O Benfica venceu o Dínamo de Bucareste pela margem mínima, com um golo marcado por Miccoli, mesmo em cima do apito final.
Um golo à Jordão no Euro-84 contra a França, com a bola a embater no solo e a sobrevoar o guarda-redes antes de se anichar nas redes.
Tal como na partida da época passada a contar para a Champions frente ao Lille, um golo de Miccoli resolveu uma partida em que o Benfica raramente conseguiu ligar o seu processo ofensivo.
Fernando Santos repetiu o onze que defrontou o Boavista, na Luz, mas ao contrário do verificado frente aos axadrezados a exibição do Benfica não se guindou a patamares de excelência, muito pelo contrário.
O Dínamo apresentou-se compacto, com duas fileiras de 4 elementos muito próximas entre si, cerceando espaços entre linhas.
Assim, o Benfica cuja matriz essencial do processo ofensivo passa, precisamente, pela exploração do jogo entre linhas por parte de Simão e dos seus médios de transição, Katsouranis e Karagounis, viu-se manietado.
Sem espaços e com um bloco demasiado baixo, que não lhe permitia recuperar a bola no meio terreno contrário, o Benfica sentiu imensas dificuldades para se acercar com perigo da área adversária.
Jogando de forma demasiado lenta e previsível, sem conseguir colocar a bola nas costas da defesa romena, o Benfica raramente criou ocasiões de golo.
Este foi um daqueles jogos que comprovam a teoria segundo a qual o mais importante num desafio de futebol não é a percentagem de posse de bola, mas sim a qualidade da posse de bola.
Posse de bola teve o Benfica, qualidade de posse de bola só muito a espaços.
Ter a bola é sempre preferível, pois que se está sempre mais perto de marcar e mais longe de sofrer golos, mas por si só não releva verdadeiramente para o curso do jogo.
Sem materialização, a posse de bola é ofensivamente inócua e esta noite foi, exactamente, isso que se verificou.
Recorrendo a um dito popular, poderia sintetizar dizendo “muita parra e pouca uva”.
Na 1ª parte, o Benfica apenas criou duas oportunidades de golo, ambas ingloriamente desperdiçadas por Nuno Gomes, a quem faltou “killer instinct”.
A defesa em linha e o meio campo robusto e compacto dos romenos chegavam e sobravam para anular as tímidas investidas do Benfica.
Os romenos conseguiram adormecer o Benfica e pautar o ritmo de jogo, nivelando-o por baixo, por forma a que o seu interregno competitivo não se notasse.
Com 0-0 no marcador e face à prestação menos conseguida da equipa, Fernando Santos fez entrar Miccoli no início da segunda parte e deixou no balneário Petit, que já tinha visto um cartão amarelo.
Katsouranis passou a jogar como médio mais recuado, enquanto que Simão assumiu as funções de 10 no vértice mais adiantado do losango, ao passo que Rui Costa recuou para a meia-esquerda, ao lado de Karagounis, assumindo-se ambos como médios de transição.
Não obstante estas alterações, foi o Dínamo que melhor iniciou a segunda parte.
Mais solta e atrevida, a equipa romena viveu o seu melhor período do jogo no dealbar da segunda metade.
Não que tenha criado jogadas ofensivas com perigo para a baliza de Quim, mas ainda assim permitiu-lhe respirar e ganhar fôlego para o resto da partida.
Aliás, a única vez em que Quim foi verdadeiramente chamado a intervir aconteceu não neste período, mas sim aos 75m quando respondeu com uma boa defesa a um remate cruzado de Niculescu.
O empate sem golos agradava aos romenos, que tudo faziam para o preservar.
A quietude da segunda parte, apenas foi quebrada ao minuto 69 quando, na conversão de um livre, Simão rematou à barra e na recarga Miccoli falhou, de forma incrível, a emenda bem próximo da linha de golo.
O fantasma do jogo com o Boavista pairou sobre a Luz.
Aos 74 minutos, Fernando Santos procedeu à segunda substituição, fazendo entrar Derlei para o lugar de Nuno Gomes.
