Ninguém sabe se no final da temporada o Benfica terá motivos para festejar, pois conforme faz questão de salientar Jorge Jesus, se a equipa não conquistar títulos, tudo o que de positivo for fazendo durante a época valerá... pouco ou quase nada. Mas, se isso é a verdade nua e crua do desporto profissional, parece cada vez mais óbvio que os encarnados estão, nesta fase, a praticar o mulher futebol dos últimos (largos) anos. E isso, por agora, é motivo de satisfação para as hostes benfiquistas que, mais do que ver o conjunto ganhar a maioria dos embates em que participa, festeja golos em doses industriais (média de 3,2 por encontro) e regozija-se com as várias sequências de futebol de alta qualidade com que tem sido regularmente brindada.
Jesus, no final do embate de quinta-feira, disse que esta não tinha sido a melhor exibição da temporada. Discordo. O que o Benfica fez na segunda parte do duelo com o Everton merece todos os elogios. Esta equipa inglesa - não sendo um Mancheser United, Chelsea, Liverpool ou Arsenal e reconhecendo que jogou desfalcada de alguns habituais titulares - não é uma formação qualquer. Com todo o respeito, é bem diferente do Monsanto ou do Vitória de Setúbal, outros emblemas que sofreram as consequências normais da actual vocação ofensiva das águias.
Considerar que uma formação que apresentou jogadores como Tim Howard, Distin, Fellaini, Saha, Yakubu, Bilyaletdinov, Cahill ou Jô é um conjunto menor é, basicamente, faltar à verdade. O que aconteceu é que os ingleses - que sofreram a maior derrota do seu historial nas competições europeias - tiveram muito azar: sofreram um golo logo na segunda oportunidade do opositor, encaixaram mais dois seguidos quando ainda pensavam estar no intervalo, apanharam com um trio argentino em jornada de franca inspiração (Di María continua a exibir-se a um nível que, confesso, jamais considerei possível tendo em conta as prestações confusas, egoístas e ineficientes da época passada) e ainda viram Cardozo dar a ideia de estar distante do jogo para, de repente, bisar.
Mas, sejamos justos: o Benfica não tem culpa nenhuma do azar alheio. Ou até tem! Foi o futebol agressivo, dinâmico, organizado e colectivo das águias que contribuiu, de forma decisiva, para o verdadeiro naufrágio britânico. Como se costuma dizer: uma equipa joga o que a outra deixa. Em traços gerais, os comandados de Jesus não deixaram os forasteiros fazer o que quer que fosse e estes acabaram por ser meros convidados para participar na festa encarnada.
Até onde voará esta águia é a questão que, por agora, todos colocam. Sinceramente, não sei a resposta, pois é preciso ter em conta que a época ainda é criança. Mas que existem razões suficientes para os encarnados sonharem alto... disso não restam dúvidas.
1 comentário:
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