O Sindicato de Jogadores apresentou um estudo que revela que a maioria dos jogadores utilizados na Liga Bwin na época 2006/07 foram estrangeiros.
Os números são claros e revelam que da média de 223 jogadores utilizados por jornada, 117 foram estrangeiros contra 106 portugueses, o que perfaz uma percentagem de 52 contra 48 por cento.
A preponderância dos jogadores estrangeiros começou a manifestar-se desde as primeiras jornadas, embora se tenha registado um equilíbrio entre a 5ª e a 15ª rondas mas, a partir daqui, período que coincide com a reabertura do mercado, em Janeiro, a supremacia dos estrangeiros subiu em flecha, registando apenas um ligeiro decréscimo na ponta final do campeonato.
Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, fez que questão de destacar os diferentes comportamentos dos clubes, dando os «parabéns» ao D. Aves, E. Amadora, Sporting e Belenenses, os clubes em que a utilização de portugueses foi superior à dos estrangeiros, do mesmo modo que «reprovou» os sete clubes que utilizaram mais estrangeiros do que portugueses, com especial ênfase para o Marítimo que, em média, jogou com onze estrangeiros e apenas três portugueses.
Dos três grandes, Joaquim Evangelista não tem dúvidas em apontar o Sporting «como o mais português», com uma média de oito portugueses utilizados por ronda contra seis estrangeiros. O Benfica ainda começou a temporada com uma maioria de portugueses, mas desequilibrou a média na segunda metade, terminando com uma média de sete para sete. O campeão F.C. Porto foi de longe o mais estrangeirado com uma média de nove estrangeiros para cinco portugueses, ficando apenas atrás do Marítimo.
Valores médios por clube por jornada
D. Aves: 10 portugueses/4 estrangeiros
E. Amadora: 9/5
Sporting: 8/6
Belenenses: 8/6
Benfica: 7/7
Boavista: 7/7
P. Ferreira: 7/7
Sp. Braga: 7/7
Beira Mar: 7/7
V. Setúbal: 6/7
Nacional: 6/8
U. Leiria: 6/8
Académica: 6/8
Naval: 5/9
F.C. Porto: 5/9
Marítimo: 3/9
Na Liga Vitalis a maioria dos jogadores utilizados foram portugueses, com uma média de 142 portugueses (65%) contra 77 estrangeiros (35%) por jornada.
Uma tendência que se revelou claramente em todas as rondas com apenas dois clubes a chegarem ao final com uma média de mais estrangeiros utilizados: D. Chaves (8 estrangeiros/6 portugueses) e Gil Vicente (8/6).
O Feirense foi o clube mais português, com uma média de 13 portugueses para apenas um estrangeiro por ronda, merecendo por isso os «parabéns» do Sindicato de Jogadores.
quinta-feira, junho 28, 2007
quarta-feira, junho 27, 2007
Alargamento das competições profissionais - Concordam?
Boavista e Beira-Mar elaboraram propostas de alargamento das competições profissionais que serão votadas na próxima assembleia geral da Liga, a realizar na 6.ª feira.
Na sua essência, ambas as propostas convergem no número de clubes participantes nas competições profissionais - 18 -.
O Boavista sugere uma competição para 18, com a descida já na próxima época de um clube e a subida de três, enquanto os aveirenses propõe um alargamento já para esta temporada ou, na pior das hipóteses, para a época de 2008/2009, neste caso propondo a descida de dois clubes na próxima época e a subida de quatro.
A aprovação de uma proposta de alargamento parece-me óbvia, pois que do agrado da maioria dos clubes.
Assim, resta, apenas, por saber qual das duas será aprovada.
Já aqui afirmei que a redução do número de clubes participantes nas competições profissionais não trouxe quaisquer vantagens competitivas, económicas ou outras.
Todavia, trata-se de um modelo competitivo ainda insuficientemente testado para ser, desde já, rejeitado, ainda para mais num ano em que será complementado com a Taça da Liga, que irá preencher os hiatos de competição resultantes da redução.
Parece-me, no mínimo, precoce caminharmos no sentido do regresso ao passado recente.
Qual a vossa opinião?
Na sua essência, ambas as propostas convergem no número de clubes participantes nas competições profissionais - 18 -.
O Boavista sugere uma competição para 18, com a descida já na próxima época de um clube e a subida de três, enquanto os aveirenses propõe um alargamento já para esta temporada ou, na pior das hipóteses, para a época de 2008/2009, neste caso propondo a descida de dois clubes na próxima época e a subida de quatro.
A aprovação de uma proposta de alargamento parece-me óbvia, pois que do agrado da maioria dos clubes.
Assim, resta, apenas, por saber qual das duas será aprovada.
Já aqui afirmei que a redução do número de clubes participantes nas competições profissionais não trouxe quaisquer vantagens competitivas, económicas ou outras.
Todavia, trata-se de um modelo competitivo ainda insuficientemente testado para ser, desde já, rejeitado, ainda para mais num ano em que será complementado com a Taça da Liga, que irá preencher os hiatos de competição resultantes da redução.
Parece-me, no mínimo, precoce caminharmos no sentido do regresso ao passado recente.
Qual a vossa opinião?
terça-feira, junho 26, 2007
Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares
Alguns já discutem quais serão os campeonatos que Benfica e Sporting dividirão entre si, depois de eles serem retirados ao FC Porto pelo CD da Liga. Outros preferem antes uma condenação para o futuro e a dúvida é saber se o FC Porto deve ir parar à Liga de Honra ou à Segunda Divisão-Zona Norte. Elegante, como sempre, o presidente do Benfica, por seu lado, já vê Pinto da Costa a «estrebuchar como um morto», certamente pendurado da forca que lhe está destinada.
A terceira acusação deduzida contra Pinto da Costa diz que ele terá comprado o árbitro do Nacional-Benfica de 2004 — jogo que, segundo o Correio da Manhã, foi decisivo para afastar de vez o Benfica do título desse ano.
Infelizmente, não vi lembrado em lado algum quando é que o jogo teve lugar, a quantos pontos estava o Benfica do FC Porto, quando é que o Benfica esteve em risco de ganhar esse campeonato e, já agora, que favores de arbitragem terá o árbitro proporcionado no dito jogo em troca do suborno. Em contrapartida, o Ministério Público refere na acusação em que terá consistido o suborno: num bilhete — um — para o jogo FC Porto-Manchester United.
Se o preço parece barato, convém não esqueçer que, também neste aspecto, está em vigor e amplamente cultivada pela imprensa, uma teoria que se espera consiga suprir as deficiências ou fraquezas da acusação.
A teoria diz que o FC Porto manteria com os árbitros uma espécie de «conta-corrente», a qual faria deles avençados permanentes ao serviço do clube.
Um bilhetinho para o futebol hoje, as atenções de uma menina amanhã. Ou, se a coisa ainda continuar a parecer barata de mais, entra o testemunho da D.ª Carolina, falando em sacos de notas de quinhentos contos, contados e entregues à sua frente, enquanto ela servia cafezinhos e desempenhava eficazmente o seu papel de agente infiltrado para mais tarde recordar.
Teorias simplificadoras há várias. Há uma, por exemplo, que se destina a contornar a objecção lógica de perguntar que necessidade tinha o FC Porto dos gloriosos anos de 2003/04 de comprar o árbitro para levar de vencida o Estrela da Amadora no Dragão ou empatar com o Beira-Mar, fora de casa.
A resposta aconselhada é: um árbitro, uma vez comprado, nem que seja com um bilhete de futebol, está comprado para todos os jogos — o Estrela da Amadora e o Beira-Mar são apenas exemplos. Presumo, é claro, que tenham tentado também encontrar vestígios de crime naqueles jogos que mais atenções movem: os FC Porto-Benfica, Boavista-FC Porto, Sporting-FC Porto. Mas Lucílio Baptista apitou tantos deles que não foi possível encontrar vestígios para incriminar os portistas. A teoria, porém, mantém-se de pé: é para isso que servem as teorias.
Há muitas teorias e informações cruzadas. O Correio da Manhã, que anda muito bem informado sobre o Apito, descobriu agora que o dito se vai ocupar também de uma conversa gravada entre Valentim Loureiro e João Bartolomeu, em que o presidente do Leiria negoceia com o major a escolha de um árbitro para um jogo.
Esta teoria está manifestamente errada.
Primeiro, porque desde que Maria José Morgado chamou a si o Apito, só tem havido investigações e acusações a Pinto da Costa. O major tem visto os seus casos serem arquivados paulatinamente e dos outros nada consta. Segundo, porque conversas a negociar árbitros não são relevantes para o Apito — como se conclui do facto daquela tão elucidativa conversa entre o major e o presidente do Benfica, escolhendo cautelosamente o nome do árbitro para um jogo com o Belenenses, nunca ter sido motivo para qualquer investigação, penal ou desportiva.
Comentando as declarações de Pinto da Costa nas comemorações dos 25 anos da Casa do FC Porto em Lisboa, A BOLA dizia que o presidente portista tinha decidido que a melhor defesa é o ataque. Infelizmente, chega tarde e em resultado de uma má análise da situação.
Desde que Maria José Morgado foi nomeada ad hoc para o Apito, Pinto da Costa entendeu que a melhor estratégia de defesa era o silêncio — deixar que ela trabalhasse em paz e no fim se veria.
Em minha opinião fez mal.
Primeiro, porque as declarações logo então proferidas pelo Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, sobre a importância que dava ao livro de Carolina Salgado, foram um sinal evidente de que, para o Ministério Público, já havia um pré-juízo sobre a culpabilidade de Pinto da Costa. A partir daí tornou-se mais ou menos claro que a tarefa de Maria José Morgado consistia em reatar os processos arquivados contra o presidente portista e, baseando-se no testemunho de Carolina Salgado (com quem pôde trabalhar livremente o tempo que quis), deduzir todas as acusações que conseguisse contra ele. O Apito Dourado ficou desde logo restringido à caça a Pinto da Costa. E o seu silêncio, ao longo de nove meses em que foi cirurgicamente cozido em lume brando, com as habituais fugas de informação e comentários de imprensa, equivaleu para a opinião pública predisposta a tal, a uma confissão de culpa.
Desde a primeira hora que Pinto da Costa deveria ter dito o que disse domingo passado: estou inocente de todas as acusações. Em vez disso, preferiu confiar em que fosse a investigação a dizê-lo, em vez dele. Enganou-se e agora parte para o contra-ataque e para a instrução do processo — a primeira altura em que, processualmente, se pode defender — em posição de inferioridade.
Também acho, e escrevi-o na altura, que ele se deveria ter então demitido — não por causa do Apito Dourado, mas por causa dos danos que consentiu que a sua vida privada causasse ao clube —, como se viu já transparentemente no campeonato que acabou e como, seguramente, se vai ver no próximo.
Demitir-se não significava uma assunção de culpa, mas o assumir da responsabilidade que advém de certos cargos que se ocupa. Pode ser um preço injusto a pagar, mas é o ónus da função: sair e provar cá fora a sua inocência.
Não percebo nada de vela, mas tentei seguir atentamente a segunda regata da Taça América, em Valência, através da Sport TV. Com dois comentadores em estúdio, que não escondiam a sua expertize na matéria, confiei em que eles me iriam elucidando ao longo da regata sobre aquilo que se ia passando, nomeadamente explicando como funcionava a tripulação, o significado de manobras a que assistíamos, as jogadas tácticas de-senvolvidas, a influência dos ventos na estratégia, a razão da opção por certas velas em alguns momentos e noutros não, etc, tudo aquilo que um leigo e espectador comum precisava de ir sabendo para poder acompanhar a regata com um mínimo de interesse. Afinal, deparei-me com dois comentadores a falarem para si próprios e sem a menor noção de como se faz um comentário desportivo em televisão — como tantas vezes sucede na Sport TV, por exemplo, com os comentários de ténis de Tânia Couto, que são autêntico ruído de imagem. Apesar de tudo, comecei a achar estranho, a certa altura, que eles só falassem, totalmente a despropósito, da situação da vela e dos velejadores portugueses, de outras provas nacionais decorridas ou a decorrer e de outros assuntos absolutamente exdrúxulos onde aproveitavam para mostrar até que ponto pertenciam ao milieu. Enfim, falavam de tudo, menos da regata a que estávamos a assistir. Finalmente, percebi a razão: eles não percebiam nada do que se estava a passar.
Como não se consegue exprimir bem em nenhuma das três línguas que fala — português, inglês e madeirense —, e como também não consegue conter a sua ânsia de protagonismo, Joe Berardo escorregou e espalhou-se ao comprido, com os insultos a Rui Costa. Agora, até ele já percebeu o preço a pagar: ou mete mesmo uns milhões, contados, no Benfica, ou pode ir pregar para outra freguesia.
A terceira acusação deduzida contra Pinto da Costa diz que ele terá comprado o árbitro do Nacional-Benfica de 2004 — jogo que, segundo o Correio da Manhã, foi decisivo para afastar de vez o Benfica do título desse ano.
Infelizmente, não vi lembrado em lado algum quando é que o jogo teve lugar, a quantos pontos estava o Benfica do FC Porto, quando é que o Benfica esteve em risco de ganhar esse campeonato e, já agora, que favores de arbitragem terá o árbitro proporcionado no dito jogo em troca do suborno. Em contrapartida, o Ministério Público refere na acusação em que terá consistido o suborno: num bilhete — um — para o jogo FC Porto-Manchester United.
Se o preço parece barato, convém não esqueçer que, também neste aspecto, está em vigor e amplamente cultivada pela imprensa, uma teoria que se espera consiga suprir as deficiências ou fraquezas da acusação.
A teoria diz que o FC Porto manteria com os árbitros uma espécie de «conta-corrente», a qual faria deles avençados permanentes ao serviço do clube.
Um bilhetinho para o futebol hoje, as atenções de uma menina amanhã. Ou, se a coisa ainda continuar a parecer barata de mais, entra o testemunho da D.ª Carolina, falando em sacos de notas de quinhentos contos, contados e entregues à sua frente, enquanto ela servia cafezinhos e desempenhava eficazmente o seu papel de agente infiltrado para mais tarde recordar.
Teorias simplificadoras há várias. Há uma, por exemplo, que se destina a contornar a objecção lógica de perguntar que necessidade tinha o FC Porto dos gloriosos anos de 2003/04 de comprar o árbitro para levar de vencida o Estrela da Amadora no Dragão ou empatar com o Beira-Mar, fora de casa.
A resposta aconselhada é: um árbitro, uma vez comprado, nem que seja com um bilhete de futebol, está comprado para todos os jogos — o Estrela da Amadora e o Beira-Mar são apenas exemplos. Presumo, é claro, que tenham tentado também encontrar vestígios de crime naqueles jogos que mais atenções movem: os FC Porto-Benfica, Boavista-FC Porto, Sporting-FC Porto. Mas Lucílio Baptista apitou tantos deles que não foi possível encontrar vestígios para incriminar os portistas. A teoria, porém, mantém-se de pé: é para isso que servem as teorias.
Há muitas teorias e informações cruzadas. O Correio da Manhã, que anda muito bem informado sobre o Apito, descobriu agora que o dito se vai ocupar também de uma conversa gravada entre Valentim Loureiro e João Bartolomeu, em que o presidente do Leiria negoceia com o major a escolha de um árbitro para um jogo.
Esta teoria está manifestamente errada.
Primeiro, porque desde que Maria José Morgado chamou a si o Apito, só tem havido investigações e acusações a Pinto da Costa. O major tem visto os seus casos serem arquivados paulatinamente e dos outros nada consta. Segundo, porque conversas a negociar árbitros não são relevantes para o Apito — como se conclui do facto daquela tão elucidativa conversa entre o major e o presidente do Benfica, escolhendo cautelosamente o nome do árbitro para um jogo com o Belenenses, nunca ter sido motivo para qualquer investigação, penal ou desportiva.
Comentando as declarações de Pinto da Costa nas comemorações dos 25 anos da Casa do FC Porto em Lisboa, A BOLA dizia que o presidente portista tinha decidido que a melhor defesa é o ataque. Infelizmente, chega tarde e em resultado de uma má análise da situação.
Desde que Maria José Morgado foi nomeada ad hoc para o Apito, Pinto da Costa entendeu que a melhor estratégia de defesa era o silêncio — deixar que ela trabalhasse em paz e no fim se veria.
Em minha opinião fez mal.
Primeiro, porque as declarações logo então proferidas pelo Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, sobre a importância que dava ao livro de Carolina Salgado, foram um sinal evidente de que, para o Ministério Público, já havia um pré-juízo sobre a culpabilidade de Pinto da Costa. A partir daí tornou-se mais ou menos claro que a tarefa de Maria José Morgado consistia em reatar os processos arquivados contra o presidente portista e, baseando-se no testemunho de Carolina Salgado (com quem pôde trabalhar livremente o tempo que quis), deduzir todas as acusações que conseguisse contra ele. O Apito Dourado ficou desde logo restringido à caça a Pinto da Costa. E o seu silêncio, ao longo de nove meses em que foi cirurgicamente cozido em lume brando, com as habituais fugas de informação e comentários de imprensa, equivaleu para a opinião pública predisposta a tal, a uma confissão de culpa.
Desde a primeira hora que Pinto da Costa deveria ter dito o que disse domingo passado: estou inocente de todas as acusações. Em vez disso, preferiu confiar em que fosse a investigação a dizê-lo, em vez dele. Enganou-se e agora parte para o contra-ataque e para a instrução do processo — a primeira altura em que, processualmente, se pode defender — em posição de inferioridade.
Também acho, e escrevi-o na altura, que ele se deveria ter então demitido — não por causa do Apito Dourado, mas por causa dos danos que consentiu que a sua vida privada causasse ao clube —, como se viu já transparentemente no campeonato que acabou e como, seguramente, se vai ver no próximo.
