que o Benfica se havia apresentado em 4x2x4 na primeira parte, Daúto entendeu e bem estruturar a sua equipa em 4x3x3 por forma a não só obter vantagem numérica a meio-campo, mas também a dar profundidade atacante ao Estrela.
Adiantou Tiago Gomes no apoio a Moses e Dário e aportou mais metros ao processo ofensivo estrelista.
O Benfica demorou a reagir e a adaptar-se à nova configuração táctica do Estrela.
Nos primeiros dez minutos da segunda metade, o Estrela dominou o jogo e criou as suas melhores chances de golo na partida.
Aos 47 minutos, um péssimo “alívio” (?) de Léo, colocou a bola em Luís Loureiro, que em “bicicleta”, fez a bola embater na trave.
Um minuto volvido, Moretto viu-se obrigado a sair dos postes para evitar males maiores.
Neste período, o Benfica perdeu por completo o controlo da partida, revelando-se incapaz de suster as investidas do Estrela.
Todavia, Fernando Santos percebeu as intenções de Daúto e introduziu João Coimbra na partida em substituição da nulidade Derlei.
O Benfica abdicava do 4x2x4 e regressava ao 4x4x2 em losango.
Reconquistou o domínio e o controlo do jogo para não mais o perder.
Com a entrada de João Coimbra, o processo ofensivo benfiquista conheceu uma dinâmica e uma intensidade até então ignoradas.
O Benfica intensificou a pressão sobre o Estrela e começou a conquistar bolas atrás de bolas no meio-campo adversário.
Ao acréscimo de intensidade e de agressividade correspondeu uma maior fluidez do processo ofensivo e, deste modo, a criação de oportunidades de golo.
Aos 63 minutos, Simão cruzou da esquerda e Nuno Gomes, sozinho, com a baliza à sua mercê, desperdiçou de forma inglória soberana ocasião de golo.
Aos 68 minutos, Miccoli rematou e José Fonte logrou conjurar o perigo.
Aos 69 minutos, com Nuno Gomes a escassos metros da linha de baliza e em posição privilegiada para visar com êxito as redes de Paulo Lopes, Amoreirinha puxou-o pela camisola.
Contudo, o árbitro não assinalou a competente grande penalidade.
Aos 71 minutos, um interregno no ascendente benfiquista, por força de uma paragem cerebral de Anderson – sem oposição, ao invés de “despachar” a bola, preferiu atrasá-la para Moretto, quase fazendo auto-golo (a frieza de Moretto foi arrepiante).
Após esta breve e inexplicável pausa, o Benfica retomou os caminhos da baliza de Paulo Lopes.
No minuto seguinte, um excelente cruzamento de João Coimbra encontrou a cabeça de Miccoli, mas o cabeceamento do italiano saiu a rasar o poste esquerdo das redes estrelistas.
Adivinhava-se o golo do Benfica, até porque a pressão benfiquista assumia, agora, foros de sufoco.
O Estrela já não conseguia sair do seu meio-campo, acantonando-se nos limites da sua grande área.
Aos 81 minutos, os encarnados lograram, finalmente, inaugurar o marcador.
Petit desferiu um potente remate a uns bons 30 metros da baliza de Paulo Lopes, a bola sofreu um desvio em Daniel e só parou no fundo das redes.
A perder, Daúto fez sair Daniel e entrar Anselmo, na tentativa de “esticar a manta” e recolocar a sua equipa na disputa do jogo.
Contudo, não logrou concretizar os seus propósitos!
Apenas, por uma vez o Estrela se acercou com perigo da área benfiquista, num cruzamento de Edu a que Amoreirinha não deu a melhor sequência.
Pelo contrário, neste período, foi, mesmo, o Benfica que conseguiu ainda criar mais duas excelentes ocasiões de golo, por intermédio de Miccoli e Nuno Gomes (a inépcia finalizadora de Nuno Gomes assumiu contornos confrangedores).
Vitória justíssima do Benfica, que o coloca a somente um ponto do líder Porto.
Análise à Jornada
O Sporting transcendeu-se e demonstrou forte espírito de conquista e sobrevivência.
O Sporting soube resistir à pressão de ter de vencer, aceitando essa responsabilidade sem temor.
Foi melhor, mais equipa e venceu com justiça.
O Porto só existiu quando e enquanto Quaresma existiu.
O Sporting reduziu a diferença pontual para o Porto para 6 pontos, ganhou vantagem no confronto directo e manteve a invencibilidade na condição de visitante.
Com Lisandro lesionado e Bosingwa em poupança para a Luz, Jesualdo surpreendeu ao optar por Alan para substituir o argentino.
Apostou e perdeu claramente – Alan nunca conseguiu dar profundidade pelos flancos, nem suster as investidas ofensivas dos laterais leoninos.
Por seu turno, Paulo Bento promoveu o regresso de Caneira ao centro da defesa e lançou Alecsandro na frente, fazendo dupla com Djaló.
Êxito total!
Caneira “secou” quem apareceu na sua zona e Alecsandro patenteou uma mobilidade surpreendente, que colocou imensos problemas à defensiva azul e branca.
No duelo táctico, Jesualdo manteve o 4x3x3 perante o 4x4x2 em losango de Paulo Bento e saiu claramente derrotado.
O tridente intermediário portista mostrou-se sempre incapaz de contrariar a superioridade numérica do quarteto de médios leonino.
Neste particular começou a ser construído o sucesso leonino.
A luta a meio-campo redundou invariavelmente em derrota para os azuis e brancos.
Os laterais sportinguistas encaixavam nos alas portistas, Adriano era vigiado por Caneira e Polga e o meio campo do Sporting beneficiava sempre de superioridade, 4 para 3 (algumas vezes 5 para 3 com o recuo de Djaló).
Pese embora, Marek Cech nunca encontrasse quem marcar no seu flanco, Jesualdo nunca promoveu o seu adiantamento por forma a equilibrar o jogo de forças a meio-campo.
Com Assunção excessivamente “colado” aos centrais (procurando controlar os movimentos de Djaló), Lucho em claro deficit físico e Meireles perdido no turbilhão da luta intermediária, Veloso, Moutinho, Nani e Romagnoli gozaram sempre de imensa liberdade.
Miguel Veloso, perante a passividade dos médios portistas e a liberdade que lhe foi concedida, assumiu-se como o principal motor do processo ofensivo leonino.
Dinâmico e agressivo, com uma leitura de jogo assaz lúcida, raramente falhou um passe, conferindo sempre sentido à manobra atacante do Sporting.
Para além da superioridade numérica a meio-campo, a vitória leonina assentou numa outra vantagem – a que se desenhou sobre o flanco esquerdo do ataque do Sporting.
O Sporting inclinou o seu processo ofensivo para a esquerda e a opção revelou-se acertadíssima.
Aí se criaram desequilíbrios que se repercutiram sobre toda a estrutura defensiva do Porto.
O flanco esquerdo do Sporting, com Nani em destaque, sempre bem apoiado por Tello, Romagnoli e Djalló, que por ali apareciam vastas vezes, deixava a defesa azul e branca em constante estado de intranquilidade.
