Mais de três meses depois de começar a época, o Benfica continua a jogar bem e a marcar golos com grande facilidade.
É essa a principal característica da equipa treinada por Jorge Jesus, que apresenta um futebol de grande profundidade ofensiva, de grande capacidade de fazer pressão alta e, reconheça-se, de grande beleza plástica. Alia o resultado e a exibição e, sobretudo, as exibições têm sido muitas vezes até melhores do que os resultados.
O renascimento de Aimar e de Saviola, mas também de Cardozo, votado a um limbo sem nexo com Quique Flores, a grande época que está a fazer Luisão, o desabrochar de Di Maria, colocam a equipa num patamar superior. Não se ganha 5-0 a uma equipa inglesa na Liga Europa por acaso, apesar de o Everton esta época revelar, de vez em quando, propensão para sofrer muitos golos.
Este Benfica faz-me lembrar o primeiro Milan de Sacchi, dos holandeses Rijkaard, Van Basten e Gullit, que assentava numa defesa colocada muito alta no terreno e que era capaz de jogar um futebol de altíssimo ritmo.
Este Benfica é igualmente coerente e também muito poderoso com as suas várias soluções.
A diferença é que Sacchi teve que, como quase todos os treinadores, ir equilibrando a equipa atrás para ter hipóteses nas grandes competições, sobretudo a então Taça dos Campeões e mesmo para o campeonato italiano, onde muitas equipas corriam tanto como o Milan e defendiam com tanta gente que era muito difícil lá entrar. E por isso a pressão alta às vezes tinha efeitos contrários, porque não deixava as equipas adversárias sair da zona defensiva, mas estavam tão bem treinadas para isso que tinha o efeito de manter sempre os jogadores muito juntos e dificilmente ultrapassáveis.
Estou curioso para ver como evolui esta equipa de Jorge Jesus. E como evoluem estes resultados.
Hoje por hoje, o Benfica joga indiscutivelmente do melhor futebol da Europa.
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