Demitir-se não significava uma assunção de culpa, mas o assumir da responsabilidade que advém de certos cargos que se ocupa. Pode ser um preço injusto a pagar, mas é o ónus da função: sair e provar cá fora a sua inocência.
Não percebo nada de vela, mas tentei seguir atentamente a segunda regata da Taça América, em Valência, através da Sport TV. Com dois comentadores em estúdio, que não escondiam a sua expertize na matéria, confiei em que eles me iriam elucidando ao longo da regata sobre aquilo que se ia passando, nomeadamente explicando como funcionava a tripulação, o significado de manobras a que assistíamos, as jogadas tácticas de-senvolvidas, a influência dos ventos na estratégia, a razão da opção por certas velas em alguns momentos e noutros não, etc, tudo aquilo que um leigo e espectador comum precisava de ir sabendo para poder acompanhar a regata com um mínimo de interesse. Afinal, deparei-me com dois comentadores a falarem para si próprios e sem a menor noção de como se faz um comentário desportivo em televisão — como tantas vezes sucede na Sport TV, por exemplo, com os comentários de ténis de Tânia Couto, que são autêntico ruído de imagem. Apesar de tudo, comecei a achar estranho, a certa altura, que eles só falassem, totalmente a despropósito, da situação da vela e dos velejadores portugueses, de outras provas nacionais decorridas ou a decorrer e de outros assuntos absolutamente exdrúxulos onde aproveitavam para mostrar até que ponto pertenciam ao milieu. Enfim, falavam de tudo, menos da regata a que estávamos a assistir. Finalmente, percebi a razão: eles não percebiam nada do que se estava a passar.
Como não se consegue exprimir bem em nenhuma das três línguas que fala — português, inglês e madeirense —, e como também não consegue conter a sua ânsia de protagonismo, Joe Berardo escorregou e espalhou-se ao comprido, com os insultos a Rui Costa. Agora, até ele já percebeu o preço a pagar: ou mete mesmo uns milhões, contados, no Benfica, ou pode ir pregar para outra freguesia.
segunda-feira, junho 25, 2007
A Triste Realidade do Futebol Português
Segundo os dados de um estudo apresentado pela consultora Deloitte, divulgados pela Lusa, os clubes portugueses estão sobre-endividados, porque apresentaram, na temporada em análise, capitais próprios de apenas cerca de 36 milhões de euros.
Ou seja, para cobrir 524,2 milhões de euros de dívidas, só havia 560,1 milhões de euros de activos, segundo os dados apresentados durante a divulgação do Anuário das Finanças do Futebol Profissional.
Os 18 clubes de futebol que integravam a principal liga de futebol em Portugal em 2005/2006 aumentaram o seu passivo em 18%.
No final da época passada, o seu passivo totalizava 524,2 milhões de euros, face aos anteriores 444,2 milhões da época anterior. Sete equipas demonstram não ter autonomia financeira, com os passivos a superar os activos.
Estes valores revelam, segundo a consultora, um sobre-endividamento da indústria, com níveis nulos ou quase nulos de autonomia financeira.
Sete das equipas não apresentam mesmo autonomia financeira, ou seja, os seus passivos são superiores ao valor dos seus activos líquidos contabilísticos.
Em termos acumulados, nas últimas sete épocas as 18 equipas acumularam prejuízos de 293,5 milhões de euros.
Em agregado, contudo, na época 2005/06 verificou-se um desagravamento nos resultados correntes sem transferências de jogadores, face à época anterior, de 9,1% para os 73,5 milhões de euros.
"Esta evolução ficou a dever-se, essencialmente, à melhoria dos resultados operacionais sem transferências do Benfica e do Sporting", referem os autores do estudo encomendado pelo jornal 'A Bola', em parceria com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
O Benfica reduziu os prejuízos correntes, sem transferências, de 11,9 para 4 milhões de euros e o Sporting de 9,5 para 3 milhões de euros negativos.
O Futebol Clube do Porto, vencedor da Superliga, foi, à semelhança da época anterior, a equipa que apresentou os prejuízos correntes sem transferências mais elevados, com um montante de 34,3 milhões de euros.
Este valor corresponde a 47% da totalidade dos 73,5 milhões de euros de prejuízos correntes sem transferências da Superliga.
A época ficou ainda marcada, segundo a Deloitte, pela continuação da incapacidade de uma parte significativa das equipas (7 das 18) que participam na Superliga de gerar cash flows positivos.
Relativamente às receitas geradas, o total gerado em 2005/2006 foi de 238,8 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 4% face à época desportiva anterior, com os custos relacionados com o plantel a representarem 94% das receitas correntes, sem transferências (132,8 milhões de euros).
Este valor, aponta a Deloitte, é "consideravelmente acima" do nível indicativo considerado pela UEFA, que aponta para um valor máximo de 60% das despesas correntes.
A Deloitte estabeleceu um paralelo entre os custos com o plantel, principal despesa dos clubes ao longo da temporada, e as receitas correntes sem transferências.
Nesse parâmetro, o F.C. Porto surge entre as equipas com pior registo.
Os dragões apresentaram 127 por cento de custos com o plantel (incluindo custos salariais e amortizações dos direitos desportivos sobre os atletas), relativamente às receitas.
U. Leiria (142 por cento), Belenenses e V. Setúbal (127 por cento) também foram exemplos negativos, ao contrário do V. Guimarães (63 por cento).
Nesta contabilidade, conforme foi referido, não foram apresentados os lucros com transferências, mas os resultados enfatizam a necessidade dos referidos emblemas em alienar passes para garantir a estabilidade financeira.
A este propósito, acrescente-se que os emblemas lusos acumularam 180 milhões de euros com a alienação de passes nos últimos três anos, surgindo o F.C. Porto como angariador de metade desse valor.
Apesar da diminuição das receitas totais, observou-se um aumento de 5,1% das receitas correntes, para 190 milhões de euros relativamente à época 2004/05.
O Benfica foi a equipa que maior volume de receitas arrecadou, com 63,5 milhões de euros, seguido pelo FCP e pelo Sporting, com 45,9 e 40,2 milhões de euros, respectivamente.
De acordo com o analista da Deloitte e co-autor do estudo, Ricardo Magalhães, os três grandes continuam assim concentrar 62,7% do total de receitas (238,8 milhões de euros), num número muito próximo ao do reportado na época anterior.
Para o responsável, se os clubes conseguissem reduzir em 20% os custos com o plantel (com salários e espaços) a sua situação financeira ficaria equilibrada.
Pela positiva, a Deloitte destaco o aumento de 18% do número de sócios dos 18 clubes profissionais para os 533 mil (contra os 451 reportados na época anterior).
O Benfica, com 151 526 sócios é o clube com maior massa associativa em Portugal, seguida do FCP e do Sporting, com 99 082 e 85 921 sócios, respectivamente.
Na temporada 2005/06, contudo, o número de bilhetes vendidos diminuiu 5,5% para cerca de 2.992.030.
A taxa de ocupação dos estádios decaiu para 42 por cento, registando-se uma média de 9.778 bilhetes vendidos para cada jogo da Superliga 2005/06. O F.C. Porto apresenta o melhor registo neste capítulo (média de 42.026 bilhetes), seguido de Benfica (38.667) e Sporting (36.329).
Os capitais próprios de todos os clubes de futebol da Liga Bwin caíssem 61% para os 35,9 milhões de euros na época 2005/2006. Na época anterior eram de 92,3 milhões.
O Nacional da Madeira foi o clube que mais aumentou os seus capitais próprios, registando um crescimento de 332,9% (35,2 milhões de euros) face ao ano fiscal anterior. A justificação é o aumento exponencial das dívidas de terceiros.
O Benfica foi o segundo, beneficiando da construção do centro de estágio e do crescimento do valor contabilístico do plantel de futebol.
No sentido inverso, o FC Porto foi o que registou a maior queda de capitais próprios, com uma redução de 31,4 milhões de euros entre 2005 e 2006. Seguiu-se o Boavista, com uma queda de 11,4 milhões.
A Liga portuguesa está longe dos principais campeonatos europeus no capítulo das receitas. As cinco maiores ligas (Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha e França) contabilizam 6, 7 milhões de euros de receitas, num total de 12,6 milhões a nível europeu.
A título de exemplo, refira-se que a Ligue 1 de França, a menos produtiva do denominado «Big Five», gerou 910 milhões de euros de receitas, enquanto a Superliga portuguesa totalizou 239 milhões de euros.
Os dados apresentados pela Deloitte, no Anuário das Finanças do Futebol (Época 2005/06), colocam a SuperLiga entre as ligas de média dimensão, atrás da Holanda e com um resultado semelhante à Escócia. Como tal, em termos de receitas, Portugal queda-se pela sétima posição.
A Premier League de Inglaterra continua aumentar o seu volume de receitas, atingindo o patamar de 1,994 milhões. Segue-se a Série A de Itália (1,399 milhões), a Bundesliga da Alemanha (1, 195 milhões), a Liga de Espanha (1, 158 milhões) e a Ligue 1 de França (910 milhões).
Ou seja, para cobrir 524,2 milhões de euros de dívidas, só havia 560,1 milhões de euros de activos, segundo os dados apresentados durante a divulgação do Anuário das Finanças do Futebol Profissional.
Os 18 clubes de futebol que integravam a principal liga de futebol em Portugal em 2005/2006 aumentaram o seu passivo em 18%.
No final da época passada, o seu passivo totalizava 524,2 milhões de euros, face aos anteriores 444,2 milhões da época anterior. Sete equipas demonstram não ter autonomia financeira, com os passivos a superar os activos.
Estes valores revelam, segundo a consultora, um sobre-endividamento da indústria, com níveis nulos ou quase nulos de autonomia financeira.
Sete das equipas não apresentam mesmo autonomia financeira, ou seja, os seus passivos são superiores ao valor dos seus activos líquidos contabilísticos.
Em termos acumulados, nas últimas sete épocas as 18 equipas acumularam prejuízos de 293,5 milhões de euros.
Em agregado, contudo, na época 2005/06 verificou-se um desagravamento nos resultados correntes sem transferências de jogadores, face à época anterior, de 9,1% para os 73,5 milhões de euros.
"Esta evolução ficou a dever-se, essencialmente, à melhoria dos resultados operacionais sem transferências do Benfica e do Sporting", referem os autores do estudo encomendado pelo jornal 'A Bola', em parceria com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
O Benfica reduziu os prejuízos correntes, sem transferências, de 11,9 para 4 milhões de euros e o Sporting de 9,5 para 3 milhões de euros negativos.
O Futebol Clube do Porto, vencedor da Superliga, foi, à semelhança da época anterior, a equipa que apresentou os prejuízos correntes sem transferências mais elevados, com um montante de 34,3 milhões de euros.
Este valor corresponde a 47% da totalidade dos 73,5 milhões de euros de prejuízos correntes sem transferências da Superliga.
A época ficou ainda marcada, segundo a Deloitte, pela continuação da incapacidade de uma parte significativa das equipas (7 das 18) que participam na Superliga de gerar cash flows positivos.
Relativamente às receitas geradas, o total gerado em 2005/2006 foi de 238,8 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 4% face à época desportiva anterior, com os custos relacionados com o plantel a representarem 94% das receitas correntes, sem transferências (132,8 milhões de euros).
Este valor, aponta a Deloitte, é "consideravelmente acima" do nível indicativo considerado pela UEFA, que aponta para um valor máximo de 60% das despesas correntes.
A Deloitte estabeleceu um paralelo entre os custos com o plantel, principal despesa dos clubes ao longo da temporada, e as receitas correntes sem transferências.
Nesse parâmetro, o F.C. Porto surge entre as equipas com pior registo.
Os dragões apresentaram 127 por cento de custos com o plantel (incluindo custos salariais e amortizações dos direitos desportivos sobre os atletas), relativamente às receitas.
U. Leiria (142 por cento), Belenenses e V. Setúbal (127 por cento) também foram exemplos negativos, ao contrário do V. Guimarães (63 por cento).
Nesta contabilidade, conforme foi referido, não foram apresentados os lucros com transferências, mas os resultados enfatizam a necessidade dos referidos emblemas em alienar passes para garantir a estabilidade financeira.
A este propósito, acrescente-se que os emblemas lusos acumularam 180 milhões de euros com a alienação de passes nos últimos três anos, surgindo o F.C. Porto como angariador de metade desse valor.
Apesar da diminuição das receitas totais, observou-se um aumento de 5,1% das receitas correntes, para 190 milhões de euros relativamente à época 2004/05.
O Benfica foi a equipa que maior volume de receitas arrecadou, com 63,5 milhões de euros, seguido pelo FCP e pelo Sporting, com 45,9 e 40,2 milhões de euros, respectivamente.
De acordo com o analista da Deloitte e co-autor do estudo, Ricardo Magalhães, os três grandes continuam assim concentrar 62,7% do total de receitas (238,8 milhões de euros), num número muito próximo ao do reportado na época anterior.
Para o responsável, se os clubes conseguissem reduzir em 20% os custos com o plantel (com salários e espaços) a sua situação financeira ficaria equilibrada.
Pela positiva, a Deloitte destaco o aumento de 18% do número de sócios dos 18 clubes profissionais para os 533 mil (contra os 451 reportados na época anterior).
O Benfica, com 151 526 sócios é o clube com maior massa associativa em Portugal, seguida do FCP e do Sporting, com 99 082 e 85 921 sócios, respectivamente.
Na temporada 2005/06, contudo, o número de bilhetes vendidos diminuiu 5,5% para cerca de 2.992.030.
A taxa de ocupação dos estádios decaiu para 42 por cento, registando-se uma média de 9.778 bilhetes vendidos para cada jogo da Superliga 2005/06. O F.C. Porto apresenta o melhor registo neste capítulo (média de 42.026 bilhetes), seguido de Benfica (38.667) e Sporting (36.329).
Os capitais próprios de todos os clubes de futebol da Liga Bwin caíssem 61% para os 35,9 milhões de euros na época 2005/2006. Na época anterior eram de 92,3 milhões.
O Nacional da Madeira foi o clube que mais aumentou os seus capitais próprios, registando um crescimento de 332,9% (35,2 milhões de euros) face ao ano fiscal anterior. A justificação é o aumento exponencial das dívidas de terceiros.
O Benfica foi o segundo, beneficiando da construção do centro de estágio e do crescimento do valor contabilístico do plantel de futebol.
No sentido inverso, o FC Porto foi o que registou a maior queda de capitais próprios, com uma redução de 31,4 milhões de euros entre 2005 e 2006. Seguiu-se o Boavista, com uma queda de 11,4 milhões.
A Liga portuguesa está longe dos principais campeonatos europeus no capítulo das receitas. As cinco maiores ligas (Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha e França) contabilizam 6, 7 milhões de euros de receitas, num total de 12,6 milhões a nível europeu.
A título de exemplo, refira-se que a Ligue 1 de França, a menos produtiva do denominado «Big Five», gerou 910 milhões de euros de receitas, enquanto a Superliga portuguesa totalizou 239 milhões de euros.
Os dados apresentados pela Deloitte, no Anuário das Finanças do Futebol (Época 2005/06), colocam a SuperLiga entre as ligas de média dimensão, atrás da Holanda e com um resultado semelhante à Escócia. Como tal, em termos de receitas, Portugal queda-se pela sétima posição.
A Premier League de Inglaterra continua aumentar o seu volume de receitas, atingindo o patamar de 1,994 milhões. Segue-se a Série A de Itália (1,399 milhões), a Bundesliga da Alemanha (1, 195 milhões), a Liga de Espanha (1, 158 milhões) e a Ligue 1 de França (910 milhões).
Futsal: Campeões
O Benfica conquistou, este domingo, o campeonato nacional de futsal, ao vencer o Sporting no terceiro e decisivo jogo da final do "playoff".
Zé Maria apontou o golo do triunfo, quando estavam decorridos cinco minutos.
Esta época, o Benfica conquistou o conjunto das competições nacionais que disputou, a saber: Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Supertaça.
Este foi o terceiro título de futsal conquistado pelo Benfica: 2003, 2005 e 2007.
quinta-feira, junho 21, 2007
Breve análise ao Portugal/Itália e à prestação individual dos jogadores utilizados
Portugal perdeu com a Itália nos penalties e viu-se afastado da participação nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Esta partida demonstrou que o encontro com Israel foi um mero acidente de percurso, muito determinado pela debilidade do oponente.
Neste jogo exibimos as mesmas insuficiências colectivas e as mesmas virtudes individuais dos encontros precedentes.
Claro está que não chegou para vencer uma Itália apenas cínica.
Aos italianos bastou a sua tradicional matriz de expectativa e uma boa dose de especulação para triunfar como habitualmente.
Brilhantismo zero, eficácia total.
Portugal viveu o fado habitual.
Renovámos o título de melhor equipa do mundo a jogar sem balizas.
Pouquíssimos remates e mesmo esses sem qualquer ponta de eficácia (nem sem guarda-redes na baliza conseguimos marcar)
O desastre da nossa participação ter-se-à ficado a dever ao azar e à actuação dos árbitros.
A carpideira habitual!
Incompetência? Não, nunca!
Desconfio até que Couceiro continuará a satisfazer plenamente…
Análise Individual:
Paulo Ribeiro – Revelou boa presença, especialmente entre os postes.
Ágil e seguro, necessita de jogar para “crescer”
João Pereira – Capaz do melhor e do pior, demonstrou a razão pela qual se viu remetido ao obscurantismo da Liga Vitalis.
A sua inconstância e baixa estatura limitam-lhe a progressão.
Amoreirinha – Definitivamente não é lateral e provou-o à saciedade neste Europeu.
Falta-lhe velocidade e versatilidade para alinhar como lateral e estatura, sentido posicional e concentração para actuar como central.
Agressividade e vontade por si só não chegam.
Filipe Oliveira – Outros demonstraram que é possível adaptar um extremo a lateral.
Todavia, para tal será sempre necessário um processo de aprendizagem, mormente das rotinas defensivas.
Filipe Oliveira ainda não o completou.