Fucile, nunca convenientemente apoiado pelo ala do seu lado, ou por algum dos médios mais defensivos, leia-se, Paulo Assunção ou Raúl Meireles, revelou-se um autêntico “passador”.
Pepe e Paulo Assunção procuravam compensar os desequilíbrios suscitados pela presença massiva de jogadores do Sporting sobre o flanco esquerdo, mas sempre que basculavam para o flanco, para além de o fazerem tardiamente, “criavam” espaços comprometedores na zona central.
Também perante esta indefinição táctica, Jesualdo se manteve impávido e sereno.
O Porto perdeu a generalidade dos duelos individuais que se foram criando ao longo da partida, precisamente, porque nunca soube contrariar as vantagens decorrentes das superioridades numéricas obtidas pelos jogadores leoninos em diferentes zonas do terreno.
Jesualdo e Bento haviam sido peremptórios em asseverar que o empate não servia os propósitos de qualquer das equipas.
Se o disseram publicamente, tê-lo-ão, também, dito no recato do balneário, tal a intensidade posta pelos seus jogadores no dealbar da partida.
O início de jogo foi escaldante.
No primeiro minuto, Quaresma, na direita, fez o primeiro remate perigoso, que Ricardo, atento, susteve.
Um minuto volvido, na jogada seguinte, Nani assiste Alecsandro que obriga Helton a estirar-se, para com uma palmada com a mão esquerda desviar a bola para canto.
O jogo conhecia um ritmo desenfreado.
Estava dado o mote para uma primeira parte de elevada intensidade.
O Sporting assumiu o controlo e o domínio da partida, muito força das assinaladas vantagens obtidas no meio-campo e no flanco esquerdo.
O Sporting revelava-se mais perigoso e organizado, enquanto que o Porto vivia quase em exclusivo de rasgos individuais, mormente de Quaresma.
As oportunidades de golo sucediam-se, mas alguma inépcia na concretização conservava o marcador inalterado.
Quaresma aos 10 e 21 minutos construiu as melhores ocasiões portistas, ao passo que Nani, Romagnoli e Tello se assumiram como os protagonistas das mais flagrantes chances leoninas.
Com o intervalo, o jogo decresceu de intensidade e o equilíbrio foi a nota dominante na segunda parte.
Jesualdo substituiu o inoperante Alan por Postiga e a mobilidade do dianteiro portista suscitou problemas até então não experimentados pelo Sporting.
Simultaneamente, o Porto subiu as suas linhas e o meio-campo portista surgiu imbuído de outra atitude, o que possibilitou a anulação ou, pelo menos, a atenuação da vantagem observada na primeira parte nesta zona do terreno.
Assunção subiu uns metros no terreno, Lucho demonstrou maior disponibilidade física (talvez, um último suspiro) e Meireles começou, por fim, a acertar com as marcações.
Por outro lado, o quarteto defensivo portista mostrava-se agora bem mais competente na marcação dos avançados leoninos.
Se a isto adicionarmos, um acréscimo sensível de agressividade, encontramos a razão pela qual o segundo tempo se pautou pela paridade.
A quietude e passividade da primeira parte eram passado.
O Sporting, também, contribuiu e muito para o equilíbrio que o jogo registou na segunda metade.
Diminuiu a intensidade, diminuiu a velocidade das transições e aumentou o jogo posicional dos seus elementos mais avançados.
As deambulações e penetrações de Djaló, Alecsandro, Romagnoli e Nani foram sendo cada vez menos frequentes e o processo ofensivo leonino foi decrescendo de intensidade e qualidade.
O Porto assumia o controlo e o domínio da partida, mas mostrava-se inconsequente na finalização das suas jogadas ofensivas.
Seguia o jogo assim dominado pelos portistas, quando, aos 71 minutos, Rodrigo Tello executou de forma irrepreensível um livre e fez o 0-1.
Paradoxalmente, o Sporting chegava ao golo no seu pior período na partida.
Paradoxalmente, o Sporting que deu sempre um sentido mais colectivo ao seu jogo do que o Porto, viu o seu golo nascer de um lance de inspiração individual.
O Porto não estava psicologicamente preparado para sofrer um golo e entrou em desespero.
Após o golo, as melhorias evidenciadas na segunda parte desapareceram num ápice e os portistas limitaram-se a atacar com o coração, a carregar em desespero, de forma dispersa e desconexa.
O Sporting demonstrou uma serenidade assinalável, manteve as suas linhas compactas e, embora se tenha deixado encostar à sua área, nunca perdeu ofensividade.
Aliás, beneficiou mesmo da melhor ocasião de golo, quando Nani rematou de longe, obrigando Helton a defender com as pernas e, na recarga, Djaló disparou permitindo ao guardião brasileiro desviar a bola para a trave.
Jesualdo ao mexer mal na equipa, desempenhou papel não despiciendo na incapacidade portista de se acercar com perigo da área do Sporting.
Fez entrar Jorginho para o lugar de Lucho (lesionado) e substituiu Adriano por Bruno Moraes, o que se revelou um erro crasso.
Se Jesualdo pretendia evitar que a equipa se desorganizasse e procurasse desesperadamente os cruzamentos para a área e o jogo directo, não o conseguiu.
Pelo contrário!
O Porto, na parte final da partida, usou e abusou dos lançamentos longos e dos cruzamentos para a área, na qual faltou sempre uma referência capaz de se impor no jogo aéreo – Adriano.
Paulo Bento mexeu e bem na equipa.
Fê-lo, claro está, em sentido inverso, ou seja, retirou elementos mais ofensivos e fez entrar unidades de pendor mais defensivo.
Primeiro, tirou Romagnoli e fez entrar Pereirinha procurando conquistar maior agressividade.
Depois, substituiu Alecsandro por Custódio e assumiu que pretendia segurar a vantagem.
Até final, Quaresma despejou inúmeras bolas para a área leonina, mas com excepção de um lance, aos 80 minutos, em que Jorginho desperdiçou oportunidade soberana de recolocar a igualdade no marcador, Ricardo e seus pares resolveram com aparente facilidade todos os problemas suscitados pelo ataque portista.
Sintetizando, dizer que Paulo Bento definiu, na perfeição, o que foi a partida:
“Foi um jogo complicado, como esperávamos.
O F.C. Porto criou-nos muitas dificuldades na segunda parte, mas no primeiro tempo fomos melhores. Tivemos qualidade no nosso jogo e fomos dominadores. Poderíamos ter chegado ao intervalo a ganhar.
Eles reentraram bem, obrigaram-nos a defender perto da nossa área, mas conseguimos fazer o golo de livre. Na parte final poderíamos ter acabado com o jogo, no remate à barra que o Yannick fez, mas o Porto também esteve perto do empate mesmo no fim. Pela qualidade da primeira parte e o espírito da segunda, o resultado é justo”.
