domingo, maio 24, 2009

Benfica - 3 Belenenses - 1

Constituição das Equipas e Avaliação Quantitativa do Desempenho

LIGA SAGRES - 30.ª Jornada - 23/05/09
Estádio da Luz - Assistência: 30 972
Árbitro: Cosme Machado (Braga)

BENFICA: Moreira (3), Maxi Pereira (4), Luisão (3), Sidnei (3), Jorge Ribeiro (3), Katsouranis (3), Carlos Martins (0) (F. Bastos 25’ (4)), Urreta (4), Aimar (3) (Balboa 84’ (3)), Di María (3) (Mantorras 77’ (3)), Cardozo (3).
Treinador: Quique Flores

BELENENSES: Júlio César (4), André Pires (2), Ávalos (2), Diakité (2), Mano (2) (Porta 76’ (-)), Gabriel Gomez (2), Pelé (2) (Fredy 57’ (-)), Zé Pedro (3), Silas (4), Wender (3) (Vinícius 61’ (2)), Saulo (0).
Treinador: Rui Jorge

Golos: 0-1 Silas (3’), 1-1 Cardozo (21’), 2-1 Fellipe Bastos (63’), 3-1 Mantorras (90+1’)
Disciplina: amarelos: Wender (33’), Aimar (46’), Katsouranis (62’), Urreta (73’) vermelho: Saulo (41’)

Sistemas Tácticos

Benfica



Belenenses


Modelos de Jogo

Benfica

Posse e Circulação de Bola; Domínio da Partida; Bloco médio/alto; Assumir Iniciativa de Jogo.

Belenenses

Expectativa; Bloco médio/baixo; Transições Rápidas.

Principais Incidências da Partida (fonte: www.record.pt)

3' GOOOOOLO de Silas
Saída em contra-ataque dos azuis, com Silas a solicitar Wender. Depois, o brasileiro devolveu o passe e o capitão, com um forte e colocado pontapé, inaugurou o marcador.

21' GOOOOOLO de Cardozo
Mais uma descida de Maxi Pereira, com o uruguaio a cruzar milimetricamente para a cabeça do paraguaio Cardozo que, com um bom gesto técnico, restabelece a igualdade.

64' GOOOOOLO de Fellipe Bastos
"Tiro" do meio da rua do jovem brasileiro que deixa o compatriota Júlio César sem hipóteses

90'+2 GOOOOOLO de Mantorras
Jogada de Balboa na direita, passe para o coração da área e o angolano a atirar para o fundo da baliza.

Destaques

Melhores em Campo

Benfica

Fellipe Bastos - Coroou um desempenho de excelente qualidade com o seu primeiro golo ao serviço do Benfica.
Promoveu o equilíbrio defensivo e emprestou fluidez e clarividência aos movimentos ofensivos.
Essencial na qualidade das transições.
Incompreensível o ostracismo a que foi votado da 1ª à 30ª jornada!

Maxi Pereira - Revelou uma condição física invejável, que lhe permitiu fazer todo o corredor com idêntica eficácia.
Defendeu e atacou sempre a alta rotação, com equilíbrio e a bom nível.

Urreta - Repetiu os seus recentes desempenhos!
Deu profundidade ao flanco direito, sem descurar o necessário auxílio a Maxi Pereira.
Evidenciou pormenores que permitem perceber que podia e devia ter sido mais utilizado.
Um jogador com evidente margem de progressão.

Belenenses

Silas - Restituído à sua posição de eleição, exibiu-se em excelente plano.
Coordenou todos os movimentos ofensivos do Belém e assinou um golo magnífico.
Fez tudo quanto estava ao seu alcance para evitar a despromoção.

Piores em Campo

Benfica

Carlos Martins - 26 minutos, completamente perdido em campo!
Incapaz de executar as transições com um mínimo de acerto foi substituído e bem à passagem do minuto 26.
A equipa ganhou e muito com a alteração.
Carente de rotinas posicionais e de condição física para interpretar um dos lugares do duplo-pivot, necessita do 4x4x2 losango para expressar os seus melhores predicados.

Belenenses

Saulo - Inadmissível a atitude que conduziu à sua expulsão.
Uma insensatez que aniquilou, definitivamente, as aspirações belenenses.

Arbitragem

Não complicou um jogo simples de dirigir!

Comentário

Espelho da época!

O Benfica venceu por 3-1 o Belenenses, numa partida em que as equipas evidenciaram a razão de ser da frustração dos seus objectivos.
O Benfica durante 26 minutos e o Belenenses durante 87.
Quique apresentou a sua estrutura habitual, com Carlos Martins e Katsouranis assumindo o duplo-pivot do meio-campo.
E durante 26 minutos, as transições não existiram e o espaço entre linhas foi uma imensidão!
Carlos Martins desconhece os princípios mais elementares da posição, revelando-se incapaz de preencher o espaço que lhe é próprio.
Se ofensivamente a sua vontade de assumir a posse de bola ainda disfarça as suas carências, já defensivamente não há voluntas que o salve.
Katsouranis não está cá desde o início da época e, apenas, a espaços mostra a sua qualidade.
Momentos estes essencialmente ofensivos.
Defensivamente, os seus desempenhos pautaram-se pela mansidão e pela falência física precoce.
Assim, durante 26 minutos, o processo atacante do Benfica modelou-se pela confusão e desagragação, ao passo que, defensivamente, imperou a desorganização.
Acresce que a distância entre o meio-campo e os restantes sectores acentuou estes pecadilhos.
Aliás, o golo belenense ilustra, exemplarmente, esta realidade.
O intervalo entre os centrais e o duplo pivot do meio-campo foi aproveitado por Silas para arquitectar um movimento ofensivo, no qual percorreu 40 metros sem oposição e que finalizou com um soberbo remate à entrada da área.
Neste instante, aos 3 minutos, o Belenenses sonhou com a permanência.
Quimera que, todavia, depressa se desvaneceu.
E por uma simples razão: a vantagem azul não foi mais do que fogo fátuo.
Não tardou a ser evidente que não tinha nem qualidade, nem andamento, nem forças para dar execução ao plano delineado pelo seu treinador e, como tal, para conservar perene a vantagem.
Aguentou 21 minutos fruto da inabilidade benfiquista. Tão só!
Com a substituição de Carlos Martins por Fellipe Bastos, o Benfica ganhou o que até então apenas o labor de Maxi e Urreta havia proporcionado à equipa: equilíbrio na transição defensiva e fluidez, clarividência e velocidade na transição ofensiva!
Katsouranis fixou-se como 6 puro, Fellipe Bastos assumiu a posição 8, actuando como box-to-box, e a equipa agregou-se, juntou-se, reduziu o espaço entre linhas e apagou o Belenenses do jogo.
Daí até final, o Benfica não mais perdeu o império sobre a partida e construiu um triunfo que apenas pecou por escasso.

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