Manuel da Costa – Maduro, foi o patrão da defesa portuguesa.
Tem escola e isso sobressaiu no seu sentido posicional, na sua capacidade de sair a jogar com a bola controlada e na sua capacidade de ler o jogo.
Um nadinha mais de concentração e estará pronto para se afirmar definitivamente na alta roda do futebol mundial.
Semedo – Forte fisicamente, constituiu como que uma autêntica parede.
Contudo, faltam-lhe “rins”, sentido posicional, leitura de jogo e cultura táctica para ser mais do que um vulgar central de marcação.
Rolando – Depois de uma excelente época no Belenenses, a sua não titularidade surpreendeu.
Jogou um prolongamento e não comprometeu.
José Gonçalves – É grande, mas não é grande coisa.
Fruto da sua estatura fecha bem dentro, mas não dá profundidade ao flanco, revelando mesmo algumas dificuldades no controlo e no endosso da bola.
Outro a quem faltam “rins” e velocidade para aspirar outros voos.
Antunes – Confirmou a boa época realizada no Paços de Ferreira.
Raçudo, antes que quebrar do que torcer deve ser o seu lema.
Dotado de boa aptidão técnica, capacidade de remate e de cruzamento, para além de revelar capacidade para explorar todo o corredor, demonstra potencialidades para se guindar à condição de titular da nossa principal selecção.
Neste Europeu, sem auxilio no flanco, retraiu-se, preferindo a segurança defensiva em detrimento da audácia ofensiva.
Miguel Veloso – Apenas o melhor de Portugal.
Juntou às virtudes já suficientemente alardeadas na Liga Bwin – Leitura de jogo, excelente capacidade técnica e de remate, capacidade de passe e de organização, robustez física e cobertura da zona central – uma surpreendente eficácia concretizadora em lances de bola parada.
Conferiu fluidez ao processo ofensivo, assegurou e estabilizou a transição defensiva e geriu os ritmos da equipa.
Fruto da sua morfologia, nunca será um jogador rápido, pelo que terá que refinar o seu sentido posicional.
Algo lento a executar, terá que aperfeiçoar este aspecto do seu jogo para se tornar numa referência mundial na sua posição.
Manuel Fernandes – Em Inglaterra, cresceu como médio de transição.
Melhorou o seu jogo posicional, a sua capacidade de gestão do espaço e do esforço e a sua capacidade de jogar entre linhas.
Complementou a acção de Veloso, constituindo a “placa giratória” do processo ofensivo da equipa, desdobrando-se nos apoios laterais e distribuindo no último terço.
Revelou algum deficit físico o que o limitou.
Sobressaiu pela invulgar facilidade que patenteou na execução de remates de longa e meia distancia.
Vive uma encruzilhada na sua carreira – ou se afirma em pleno esta época ou corre o risco de se perder como jogador de top.
Moutinho – Couceiro colocou-o na posição 10 e a estrela perdeu brilho.
A 10, Moutinho vive longe do seu habitat natural.
Precioso no equilíbrio da transição defensiva, sublime na capacidade de emprestar profundidade ao processo ofensivo, quer em penetrações verticais, quer em movimentos basculantes para a ala, e na capacidade de jogar entre linhas, actuando na posição 10 Moutinho não consegue explanar o conjunto das suas melhores características.
Moutinho é um médio de transição!
A 10, perde influência e vê a sua capacidade de intervenção e decisão no jogo cerceada, até pelas suas limitações físicas.
Deu mostras de estar fisicamente exaurido ou perto disso, o que, também, o limitou, mas, concomitantemente, deu sempre sinal de todo o seu carácter e abnegação nunca regateando esforços em prol da equipa.
Nani – Outra vítima dos erros posicionais de Couceiro.
É médio de transição e nunca será um ala ou um segundo avançado.
Sabe aparecer na ala, mas não pode actuar agrilhoado à linha.
Sabe aparecer na área, mas não pode viver dentro dela ou nas suas cercanias.
Mais do que não conseguir, não pôde influenciar o processo ofensivo como gosta.
Raramente logrou desenhar as diagonais da ala esquerda para o centro, que são já a sua imagem de marca (à semelhança de Manduca).
Revelou uma auto-estima elevadíssima, a qual, ao contrário do que seria de supor, o prejudicou.
Abusou das iniciativas individuais, esquecendo a dimensão colectiva do jogo.
A sua cabeça esteve mais em Manchester do que na Holanda.
Limitou-se a exibir alguns lampejos de classe, como um pontapé de bicicleta frente a Israel, o que se revelou curto para as expectativas criadas à sua volta.
Ruben Amorim – Fez um jogo e esteve desastrado, talvez devido à função que Couceiro lhe destinou e à circunstância de lhe faltar ritmo de jogo.
Hugo Almeida – Apenas voluntarioso.
A fraca prestação da equipa também não o ajudou, mas o certo é que voltou a falhar numa grande competição à imagem e semelhança do ano passado.
Djalló – A maior decepção deste Europeu.
Passou completamente ao lado da competição.
O “golo” que desperdiçou frente à Itália ilustra fielmente o que foi a sua participação na competição – uma lástima.
Vaz Tê – vítima de lesão, apenas fez um jogo e meio.
Frente a Israel, mesmo fisicamente limitado, a debilidade do adversário permitiu-lhe brilhar.
Alto, forte, agressivo, com capacidade de choque, versátil, dotado de boa técnica, bom jogo de cabeça, continuo a pensar que será o futuro ponta de lança da selecção A.
Varela – Doses elevadas de persistência e labor.
Nunca dá um lance por perdido, sendo o típico jogador “chato” que não dá descanso à defesa contrária.
O que lhe falta em talento, sobra-lhe em abnegação.
João Moreira - A ida para Valência toldo-lhe a evolução.
É muito mais jogador do que aquilo que evidenciou, mas falta-lhe confiança.
Rápido, agressivo e com um drible bastante aceitável, urge que revitalize a sua carreira, sob pena de rapidamente passar a ser apenas mais um jogador indiferenciado.
Esta partida demonstrou que o encontro com Israel foi um mero acidente de percurso, muito determinado pela debilidade do oponente.
Neste jogo exibimos as mesmas insuficiências colectivas e as mesmas virtudes individuais dos encontros precedentes.
Claro está que não chegou para vencer uma Itália apenas cínica.
Aos italianos bastou a sua tradicional matriz de expectativa e uma boa dose de especulação para triunfar como habitualmente.
Brilhantismo zero, eficácia total.
Portugal viveu o fado habitual.
Renovámos o título de melhor equipa do mundo a jogar sem balizas.
Pouquíssimos remates e mesmo esses sem qualquer ponta de eficácia (nem sem guarda-redes na baliza conseguimos marcar)
O desastre da nossa participação ter-se-à ficado a dever ao azar e à actuação dos árbitros.
A carpideira habitual!
Incompetência? Não, nunca!
Desconfio até que Couceiro continuará a satisfazer plenamente…
Análise Individual:
Paulo Ribeiro – Revelou boa presença, especialmente entre os postes.
Ágil e seguro, necessita de jogar para “crescer”
João Pereira – Capaz do melhor e do pior, demonstrou a razão pela qual se viu remetido ao obscurantismo da Liga Vitalis.
A sua inconstância e baixa estatura limitam-lhe a progressão.
Amoreirinha – Definitivamente não é lateral e provou-o à saciedade neste Europeu.
Falta-lhe velocidade e versatilidade para alinhar como lateral e estatura, sentido posicional e concentração para actuar como central.
Agressividade e vontade por si só não chegam.
Filipe Oliveira – Outros demonstraram que é possível adaptar um extremo a lateral.
Todavia, para tal será sempre necessário um processo de aprendizagem, mormente das rotinas defensivas.
Filipe Oliveira ainda não o completou.
Manuel da Costa – Maduro, foi o patrão da defesa portuguesa.
Tem escola e isso sobressaiu no seu sentido posicional, na sua capacidade de sair a jogar com a bola controlada e na sua capacidade de ler o jogo.
Um nadinha mais de concentração e estará pronto para se afirmar definitivamente na alta roda do futebol mundial.
Semedo – Forte fisicamente, constituiu como que uma autêntica parede.
Contudo, faltam-lhe “rins”, sentido posicional, leitura de jogo e cultura táctica para ser mais do que um vulgar central de marcação.
Rolando – Depois de uma excelente época no Belenenses, a sua não titularidade surpreendeu.
Jogou um prolongamento e não comprometeu.
José Gonçalves – É grande, mas não é grande coisa.
Fruto da sua estatura fecha bem dentro, mas não dá profundidade ao flanco, revelando mesmo algumas dificuldades no controlo e no endosso da bola.
Outro a quem faltam “rins” e velocidade para aspirar outros voos.
Antunes – Confirmou a boa época realizada no Paços de Ferreira.
Raçudo, antes que quebrar do que torcer deve ser o seu lema.
Dotado de boa aptidão técnica, capacidade de remate e de cruzamento, para além de revelar capacidade para explorar todo o corredor, demonstra potencialidades para se guindar à condição de titular da nossa principal selecção.
Neste Europeu, sem auxilio no flanco, retraiu-se, preferindo a segurança defensiva em detrimento da audácia ofensiva.
Miguel Veloso – Apenas o melhor de Portugal.
Juntou às virtudes já suficientemente alardeadas na Liga Bwin – Leitura de jogo, excelente capacidade técnica e de remate, capacidade de passe e de organização, robustez física e cobertura da zona central – uma surpreendente eficácia concretizadora em lances de bola parada.
Conferiu fluidez ao processo ofensivo, assegurou e estabilizou a transição defensiva e geriu os ritmos da equipa.
Fruto da sua morfologia, nunca será um jogador rápido, pelo que terá que refinar o seu sentido posicional.
Algo lento a executar, terá que aperfeiçoar este aspecto do seu jogo para se tornar numa referência mundial na sua posição.
Manuel Fernandes – Em Inglaterra, cresceu como médio de transição.
Melhorou o seu jogo posicional, a sua capacidade de gestão do espaço e do esforço e a sua capacidade de jogar entre linhas.
Complementou a acção de Veloso, constituindo a “placa giratória” do processo ofensivo da equipa, desdobrando-se nos apoios laterais e distribuindo no último terço.
Revelou algum deficit físico o que o limitou.
Sobressaiu pela invulgar facilidade que patenteou na execução de remates de longa e meia distancia.
Vive uma encruzilhada na sua carreira – ou se afirma em pleno esta época ou corre o risco de se perder como jogador de top.
Moutinho – Couceiro colocou-o na posição 10 e a estrela perdeu brilho.
A 10, Moutinho vive longe do seu habitat natural.
Precioso no equilíbrio da transição defensiva, sublime na capacidade de emprestar profundidade ao processo ofensivo, quer em penetrações verticais, quer em movimentos basculantes para a ala, e na capacidade de jogar entre linhas, actuando na posição 10 Moutinho não consegue explanar o conjunto das suas melhores características.
Moutinho é um médio de transição!
A 10, perde influência e vê a sua capacidade de intervenção e decisão no jogo cerceada, até pelas suas limitações físicas.
Deu mostras de estar fisicamente exaurido ou perto disso, o que, também, o limitou, mas, concomitantemente, deu sempre sinal de todo o seu carácter e abnegação nunca regateando esforços em prol da equipa.
Nani – Outra vítima dos erros posicionais de Couceiro.
É médio de transição e nunca será um ala ou um segundo avançado.
Sabe aparecer na ala, mas não pode actuar agrilhoado à linha.
Sabe aparecer na área, mas não pode viver dentro dela ou nas suas cercanias.
Mais do que não conseguir, não pôde influenciar o processo ofensivo como gosta.
Raramente logrou desenhar as diagonais da ala esquerda para o centro, que são já a sua imagem de marca (à semelhança de Manduca).
Revelou uma auto-estima elevadíssima, a qual, ao contrário do que seria de supor, o prejudicou.
Abusou das iniciativas individuais, esquecendo a dimensão colectiva do jogo.
A sua cabeça esteve mais em Manchester do que na Holanda.
Limitou-se a exibir alguns lampejos de classe, como um pontapé de bicicleta frente a Israel, o que se revelou curto para as expectativas criadas à sua volta.
Ruben Amorim – Fez um jogo e esteve desastrado, talvez devido à função que Couceiro lhe destinou e à circunstância de lhe faltar ritmo de jogo.
Hugo Almeida – Apenas voluntarioso.
A fraca prestação da equipa também não o ajudou, mas o certo é que voltou a falhar numa grande competição à imagem e semelhança do ano passado.
Djalló – A maior decepção deste Europeu.
Passou completamente ao lado da competição.
O “golo” que desperdiçou frente à Itália ilustra fielmente o que foi a sua participação na competição – uma lástima.
Vaz Tê – vítima de lesão, apenas fez um jogo e meio.
Frente a Israel, mesmo fisicamente limitado, a debilidade do adversário permitiu-lhe brilhar.
Alto, forte, agressivo, com capacidade de choque, versátil, dotado de boa técnica, bom jogo de cabeça, continuo a pensar que será o futuro ponta de lança da selecção A.
Varela – Doses elevadas de persistência e labor.
Nunca dá um lance por perdido, sendo o típico jogador “chato” que não dá descanso à defesa contrária.
O que lhe falta em talento, sobra-lhe em abnegação.
João Moreira - A ida para Valência toldo-lhe a evolução.
É muito mais jogador do que aquilo que evidenciou, mas falta-lhe confiança.
Rápido, agressivo e com um drible bastante aceitável, urge que revitalize a sua carreira, sob pena de rapidamente passar a ser apenas mais um jogador indiferenciado.
quarta-feira, junho 20, 2007
Óscar Cardozo - Um caso de Scouting Jornalístico?
Em Dezembro de 2006, Luis Freitas Lobo concluiu mais uma das suas minuciosas pesquisas pelo futebol da América do Sul.
A propósito do Torneio de Abertura de 2006 escreveu no seu site Planeta do Futebol: "Buscam um bom ponta-de-lança que ainda viva escondido da alta roda? Pois bem, seu nome: Óscar Cardozo. Esguio, canhoto, domínio de bola e rápido a executar, remate forte, bom de cabeça e inteligente fora da área".
Coincidência das coincidências, desde essa data, como por milagre, Óscar Cardozo surgiu como estando na órbita do Benfica.
Nesse mesmo artigo, Luís Freitas Lobo aduzia mais um nome - Bergessio.
Coincidência das coincidências, o jogador acompanha Cardozo na lista de preferências encarnadas.
Luís Filipe Vieira afirmou em entrevistas recentes que o Benfica apenas iria adquirir os jogadores solicitados pelo treinador Fernando Santos.
Acreditam que Fernando Santos conheça Cardozo e Bergessio?
Eu não!
Nos clubes por onde passou, Santos solicitou ou sugeriu a contratação de algum futebolista argentino?
Nos clubes por onde passou, Santos foi além do mercado europeu e brasileiro na aquisição de jogadores?
Não!
Rectius, Pizzi foi contratado pelo Porto na época de 2000-2001, sendo que havia construído o essencial da sua carreira na Europa ao serviço de Tenerife e Barcelona.
Destarte, sou tentado a concluir que estamos perante o primeiro caso de sucesso de scouting jornalístico em Portugal.
Como curiosidade aqui ficam as apreciações de Luís Freitas Lobo sobre Óscar Cardozo e Bergessio.
Óscar Cardozo
ÉPOCA - CLUBE - JOGOS - (Suplente utilizado) - GOLOS
2005 3 Febrero
Nacional 10 (4) 3
2006 Nacional 12 (12) 8
2006/07 Newell's Old Boys 11 (0) 8
Buscam um bom ponta-de-lança que ainda viva escondido da alta roda? Pois bem, destino: Rosário, província argentina. Seu nome: Oscar Cardozo, 23 anos, paraguaio.
Alto (1,93m.) esguio, com grande domínio de bola e rápido a executar em espaços curtos, tem um remate forte e colocado com o seu pé esquerdo.
Canhoto, tanto joga em cunha na área, pois é também exímio a jogar de cabeça, como mais solto, fugindo da área para procurar depois espaços vazios de penetração, embora não seja muito rápido.
Ingressou esta época no Newell`s (onde leva 8 golos em 11 jogos) vindo do Nacional do Paraguay. Um nº9 que é proibido perder de vista.
Bergessio
2001/02 Platense 13 /1
2002/03 Platense 12 /3
2003/04 Platense 36 /13
2004/05 Platense 28 /10
2005/06 Instituto 35 (2) 6
2006/07 Racing Club 11 (0) 4
Joga por toda a frente de ataque com grande inteligência, revelando capacidade técnica e leitura de jogo. Tanto surge na área a rematar como um nº9 puro, como mais descaído, fazendo um passe de morte.
É este o estilo de Gonzalo Bergessio, 22 anos, um avançado muito oportuno (1,78m. e 72kg.), com precisão de passe, ágil, astuto a segurar a bola e com remate colocado. Formado no Platense, passou a época passada pelo Instituto e agora alinha no Racing.
A propósito do Torneio de Abertura de 2006 escreveu no seu site Planeta do Futebol: "Buscam um bom ponta-de-lança que ainda viva escondido da alta roda? Pois bem, seu nome: Óscar Cardozo. Esguio, canhoto, domínio de bola e rápido a executar, remate forte, bom de cabeça e inteligente fora da área".
Coincidência das coincidências, desde essa data, como por milagre, Óscar Cardozo surgiu como estando na órbita do Benfica.
Nesse mesmo artigo, Luís Freitas Lobo aduzia mais um nome - Bergessio.
Coincidência das coincidências, o jogador acompanha Cardozo na lista de preferências encarnadas.
Luís Filipe Vieira afirmou em entrevistas recentes que o Benfica apenas iria adquirir os jogadores solicitados pelo treinador Fernando Santos.
Acreditam que Fernando Santos conheça Cardozo e Bergessio?
Eu não!