Nos restantes jogos, destaque para a vitória do Belenenses em Paços de Ferreira, colocando fim à invencibilidade caseira dos pacenses, e para os empates registados nas demais partidas realizadas, os quais deixaram a luta pela manutenção inalterada.
sexta-feira, março 16, 2007
Espaço Prof. Karamba
1º Lugar: Cavungi – 580 pontos;
2º Lugar: Zex - 545 pontos;
3º Lugar: Carlos - 525 pontos;
4º Lugar: Kubas – 510 pontos;
5º Lugar: Jorge Mínimo - 495 pontos;
6º Lugar: Fura-Redes - 460 pontos;
7º Lugar: Vermelho - 445 pontos;
8º Lugar: Samsalameh – 420 pontos;
9º Lugar: Vermelho Sempre – 410 pontos;
10º Lugar: Vermelho Nunca – 400 pontos;
11º Lugar: Holtreman – 385 pontos;
12º Lugar: Estar Vivo é o Contrário de Estar Morto – 370 pontos;
13º Lugar: Sócio – 355 pontos;
14º Lugar: Costa - 315 pontos;
15º Lugar: Petit – 275 pontos;
16º Lugar: Francisco Lázaro - 165 pontos;
17º Lugar: Braguilha - 100 pontos;
18º Lugar: Drácula - 80 pontos;
19º Lugar: Salvatrucha – 40 pontos;
20º Lugar: Jimmy Jump Reloaded - 20 pontos;
21º Lugar: Cuto - 10 pontos;
22º Lugar: Sh Cala-te - 5 pontos;
Liga dos Astros
As equipas apresentadas por remissão ter-se-ão por não escritas, não sendo consideradas.
Boa Sorte!
Espaço Prof. Karamba
P. Ferreira - Belenenses;
Desp. Aves - Académica;
E. Amadora - Benfica;
F.C. Porto - Sporting;
Sp. Braga - Naval;
Como sempre, aqui deixo o meu palpite:
P. Ferreira - Belenenses: 1-1;
Desp. Aves - Académica: 1-2;
E. Amadora - Benfica: 1-2;
F.C. Porto - Sporting: 1-1;
Sp. Braga - Naval: 2-1
quinta-feira, março 15, 2007
Antevisão do Porto/Sporting pelo condómino Cavungi
Vamos assistir amanhã a mais um mini-derbi do futebol Português.
Um jogo com história, mas não com a dimensão de um Sporting - Benfica ou FC Porto – Benfica, esses sim os verdadeiros clássicos do futebol nacional. Os Derbi´s.
Este é um jogo do agrado da maioria dos Benfiquistas, porque um deles vai perder. Ou até podem perder os dois, se empatarem. Resultado que eu desejo e prevejo.
Todavia, provavelmente não irei assistir a este jogo, dado que à mesma hora na Sportv2 será transmitido o Maiorca-Bétis para La Liga.
Como tem sido apanágio esta época, nos jogos em que entram, FC Porto e Sporting CP, vão proporcionar mais um pobre espectáculo de futebol.
O público sentir-se-á defraudado. Estou certo.
De um lado vamos ter uma equipa treinada por um treinador medroso, que apesar de jogar em casa, irá jogar no 4x5x1, em Losango.
Helton na Baliza, quarteto defensivo com Fucille, Pepe, Alves e Marek Cech. Paulo Assunção, Lucho Gonzalez e Raul Meireles no miolo, Lisandro Lopez e Quaresma nas alas. Sozinho na frente jogará Adriano. A não ser que Jesualdo coloque Postiga para surpreender Paulo Bento. Até aqui nada de novo.
Se não houver Quaresma, não há vitória.
Por outro lado, Paulo Bento, devido a contingências várias apresentará uma equipa pior do que é habitual.
Não podendo contar com Liedson, Paulo Bento não poderá jogar no seu sistema preferido que assenta essencialmente no 10x1 em Paralelepípedo.
Ricardo na baliza, nove jogadores no meio campo e Liedson sozinho no ataque.
Este 10x1 em paralelepípedo de Paulo Bento é, porém, um sistema dinâmico. Se Liedson marcar primeiro, passa para o sistema 11 Quadrado. Todos na retranca em quadrado Condestável.
Sem Liedson, Bento jogará certamente no 4x3x2, em triângulo isósceles.
Ricardo na baliza, Caneira, Veloso, Polga e Tello na defesa, Moutinho, Nani e Romagnolli, no meio campo, Yannick e Bueno na frente.
Custódio jogará no meio campo, mas não conta. Daí o 4x3x2.
Deste modo, teremos, certamente, um jogo morno, em que um golo será determinante para o desfecho final.
Se o FCP marcar primeiro fica 1-0. Se ao invés, o SCP marcar primeiro fica 1-1. Se ninguém marcar ficará 0-0.
Suspeito.
Das três equipas presentes amanhã no Dragão, a de arbitragem será, certamente, a melhor.
O major Pedro Henriques já deu bastas provas de que é actualmente, o melhor árbitro não arguido do futebol português.
Casquinada da Semana. “Todas as modalidades ditas amadoras treinam em Alvalade. A questão está na inexistência de bancadas, de saídas de emergência, de um sem número que qualificações que os pavilhões têm de ter...”
Vermelhonunca, in Redvermelho.blogspot.com 14/03/2007
Crónica de uma Morte Tantas Vezes Anunciada?
Pelo menos, como o conhecemos!
A competitividade que o sub-sector futebol tem demonstrado a nível europeu parece ter os seus dias contados.
E porquê?
Porque o STJ abriu uma caixa de pandora ao declarar a ilegalidade de três cláusulas do Contrato Colectivo de Trabalho, celebrado em 1999 entre a Liga e o Sindicato de Jogadores.
A ser seguida a jurisprudência do supra citado Acórdão, os jogadores profissionais de futebol em Portugal poderão rescindir sem justa causa com a sua entidade patronal, ficando, apenas, obrigados a indemnizá-la no valor correspondente às suas remunerações vincendas até final do contrato de trabalho.
Simplificando, dizer que a decisão do Supremo significa que um jogador pode abandonar o seu clube pagando, apenas, os salários que iria receber até ao final do seu contrato (o que, por consequência, importa o fim das clausulas de rescisão).
Mas, mais. A rescisão sem justa causa por parte do praticante não pode impedi-lo de representar outro clube no período de vigência do contrato rescindido.
Até agora, as indemnizações resultantes de rescisões sem justa causa atingiam valores que desincentivavam os praticantes a optar por tal solução.
Por outro lado, o Contrato Colectivo de Trabalho, celebrado em 1999 entre a Liga e o Sindicato de Jogadores preceituava que o jogador que tivesse rescindido sem justa causa o seu contrato de trabalho não podia celebrar um novo contrato no período de vigência do contrato rescindido.
Estas normas ora julgadas ilegais por violação do Estatuto do Praticante Desportivo protegiam os interesses económicos dos clubes, pois que blindavam os contratos de trabalho celebrados, obstando à sua rescisão tamanhas eram as sanções em que o praticante incorria ao rescindir sem justa causa.
Repito a ser adoptada esta jurisprudência, será o fim das transferências milionárias no futebol português.
