Depois de um arranque de época pífio – um prolongamento da pré-temporada, como admitiu Jesus –, o Benfica entrou decidido a mostrar as credenciais de campeão frente ao V. Setúbal e conseguiu. Logo aos 4 minutos, Cardozo deu a vantagem e a tranquilidade necessárias para o campeão poder tentar explanar o futebol a que todos se habituaram na última época. O treinador apostou em duas caras novas para ajudarem a mudar o rumo preocupante: Salvio e o guarda-redes Júlio César. Curiosamente, nenhum deles teve relevância no primeiro triunfo de 2010/2011. A meio da primeira parte, um desentendimento entre Maxi Pereira e o guardião brasileiro implicou a expulsão deste e resultou num penálti que haveria de fazer regressar ao relvado o “proscrito” Roberto, o bode expiatório de todas as desgraças benfiquistas até este sábado redentor.
O que se passou a seguir já há poucos que não sabem. Roberto defendeu o remate de Hugo Leal dos 11 metros e segurou a vantagem de 1-0, numa altura em que a equipa ficou reduzida a 10. Obviamente, a Luz sublinhou o feito com um enorme aplauso, algo que saíra dos melhores sonhos do guardião espanhol depois de se ter sentado (pela primeira vez em jogos oficiais) no banco de suplentes, ao que tudo indica à espera de ser transferido para outras paragens.
É verdade que o Benfica já mostrara futebol para estar em vantagem, é igualmente verdade que depois justificou ampliá-la (mesmo em inferioridade numérica) sem precisar de grandes intervenções do guarda-redes. Mas é absolutamente inegável que aquele momento em que S. Roberto – sim, saiu do inferno e entrou no céu – defendeu o penálti deu-lhe crédito para, pelo menos, relançar a discussão sobre a sua continuidade no Benfica. A inesperada última oportunidade a que teve direito não foi desperdiçada por Roberto. Mesmo depois de uma semana para esquecer.
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