Nos clubes por onde passou, Santos solicitou ou sugeriu a contratação de algum futebolista argentino?
Nos clubes por onde passou, Santos foi além do mercado europeu e brasileiro na aquisição de jogadores?
Não!
Rectius, Pizzi foi contratado pelo Porto na época de 2000-2001, sendo que havia construído o essencial da sua carreira na Europa ao serviço de Tenerife e Barcelona.
Destarte, sou tentado a concluir que estamos perante o primeiro caso de sucesso de scouting jornalístico em Portugal.
Como curiosidade aqui ficam as apreciações de Luís Freitas Lobo sobre Óscar Cardozo e Bergessio.
Óscar Cardozo
ÉPOCA - CLUBE - JOGOS - (Suplente utilizado) - GOLOS
2005 3 Febrero
Nacional 10 (4) 3
2006 Nacional 12 (12) 8
2006/07 Newell's Old Boys 11 (0) 8
Buscam um bom ponta-de-lança que ainda viva escondido da alta roda? Pois bem, destino: Rosário, província argentina. Seu nome: Oscar Cardozo, 23 anos, paraguaio.
Alto (1,93m.) esguio, com grande domínio de bola e rápido a executar em espaços curtos, tem um remate forte e colocado com o seu pé esquerdo.
Canhoto, tanto joga em cunha na área, pois é também exímio a jogar de cabeça, como mais solto, fugindo da área para procurar depois espaços vazios de penetração, embora não seja muito rápido.
Ingressou esta época no Newell`s (onde leva 8 golos em 11 jogos) vindo do Nacional do Paraguay. Um nº9 que é proibido perder de vista.
Bergessio
2001/02 Platense 13 /1
2002/03 Platense 12 /3
2003/04 Platense 36 /13
2004/05 Platense 28 /10
2005/06 Instituto 35 (2) 6
2006/07 Racing Club 11 (0) 4
Joga por toda a frente de ataque com grande inteligência, revelando capacidade técnica e leitura de jogo. Tanto surge na área a rematar como um nº9 puro, como mais descaído, fazendo um passe de morte.
É este o estilo de Gonzalo Bergessio, 22 anos, um avançado muito oportuno (1,78m. e 72kg.), com precisão de passe, ágil, astuto a segurar a bola e com remate colocado. Formado no Platense, passou a época passada pelo Instituto e agora alinha no Racing.
Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares
1. O Benfica foi opado. Assim mesmo, sem mais nem menos, como qualquer banco ou fábrica de salsichas. É uma OPA amigável, já que o opante diz nada querer para si, apenas ajudar, e todos os notáveis da opada se mostram entusiasmados com a ideia. O entusiasmo é tanto que, apesar de a oferta ser claramente baixa, os «accionistas do coração» são incentivados a desfazerem-se das suas acções a favor do opante.
Cada um sabe de si. Eu, pessoalmente, não veria com bons olhos a chegada de um raider ao FC Porto, portista ou não portista, que quisesse fazer seu um clube que é de todos os de coração azul. Bem sei que os novos tempos, o mercado, a necessidade de concorrência internacional, etc. e tal… Sei tudo isso, mas um clube de futebol é um clube de futebol, não é um banco nem uma fábrica de salsichas. Haveria duas coisas que eu pensaria: se o coração portista do raider fosse assim tão grande como a sua carteira, não perceberia que não tivesse comprado acções logo no início, ao preço de subscrição, e só se tivesse lembrado de comprar quando elas estavam cá em baixo. E eu que, como portista, tinha ido à subscrição por razões do coração, era agora convidado a desfazer-me delas a preço de saldo porque chegara alguém como maior coração e maior carteira que eu?
As razões do coração, invocadas pelos notáveis benfiquistas, resumem-se à esperança de que Berardo esteja disposto a avançar com dinheiro para o Benfica comprar bons jogadores. As suas vagas referências a um «fundo de investimentos» fizeram soar campainhas de esperança em muitos corações benfiquistas — os quais, todavia e como temos visto em tempos recentes, raramente acompanham de perto a razão. Mas talvez alguma prudência fosse de aconselhar: Berardo terá muitas qualidades e uma argúcia fina para o negócio, mas nunca foi conhecido por dar ou acrescentar valor. Para já, as únicas coisas que ele prometeu dar aos benfiquistas foram uma águia de pedra que comprou na China e entradas a preços especiais para ver a sua Colecção Berardo no seu CCB (estará isto previsto também no fantástico acordo assinado com o Governo?). E, por esse pouco que promete dar, já recebeu muito em troca, aquilo que ele mais gosta: notoriedade e popularidade.
Joe Berardo move-se com inteligência e à vontade num mercado bolsista que tem tudo à sua medida: é um mercado puramente especulativo e de dimensão tão pequena que basta um movimento seu ou umas frases deixadas cair no momento certo para fazer evoluir os preços como ele deseja. Foi notável a forma como ele aproveitou a recente Assembleia Geral do BCP, onde se discutia uma proposta de alteração aos estatutos. Tendo comprado as suas acções baratas, anunciou que, se a proposta fosse recusada, no dia seguinte estaria a comprar mais acções do BCP. Resultado: as acções começaram a subir a toda a velocidade («compro hoje por 10 e amanhã vendo ao Berardo por 12»). Só que, no dia seguinte, Berardo não comprou (se calhar até vendeu), porque as acções já não estavam baratas. E ficou sentado em cima de mais uns milhões de mais-valias realizados com uma simples boca produzida a tempo.
Joe Berardo é a ilustração viva da velha frase de Marx de que o dinheiro faz dinheiro. Ele não compra empresas nem as gere. Ele não cria postos de trabalho nem acrescenta riqueza à economia. Limita-se a comprar barato bocados de empresas criadas por outros e a vender caro, quando o trabalho ou o mérito dos outros as valorizaram ou quando os seus movimentos especulativos na bolsa as fizeram subir artificialmente de preço. E, quando o Zé Povinho vai atrás, na ânsia de o imitar e também fazer fortuna da noite para o dia, já ele e o negócio sumiram para outras paragens.
É eloquente do estado de alma do «clube do povo» que a simples notícia de uma OPA tão pouco clara lançada pelo comendador Berardo tenha suscitado tamanho entusiasmo entre as «forças vivas» da nação benfiquista. Mas cada um sabe de si.
2.A notícia mais do que previsível da acusação deduzida por Maria José Morgado contra Pinto da Costa e o FC Porto, suscitou uma tamanha onda de euforia entre os inimigos indefectíveis do FCP que levou alguns, até com responsabilidade e capacidade de distinguir as coisas, a saltar entusiasticamente várias etapas, não só dando já a condenação judicial como consumada, como até acrescentando-lhe a pena. Aqui, neste mesmo jornal, houve quem anunciasse «o polvo finalmente cercado», escrevendo que o que mais interessava agora era a condenação desportiva, mais do que a criminal, e incidindo, claro ou sobre títulos ganhos no passado ou «visando os campeonatos a seguir». Não se pode ser mais claro nem mais descarado. Nem mais impaciente.
A acusação da Dr.ª Morgado reporta-se, por enquanto, ao célebre FC Porto-Estrela da Amadora de 2004 e assenta em três provas: uma escuta telefónica, cujo conteúdo foi explicado e contraditado em termos que levaram ao anterior arquivamento dos autos; a opinião de peritos em arbitragem, alguns contradizendo o que na altura haviam dito; e as declarações da testemunha Carolina Salgado. Como já aqui escrevi, nada melhor do que a Sport TV repetir, com aviso prévio, a transmissão desse jogo para que todos possam avaliar o que é um «jogo suspeito» na opinião da magistrada. Não sei porque não se faz uma coisa tão simples como isso…
Quanto ao testemunho da D. Carolina Salgado, esperem até vê-la a depor sem ser no segredo dos deuses, com a protecção do Ministério Público e de alguns civis benfiquistas voluntários da investigação… Esperem até ver a co-autora do livro (a quem a senhora se esqueceu de pagar), a explicar o que foram «as falsidades e invenções» que a forçaram a meter no texto… Esperem até ver um advogado minimamente capaz reconstituir o que foram os seus passos desde que viu desabar a sociedade conjugal que mantinha com o presidente do FC Porto…
3. A boa notícia é que Vítor Baía vai continuar ligado ao FC Porto. A má notícia é que abandonou o futebol, quando, em minha opinião, ainda é o melhor de todos os guarda-redes que por lá estão. Foi, juntamente com Américo, um símbolo eterno da baliza portista. Para sempre me hei-de lembrar da sensação de tranquilidade absoluta que era ver os adversários a cruzarem bolas sobre a baliza do Porto: ainda a bola não tinha partido e eu já podia distrair-me a olhar para outro lado, porque sabia que ela acabaria nas mãos de Baía, com aquele estilo inimitável e aquela calma a recolher a bola no alto que chegava a ser frustrante para os adversários. Dentro e fora do futebol dentro e fora do FC Porto, Baía foi sempre um senhor. Foi um senhor na forma como encaixou a proscrição de Scolari e a falta de solidariedade de muitos dos seus pares. Foi um senhor na criação da Fundação com o seu nome e que, ao contrário de tantas outras, não serve para chamar as atenções nem para fugir aos impostos. Foi um senhor na forma como, remetido a suplente, continuou a ser o jogador determinante do FC Porto no último ano e meio.
Nesta hora de despedida, gostaria de escrever um texto inteiro sobre ele, mas não há necessidade: quem sabe distinguir jogadores de mercenários, cavalheiros de deslumbrados, sabe o quanto Baía significou para o futebol português. E limito-me, assim, a reproduzir o que Lorca escreveu sobre o toureiro António Sanchéz Mejia: «Tardará mucho tiempo en nácer, si és que nace, un andaluz tan claro, tan rico de ventura…»
4Há dois casais mediáticos que estão no topo da minha embirração planetária: o casal Tom Cruise e quem quer que o ature e o intragável casal Victória-David Beckham. David Beckham é um jogador banal, cujo único talento é cruzar bolas e cuja grande contribuição para o futebol foi a criação da moda dos penteados diferentes e tatuagens novas todas as semanas, que qualquer jogador de terceira hoje imita, na esperança de chamar as atenções de um grande. Ela é conhecida apenas pela sua futilidade e capacidade de esbanjar milhares de contos em jóias e roupas em menos tempo do que dura um jogo de futebol, além do orgulho com que declarou nunca ter lido um livro na vida…por falta de tempo! Ver a patética Victória e o imbecil do Cruise a torcerem pelo Real nas bancadas de Chamartin, como se percebessem alguma coisa de futebol, fez-me desejar ainda mais que o Barça fosse campeão. Mas a sorte e uma escandalosa arbitragem a favor do Real não tornaram possível o milagre. «Qué lástima!»
Cada um sabe de si. Eu, pessoalmente, não veria com bons olhos a chegada de um raider ao FC Porto, portista ou não portista, que quisesse fazer seu um clube que é de todos os de coração azul. Bem sei que os novos tempos, o mercado, a necessidade de concorrência internacional, etc. e tal… Sei tudo isso, mas um clube de futebol é um clube de futebol, não é um banco nem uma fábrica de salsichas. Haveria duas coisas que eu pensaria: se o coração portista do raider fosse assim tão grande como a sua carteira, não perceberia que não tivesse comprado acções logo no início, ao preço de subscrição, e só se tivesse lembrado de comprar quando elas estavam cá em baixo. E eu que, como portista, tinha ido à subscrição por razões do coração, era agora convidado a desfazer-me delas a preço de saldo porque chegara alguém como maior coração e maior carteira que eu?
As razões do coração, invocadas pelos notáveis benfiquistas, resumem-se à esperança de que Berardo esteja disposto a avançar com dinheiro para o Benfica comprar bons jogadores. As suas vagas referências a um «fundo de investimentos» fizeram soar campainhas de esperança em muitos corações benfiquistas — os quais, todavia e como temos visto em tempos recentes, raramente acompanham de perto a razão. Mas talvez alguma prudência fosse de aconselhar: Berardo terá muitas qualidades e uma argúcia fina para o negócio, mas nunca foi conhecido por dar ou acrescentar valor. Para já, as únicas coisas que ele prometeu dar aos benfiquistas foram uma águia de pedra que comprou na China e entradas a preços especiais para ver a sua Colecção Berardo no seu CCB (estará isto previsto também no fantástico acordo assinado com o Governo?). E, por esse pouco que promete dar, já recebeu muito em troca, aquilo que ele mais gosta: notoriedade e popularidade.
Joe Berardo move-se com inteligência e à vontade num mercado bolsista que tem tudo à sua medida: é um mercado puramente especulativo e de dimensão tão pequena que basta um movimento seu ou umas frases deixadas cair no momento certo para fazer evoluir os preços como ele deseja. Foi notável a forma como ele aproveitou a recente Assembleia Geral do BCP, onde se discutia uma proposta de alteração aos estatutos. Tendo comprado as suas acções baratas, anunciou que, se a proposta fosse recusada, no dia seguinte estaria a comprar mais acções do BCP. Resultado: as acções começaram a subir a toda a velocidade («compro hoje por 10 e amanhã vendo ao Berardo por 12»). Só que, no dia seguinte, Berardo não comprou (se calhar até vendeu), porque as acções já não estavam baratas. E ficou sentado em cima de mais uns milhões de mais-valias realizados com uma simples boca produzida a tempo.
Joe Berardo é a ilustração viva da velha frase de Marx de que o dinheiro faz dinheiro. Ele não compra empresas nem as gere. Ele não cria postos de trabalho nem acrescenta riqueza à economia. Limita-se a comprar barato bocados de empresas criadas por outros e a vender caro, quando o trabalho ou o mérito dos outros as valorizaram ou quando os seus movimentos especulativos na bolsa as fizeram subir artificialmente de preço. E, quando o Zé Povinho vai atrás, na ânsia de o imitar e também fazer fortuna da noite para o dia, já ele e o negócio sumiram para outras paragens.
É eloquente do estado de alma do «clube do povo» que a simples notícia de uma OPA tão pouco clara lançada pelo comendador Berardo tenha suscitado tamanho entusiasmo entre as «forças vivas» da nação benfiquista. Mas cada um sabe de si.
2.A notícia mais do que previsível da acusação deduzida por Maria José Morgado contra Pinto da Costa e o FC Porto, suscitou uma tamanha onda de euforia entre os inimigos indefectíveis do FCP que levou alguns, até com responsabilidade e capacidade de distinguir as coisas, a saltar entusiasticamente várias etapas, não só dando já a condenação judicial como consumada, como até acrescentando-lhe a pena. Aqui, neste mesmo jornal, houve quem anunciasse «o polvo finalmente cercado», escrevendo que o que mais interessava agora era a condenação desportiva, mais do que a criminal, e incidindo, claro ou sobre títulos ganhos no passado ou «visando os campeonatos a seguir». Não se pode ser mais claro nem mais descarado. Nem mais impaciente.
A acusação da Dr.ª Morgado reporta-se, por enquanto, ao célebre FC Porto-Estrela da Amadora de 2004 e assenta em três provas: uma escuta telefónica, cujo conteúdo foi explicado e contraditado em termos que levaram ao anterior arquivamento dos autos; a opinião de peritos em arbitragem, alguns contradizendo o que na altura haviam dito; e as declarações da testemunha Carolina Salgado. Como já aqui escrevi, nada melhor do que a Sport TV repetir, com aviso prévio, a transmissão desse jogo para que todos possam avaliar o que é um «jogo suspeito» na opinião da magistrada. Não sei porque não se faz uma coisa tão simples como isso…
Quanto ao testemunho da D. Carolina Salgado, esperem até vê-la a depor sem ser no segredo dos deuses, com a protecção do Ministério Público e de alguns civis benfiquistas voluntários da investigação… Esperem até ver a co-autora do livro (a quem a senhora se esqueceu de pagar), a explicar o que foram «as falsidades e invenções» que a forçaram a meter no texto… Esperem até ver um advogado minimamente capaz reconstituir o que foram os seus passos desde que viu desabar a sociedade conjugal que mantinha com o presidente do FC Porto…
3. A boa notícia é que Vítor Baía vai continuar ligado ao FC Porto. A má notícia é que abandonou o futebol, quando, em minha opinião, ainda é o melhor de todos os guarda-redes que por lá estão. Foi, juntamente com Américo, um símbolo eterno da baliza portista. Para sempre me hei-de lembrar da sensação de tranquilidade absoluta que era ver os adversários a cruzarem bolas sobre a baliza do Porto: ainda a bola não tinha partido e eu já podia distrair-me a olhar para outro lado, porque sabia que ela acabaria nas mãos de Baía, com aquele estilo inimitável e aquela calma a recolher a bola no alto que chegava a ser frustrante para os adversários. Dentro e fora do futebol dentro e fora do FC Porto, Baía foi sempre um senhor. Foi um senhor na forma como encaixou a proscrição de Scolari e a falta de solidariedade de muitos dos seus pares. Foi um senhor na criação da Fundação com o seu nome e que, ao contrário de tantas outras, não serve para chamar as atenções nem para fugir aos impostos. Foi um senhor na forma como, remetido a suplente, continuou a ser o jogador determinante do FC Porto no último ano e meio.