Ou melhor. Caso os clubes não subam desesperada e loucamente o nível salarial dos seus jogadores, as transferências pelos valores ora praticados deixarão, pura e simplesmente, de existir.
Claro está que este movimento ascendente da massa salarial importará maiores encargos para receitas iguais, o que, necessariamente, resultará na acumulação de maiores prejuízos.
O futebol português poderá estar numa encruzilhada de consequências imprevisíveis.
A própria subsistência dos clubes poderá estar em causa!
A título de exemplo e para se alcançar o real impacto que esta decisão pode representar, Nani poderia abandonar o Sporting por menos de 200 mil euros, fazendo as contas ao salário declarado (12 mil euros) num contrato que se estende até 2008.
A este valor acresceria o resultante da indemnização pela formação do atleta, mas, em qualquer dos casos, o montante que o Sporting receberia ficaria a léguas dos 20 milhões de euros que constam da cláusula de rescisão do contrato de trabalho celebrado entre Nani e o Sporting.
Por outro lado, caso vingue, esta jurisprudência significa um duro revés na formação.
Ribeiro Teles disse, na segunda-feira, em explicação às saídas prematuras de Simão, Quaresma e Ronaldo do Sporting, que, na ocasião, a necessidade de capital para fazer face ao serviço da dívida relativa à edificação do Estádio, infra-estruturas envolventes e Academia a tanto obrigou.
Ou seja, o Sporting formava para sobreviver.
Mais disse que esse modelo já se achava ultrapassado e que doravante o Sporting não trilharia o mesmo caminho.
Mais afiançou que a renovação dos contratos com Djalló, Veloso e a vontade de o fazer com Moutinho e Nani representavam a inversão daquela lógica.
Agora, a formação visaria o enriquecimento do plantel principal.
Formar para fortalecer a equipa sénior e, assim, vencer.
Com esta decisão, o novo modelo do Sporting será um nado morto.
E quem diz o do Sporting, diz o do Benfica e do Porto que nos últimos anos têm incrementado o seu investimento na formação (as contratações de António Carraça e Luís Castro são exemplo maior de tal investimento acrescido).
Isto é, diz do futebol português no seu todo.
Formar para quê?
Para alimentar os vorazes e insaciáveis grandes clubes do centro da Europa!
Assim que um jovem jogador desponte, a um qualquer grande clube Europeu bastará pagar a parca quantia indemnizatória para que aquele consigo firme um contrato de trabalho.
Digo parca porque não é expectável que aufira um rendimento elevado, nem sequer que tenha celebrado um contrato de longa duração.
Dirão vocês que cabe aos clubes portugueses adoptarem medidas preventivas.
Mas, que medidas?
Celebrar contratos de longa duração pagando salários elevados?
Sim, essa seria a solução.
Mas, com que dinheiro?
Esse é que o problema!
Asfixiados economicamente, os clubes portugueses não podem pagar salários ao nível dos seus congéneres europeus.
Se o fizeram, o risco será enorme!
Caso o jogador que todos diziam que seria grande se tornar num enorme fiasco, o investimento não será suportável.
Dirão que há que seleccionar antecipada e avisadamente os melhores e apostar tudo neles.
Pois sim, mas o futebol não é uma ciência exacta e o que hoje parece ouro, amanhã pode ser reles fancaria.
Veremos o que nos reserva o futuro…
quarta-feira, março 14, 2007
Reflexões à volta do Futebol e do País
Prima facie, o regresso do Zombie Octávio Machado.
Zombie porque é um morto vivo do nosso futebol.
O inenarrável palmelão (uma pitada de futebolês cai sempre bem) assumiu-se como a principal figura do serão televisivo.
Octávio é um vingador justiceiro.
Denuncia os podres do nosso futebol como se nunca tivesse sido actor, ainda que secundário, de muitas encenações do pátrio futebol luso.
Octávio assemelha-se a um daqueles políticos do nosso burgo que vocifera contra os partidos e os outros políticos como se não fosse um deles.
Também Octávio procura dar de si a imagem de impoluto, de reserva moral da nação (desportiva neste particular), enfim, de alguém que está para lá do sistema podre e corrupto.
Talvez lhe falte o polimento dentário ou o conveniente pullover de marca que garante o traço da pseudo diferença e da ligação ao proletariado.
Octávio é mais um Arnaldo de Matos – um educador da classe desportiva (o outro era da classe operária).
O que lhe falta em verve, compensa em arreganho.
Não há quem corte a raiz ao pensamento desassombrado e descomprometido do Octávio.
Disparou em todas as direcções.
Limpou a alma, tão arredado que tem andado dos areópagos televisivos.
Falou muito, mas disse pouco. Aliás, ao seu jeito habitual.
Quem não conhecesse Octávio e o escutasse no serão de segunda-feira, certamente, que diria estar na presença do regenerador do futebol português.
Lamento, mas não.
Tal como aqueles políticos de que falava, Octávio tudo questionou e tudo solucionou quando não desempenhou funções que lhe permitissem exercer o poder ou, pelo menos, influenciá-lo.
Quando se guindou a posições de relevância, que lhe permitiam alterar o curso da história ou, como disse, pelo menos, influenciar as mudanças que o possibilitariam, Octávio foi apenas mais um.
Mais um que procurou beneficiar do sistema.
Mais um que tudo fez para perpetuar o sistema naquilo que o favorecia.
Olvidou a justiça e a equidade no tratamento de grandes e pequenos.
Olvidou a moral que apregoava.
Octávio não é mais do que uma fotocópia mal tirada daqueles políticos que vos falava.
Também estes, quando chamados a exercer cargos de poder, esqueceram tudo quanto antes haviam propagandeado e assumiram-se como siameses dos que antes haviam criticado.
Reformas zero, inovação zero, comportamento ético diferenciado zero.
Tudo fizeram para perpetuar o sistema naquilo que os favorecia.
Por isso, tal como aqueles políticos, Octávio não oferece qualquer credibilidade.
Todavia, a intervenção de Octávio se não teve outra virtualidade, pelo menos permitiu denunciar a fraude que é Rui Santos.
A ele, neste particular, o meu tributo.
Depois, arribou outra personagem, no mínimo, singular - António Marinho.
Marinho é uma daquelas figuras tão comuns na sociedade portuguesa, que por ter alcançado relevância pública num dado domínio, os media acham habilitado a reflectir sobre tudo e nada.
Um pouco à imagem de Boaventura Sousa Santos, Marinho é capaz de discorrer sobre qualquer assunto pela simples razão de que diz sempre a mesma coisa.
O conteúdo é sempre igual, a roupagem é que é diferente.
Marinho assumiu que o futebol vive da paixão, da alienação das massas, que tudo aceitam em nome da vitória, desiderato único e supremo.
Concluiu dizendo que, perante a insanidade que cega as mentes dos adeptos de futebol, nunca haverá verdade desportiva, porque ninguém a quer verdadeiramente.
Face ao status quo vigente, Marinho tem razão!
Este é o retrato do nosso futebol.