Nesta hora de despedida, gostaria de escrever um texto inteiro sobre ele, mas não há necessidade: quem sabe distinguir jogadores de mercenários, cavalheiros de deslumbrados, sabe o quanto Baía significou para o futebol português. E limito-me, assim, a reproduzir o que Lorca escreveu sobre o toureiro António Sanchéz Mejia: «Tardará mucho tiempo en nácer, si és que nace, un andaluz tan claro, tan rico de ventura…»
4Há dois casais mediáticos que estão no topo da minha embirração planetária: o casal Tom Cruise e quem quer que o ature e o intragável casal Victória-David Beckham. David Beckham é um jogador banal, cujo único talento é cruzar bolas e cuja grande contribuição para o futebol foi a criação da moda dos penteados diferentes e tatuagens novas todas as semanas, que qualquer jogador de terceira hoje imita, na esperança de chamar as atenções de um grande. Ela é conhecida apenas pela sua futilidade e capacidade de esbanjar milhares de contos em jóias e roupas em menos tempo do que dura um jogo de futebol, além do orgulho com que declarou nunca ter lido um livro na vida…por falta de tempo! Ver a patética Victória e o imbecil do Cruise a torcerem pelo Real nas bancadas de Chamartin, como se percebessem alguma coisa de futebol, fez-me desejar ainda mais que o Barça fosse campeão. Mas a sorte e uma escandalosa arbitragem a favor do Real não tornaram possível o milagre. «Qué lástima!»
segunda-feira, junho 18, 2007
Árbitros - Classificação relativa à época 2006-2007
Pedro Proença foi o melhor árbitro de 2006/07.
É a terceira vez que atinge o primeiro lugar, desta feita seguido de Lucílio Batista e Olegário Benquerença, todos juízes internacionais.
Nuno Almeida, Carlos Duarte e Hélio Santos descem de categoria, embora a posição do segundo dependa de um processo disciplinar.
Ascendem à 1ª categoria, Marco Ferreira (AF Madeira), João Capela (AF Lisboa) e Luís Reforço (AF Setúbal).
Árbitros| Associação| Pontuação
1 - Pedro Proença (AF Lisboa) 9,863
2 - Lucílio Batista (AF Setúbal) 9,808
3 - Olegário Benquerença (AF Leiria) 9,802
4 - Jorge Sousa (AF Porto) 9,797
5 - João Ferreira (AF Setúbal) 9,790 (a)
6 - Bruno Paixão (AF Setúbal) 9,735
7 - Pedro Henriques (AF Lisboa) 9,734
8 - Carlos Xistra (AF Castelo Branco) 9,707
9 - Paulo Paraty (AF Porto) 9,682
10 - Elmano Santos (AF Madeira) 9,670
11 - Paulo Costa (AF Porto) 9,633 (a)
12 - João Vilas Boas (AF Braga) 9,612
13 - Hugo Miguel (AF Lisboa) 9,599
14 - Cosme Machado (AF Braga) 9,598
15 - Rui Costa (AF Porto) 9,574
16 - Paulo Batista (AF Portalegre) 9,573 (b)
17 - Rui Silva (AF Vila Real) 9,567
18 - Artur Soares Dias (AF Porto) 9,561
19 - Paulo Pereira (AF Viana do Castelo) 9,523
20 - Vasco Santos (AF Porto) 9,521
21 - Augusto Duarte (AF Braga) 9,514
DESCEM À SEGUNDA CATEGORIA
22 - Nuno Almeida (AF Algarve) 9,503
23 - Carlos Duarte (AF Porto) 9,483 (b)
24 - Hélio Santos (AF Lisboa) 9,448
SEM CLASSIFICAÇÃO
Duarte Gomes (AF Lisboa) (c)
(a) Classificação pendente de decisão do Conselho de Justiça
(b) Classificação pendente de decisão de Processo Disciplinar
(c) Lesionado, não tem classificação por falta de testes físicos e teóricos. Mantém-se na 1ª categoria, por ser Internacional
É a terceira vez que atinge o primeiro lugar, desta feita seguido de Lucílio Batista e Olegário Benquerença, todos juízes internacionais.
Nuno Almeida, Carlos Duarte e Hélio Santos descem de categoria, embora a posição do segundo dependa de um processo disciplinar.
Ascendem à 1ª categoria, Marco Ferreira (AF Madeira), João Capela (AF Lisboa) e Luís Reforço (AF Setúbal).
Árbitros| Associação| Pontuação
1 - Pedro Proença (AF Lisboa) 9,863
2 - Lucílio Batista (AF Setúbal) 9,808
3 - Olegário Benquerença (AF Leiria) 9,802
4 - Jorge Sousa (AF Porto) 9,797
5 - João Ferreira (AF Setúbal) 9,790 (a)
6 - Bruno Paixão (AF Setúbal) 9,735
7 - Pedro Henriques (AF Lisboa) 9,734
8 - Carlos Xistra (AF Castelo Branco) 9,707
9 - Paulo Paraty (AF Porto) 9,682
10 - Elmano Santos (AF Madeira) 9,670
11 - Paulo Costa (AF Porto) 9,633 (a)
12 - João Vilas Boas (AF Braga) 9,612
13 - Hugo Miguel (AF Lisboa) 9,599
14 - Cosme Machado (AF Braga) 9,598
15 - Rui Costa (AF Porto) 9,574
16 - Paulo Batista (AF Portalegre) 9,573 (b)
17 - Rui Silva (AF Vila Real) 9,567
18 - Artur Soares Dias (AF Porto) 9,561
19 - Paulo Pereira (AF Viana do Castelo) 9,523
20 - Vasco Santos (AF Porto) 9,521
21 - Augusto Duarte (AF Braga) 9,514
DESCEM À SEGUNDA CATEGORIA
22 - Nuno Almeida (AF Algarve) 9,503
23 - Carlos Duarte (AF Porto) 9,483 (b)
24 - Hélio Santos (AF Lisboa) 9,448
SEM CLASSIFICAÇÃO
Duarte Gomes (AF Lisboa) (c)
(a) Classificação pendente de decisão do Conselho de Justiça
(b) Classificação pendente de decisão de Processo Disciplinar
(c) Lesionado, não tem classificação por falta de testes físicos e teóricos. Mantém-se na 1ª categoria, por ser Internacional
domingo, junho 17, 2007
Breve Análise ao Portugal/Israel numa perspectiva global
Portugal finalizou a sua participação no Europeu de Sub-21 com uma vitória por 4-0 frente à débil selecção israelita.
Contra 11 “bidons”, Portugal não sentiu quaisquer dificuldades em se impor de forma categórica.
Foi tudo demasiado fácil!
Perante uma equipa que nunca pressionou e que concedeu demasiados espaços, a superioridade técnica dos portugueses bastou para triunfar.
Sucesso que, todavia, de nada valeu.
Ou, por outra, de nada valeu no contexto competitivo do Europeu, pois que poderá, ainda, significar a disputa de um play-off de acesso aos Jogos Olímpicos de Pequim.
Portugal venceu, a Bélgica empatou e a eliminação tornou-se realidade.
Uma realidade antecipada pelos resultados averbados nas partidas frente à Bélgica e Holanda.
Quando Portugal empatou com a Bélgica, Couceiro procurou sossegar os espíritos mais inquietos ou devo dizer mais avisados, afirmando que o resultado se enquadrava no que havia perspectivado como necessário ao apuramento.
Como enfatizei na análise à partida com a Holanda, não foi só nos aspectos técnico-tácticos que Couceiro falhou.
Falhou globalmente!
Mas, Couceiro conseguiu ir ainda mais longe quando para demonstrar o seu profissionalismo evidenciou a sua incompetência!
Couceiro disse ter preparado o jogo com a Holanda de forma exaustiva, sem descurar um só pormenor que fosse.
Cumpre elogiar a sua capacidade de trabalho, mas não se pode deixar de questionar o conjunto das demais competências de Couceiro.
Um conhecimento tão profundo do adversário não permite perceber a opção por Amoreirinha em detrimento de João Pereira.
O ala esquerdo holandês é, acima de tudo, um jogador rápido e versátil, ou seja, tudo aquilo que Amoreirinha não é!
Assim, impõe-se uma só conclusão – Couceiro é trabalhador, mas incompetente!
O insucesso da nossa participação neste Europeu radicou em larga medida em Couceiro, como o inêxito do ano passado assentou em Agostinho Oliveira.
Agostinho Oliveira foi e bem despedido.
Haverá coerência?
Duvido, mas espero sinceramente que sim!
Contra 11 “bidons”, Portugal não sentiu quaisquer dificuldades em se impor de forma categórica.
Foi tudo demasiado fácil!
Perante uma equipa que nunca pressionou e que concedeu demasiados espaços, a superioridade técnica dos portugueses bastou para triunfar.
Sucesso que, todavia, de nada valeu.
Ou, por outra, de nada valeu no contexto competitivo do Europeu, pois que poderá, ainda, significar a disputa de um play-off de acesso aos Jogos Olímpicos de Pequim.
Portugal venceu, a Bélgica empatou e a eliminação tornou-se realidade.
Uma realidade antecipada pelos resultados averbados nas partidas frente à Bélgica e Holanda.
Quando Portugal empatou com a Bélgica, Couceiro procurou sossegar os espíritos mais inquietos ou devo dizer mais avisados, afirmando que o resultado se enquadrava no que havia perspectivado como necessário ao apuramento.
Como enfatizei na análise à partida com a Holanda, não foi só nos aspectos técnico-tácticos que Couceiro falhou.
Falhou globalmente!
Mas, Couceiro conseguiu ir ainda mais longe quando para demonstrar o seu profissionalismo evidenciou a sua incompetência!
Couceiro disse ter preparado o jogo com a Holanda de forma exaustiva, sem descurar um só pormenor que fosse.
Cumpre elogiar a sua capacidade de trabalho, mas não se pode deixar de questionar o conjunto das demais competências de Couceiro.
Um conhecimento tão profundo do adversário não permite perceber a opção por Amoreirinha em detrimento de João Pereira.
O ala esquerdo holandês é, acima de tudo, um jogador rápido e versátil, ou seja, tudo aquilo que Amoreirinha não é!
Assim, impõe-se uma só conclusão – Couceiro é trabalhador, mas incompetente!
O insucesso da nossa participação neste Europeu radicou em larga medida em Couceiro, como o inêxito do ano passado assentou em Agostinho Oliveira.
Agostinho Oliveira foi e bem despedido.
Haverá coerência?
Duvido, mas espero sinceramente que sim!
quinta-feira, junho 14, 2007
Por falar em Mercado
Começa a revelar-se escassa a denominação de Jorge Mendes como o rei do mercado de transferências.
A afirmação surgiu em 2004 quando liderou as transferências de Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Mourinho para o Chelsea e assume-se agora como incontestável.
Desde então a sua influência no mercado consolidou-se ao ponto de ter movimentado 57 milhões de euros num só dia.
Indústrias portuguesas há que não atingem tais valores num ano.
Com as transferências de Nani e Anderson para o Manchester United, as contas da Gestifute envolvendo transferências com origem no campeonato português ultrapassam os 234 milhões de euros.
E isto considerando apenas os negócios acima dos cinco milhões de euros.
Natural de Lisboa, Jorge Mendes tem actualmente 38 anos.
Em 1996, então com apenas 27 anos, fez-se notar pela primeira vez ao transferir o guarda-redes Nuno do Guimarães para o Corunha, logrando ainda mudar o então desconhecido Costinha, que jogava no Machico da II Divisão, para o Mónaco.
Números
Anderson 31,5 milhões
Ricardo Carvalho 30 milhões
Nani 25,5 milhões
Deco 21 milhões*
Paulo Ferreira 20 milhões
Cristiano Ronaldo 17,5 milhões
Maniche 16 milhões
Jorge Andrade 13 milhões
Hugo Viana 12,7 milhões
Tiago 12 milhões
Seitaridis 10 milhões
Derlei 7,5 milhões
Quaresma 6,4 milhões
José Mourinho 6 milhões
*inclui o valor atribuído ao passe de Quaresma
A afirmação surgiu em 2004 quando liderou as transferências de Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Mourinho para o Chelsea e assume-se agora como incontestável.
Desde então a sua influência no mercado consolidou-se ao ponto de ter movimentado 57 milhões de euros num só dia.
Indústrias portuguesas há que não atingem tais valores num ano.
Com as transferências de Nani e Anderson para o Manchester United, as contas da Gestifute envolvendo transferências com origem no campeonato português ultrapassam os 234 milhões de euros.
E isto considerando apenas os negócios acima dos cinco milhões de euros.
Natural de Lisboa, Jorge Mendes tem actualmente 38 anos.
Em 1996, então com apenas 27 anos, fez-se notar pela primeira vez ao transferir o guarda-redes Nuno do Guimarães para o Corunha, logrando ainda mudar o então desconhecido Costinha, que jogava no Machico da II Divisão, para o Mónaco.
Números
Anderson 31,5 milhões
Ricardo Carvalho 30 milhões
Nani 25,5 milhões
Deco 21 milhões*
Paulo Ferreira 20 milhões
Cristiano Ronaldo 17,5 milhões
Maniche 16 milhões
Jorge Andrade 13 milhões
Hugo Viana 12,7 milhões
Tiago 12 milhões
Seitaridis 10 milhões
Derlei 7,5 milhões
Quaresma 6,4 milhões
José Mourinho 6 milhões
*inclui o valor atribuído ao passe de Quaresma
quarta-feira, junho 13, 2007
Análise ao Holanda/Portugal
Segundo jogo, igual desilusão.
Os pecadilhos e as insuficiências da estreia marcaram, de novo, presença.
Couceiro alterou o onze e o sistema, mas sem resultados perceptíveis.
Fez entrar Amoreirinha, Antunes e Ruben Amorim para os lugares de Filipe Oliveira, José Gonçalves e Yannick Djállo, respectivamente.
Se as primeiras duas modificações não importaram qualquer abalo na estrutura táctica antes apresentada, já a chamada de Ruben Amorim em detrimento de Yannick Djállo implicou uma substancial ruptura sistémica.
Ao invés do 4x3x3 da partida com a Bélgica, Portugal apresentou-se num 4x4x2 em losango.
Se é inegável que o 4x3x3 do jogo inaugural se mostrou totalmente inadequado face às características dos jogadores à disposição de Couceiro, desde logo pela ausência de extremos puros, menos verdade não foi que o 4x4x2 em losango se perdeu na comunhão de identidades futebolísticas dos elementos que compuseram o meio-campo.
A matriz essencial do futebol de Miguel Veloso, Rubem Amorim e Manuel Fernandes é substancialmente idêntica, o que, pura e simplesmente, provoca a sua anulação mútua.
Uma equipa é tão mais forte, quanto mais complementar conseguir ser e Portugal é a negação deste princípio.
Mas, Couceiro consegue ir mais longe – desbaratou as melhores qualidades de alguns dos jogadores mais influentes da equipa.
Moutinho e Nani são excelentes médios de transição.
Aí expressam de forma assaz eloquente os seus melhores predicados – a capacidade de jogar entre linhas e a capacidade de emprestar profundidade ao momento ofensivo em penetrações verticais ou estendendo-o até às alas.
Actuando como n.º 10 e como segundo homem do duo atacante a sua influência dilui-se.
Mais – Couceiro desperdiçou as rotinas que a opção por um meio-campo composto por Veloso, Moutinho, Nani e Djállo lhe oferecia.
Deitar fora processos de jogo profundamente consolidados e inegavelmente eficazes, só por estultice.
Olhando ao naipe de atletas que compõem o plantel de Couceiro apenas se pedia que não inventasse. Que optasse pelas escolhas óbvias e as colocasse nas suas posições naturais.
Pois bem, nem isso Couceiro logrou!
Claro está que assim não se estranha que Portugal se apresente como uma equipa pouco compacta, com pouco ligação entre sectores, com as linhas muito espaçadas entre si e demonstre não possuir fio de jogo.
A incapacidade de ligar dois passes no momento ofensivo é chocante.
As transições não existem.
Cada jogador procura por si resolver a incompetência colectiva da equipa, usando e abusando das iniciativas individuais.
Por outro lado, Couceiro demonstrou, uma vez mais, falta de capacidade de liderança.
Não conseguiu domar os enormes egos dos jogadores da nossa selecção.
Antes pelo contrário.
A ausência de uma voz de comando, libertou as vedetinhas que habitam na generalidade dos jogadores portugueses.
Neste particular, com Scolari tudo seria bem diferente.
Os resultados averbados não são mais do que reflexo destes problemas.
Neste jogo, como no da Bélgica, Portugal nunca foi uma equipa, mas sim uma mera soma de individualidades.
Pelo contrário, a Holanda foi uma verdadeira equipa, polvilhada de individualidades que nunca descuraram o sentido colectivo do jogo.
Por isso venceu.
Os pecadilhos e as insuficiências da estreia marcaram, de novo, presença.
Couceiro alterou o onze e o sistema, mas sem resultados perceptíveis.
Fez entrar Amoreirinha, Antunes e Ruben Amorim para os lugares de Filipe Oliveira, José Gonçalves e Yannick Djállo, respectivamente.
Se as primeiras duas modificações não importaram qualquer abalo na estrutura táctica antes apresentada, já a chamada de Ruben Amorim em detrimento de Yannick Djállo implicou uma substancial ruptura sistémica.
Ao invés do 4x3x3 da partida com a Bélgica, Portugal apresentou-se num 4x4x2 em losango.
Se é inegável que o 4x3x3 do jogo inaugural se mostrou totalmente inadequado face às características dos jogadores à disposição de Couceiro, desde logo pela ausência de extremos puros, menos verdade não foi que o 4x4x2 em losango se perdeu na comunhão de identidades futebolísticas dos elementos que compuseram o meio-campo.
A matriz essencial do futebol de Miguel Veloso, Rubem Amorim e Manuel Fernandes é substancialmente idêntica, o que, pura e simplesmente, provoca a sua anulação mútua.
Uma equipa é tão mais forte, quanto mais complementar conseguir ser e Portugal é a negação deste princípio.
Mas, Couceiro consegue ir mais longe – desbaratou as melhores qualidades de alguns dos jogadores mais influentes da equipa.
Moutinho e Nani são excelentes médios de transição.
Aí expressam de forma assaz eloquente os seus melhores predicados – a capacidade de jogar entre linhas e a capacidade de emprestar profundidade ao momento ofensivo em penetrações verticais ou estendendo-o até às alas.
Actuando como n.º 10 e como segundo homem do duo atacante a sua influência dilui-se.
Mais – Couceiro desperdiçou as rotinas que a opção por um meio-campo composto por Veloso, Moutinho, Nani e Djállo lhe oferecia.
Deitar fora processos de jogo profundamente consolidados e inegavelmente eficazes, só por estultice.
Olhando ao naipe de atletas que compõem o plantel de Couceiro apenas se pedia que não inventasse. Que optasse pelas escolhas óbvias e as colocasse nas suas posições naturais.
Pois bem, nem isso Couceiro logrou!
Claro está que assim não se estranha que Portugal se apresente como uma equipa pouco compacta, com pouco ligação entre sectores, com as linhas muito espaçadas entre si e demonstre não possuir fio de jogo.
A incapacidade de ligar dois passes no momento ofensivo é chocante.
As transições não existem.
Cada jogador procura por si resolver a incompetência colectiva da equipa, usando e abusando das iniciativas individuais.
Por outro lado, Couceiro demonstrou, uma vez mais, falta de capacidade de liderança.
Não conseguiu domar os enormes egos dos jogadores da nossa selecção.
Antes pelo contrário.
A ausência de uma voz de comando, libertou as vedetinhas que habitam na generalidade dos jogadores portugueses.
Neste particular, com Scolari tudo seria bem diferente.
Os resultados averbados não são mais do que reflexo destes problemas.
Neste jogo, como no da Bélgica, Portugal nunca foi uma equipa, mas sim uma mera soma de individualidades.
Pelo contrário, a Holanda foi uma verdadeira equipa, polvilhada de individualidades que nunca descuraram o sentido colectivo do jogo.
Por isso venceu.
terça-feira, junho 12, 2007
Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares
1Nenhum benfiquista pode dizer que o seu presidente não é absolutamente infatigável a tentar manter em alta a chama dos benfiquistas espalhados pelo país inteiro e pelas comunidades emigrantes. Já Vale e Azevedo tinha descoberto essa regra elementar: um clube com a dimensão do Benfica não pode passar tanto tempo sem ganhar títulos, nas várias modalidades e, em especial, no futebol. Pelo que, à falta de títulos conquistados em campo, é preciso conquistar, fora do campo, o título de campeão dos jogos florais e isso consegue-se através de duas medidas: estar sempre a arranjar oportunidades para falar e gritar eternamente que, se o Benfica não ganha, é porque os outros fazem batota. Fazem batota em tudo: no hóquei, no básquete, no vólei, no andebol, no atletismo. E, no futebol, não se limitam a fazê-la nos seniores, mas também em todos os outros escalões etários.
Esta semana tivemos mais um bom exemplo desta máxima. Enquanto o presidente do Benfica, de visita a Barcelos, se saía com mais uma repetição daquele disco rachado da «transparência» e «verdade desportiva», em que, segundo ele, o Benfica é campeão nacional absoluto e crónico, lá, de dentro dos campos de futebol, vinham mais uns dolorosos factos: o título de juniores foi à vida, perdido para o FC Porto e, rezam as crónicas, que com toda a justiça; o de juvenis ficou seriamente comprometido com um empate caseiro com o Sporting; e o de iniciados desvaneceu-se numa humilhante derrota por 0-6, também contra o FC Porto. Como não há-de o homem deixar de tocar o seu disco rachado pelo país inteiro, para confortar e sossegar os mais crédulos benfiquistas?
Disse Vieira em Barcelos que, se tivesse ficado calado, o Benfica teria sido campeão (como, porquê, em que jogo?). Mas disse-o por dizer. Ele sabe que a inversa é que é verdadeira: se tivesse sido campeão é que tinha ficado calado. Se tivesse percebido, ao longo da época, que o Benfica tinha superioridade suficiente sobre os rivais para poder ser campeão, não tinha andado a vender a lenda do Apito Dourado pelas chafaricas do Portugal profundo. Não se lembram de o ter ouvido dizer que a arbitragem tinha melhorado, quando o Benfica foi campeão em 2005?
2João Botelho e Cª fartaram-se de esperar que a justiça funcione. Tão ou mais impacientes que o próprio presidente do Benfica, eles estão cansados de esperar que a Dr.ª Maria José Morgado consiga provar que o campeão europeu de 2004 precisou de corromper o árbitro para vencer no Dragão um Estrela da Amadora já condenado à descida. Ou que o Ministério Público consiga pôr de pé uma acusação fundada na credibilidade testemunhal da D.ª Carolina Salgado e que não seja sumariamente desfeita em tribunal. Ou que o CD da Liga invente poderes instrutórios próprios e capacidade de investigação criminal adquirida ad hoc para lhes servir numa bandeja a tão esperada vingança de anos a fio de humilhação desportiva de todos os benfiquistas. A vingança tarda e não há como a arte ao serviço da verdade e do povo. Assim, o João Botelho teve a genial ideia de se substituir à justiça, levando ele o Apito Dourado para o cinema. O título anunciado — Corrupção — diz tudo sobre as preocupações de justiça e verdade de tão cívica empreitada. Antes mesmo de qualquer acusação, de qualquer hipótese de defesa pública, ele já tratou do julgamento e da sentença.
Sabendo-se como em Portugal, todos os cineastas são bissextos, eu fico contente por saber que o João Botelho conseguiu encontrar uma ideia genial para um filme. É mesmo um filão a explorar no futuro, quem sabe, com um novo filme, de título Prisão, versando as aventuras de Vale e Azevedo e os seus apoiantes de então…Por outro lado, também fico contente por saber que este será um dos raros filmes portugueses que não precisa (e certamente não irá ter…) subsídio dos contribuintes. É que, com seis milhões de benfiquistas, e alguns verdadeiramente militantes como o Barbas — capaz de assistir, de lágrima no olho, a sessões contínuas — está garantido o êxito.
3Faço sempre um esforço consciente para distinguir, quando critico alguém, os aspectos públicos dos privados. Isto é, não faço críticas de carácter pessoal, mas apenas à actividade pública, profissional, dos visados — o que é completamente legítimo. Por exemplo: Ricardo, o guarda-redes do Sporting e da Selecção. Critiquei-o algumas vezes no passado, como guarda-redes e nada mais, e, por isso, consigo reconhecer, com toda a normalidade, que ele foi o melhor guarda-redes do campeonato, este ano. A experiência diz-me que isto não é compreendido pela generalidade das pessoas que andam no futebol, e, em particular, pelos jogadores. Estão habituados a só ouvir elogios ou silêncios, quando mereciam críticas. Alguns acham que têm o mundo aos pés e que estão acima do direito de crítica — mesmo alguns que viveram ou jogaram no estrangeiro e que sabem que lá a crítica não é tão branda nem tão hipócrita como aqui. Paciência, só resta esperar que aprendam que não são mais do que os escritores, os pintores, os músicos, os arquitectos, os políticos, qualquer um que desempenhe uma profissão ou uma função pública.
Vem isto a propósito da morte de Adriano Pinto, que anos, décadas a fio, foi presidente da Associação de Futebol do Porto. Li diversos obituários e opiniões sobre ele, mas em nenhum deles, alguém, nem sequer os seus inimigos de sempre, se atreveram a criticá-lo. É um hábito bem português: quando morremos, todos passamos a ser santos. Ora, eu não conheci o homem, que me merece o respeito devido a todos, mas conheci, de fora, o dirigente. É evidente para mim e para todos os que olham o futebol de fora, sem jamais aspirar a nada do que continuar a ser espectador, que Adriano Pinto representou um tipo de dirigente desportivo que nada trouxe, antes pelo contrário, ao crédito e prestígio que todos reclamam para a indústria do futebol. Que ninguém tenha sido capaz de o dizer, preto no branco, demonstra até que ponto essa indústria continua a ser um mundo fechado, de cumplicidades, conivências e solidariedades obscuras, em que os gritos de «moralização» ou «transparência» não passam de tiros de pólvora seca de quem episodicamente está a perder e quer voltar a ganhar. Soube agora que o Presidente Jorge Sampaio o condecorou com uma qualquer medalha de mérito, em 2005. Foi um dos 30.350 (!) comendadores que os nossos Presidentes da República resolveram distinguir nos trinta anos de democracia que levamos. E, se assim foi, devo ser eu que estou errado.
Esta semana tivemos mais um bom exemplo desta máxima. Enquanto o presidente do Benfica, de visita a Barcelos, se saía com mais uma repetição daquele disco rachado da «transparência» e «verdade desportiva», em que, segundo ele, o Benfica é campeão nacional absoluto e crónico, lá, de dentro dos campos de futebol, vinham mais uns dolorosos factos: o título de juniores foi à vida, perdido para o FC Porto e, rezam as crónicas, que com toda a justiça; o de juvenis ficou seriamente comprometido com um empate caseiro com o Sporting; e o de iniciados desvaneceu-se numa humilhante derrota por 0-6, também contra o FC Porto. Como não há-de o homem deixar de tocar o seu disco rachado pelo país inteiro, para confortar e sossegar os mais crédulos benfiquistas?
Disse Vieira em Barcelos que, se tivesse ficado calado, o Benfica teria sido campeão (como, porquê, em que jogo?). Mas disse-o por dizer. Ele sabe que a inversa é que é verdadeira: se tivesse sido campeão é que tinha ficado calado. Se tivesse percebido, ao longo da época, que o Benfica tinha superioridade suficiente sobre os rivais para poder ser campeão, não tinha andado a vender a lenda do Apito Dourado pelas chafaricas do Portugal profundo. Não se lembram de o ter ouvido dizer que a arbitragem tinha melhorado, quando o Benfica foi campeão em 2005?
2João Botelho e Cª fartaram-se de esperar que a justiça funcione. Tão ou mais impacientes que o próprio presidente do Benfica, eles estão cansados de esperar que a Dr.ª Maria José Morgado consiga provar que o campeão europeu de 2004 precisou de corromper o árbitro para vencer no Dragão um Estrela da Amadora já condenado à descida. Ou que o Ministério Público consiga pôr de pé uma acusação fundada na credibilidade testemunhal da D.ª Carolina Salgado e que não seja sumariamente desfeita em tribunal. Ou que o CD da Liga invente poderes instrutórios próprios e capacidade de investigação criminal adquirida ad hoc para lhes servir numa bandeja a tão esperada vingança de anos a fio de humilhação desportiva de todos os benfiquistas. A vingança tarda e não há como a arte ao serviço da verdade e do povo. Assim, o João Botelho teve a genial ideia de se substituir à justiça, levando ele o Apito Dourado para o cinema. O título anunciado — Corrupção — diz tudo sobre as preocupações de justiça e verdade de tão cívica empreitada. Antes mesmo de qualquer acusação, de qualquer hipótese de defesa pública, ele já tratou do julgamento e da sentença.
Sabendo-se como em Portugal, todos os cineastas são bissextos, eu fico contente por saber que o João Botelho conseguiu encontrar uma ideia genial para um filme. É mesmo um filão a explorar no futuro, quem sabe, com um novo filme, de título Prisão, versando as aventuras de Vale e Azevedo e os seus apoiantes de então…Por outro lado, também fico contente por saber que este será um dos raros filmes portugueses que não precisa (e certamente não irá ter…) subsídio dos contribuintes. É que, com seis milhões de benfiquistas, e alguns verdadeiramente militantes como o Barbas — capaz de assistir, de lágrima no olho, a sessões contínuas — está garantido o êxito.
3Faço sempre um esforço consciente para distinguir, quando critico alguém, os aspectos públicos dos privados. Isto é, não faço críticas de carácter pessoal, mas apenas à actividade pública, profissional, dos visados — o que é completamente legítimo. Por exemplo: Ricardo, o guarda-redes do Sporting e da Selecção. Critiquei-o algumas vezes no passado, como guarda-redes e nada mais, e, por isso, consigo reconhecer, com toda a normalidade, que ele foi o melhor guarda-redes do campeonato, este ano. A experiência diz-me que isto não é compreendido pela generalidade das pessoas que andam no futebol, e, em particular, pelos jogadores. Estão habituados a só ouvir elogios ou silêncios, quando mereciam críticas. Alguns acham que têm o mundo aos pés e que estão acima do direito de crítica — mesmo alguns que viveram ou jogaram no estrangeiro e que sabem que lá a crítica não é tão branda nem tão hipócrita como aqui. Paciência, só resta esperar que aprendam que não são mais do que os escritores, os pintores, os músicos, os arquitectos, os políticos, qualquer um que desempenhe uma profissão ou uma função pública.
Vem isto a propósito da morte de Adriano Pinto, que anos, décadas a fio, foi presidente da Associação de Futebol do Porto. Li diversos obituários e opiniões sobre ele, mas em nenhum deles, alguém, nem sequer os seus inimigos de sempre, se atreveram a criticá-lo. É um hábito bem português: quando morremos, todos passamos a ser santos. Ora, eu não conheci o homem, que me merece o respeito devido a todos, mas conheci, de fora, o dirigente. É evidente para mim e para todos os que olham o futebol de fora, sem jamais aspirar a nada do que continuar a ser espectador, que Adriano Pinto representou um tipo de dirigente desportivo que nada trouxe, antes pelo contrário, ao crédito e prestígio que todos reclamam para a indústria do futebol. Que ninguém tenha sido capaz de o dizer, preto no branco, demonstra até que ponto essa indústria continua a ser um mundo fechado, de cumplicidades, conivências e solidariedades obscuras, em que os gritos de «moralização» ou «transparência» não passam de tiros de pólvora seca de quem episodicamente está a perder e quer voltar a ganhar. Soube agora que o Presidente Jorge Sampaio o condecorou com uma qualquer medalha de mérito, em 2005. Foi um dos 30.350 (!) comendadores que os nossos Presidentes da República resolveram distinguir nos trinta anos de democracia que levamos. E, se assim foi, devo ser eu que estou errado.
segunda-feira, junho 11, 2007
Dois Olhares, Duas Opiniões - Qual a que Partilham?
O olheiro do Chelsea no Campeonato da Europa sub-21 na Holanda, Piet de Visser, reconhece o grande talento do futebolista português Nani, já contratado pelo ManUtd, mas tem dúvidas sobre a sua adaptação à Premier League.
"Do ponto de vista técnico, este rapaz é um supertalento. Fez a sua formação com o Sporting e é tecnicamente muito bom, quase perfeito", disse De Visser ao The Sun, ressalvando: "Prevejo que apesar do seu talento possa não ser o jogador indicado para a Premier League".
E ficam as explicações: «Os seus cruzamentos nem sempre são bons, dribla em demasia para entusiasmar os adeptos e não porque queira ser produtivo. Cristiano Ronaldo sentiu os mesmos problemas quando jogou pela primeira vez no United».
Por seu turno, Paulo Sousa, em declarações à BBC, disse sobre Nani:
"Nos próximos cinco ou dez anos, Nani e Cristiano Ronaldo podem ser os melhores jogadores do Mundo", acrescentando que Nani "É um jogador explosivo e muito forte. É rápido e será uma excelente contratação para o Manchester United".
Sublinhando que o ex-leão «é ainda muito novo» e que precisa «de algum tempo para crescer», Paulo Sousa entende que Alex Ferguson é o técnico indicado para potenciar o futebol do jovem extremo.
"Nani tem um talento incrível e Alex Ferguson adora trabalhar com jogadores assim, brilhante a criar grandes futebolistas", rematou.
"Do ponto de vista técnico, este rapaz é um supertalento. Fez a sua formação com o Sporting e é tecnicamente muito bom, quase perfeito", disse De Visser ao The Sun, ressalvando: "Prevejo que apesar do seu talento possa não ser o jogador indicado para a Premier League".
E ficam as explicações: «Os seus cruzamentos nem sempre são bons, dribla em demasia para entusiasmar os adeptos e não porque queira ser produtivo. Cristiano Ronaldo sentiu os mesmos problemas quando jogou pela primeira vez no United».
Por seu turno, Paulo Sousa, em declarações à BBC, disse sobre Nani:
"Nos próximos cinco ou dez anos, Nani e Cristiano Ronaldo podem ser os melhores jogadores do Mundo", acrescentando que Nani "É um jogador explosivo e muito forte. É rápido e será uma excelente contratação para o Manchester United".
Sublinhando que o ex-leão «é ainda muito novo» e que precisa «de algum tempo para crescer», Paulo Sousa entende que Alex Ferguson é o técnico indicado para potenciar o futebol do jovem extremo.
"Nani tem um talento incrível e Alex Ferguson adora trabalhar com jogadores assim, brilhante a criar grandes futebolistas", rematou.
Afinal a História Sempre se Repete!
Começou, ontem, o Europeu de Sub-21 que se disputa na Holanda.
Portugal defrontou a Bélgica no jogo inaugural e não foi além de um insosso empate.
No final da partida ficou-me uma ideia de déjá vu!
Rebusquei o arquivo deste blog e as semelhanças com a partida inaugural do Europeu do mesmo escalão do ano passado são, realmente, de pasmar.
Espero e desejo que o balanço final da participação lusa seja bem distinto.
Aqui fica a minha análise do encontro com a França da época transacta para que vejam a preocupante similitude com o sucedido ontem frente à Bélgica
"Portugal iniciou, ontem, a sua participação no Euro Sub-21.
E começou mal, muito mal.
Agostinho Oliveira apresentou o onze esperado, recheado de talentos emergentes do futebol nacional, mas a exibição foi paupérrima.
Portugal nunca foi uma equipa, mas sim uma mera soma de individualidades.
A França foi uma verdadeira equipa, polvilhada de individualidades que nunca descuraram o sentido colectivo do jogo.
Os jovens portugueses sucumbiram à pressão de ganhar.
A obrigação de ganhar toldou os espíritos lusos, cerceando a capacidade futebolística dos seus jogadores.
A acrescer a selecção nacional nunca demonstrou possuir fio de jogo, usando e abusando do jogo directo.
O meio-campo luso, o sector teoricamente mais forte da equipa, nunca foi capaz de assumir o jogo, sufocado que foi pela intensa pressão alta francesa.