Quem clama por verdade é quem, circunstancialmente, não beneficia da “mentira”.
Poucos serão os que genuinamente e por formação reclamam verdade.
Os arautos da verdade no futebol português são-no sempre por infortúnio.
Pelo infortúnio de não conseguirem influenciar o poder em seu proveito.
Todavia, se esta é a realidade, o pior será conformar-se com ela.
Marinho preconiza o imobilismo, a resignação perante a impossibilidade.
O impossível só se assume como tal perante a resignação.
Marinho explica a impossibilidade de mudança ancorando-se nas razões que a perpetuam.
Todos estamos de acordo que esta não é a ordem de valores que queremos para a comunidade em que nos inserimos, pois que o futebol não é mais do que o espelho de uma sociedade cada vez mais desprovida de valorações éticas e axiológicas.
Que atitude tomar?
Certamente que não a ensaiada por António Marinho.
Será a mais fácil – isto não se muda, portanto o melhor é estar quietinho e tentar reverter o sistema a meu favor.
Esta tem sido a perspectiva reinante no futebol português
Mas, é contra ela que nos devemos insurgir.
Como disse Ribeiro Teles naquele programa “qualquer organização tem as suas vulnerabilidades”.
O paradigma de mudança no futebol português tem assentado sempre numa perspectiva organizativa.
Primeiro, criou-se a Liga para retirar poder às Associações, o maior dos cancros do futebol.
Panaceia para todos os males, a Liga cedo desiludiu quem a viu como o “Dr. Sousa Martins” do futebol.
Finda a ilusão da Liga, surge, agora, a da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, a qual impõe o fim da autonomia da Liga e o regresso aos ditames da Federação.
Ou seja, um regresso ao passado antes tão criticado e tão identificado como a raiz de todos os males.
Nada mudou!
E, porquê?
Pela singela razão enunciada pelo Ribeiro Teles e por uma outra que me permito acrescentar - Mudaram as moscas, mas a merda foi sempre a mesma!
A mudança nunca se alcançará se centrada, em exclusivo, na vertente organizacional.
A mudança implica, acima de tudo, uma revolução nas mentalidades.
Afinal de contas, aquilo que o País precisa.
Aliás, se virmos bem, o que descrevi assenta que nem uma luva naquilo que tem sido a vida política nacional e a acção dos sucessivos governos.
Uma revolução e não uma reforma, pois que será necessário encetar um corte profundo e definitivo com o passado.
Como diria António Fiúza, Doía a quem doer!
terça-feira, março 13, 2007
Liga dos Astros
1º Lugar: Joker Alho - 1154 pontos;
2º Lugar: Caça Lagartos/Suçuarana - 1141 pontos;
3º Lugar: Kubas4EverTeam - 1111 pontos;
4º Lugar: Eagles - 1093 pontos;
5º Lugar: Caixa Campus - 1061 pontos;
6º Lugar: Cruzados - 1060 pontos;
7º Lugar: Afinal estou Vivo - 1001 pontos;
8º Lugar: Nª Sr.ª do Caravagio - 748 pontos;
9º Lugar: Santy Thunder Team - 389 pontos;
10º Lugar: Caixa Blogus - 212 pontos;
segunda-feira, março 12, 2007
Espaço Prof. Karamba
Benfica/PSG;
Tottenham/Braga;
Como sempre, aqui deixo o meu palpite:
Benfica/PSG: 2-0
Tottenham/Braga: 3-1
Espaço Prof. Karamba
1º Lugar: Cavungi – 575 pontos;
2º Lugar: Zex - 530 pontos;
3º Lugar: Carlos - 515 pontos;
4º Lugar: Kubas – 495 pontos;
5º Lugar: Jorge Mínimo - 485 pontos;
6º Lugar: Fura-Redes - 450 pontos;
7º Lugar: Vermelho - 435 pontos;
8º Lugar: Samsalameh – 405 pontos;
9º Lugar: Vermelho Sempre – 400 pontos;
10º Lugar: Vermelho Nunca – 395 pontos;
11º Lugar: Holtreman – 380 pontos;
12º Lugar: Estar Vivo é o Contrário de Estar Morto – 370 pontos;
13º Lugar: Sócio – 350 pontos;
14º Lugar: Costa - 315 pontos;
15º Lugar: Petit – 265 pontos;
16º Lugar: Francisco Lázaro - 165 pontos;
17º Lugar: Braguilha - 100 pontos;
18º Lugar: Drácula - 75 pontos;
19º Lugar: Salvatrucha – 30 pontos;
20º Lugar: Jimmy Jump Reloaded - 20 pontos;
21º Lugar: Cuto - 10 pontos;
22º Lugar: Sh Cala-te - 5 pontos;
Análise ao Benfica/Leiria
Vitória justa e indiscutível.
Fernando Santos manteve o habitual 4x4x2 em losango, tendo promovido o regresso de Katsouranis ao onze e David Luiz à titularidade em substituição de Luisão.
E que grande jogo fez o jovem brasileiro!
Rápido, agressivo e com excelente tempo de entrada aos lances, nunca concedeu veleidades aos avançados leirienses.
Cotou-se mesmo como o melhor elemento da defensiva encarnada.
Na segunda parte do jogo de Paris havia já deixado boas indicações quanto à sua valia e ontem confirmou-as. Se Paris permitiu perceber que o Benfica podia ter ganho mais um jogador, o desafio de ontem dissipou as dúvidas que pudessem existir.
Por seu turno, Domingos Paciência, também, conservou a sua estrutura tradicional assente num 4x3x3 que procurava explorar a velocidade e a mobilidade do tridente ofensivo.
Contenção, pressão alta e transições rápidas assumiam-se como as premissas base da estratégia leiriense.
Todavia, raramente os jogadores leirienses lograram concretizar o plano táctico de Domingos.
O Benfica entrou muito bem no jogo, dando execução prática ao desiderato de triunfo que se lhe impunha.
Enorme disponibilidade física e mental, agressividade, recuperação da bola em zona subida, mormente no meio-campo adversário, velocidade e criatividade, eis as principais qualidades evidenciadas, que catapultaram o Benfica para um início de jogo a roçar a perfeição.
Com Katsouranis, Karagounis, Simão e Miccoli a imprimirem uma alta intensidade ao processo ofensivo encarnado, o Benfica desaguava na área leiriense uma torrente incessante de oportunidades de golo.
Adivinha-se o primeiro golo e aos 17 minutos surgiu.
Simão, na direita, desenhou uma curta diagonal para o centro e à entrada da área desferiu um potente remate que só parou no fundo das malhas da baliza de Fernando.
O resultado ilustrava, agora, de uma forma mais fiel a superioridade benfiquista na partida.
Contudo, tal como acontecera em Paris, após o golo, o Benfica entrou em imediata gestão do esforço.
Diminuiu a pressão sobre o adversário, recuou as suas linhas, reduziu a sua iniciativa de jogo e, claro está, que o seu controlo sobre a partida decresceu em medida proporcional.
Se antes exercia domínio e controlo totais, agora permitia que o Leiria tomasse parte no domínio da partida.