Portugal foi sempre uma equipa pouco compacta, com pouco ligação entre sectores, com as linhas muito espaçadas entre si.
A França foi, exactamente, o contrário.
Por isso venceu.
Entrámos mal na partida e pior ficámos quando num lance, no mínimo, caricato a França alcançou aquele que viria a ser o golo da sua vitória.
Se os níveis de ansiedade já eram altos, por essa ocasião foram elevados à milésima potência.
A partir daí, Portugal se já estava a jogar mal, pior ficou.
Não ligou uma jogada de ataque que fosse, apenas fez dois remates à baliza (um de Nani e outro de Hugo Almeida) e revelou-se sempre incapaz de chegar com perigo à área francesa.
As substituições promovidas por Agostinho Oliveira partiram a equipa, desmembrando o já de si depauperado meio-campo português.
Como consequência óbvia e natural, os jogadores portugueses acentuaram o recurso ao jogo directo.
A incapacidade de organização do jogo ofensivo revelada pelo meio-campo de Portugal encaminhou a equipa para a miragem dos lançamentos longos a procurar o jogo de cabeça de Hugo Almeida.
Procurava Portugal utilizar Hugo Almeida como pivot, segurando ou amortecendo a bola para as entradas dos médios. Nunca resultou quer por incapacidade de Hugo Almeida em ganhar as bolas de cabeça, quer por incapacidade de uma vez ganhas as endossar em condições aos seus colegas, quer por falta de direcção nos lançamentos longos efectuados.
Com excepção dos lances de futebol directo, Portugal raras vezes conseguiu penetrar no último terço defensivo francês. Faltou organização e planeamento ao jogo ofensivo português.
Sinónimo, talvez, de falta de treino.
A França, que havia já controlado a partida na 1ª metade, acentuou tal domínio no segundo tempo.
Vitória inteiramente justa da melhor equipa em campo. Da melhor e da única.
Destaque para a exibição de Mavuba, sempre em ritmo elevado, cortando linhas de passe, cerceando espaços e lançando as transições rápidas.
Espero e desejo que tudo se altere para melhor no jogo com a Sérvia."
Portugal defrontou a Bélgica no jogo inaugural e não foi além de um insosso empate.
No final da partida ficou-me uma ideia de déjá vu!
Rebusquei o arquivo deste blog e as semelhanças com a partida inaugural do Europeu do mesmo escalão do ano passado são, realmente, de pasmar.
Espero e desejo que o balanço final da participação lusa seja bem distinto.
Aqui fica a minha análise do encontro com a França da época transacta para que vejam a preocupante similitude com o sucedido ontem frente à Bélgica
"Portugal iniciou, ontem, a sua participação no Euro Sub-21.
E começou mal, muito mal.
Agostinho Oliveira apresentou o onze esperado, recheado de talentos emergentes do futebol nacional, mas a exibição foi paupérrima.
Portugal nunca foi uma equipa, mas sim uma mera soma de individualidades.
A França foi uma verdadeira equipa, polvilhada de individualidades que nunca descuraram o sentido colectivo do jogo.
Os jovens portugueses sucumbiram à pressão de ganhar.
A obrigação de ganhar toldou os espíritos lusos, cerceando a capacidade futebolística dos seus jogadores.
A acrescer a selecção nacional nunca demonstrou possuir fio de jogo, usando e abusando do jogo directo.
O meio-campo luso, o sector teoricamente mais forte da equipa, nunca foi capaz de assumir o jogo, sufocado que foi pela intensa pressão alta francesa.
Portugal foi sempre uma equipa pouco compacta, com pouco ligação entre sectores, com as linhas muito espaçadas entre si.
A França foi, exactamente, o contrário.
Por isso venceu.
Entrámos mal na partida e pior ficámos quando num lance, no mínimo, caricato a França alcançou aquele que viria a ser o golo da sua vitória.
Se os níveis de ansiedade já eram altos, por essa ocasião foram elevados à milésima potência.
A partir daí, Portugal se já estava a jogar mal, pior ficou.
Não ligou uma jogada de ataque que fosse, apenas fez dois remates à baliza (um de Nani e outro de Hugo Almeida) e revelou-se sempre incapaz de chegar com perigo à área francesa.
As substituições promovidas por Agostinho Oliveira partiram a equipa, desmembrando o já de si depauperado meio-campo português.
Como consequência óbvia e natural, os jogadores portugueses acentuaram o recurso ao jogo directo.
A incapacidade de organização do jogo ofensivo revelada pelo meio-campo de Portugal encaminhou a equipa para a miragem dos lançamentos longos a procurar o jogo de cabeça de Hugo Almeida.
Procurava Portugal utilizar Hugo Almeida como pivot, segurando ou amortecendo a bola para as entradas dos médios. Nunca resultou quer por incapacidade de Hugo Almeida em ganhar as bolas de cabeça, quer por incapacidade de uma vez ganhas as endossar em condições aos seus colegas, quer por falta de direcção nos lançamentos longos efectuados.
Com excepção dos lances de futebol directo, Portugal raras vezes conseguiu penetrar no último terço defensivo francês. Faltou organização e planeamento ao jogo ofensivo português.
Sinónimo, talvez, de falta de treino.
A França, que havia já controlado a partida na 1ª metade, acentuou tal domínio no segundo tempo.
Vitória inteiramente justa da melhor equipa em campo. Da melhor e da única.
Destaque para a exibição de Mavuba, sempre em ritmo elevado, cortando linhas de passe, cerceando espaços e lançando as transições rápidas.
Espero e desejo que tudo se altere para melhor no jogo com a Sérvia."
quarta-feira, junho 06, 2007
Simão Sabrosa - O Melhor Jogador da Liga Bwin 2006/2007
Simão Sabrosa foi eleito o melhor jogador da Liga Bwin esta temporada.
O capitão do Benfica foi o futebolista mais votado pelos 16 treinadores da Liga portuguesa com 24 pontos. Ricardo Quaresma (FC Porto) ficou na segunda posição com 21 pontos, seguindo-se João Moutinho (Sporting) com 15.
Miguel Veloso (Sporting) mereceu a distinção de jogador-revelação, com Dady (Belenenses) e Anderson (FC Porto) a fecharem o pódio.
Na Liga de Honra, agora Vitalis, Roberto, do Leixões, foi o jogador mais votado pelos 16 treinadores, enquanto Fábio Coentrão, do Rio Ave e que entretanto já assinou pelo Benfica, foi o futebolista-revelação.
Votos dos 16 treinadores da Liga Bwin:
Alberto Pazos (Marítimo)
1.º Simão, 2.º Quaresma, 3.º Pepe; revelação: Miguel Veloso
Carlos Cardoso (V. Setúbal)
1.º João Moutinho, 2.º Pepe, 3.º Simão; revelação: Anderson
Daúto Faquirá (E. Amadora)
1.º Anderson, 2.º Simão, 3.º Quaresma; revelação: Tiago Gomes
Fernando Mira (Naval)
1.º Lucho, 2.º Liedson, 3.º China; revelação: Miguel Veloso
Fernando Santos (Benfica)
1.º Simão, 2.º Pepe, 3.º João Moutinho; revelação: Katsouranis
Jaime Pacheco (Boavista)
1.º Simão, 2.º Pepe, 3.º João Moutinho; revelação: Dady
Jesualdo Ferreira (FC Porto)
1.º Quaresma, 2.º Simão, 3.º Liedson; revelação: Miguel Veloso
Jorge Costa (Sp. Braga)
1.º João Moutinho, 2.º Quaresma, 3.º João Pinto; revelação: Miguel Veloso
Jorge Jesus (Belenenses)
1.º Quaresma, 2.º Simão, 3.º Liedson; revelação: Dady
José Mota (P. Ferreira)
1.º Liedson, 2.º Simão, 3.º Quaresma; revelação: Antunes
Manuel Machado (Académica)
1.º Dady, 2.º João Moutinho, 3.º Kazmierczak; revelação: Anderson
Neca (Aves)
1.º Quaresma, 2.º Petit, 3.º João Moutinho; revelação: Anderson
Paco Soler (Beira-Mar)
1.º Pepe, 2.º Simão, 3.º Liedson; revelação: João Moutinho
Paulo Bento (Sporting)
1.º Simão, 2.º Quaresma, 3.º Pepe; revelação: Dady
Paulo Duarte (U. Leiria)
1.º João Moutinho, 2.º Quaresma, 3.º Simão; revelação: Miguel Veloso
Pedrag Jokanovic (Nacional)
1.º Paulo Assunção, 2.º Quaresma, 3.º João Moutinho; revelação: Nani
O capitão do Benfica foi o futebolista mais votado pelos 16 treinadores da Liga portuguesa com 24 pontos. Ricardo Quaresma (FC Porto) ficou na segunda posição com 21 pontos, seguindo-se João Moutinho (Sporting) com 15.
Miguel Veloso (Sporting) mereceu a distinção de jogador-revelação, com Dady (Belenenses) e Anderson (FC Porto) a fecharem o pódio.
Na Liga de Honra, agora Vitalis, Roberto, do Leixões, foi o jogador mais votado pelos 16 treinadores, enquanto Fábio Coentrão, do Rio Ave e que entretanto já assinou pelo Benfica, foi o futebolista-revelação.
Votos dos 16 treinadores da Liga Bwin:
Alberto Pazos (Marítimo)
1.º Simão, 2.º Quaresma, 3.º Pepe; revelação: Miguel Veloso
Carlos Cardoso (V. Setúbal)
1.º João Moutinho, 2.º Pepe, 3.º Simão; revelação: Anderson
Daúto Faquirá (E. Amadora)
1.º Anderson, 2.º Simão, 3.º Quaresma; revelação: Tiago Gomes
Fernando Mira (Naval)
1.º Lucho, 2.º Liedson, 3.º China; revelação: Miguel Veloso
Fernando Santos (Benfica)
1.º Simão, 2.º Pepe, 3.º João Moutinho; revelação: Katsouranis
Jaime Pacheco (Boavista)
1.º Simão, 2.º Pepe, 3.º João Moutinho; revelação: Dady
Jesualdo Ferreira (FC Porto)
1.º Quaresma, 2.º Simão, 3.º Liedson; revelação: Miguel Veloso
Jorge Costa (Sp. Braga)
1.º João Moutinho, 2.º Quaresma, 3.º João Pinto; revelação: Miguel Veloso
Jorge Jesus (Belenenses)
1.º Quaresma, 2.º Simão, 3.º Liedson; revelação: Dady
José Mota (P. Ferreira)
1.º Liedson, 2.º Simão, 3.º Quaresma; revelação: Antunes
Manuel Machado (Académica)
1.º Dady, 2.º João Moutinho, 3.º Kazmierczak; revelação: Anderson
Neca (Aves)
1.º Quaresma, 2.º Petit, 3.º João Moutinho; revelação: Anderson
Paco Soler (Beira-Mar)
1.º Pepe, 2.º Simão, 3.º Liedson; revelação: João Moutinho
Paulo Bento (Sporting)
1.º Simão, 2.º Quaresma, 3.º Pepe; revelação: Dady
Paulo Duarte (U. Leiria)
1.º João Moutinho, 2.º Quaresma, 3.º Simão; revelação: Miguel Veloso
Pedrag Jokanovic (Nacional)
1.º Paulo Assunção, 2.º Quaresma, 3.º João Moutinho; revelação: Nani
terça-feira, junho 05, 2007
Miserável!
Vergonha!
Tinha escrito que me era difícil imaginar que pudéssemos descer mais baixo do que o fizemos quando aceitamos defrontar o terceiro classificado do campeonato do Kuwait.
Pois bem, em escassas horas a realidade superou largamente a minha imaginação!
Batemos no fundo!
Paupérrimo desempenho!
Scolari havia afirmado a plenos pulmões que o prestígio mundial da nossa selecção era agora indiscutível.
Pois bem, em escassas horas desbaratou-o!
Talvez não por completo, mas cerceou-lhe uma grossa fatia!
Tinha escrito que me era difícil imaginar que pudéssemos descer mais baixo do que o fizemos quando aceitamos defrontar o terceiro classificado do campeonato do Kuwait.
Pois bem, em escassas horas a realidade superou largamente a minha imaginação!
Batemos no fundo!
Paupérrimo desempenho!
Scolari havia afirmado a plenos pulmões que o prestígio mundial da nossa selecção era agora indiscutível.
Pois bem, em escassas horas desbaratou-o!
Talvez não por completo, mas cerceou-lhe uma grossa fatia!
Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares
NO dia em que foi anunciada a venda de Anderson ao Manchester United, recebi pelo correio a carta anual convidando-me a renovar o meu lugar no Dragão, com a promessa de mais um ano de grandes espectáculos. Mas, sem Anderson em campo — e, provavelmente, sem Quaresma ou Pepe — o lugar passa a valer bem menos. Terça-feira passada, o FC Porto vendeu a maior fonte potencial de espectáculo e o mais promissor talento que passou por lá na última década. Vendeu-o, sem sequer ter chegado a tirar partido dele e do seu talento — 18 jogos na Liga e mais três na Liga dos Campeões.
Toda a gente diz que Anderson foi muito bem vendido e que por 30 milhões não há como recusar. Permito-me discordar: 30 milhões de euros é, de facto, muito dinheiro. Em termos de tesouraria é um grande negócio; em termos económicos é um mau negócio. Para começar, e como já disse, o FC Porto vendeu-o sem ter chegado a tirar partido dele. Depois, tem 19 anos, acabados de fazer, e prepara-se para jogar a Copa América — as duas coisas juntas, a prazo, fariam subir muito mais a sua cotação. Não tenho qualquer dúvida de que, se as coisas se passarem normalmente, se em Inglaterra não houver Katsouranis nem Lucílios Baptistas, se o próprio Anderson continuar a ser o miúdo ajuizado e profissional que é, ele pode vir a revelar-se como um jogador verdadeiramente espantoso. Os 30 milhões parecem-me pouco para tantas esperanças nele depositadas. Mas o pior é que os 30 milhões, contas feitas, são bem menos. São praticamente zero. Vejamos.
Dos 30 milhões, o FC Porto só tem direito a 80 por cento — 24 milhões. A estes, tem de subtrair a comissão de Jorge Mendes: 5 por cento no mínimo, 1,2 milhões. A este montante tem de subtrair ainda os 10 milhões que pagou por 80 por cento do seu passe, mais os cerca de 1,8 milhões que gastou a mantê-lo durante dois anos e à mãe, que foi contratada pelo clube, para contornar a proibição de poder comprar um jogador com menos de 18 anos: restam 11 milhões. Destes, é natural que gaste metade em reforços, para colmatar a sua baixa, acrescida, ao que parece, à de Ibson, num sector — o meio-campo — fragilizado, mesmo com eles. Restam 5,5 milhões, que representam uma fase na Liga dos Campeões — provavelmente aquela que o FC Porto deixará de alcançar pelo facto de já não contar com Anderson. A esta luz, entre abatimentos e lucros cessantes, Anderson foi vendido a custo zero. Nada a ver com o negócio de Nani, que não custou nada ao Sporting.
É claro, porém, que os raciocínios económicos não são aplicáveis a um clube que apresentou 30 milhões de prejuízo no último exercício e que este ano vai a caminho dos 25 milhões. Era vender ou falir. Mas esse é o problema de fundo da gestão da SAD do FC Porto, que deveria ter sido discutido na campanha eleitoral e não o foi. Há anos que a SAD vive a vender os anéis de diamantes para comprar cachuchos. Vende uma pérola fina por 30 milhões e depois gasta-os a comprar uma dúzia de falsos brilhantes. Para quê? Ora, já não restam dúvidas a ninguém: para pagar comissões a muita e boa gente que parasita no clube. Para que queremos um Lino, para uma posição onde já existem seis jogadores sob contrato? Para quê ir recomprar um guarda-redes banal, como o Nuno, quando temos lá melhor, que vamos emprestar? Para quê o Renteria, o Mareque, o Sonkaya, o Pittbul, o Tarik, o Leo Lima, o Sokota (que, afinal, custou 3 milhões de euros, pagos a uma off-shore)? Para quê 70 jogadores sob contrato? Porquê não haver ninguém promovido dos juniores? Porque deixou de haver olheiros e só há comissionistas? Porque não há prospecção em África — porque é mais agradável ir ao Rio ou a Buenos Aires? Porquê o FC Porto, ao contrário até de grandes clubes europeus, nunca adquire jogadores por empréstimo, para testá-los, e os adquire sempre com contratos definitivos e a longo prazo, acabando a emprestá-los ao fim de um ano? Porquê até para ir buscar Jesualdo Ferreira ali ao lado é preciso recorrer aos serviços de um empresário sul-americano? E, já agora, admite-se que um dos administradores da SAD tenha um irmão que faz negócios com o clube? E admite-se que uma SAD que todos os anos regista prejuízos de exploração e tem acumulado um passivo assustador, aproveite o único ano em que conseguiu obter lucros — graças a Mourinho e à Liga dos Campeões — para distribuir prémios de gestão aos administradores?
Há dias, Santos Neves tinha aqui um texto muito curioso, em que fazia contas aos milhões encaixados pela SAD do FC Porto com a venda de jogadores, desde que, há três anos, foram campeões europeus. Contabilizando todas as vendas, a dispersão integral da equipa campeã europeia, Santos Neves chegava à fantástica soma de 155 milhões de euros de vendas. E esqueceu-se, ainda, de acrescentar ao rol de jogadores que enumerava, os nomes de Diego, McCarthy, Hugo Almeida e Carlos Alberto (que grande jogador desperdiçado!). Com mais esses, o número chega perto dos 175 milhões de vendas conseguidas em três anos. Trinta e cinco milhões de contos! Para onde foi todo esse dinheiro se, no final de um ano normal, sem nenhuma compra relevante, a SAD consegue apresentar prejuízos de 30 milhões? Para onde foi? Eis o que eu gostaria de ver Pinto da Costa explicar.
E para onde vai agora o dinheiro da venda de Anderson? Se nos dissessem que vai para reduzir o passivo, ainda o podíamos perceber — embora continuando sem perceber como se acumularam tantas dívidas. Mas já sabemos que não é para aí que o dinheiro vai. Vai para comprar mais uns Renterias e Mareques, com contratos por cinco anos e ordenados de 50 mil euros, e que para o ano estarão a ser emprestados, com o FC Porto a pagar os ordenados para que eles joguem pela concorrência. Esta é que é a penosa verdade e muitos começam já a percebê-la. Por isso é que, com 50.000 pessoas no Dragão para o jogo do título e as urnas de voto dentro do estádio, apenas 3700 sócios se deram ao trabalho de votar na recondução do actual estado de coisas. É certo que — e graças a Jorge Mendes — ainda se vão descobrindo, de quando em vez, uns Andersons, que fazem manter viva a chama da esperança. Mas os efeitos úteis das suas contratações são rapidamente desperdiçados pela necessidade de tapar os buracos abertos por uma política suicida e nova-rica de contratações, que todos os anos se repete desgraçadamente nesta altura.
Toda a gente diz que Anderson foi muito bem vendido e que por 30 milhões não há como recusar. Permito-me discordar: 30 milhões de euros é, de facto, muito dinheiro. Em termos de tesouraria é um grande negócio; em termos económicos é um mau negócio. Para começar, e como já disse, o FC Porto vendeu-o sem ter chegado a tirar partido dele. Depois, tem 19 anos, acabados de fazer, e prepara-se para jogar a Copa América — as duas coisas juntas, a prazo, fariam subir muito mais a sua cotação. Não tenho qualquer dúvida de que, se as coisas se passarem normalmente, se em Inglaterra não houver Katsouranis nem Lucílios Baptistas, se o próprio Anderson continuar a ser o miúdo ajuizado e profissional que é, ele pode vir a revelar-se como um jogador verdadeiramente espantoso. Os 30 milhões parecem-me pouco para tantas esperanças nele depositadas. Mas o pior é que os 30 milhões, contas feitas, são bem menos. São praticamente zero. Vejamos.
Dos 30 milhões, o FC Porto só tem direito a 80 por cento — 24 milhões. A estes, tem de subtrair a comissão de Jorge Mendes: 5 por cento no mínimo, 1,2 milhões. A este montante tem de subtrair ainda os 10 milhões que pagou por 80 por cento do seu passe, mais os cerca de 1,8 milhões que gastou a mantê-lo durante dois anos e à mãe, que foi contratada pelo clube, para contornar a proibição de poder comprar um jogador com menos de 18 anos: restam 11 milhões. Destes, é natural que gaste metade em reforços, para colmatar a sua baixa, acrescida, ao que parece, à de Ibson, num sector — o meio-campo — fragilizado, mesmo com eles. Restam 5,5 milhões, que representam uma fase na Liga dos Campeões — provavelmente aquela que o FC Porto deixará de alcançar pelo facto de já não contar com Anderson. A esta luz, entre abatimentos e lucros cessantes, Anderson foi vendido a custo zero. Nada a ver com o negócio de Nani, que não custou nada ao Sporting.
É claro, porém, que os raciocínios económicos não são aplicáveis a um clube que apresentou 30 milhões de prejuízo no último exercício e que este ano vai a caminho dos 25 milhões. Era vender ou falir. Mas esse é o problema de fundo da gestão da SAD do FC Porto, que deveria ter sido discutido na campanha eleitoral e não o foi. Há anos que a SAD vive a vender os anéis de diamantes para comprar cachuchos. Vende uma pérola fina por 30 milhões e depois gasta-os a comprar uma dúzia de falsos brilhantes. Para quê? Ora, já não restam dúvidas a ninguém: para pagar comissões a muita e boa gente que parasita no clube. Para que queremos um Lino, para uma posição onde já existem seis jogadores sob contrato? Para quê ir recomprar um guarda-redes banal, como o Nuno, quando temos lá melhor, que vamos emprestar? Para quê o Renteria, o Mareque, o Sonkaya, o Pittbul, o Tarik, o Leo Lima, o Sokota (que, afinal, custou 3 milhões de euros, pagos a uma off-shore)? Para quê 70 jogadores sob contrato? Porquê não haver ninguém promovido dos juniores? Porque deixou de haver olheiros e só há comissionistas? Porque não há prospecção em África — porque é mais agradável ir ao Rio ou a Buenos Aires? Porquê o FC Porto, ao contrário até de grandes clubes europeus, nunca adquire jogadores por empréstimo, para testá-los, e os adquire sempre com contratos definitivos e a longo prazo, acabando a emprestá-los ao fim de um ano? Porquê até para ir buscar Jesualdo Ferreira ali ao lado é preciso recorrer aos serviços de um empresário sul-americano? E, já agora, admite-se que um dos administradores da SAD tenha um irmão que faz negócios com o clube? E admite-se que uma SAD que todos os anos regista prejuízos de exploração e tem acumulado um passivo assustador, aproveite o único ano em que conseguiu obter lucros — graças a Mourinho e à Liga dos Campeões — para distribuir prémios de gestão aos administradores?
Há dias, Santos Neves tinha aqui um texto muito curioso, em que fazia contas aos milhões encaixados pela SAD do FC Porto com a venda de jogadores, desde que, há três anos, foram campeões europeus. Contabilizando todas as vendas, a dispersão integral da equipa campeã europeia, Santos Neves chegava à fantástica soma de 155 milhões de euros de vendas. E esqueceu-se, ainda, de acrescentar ao rol de jogadores que enumerava, os nomes de Diego, McCarthy, Hugo Almeida e Carlos Alberto (que grande jogador desperdiçado!). Com mais esses, o número chega perto dos 175 milhões de vendas conseguidas em três anos. Trinta e cinco milhões de contos! Para onde foi todo esse dinheiro se, no final de um ano normal, sem nenhuma compra relevante, a SAD consegue apresentar prejuízos de 30 milhões? Para onde foi? Eis o que eu gostaria de ver Pinto da Costa explicar.
E para onde vai agora o dinheiro da venda de Anderson? Se nos dissessem que vai para reduzir o passivo, ainda o podíamos perceber — embora continuando sem perceber como se acumularam tantas dívidas. Mas já sabemos que não é para aí que o dinheiro vai. Vai para comprar mais uns Renterias e Mareques, com contratos por cinco anos e ordenados de 50 mil euros, e que para o ano estarão a ser emprestados, com o FC Porto a pagar os ordenados para que eles joguem pela concorrência. Esta é que é a penosa verdade e muitos começam já a percebê-la. Por isso é que, com 50.000 pessoas no Dragão para o jogo do título e as urnas de voto dentro do estádio, apenas 3700 sócios se deram ao trabalho de votar na recondução do actual estado de coisas. É certo que — e graças a Jorge Mendes — ainda se vão descobrindo, de quando em vez, uns Andersons, que fazem manter viva a chama da esperança. Mas os efeitos úteis das suas contratações são rapidamente desperdiçados pela necessidade de tapar os buracos abertos por uma política suicida e nova-rica de contratações, que todos os anos se repete desgraçadamente nesta altura.
segunda-feira, junho 04, 2007
Proxenetismo e Prostituição
Portugal vai defrontar esta terça-feira, em jogo particular, uma selecção do Kuwait composta apenas por jogadores de um clube da primeira divisão do país.
Um dos promotores do encontro explicou que "a Federação do Kuwait entregou ao Al-Salmiyah a responsabilidade de representar a selecção", o que está previsto nas normas da FIFA.
"De acordo com os regulamentos, as federações locais podem entregar aos clubes a sua representação. E foi isso que aconteceu", informou Manuel Macedo, citado pela Lusa.
O promotor sublinhou que "só jogadores com passaporte do Kuwait podem jogar" pelo Al-Samiyah frente a Portugal, que irá usar o equipamento do clube e não o da selecção.
É-me difícil imaginar que possamos descer mais baixo!
A Federação Portuguesa de Futebol colocou a selecção nacional ao nível da prostituição.
Por uma prato de lentilhas, Madaíl assumiu a condição de proxeneta.
Vendeu a representação nacional!
O estatuto internacional de Portugal inviabiliza qualquer confronto com um clube que não de dimensão internacional.
É ultrajante colocar jogadores de indesmentível craveira internacional em representação de uma das mais prestigiadas selecções nacionais a disputar um jogo contra um clube do terceiro mundo futebolístico.
Exige-se o mínimo de decência!
Defrontar a selecção nacional do Kuwait já de si seria vagamente indecoroso, agora um clube daquele país é abjecto.
Não faz sentido!
Portugal beneficiará desportivamente deste jogo?
Não!
A Federação Portuguesa de Futebol encontra-se assim tão depauperada financeiramente que se tenha que sujeitar a disputar uma partida apenas pelo cachet daí resultante?
Não!
A saúde financeira da Federação Portuguesa de Futebol é invejável, pelo que não se alcança qual a razão que presidiu à realização deste encontro!
Scolari foi seleccionador do Kuwait e terá sido o grande impulsionador desta deslocação.
Com que propósito?
Quais os desideratos que Scolari visa almejar?
A quem serve este jogo?
Ignoro, mas, por certo, que terão sido razões que a própria razão desconhece a determinar a sua realização.
Um dos promotores do encontro explicou que "a Federação do Kuwait entregou ao Al-Salmiyah a responsabilidade de representar a selecção", o que está previsto nas normas da FIFA.
"De acordo com os regulamentos, as federações locais podem entregar aos clubes a sua representação. E foi isso que aconteceu", informou Manuel Macedo, citado pela Lusa.
O promotor sublinhou que "só jogadores com passaporte do Kuwait podem jogar" pelo Al-Samiyah frente a Portugal, que irá usar o equipamento do clube e não o da selecção.
É-me difícil imaginar que possamos descer mais baixo!
A Federação Portuguesa de Futebol colocou a selecção nacional ao nível da prostituição.
Por uma prato de lentilhas, Madaíl assumiu a condição de proxeneta.
Vendeu a representação nacional!
O estatuto internacional de Portugal inviabiliza qualquer confronto com um clube que não de dimensão internacional.
É ultrajante colocar jogadores de indesmentível craveira internacional em representação de uma das mais prestigiadas selecções nacionais a disputar um jogo contra um clube do terceiro mundo futebolístico.
Exige-se o mínimo de decência!
Defrontar a selecção nacional do Kuwait já de si seria vagamente indecoroso, agora um clube daquele país é abjecto.
Não faz sentido!
Portugal beneficiará desportivamente deste jogo?
Não!
A Federação Portuguesa de Futebol encontra-se assim tão depauperada financeiramente que se tenha que sujeitar a disputar uma partida apenas pelo cachet daí resultante?
Não!
A saúde financeira da Federação Portuguesa de Futebol é invejável, pelo que não se alcança qual a razão que presidiu à realização deste encontro!
Scolari foi seleccionador do Kuwait e terá sido o grande impulsionador desta deslocação.
Com que propósito?
Quais os desideratos que Scolari visa almejar?
A quem serve este jogo?
Ignoro, mas, por certo, que terão sido razões que a própria razão desconhece a determinar a sua realização.
domingo, junho 03, 2007
Análise ao Bélgica/Portugal
Portugal venceu a Bélgica, em Bruxelas, por 1-2 num jogo em que a sua superioridade foi sempre por demais evidente.
Apenas o conservadorismo e o calculismo de Scolari entorpeceram, por breves instantes, o domínio luso.
A vencer por 0-1, Portugal recuou as suas linhas, apostou na gestão das incidências do encontro, desceu os seus níveis de agressividade, abdicou do domínio e do controlo da partida, preferindo a expectativa à iniciativa e permitiu que os belgas num assomo de determinação e vontade chegassem ao empate.
Sem surpresa e sem dificuldade, assim que se revelou necessário, Portugal retomou as rédeas da partida e alcançou uma vitória justa, que só peca por escassa.
Esta vitória, para além da demonstração inequívoca da capacidade de gerar talentos revelada pelo futebol português, possibilitou a manutenção do segundo lugar no grupo A e o terminus de um jejum de quase dois anos sem triunfar na condição de visitante.
Para esta partida com a Bélgica, Portugal apresentava-se muito desfalcado face às ausências por castigo e lesão de Cristiano Ronaldo, Simão, Nuno Gomes e Ricardo Carvalho.
Todavia, este jogo foi mais uma etapa numa história de permanente e sustentada regeneração da selecção nacional.
Em Bruxelas, o onze nacional percorreu três gerações de jogadores (de Ricardo e Petit a Nani e Quaresma, passando por Tiago e Postiga) denotando uma coerência assinalável.
Portugal encarou este jogo sob o ferrete da vitória, pois que a Polónia havia derrotado o Azerbeijão por 3-1 e a Sérvia havia tido igual desempenho frente à Finlândia, por 2-0.
Numa demonstração cristalina do seu conservadorismo, Scolari entregou a condição de titular ao proscrito (no seu clube) Postiga em detrimento de Hugo Almeida.
Ganhou a aposta, mas não fora o soberbo disparo do ponta de lança das Caxinas e um coro de críticas ter-se-ia por certo erguido.
A Bélgica contemplou no seu onze cinco alterações em relação à partida de Alvalade, uma delas estreia absoluta, o médio Vertonghen.
Pese embora as modificações operadas por Vandereycken, o certo é que esta Bélgica está a anos-luz daquela que nas décadas de 80 e 90 do século passado era uma das mais temíveis selecções do mundo.
O talento de Ceulemans ou Scifo não encontra correspondência no actual seleccionado belga.
Nas cercanias do intervalo, Portugal fez o seu primeiro golo, numa brilhante jogada individual de Nani.
No inicio da segunda parte aconteceu o tal período a que supra aludi e no qual Portugal permitiu que os belgas se assenhoreassem da partida e que, aos 55 minutos, Fellaini restabelecesse a igualdade.
Portugal havia entrado letárgico e expectante e o golo belga se outra consequência positiva não teve, pelo menos representou o despertar dos jogadores nacionais.
Portugal retomou o comando do encontro e os destinos da baliza belga.
Dois minutos depois do tento do empate, Tiago obrigou mais uma vez Stijnen a defesa de elevado grau de dificuldade.
Não marcou Tiago, mas Postiga fá-lo-ia pouco minutos volvidos, através de um poderoso remate de fora da área.
Em vantagem e com os belgas conscientes da superioridade lusa e, como tal, emocionalmente destroçados, Portugal não conheceu dificuldades de maior em gerir o resultado, que permaneceu inalterado até final.
Beneficiando de um calendário assaz favorável, Portugal tem as portas do apuramento escancaradas.
Apenas o conservadorismo e o calculismo de Scolari entorpeceram, por breves instantes, o domínio luso.
A vencer por 0-1, Portugal recuou as suas linhas, apostou na gestão das incidências do encontro, desceu os seus níveis de agressividade, abdicou do domínio e do controlo da partida, preferindo a expectativa à iniciativa e permitiu que os belgas num assomo de determinação e vontade chegassem ao empate.
Sem surpresa e sem dificuldade, assim que se revelou necessário, Portugal retomou as rédeas da partida e alcançou uma vitória justa, que só peca por escassa.
Esta vitória, para além da demonstração inequívoca da capacidade de gerar talentos revelada pelo futebol português, possibilitou a manutenção do segundo lugar no grupo A e o terminus de um jejum de quase dois anos sem triunfar na condição de visitante.
Para esta partida com a Bélgica, Portugal apresentava-se muito desfalcado face às ausências por castigo e lesão de Cristiano Ronaldo, Simão, Nuno Gomes e Ricardo Carvalho.
Todavia, este jogo foi mais uma etapa numa história de permanente e sustentada regeneração da selecção nacional.
Em Bruxelas, o onze nacional percorreu três gerações de jogadores (de Ricardo e Petit a Nani e Quaresma, passando por Tiago e Postiga) denotando uma coerência assinalável.
Portugal encarou este jogo sob o ferrete da vitória, pois que a Polónia havia derrotado o Azerbeijão por 3-1 e a Sérvia havia tido igual desempenho frente à Finlândia, por 2-0.
Numa demonstração cristalina do seu conservadorismo, Scolari entregou a condição de titular ao proscrito (no seu clube) Postiga em detrimento de Hugo Almeida.
Ganhou a aposta, mas não fora o soberbo disparo do ponta de lança das Caxinas e um coro de críticas ter-se-ia por certo erguido.
A Bélgica contemplou no seu onze cinco alterações em relação à partida de Alvalade, uma delas estreia absoluta, o médio Vertonghen.
Pese embora as modificações operadas por Vandereycken, o certo é que esta Bélgica está a anos-luz daquela que nas décadas de 80 e 90 do século passado era uma das mais temíveis selecções do mundo.
O talento de Ceulemans ou Scifo não encontra correspondência no actual seleccionado belga.
Nas cercanias do intervalo, Portugal fez o seu primeiro golo, numa brilhante jogada individual de Nani.
No inicio da segunda parte aconteceu o tal período a que supra aludi e no qual Portugal permitiu que os belgas se assenhoreassem da partida e que, aos 55 minutos, Fellaini restabelecesse a igualdade.
Portugal havia entrado letárgico e expectante e o golo belga se outra consequência positiva não teve, pelo menos representou o despertar dos jogadores nacionais.
Portugal retomou o comando do encontro e os destinos da baliza belga.
Dois minutos depois do tento do empate, Tiago obrigou mais uma vez Stijnen a defesa de elevado grau de dificuldade.
Não marcou Tiago, mas Postiga fá-lo-ia pouco minutos volvidos, através de um poderoso remate de fora da área.
Em vantagem e com os belgas conscientes da superioridade lusa e, como tal, emocionalmente destroçados, Portugal não conheceu dificuldades de maior em gerir o resultado, que permaneceu inalterado até final.
Beneficiando de um calendário assaz favorável, Portugal tem as portas do apuramento escancaradas.
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