Não que tenha cedido uma quota significativa, mas, ainda assim, alienou uma parcela não despicienda da sua soberania sobre o encontro.
O Leiria saiu da apneia em que se encontrava e ensaiou as primeiras e tímidas investidas sobre o meio terreno benfiquista.
Conquistou alguns cantos, mas não foi além disso.
Nos derradeiros 15 minutos da primeira parte, o Benfica regressou à área leiriense e logrou criar mais algumas oportunidades de golo.
Bastou acelerar um bocadinho, pressionar ligeiramente mais e mais adiantado para que o Benfica voltasse a liderar o jogo.
Chegou o intervalo e o 1-0 assumia-se como lisonjeiro para os leirienses.
Na segunda parte, o Benfica entrou, de novo, de forma dominadora, buscando um tento serôdio, que lhe transmitisse tranquilidade plena.
Se cedo o procurou, cedo se desesperou por não o encontrar e mais cedo do que o aconselhável retornou à atitude de espera que ensaiara na primeira metade.
Assim, foi perdendo sucessivas parcelas de domínio e mais importante de controlo das incidências de jogo.
O Leiria percebeu que o Benfica se limitava a procurar gerir o esforço e foi, paulatinamente, subindo no terreno.
De modo ofensivamente inócuo, mas com uma frequência que lhe permitiu intranquilizar os jogadores encarnados.
Aliás, a sua melhor e única ocasião de golo em toda a partida resultou de um erro de Quim, que largou para a sua frente um remate de meia-distância, o qual não foi aproveitado por N´Gal.
Desse lance nasceu a primeira contrariedade do jogo para o Benfica.
Quim lesionou-se e teve que ser substituído por Moreira.
Depois de Luisão, uma nova lesão que introduz elementos de instabilidade num sector tão dela carente como o defensivo.
Veremos qual o tempo de paragem.
Por esta altura, o jogo seguia pastoso e mal jogado, com o Benfica a procurar, essencialmente, poupar recursos físicos e o Leiria a revelar-se incapaz de se acercar com perigo da baliza encarnada.
Pedrada na monotonia e na modorra reinantes seria um lance em que o inenarrável Harrisson (do cabelo à atitude) olvidou qualquer sentido de fair-play na prática desportiva de alta competição.
Deste lance emergiu a segunda das contrariedades benfiquistas no jogo – na sequência do comportamento anti-desportivo de Harisson, Katsouranis envolveu-se com o brasileiro e viu o cartão amarelo, que o afasta da partida da próxima semana na Reboleira.
Ainda assim, este lance conheceu a virtualidade de acordar o Benfica da letargia em que vivia.
O Benfica despertou, imprimiu maior velocidade ao seu processo ofensivo e obteve o segundo golo.
Na sequência de um canto, Petit desferiu um remate violentíssimo que bateu, sem apelo, nem agravo, Fernando.
O jogo estava sentenciado.
Nesta partida, o Benfica foi da exuberância à penumbra exibicional, mas sem nunca perder, de forma absoluta, o controlo do jogo.
Conheceu momentos de grande fulgor e momentos paupérrimos, sendo que os primeiros se mostraram suficientes para lograr o triunfo.
Triunfo, que nunca esteve, sequer, em causa.
A equipa viveu um pouco sob o estigma do excesso de competição e do fantasma do cansaço.
Procurou gerir, mas fê-lo demasiado cedo.
Ganhou como estava obrigada a fazer e manteve a distância relativa para os seus rivais.
domingo, março 11, 2007
Análise à Jornada
Vitória justa e sem discussão.
Jesualdo Ferreira, após a experiência londrina do 4x4x2 em losango, regressou ao habitual 4x3x3, pese embora sob uma diferente matriz e preenchido com outras caras.
Ao invés de dois extremos, Jesualdo apresentou dois pontas de lança, sendo que Adriano basculava sobre a direita quando em tarefa defensiva.
A partida frente ao Sporting no próximo Sábado determinou e muito as escolhas de Jesualdo.
Raul Meireles e Lisandro, em perigo de suspensão caso vissem um amarelo, cederam os seus lugares a Ibson e Renteria.
Se a troca de Meireles por Ibson não importava qualquer risco, pois que o brasileiro garante idêntica consistência e qualidade na posse de bola, já a titularidade de Renteria constituía um enorme ponto de interrogação.
Ponto de interrogação ao qual a exibição do colombiano não respondeu.
Pouco interventivo, Renteria não jogou nem bem, nem mal, antes pelo contrário, como diria Gabriel Alves.
A rever em próximas oportunidades.
Dos habituais titulares em perigo de exclusão, apenas Paulo Assunção conservou a titularidade, mas, ainda assim, com claras indicações para prudência nos lances divididos.
Ulisses Morais, talvez estigmatizado pelo mau momento da sua equipa (apenas uma vitória nos sete jogos de 2007), apresentou um onze de “vistas curtas”, claramente retraído em relação ao modelo habitual.
O Marítimo apresentou-se encolhido, temeroso do poderio do seu adversário.
Sinal cristalino da aposta na contenção como âncora de um modelo de transições rápidas e contra-ataques foi a opção por Kanu em detrimento dos habituais titulares Mbesuma e Lipatin.
Ulisses Morais preferiu a velocidade do brasileiro em desfavor do jogo posicional do zambiano e do uruguaio, procurando emprestar profundidade ao processo ofensivo da sua equipa.
O encontro dealbou confuso, pautado por um futebol pouco atractivo e muito conflituoso.
Aliás, como consequência de um início de jogo atabalhoado, lutado e com doses elevadas de agressividade, Jesualdo foi forçado a substituir Ibson, lesionado com uma entorse no joelho direito na sequência de um choque com um jogador maritimista, por Raul Meireles.
A estratégia de poupança conhecia um importante revés, o qual, contudo, seria largamente recompensado minutos volvidos.
A equipa não se ressentiu, minimamente, com a alteração e, aos 17 minutos, obteria o primeiro golo.
Canto cobrado por Quaresma na direita, cabeceamento de Bruno Alves ao “segundo poste” a solicitar Adriano, que, sem marcação e sem dificuldade, cabeceou para a baliza.
Com o golo serôdio, o Porto tranquilizou-se e acentuou o seu domínio e o seu controlo sobre a partida.
O Marítimo vivia de fogachos, quase sempre inconsequentes, de Marcinho e Douglas, sendo raras as situações em que lograva alcançar a área portista com perigo.
Assim, aos 27 minutos, os azuis e brancos fizeram o 0-2 como corolário lógico do seu ascendente na partida, não obstante a felicidade que Meireles conheceu no lance.
O Marítimo perdeu a bola na transição ofensiva, Raul Meireles recuperou-a, tabelou com Rentería e disparou forte na direcção da baliza.
Todavia, o remate do médio portista bateu nas pernas de Milton do Ó e equivocou Marcos.
Com mais de uma hora para jogar, o jogo parecia, definitivamente, resolvido a favor dos portistas.
Aos 35 minutos, segunda substituição forçada no Porto, por força de uma lesão muscular de Bruno Alves, que obrigou à entrada de Ricardo Costa.
O plano previamente traçado de vencer, mantendo intacta a disponibilidade dos habituais titulares para o clássico de Sábado, conhecia uma segunda contrariedade.
Até final da primeira parte, o Marítimo limitou-se a tentar, sem que tivesse conseguido mais do que um remate perigoso na sequência de um livre executado por Marcinho.
Na segunda parte, aconteceu o que se previa:
O Porto, em vantagem, entrou em cumprimento de “serviços mínimos”, dando a iniciativa de jogo ao Marítimo e limitando-se a controlar.
O Porto abdicou do domínio do jogo em favor do seu controlo, através do menor dispêndio possível de energia.
Ulisses Morais, reconheceu o equívoco da sua estratégia, e emendou a mão com as entradas de Lipatin e Mbesuma.
O Marítimo aumentou consideravelmente a sua percentagem de posse de bola, mas o seu processo ofensivo permaneceu pouco mais do que inócuo.
Muita parra e pouca uva, foi a imagem de uma equipa que procurou a baliza adversária com denodo, mas que raramente dela se acercou com perigo.
Ulisses Morais arriscou tudo o que havia para arriscar, apostando, inclusivé numa estrutura de 3 defesas, mas era já muito tarde.
O Porto dispôs de muito espaço para ensaiar contra-ataques, mas nunca se revelou, verdadeiramente, interessado em fazê-lo.
Preferiu sempre a certeza da organização e da contenção, não obstante Quaresma ainda tivesse obrigado Marcos a três defesas relativamente complicadas.
Contudo, a persistência insular seria premiada com um golo a 5 minutos do final.
Na sequência de mais um dos muitos cantos que o Marítimo obteve na segunda parte, Helton largou a bola, Lipatin rematou, Assunção salvou e, por fim, Douglas, à entrada da área, desferiu remate certeiro.
O Porto era vítima da estratégia pouco audaciosa com que encarou a segunda parte.
Não quis procurar o terceiro golo e, agora, via-se na contingência de ter de apelar à sua capacidade de sofrimento.
Todavia, o Porto conseguiu reter e circular a bola, não permitindo ao Marítimo qualquer outra oportunidade de golo.
O Porto venceu sem discussão frente a um Marítimo que nunca demonstrou possuir argumentos para discutir o resultado.
O Sporting ganhou ao Estrela por 3-1.
Vitória indiscutível, mas que não tive ocasião de presenciar.
À mesma hora jogou-se o Barça/Real e preferi assistir a este jogo.
Do que li, estrela maior da partida foi Djállo, autor de 2 golos.
Moutinho, também, se cotou em plano de evidência e logrou manter-se a salvo de um possível impedimento disciplinar para o encontro no Dragão.
Na restante jornada, destaque para a vitória do Paços em Coimbra.
A Briosa vai de mal a pior.
Ontem, não viu a sorte do jogo sorrir-lhe na primeira parte e na segunda revelou-se incapaz de reverter o resultado adverso.
O Paços jogou pouco ou por outra não precisou de jogar muito para vencer.
Limitou-se a aproveitar os erros da Briosa.
O primeiro golo nasce de uma inenarrável atrapalhação no interior da pequena área, na sequência da qual Medeiros introduziu a bola na sua própria baliza.
O segundo nasce de uma desatenção de Lino, que deixa Renato Queirós completamente solto nas suas costas, para este rematar fraco, mas o suficiente para bater um Pedro Roma que ficou muito mal na fotografia.
Na primeira parte, a Académica desfrutou de, pelo menos, três excelentes ocasiões de golo, mas Alvarez e Pittbull não conseguiram finalizar com êxito.
Não materializou o seu ascendente na primeira metade e na segunda nunca se mostrou capaz de chegar ao golo.
Abúlica, apática, sem ideias e sem chama, a Académica foi uma fotocópia mal tirada de uma equipa profissional de futebol.
Se o Prof. tiver aquilo que a sua condição de homem supõe que tenha, demitir-se-á.
Caso contrário, temo pelo futuro da Académica.
O próximo desafio é na Vila das Aves e uma eventual derrota poderá ter consequências absolutamente catastróficas.
sexta-feira, março 09, 2007
Liga dos Astros
As equipas apresentadas por remissão ter-se-ão por não escritas, não sendo consideradas.
Boa Sorte!
Espaço Prof. Karamba
Belenenses - Nacional;
Benfica - U. Leiria;
Sporting - E. Amadora;
Marítimo - F.C. Porto;
Sp. Braga - Beira-Mar;
Como sempre, aqui deixo o meu palpite:
Belenenses - Nacional: 2-0
Benfica - U. Leiria: 2-0
Sporting - E. Amadora: 1-1
Marítimo - F.C. Porto: 2-1
Sp. Braga - Beira-Mar: 2-1
Espaço Prof. Karamba
1º Lugar: Cavungi – 555 pontos;
2º Lugar: Zex - 500 pontos;
3º Lugar: Carlos - 490 pontos;
4º Lugar: Kubas – 475 pontos;
5º Lugar: Jorge Mínimo - 460 pontos;
6º Lugar: Fura-Redes - 440 pontos;
7º Lugar: Vermelho - 415 pontos;
8º Lugar: Samsalameh – 395 pontos;
9º Lugar: Vermelho Sempre e Vermelho Nunca – 390 pontos;
10º Lugar: Holtreman – 360 pontos;
11º Lugar: Estar Vivo é o Contrário de Estar Morto – 350 pontos;
12º Lugar: Sócio – 340 pontos;
13º Lugar: Costa - 315 pontos;
14º Lugar: Petit – 260 pontos;
15º Lugar: Francisco Lázaro - 165 pontos;
16º Lugar: Braguilha - 100 pontos;
17º Lugar: Drácula - 65 pontos;
18º Lugar: Jimmy Jump Reloaded e Salvatrucha - 20 pontos;
19º Lugar: Cuto - 10 pontos;
20º Lugar: Sh Cala-te - 5 pontos;
Análise ao PSG/Benfica
O Benfica perdeu e perdeu bem.
Perdeu, apenas, por culpa própria.
A uma entrada pujante, determinada e afirmativa seguiu-se um inexplicável relaxamento.
Após o golo de Simão alcançado aos 10 minutos, a equipa julgou ter o jogo resolvido.
Baixou a intensidade, deixou de ter intencionalidade ofensiva e preocupou-se sobretudo em congelar a bola.
Quem assim pensa, acaba por sofrer.
Em vantagem, em claro domínio do jogo e do adversário, o Benfica pensou que bastaria controlar para vencer.
A má classificação do PSG no campeonato e o predomínio absoluto na partida fizeram com que o Benfica baixasse os seus níveis de concentração e isso foi fatal.
Quem desacelera, quem se desconcentra, quem se julga vencedor antecipado e em 5 minutos vê o adversário ressuscitar, geralmente não consegue regressar ao jogo.
Foi o que aconteceu com o Benfica.
A 1ª parte foi uma tela pintada a duas cores – uma matiz vermelha, de um encarnado intenso e brilhante, que durou 20 minutos e rendeu um golo, uma matiz escura, de uma negritude absoluta, que se estendeu por 5 minutos e que redundou na “remontada” do PSG.
Como supra dissemos, o Benfica entrou muito bem no jogo.
João Coimbra surgiu no lugar de Katsouranis e cumpriu a preceito o seu papel.
Excelente exibição de um jovem que poderá ter conquistado a sua emancipação definitiva.
O Benfica perdeu o jogo, mas, pelo menos, ganhou um jogador.
Logo no dealbar da partida, Miccoli serviu Derlei com um excelente passe para as costas da defesa, mas o brasileiro, a despeito de uma excelente recepção de bola, não demonstrou capacidade de reacção e de explosão para finalizar.
O Benfica mostrava-se dominador e, sem surpresa, à passagem do minuto 10, Nelson rompe pela direita e executa um magnífico cruzamento, que Simão, após desenhar uma diagonal curta, finaliza de cabeça.
Estava feito o 0-1 como consequência natural do maior ascendente do Benfica na partida.
Por esta altura, o Benfica apresentava um futebol de excelente qualidade, ancorado em rápidas transições e trocas de bola.
O estado de graça ainda se prolongou por mais 10 minutos, mas após esse período a equipa decidiu entrar em cumprimento de serviços mínimos.
As facilidades eram tantas que a equipa entrou em facilitismos, que se viriam a revelar fatais.
Procurou a posse e a circulação da bola, abdicando de atacar a baliza adversaria.
Pausou o jogo, baixou o ritmo e a intensidade da partida e os seus jogadores foram lenta e paulatinamente adormecendo.
Estava o jogo assim morno, quando Luisão se lesiona.
Lesão que o obrigou a sair. Entrou David Luiz e a equipa tremeu.
Descrente nas capacidades do jovem brasileiro, os restantes jogadores sentiram em demasia a saída de Luisão.
Psicologicamente a equipa quebrou. A equipa não estava pronta para perder Luisão, muito menos na ausência de Katsouranis.
Responsabilidade de Fernando Santos.
Ao não lhe conceder a oportunidade de ser titular no jogo das Aves, Fernando Santos transmitiu um sinal claro à equipa e ao jogador – falta de confiança nas possibilidades de David Luiz.
Se primeiro foi a equipa a ressentir-se, escassos minutos volvidos foi o jovem brasileiro (o qual, diga-se, em abono da verdade, que na 2ª parte realizou uma exibição uns bons furos acima daquilo que apresentou na 1ª metade do jogo).
Aos 35 minutos, Pauleta cruza para a área fazendo a bola descrever um arco no sentido da baliza e David Luiz, de si já intranquilo, não ousou correr o risco de fazer auto-golo ao interceptar a bola e deixou-a seguir o seu rumo.
Quim, como a generalidade dos guarda-redes nestas situações, retardou a sua entrada em acção, por forma a acautelar a intervenção do central e quando se fez à bola foi tarde.
Estava feito o 1-1.
Neste instante, o Benfica sobressaltou-se.
A equipa que já baixara os seus níveis de concentração e cujos níveis de confiança haviam sido fortemente abalados pela saída de Luisão percebia, agora, que o jogo, afinal, não estava resolvido.
Tarde acordou e tarde reagiu.
Incapaz de reagir à adversidade, o Benfica perdeu-se em campo.
Os centrais, sem rotina de jogo entre si, não atinavam com o seu posicionamento e a equipa percebia-o ao ponto de ainda se intranquilizar mais.
A falta de rotina era tanta ou tão pouca, que, poucos minutos após a entrada de David Luiz, houve que realinhar o posicionamento dos centrais – David Luiz postou-se à direita e Anderson regressou à esquerda.
O desnorte havia tomado conta dos jogadores encarnados.
Três minutos após o 1ª golo, Frau fez o 2-1, num lance em que a incapacidade de reacção do Benfica ficou bem evidente.
A defesa do Benfica estendeu uma passadeira, necessariamente, vermelha a Kalou, que penetrou na área sem dificuldade para, em seguida, assistir Frau, que rematou para o golo.
O PSG dava a volta ao resultado e o Benfica estava à beira do abismo.
Valeu ao Benfica, neste período, a falta de qualidade da generalidade dos jogadores do PSG, pois, caso contrário, o resultado ter-se-ia avolumado.
O PSG que, aos 20 minutos de jogo, estava “morto”, havia ressuscitado e por culpa única e exclusiva do Benfica.
Chegava o intervalo e com ele a percepção da justiça do resultado.
Não que o PSG tivesse feito muito para alcançar vantagem no marcador, mas pela forma displicente como o Benfica encarou o jogo depois do golo de Simão.
Inadmissível o “desligar” que se verificou após o golo de Simão.
Para 2ª parte, Fernando Santos não mexeu na equipa.
O Benfica voltou a entrar bem no jogo.
Karagounis, David Luiz e Miccoli desfrutaram de boas chances de golo, com o brasileiro a dispor mesmo da melhor em toda a partida, ao ver um cabeceamento seu ser salvo em cima da linha de golo.
O Benfica regressava ao seu bom momento inicial.
Revelava-se fiel aos seus princípios de jogo e, assim, controlava e dominava o encontro.
Todavia, à passagem dos 65 minutos, o Benfica eclipsou-se.
Desapareceu de vez do jogo.
Simão não conseguia executar a transição ofensiva e o cansaço apoderara-se da equipa.
Para agravar este estado de coisas, João Coimbra viu-se forçado a abandonar o terreno de jogo, sendo substituído pelo inenarrável Beto.
O Benfica mostrava-se, agora, incapaz de ligar o seu processo ofensivo e a equipa dava claros sinais de fadiga.
Com Beto em campo e com Petit e Karagounis em clara perda física, as dificuldades do meio-campo benfiquista acentuaram-se.
Não havia quem conseguisse conduzir e transportar a bola até à área parisiense.
A equipa estava partida em duas e, deste modo, a bola raramente chegava a Nuno Gomes, entretanto entrado para o lugar do ausente Derlei, e Miccoli.
Até final, assistiu-se a um jogo insípido, mal jogado e sem ocasiões de golo.
Benfica e PSG não demonstravam capacidade para ir mais além e, deste modo, o resultado não conheceu alteração.
O Benfica obteve um resultado que não compromete a qualificação, mas perder é sempre negativo (então, neste caso, muito negativo).
Daqui a uma semana, em cumprimento de uma promessa feita ao amigo Cavungi, lá estarei na Luz para apoiar o Benfica.
Espero, então, ver outra exibição, outro resultado e, acima de tudo, a qualificação para os quartos de final.
Por fim, em relação ao jogo do Braga, dizer que não tive oportunidade de ver a transmissão televisiva.
Vitória natural do Tottenham, mas fica, pelo menos, o travo amargo de uma derrota consentida no último minuto de jogo.
O apuramento é, agora, uma miragem.