No último quarto de hora, o Benfica subiu as suas linhas e acentuou a pressão sobre os romenos, que denotaram claras e evidentes dificuldades físicas.
A falta de pernas dos romenos aliada à pressão subida do Benfica empurrou o Dínamo para as imediações da sua grande área.
Defendendo muito atrás e sem capacidade para sair a jogar, os romenos viam-se cada vez mais confinados ao processo defensivo, fazendo adivinhar o golo encarnado.
Todavia, neste período, os jogadores do Benfica revelavam uma enorme ansiedade que adiava a obtenção do golo.
Os jogadores do Benfica mostravam-se incapazes de acertarem o último e decisivo passe.
Contudo, perto do final do jogo, Derlei, na grande área, cabeceou ao lado, como que a anunciar o golo que se seguiria.
Aos 89 minutos, Rui Costa construiu a jogada que deu origem ao golo.
Na esquerda, cruzou para Simão que rematou para defesa incompleta de Lobont, surgindo Miccoli, na recarga, a fazer o 1-0.
O tento de Miccoli garantiu uma dificílima, mas importante, vitória para o Benfica.
O principal objectivo mostrava-se alcançado - vencer sem sofrer golos.
Vitória justa da única equipa que a procurou.
27 comentários:
Sem querer ainda entrar em debate, venho apenas pronunciar-me sobre o aspecto referido pelo administrador: golo à Jordão???? É demais, como é possível esconder uma vergonhosa exibição do Benfica com uma frase deste calibre???
Depois refere que Nuno Goles/ Gomes,não teve killer instinct!! Mas há quantos meses ele não possui esse dom?
amigo nunca:
que o nuno gomes nunca possuiu killer instinct estamos de acordo.
neste jogo voltou a demonstrá-lo.
peço-te que leias a análise toda para não te precipitares nos comentários.
abraço.
Tanta dor de corno e os lampiões só venceram por 1-0.
O que seria se tivessem sido mais?
Olá Amigos,
Um amigo de um amigo falou-me muito bem de voçês, gente bem humorada.
Assim, cá estarei sempre que puder.
Cumprimentos
Drac.
Amigo Vermelho, li com atenção a análise. Mas quem começa a análise com a comparação do golo do Gordito com o do grande Rui Jordão, o que espera dos comentários? O seu familar Sempre analisou,e bem, a exibição do Benfica!
amigos:
não comparei o golo do Miccoli com o do Jordão!
devo ter-me expressado mal!
disse: "Um golo à Jordão no Euro-84 contra a França, com a bola a embater no solo e a sobrevoar o guarda-redes antes de se anichar nas redes.", ou seja, a chamada à colacção do golo do Jordão contra a França no euro-84 apenas respeita à trajectória seguida pela bola quando rematada pelo italiano.
não comparei estética, beleza ou execução, nem quis colocar no mesmo patamar um e outro golo.
o golo do jordão serviu apenas para ilustrar a forma como o golo foi obtido!
longe de mim, pensar que pudesse criar toda esta celeuma a utilização daquele golo como forma de ilustrar o obtido por Miccoli.
abraços.
Ao contrário, daquilo que parece passar dos restantes comentários, penso que a crónica do menstruado é o relato fiel do jogo.
muito boa crónica, mesmo.
acentua as dificuldades sentidas pelos vermelhos e a inferior qualidade da sua exibição.
fala e explica futebol.
gostei.
Vi ontem o Benfica/Dinamo e,constatei que os dois grandes defeitos deste Benfica 2007 mais uma vez, num jogo importante vieram ao de cima. Assim, a falta de frescura fisica e principalmente a falta de capacidade mental ditaram um resultado que só foi merecido não pelo Dinamo mas sim pela incapacidade do Benfica.A jogar contra uma equipe que entrou em campo e, desde inicio,deu a bola ao Benfica nunca soubemos o que fazer.A crise do Nuno Gomes que na maior parte dos casos nunca soube o que fazer,se chutar se passar,acresce a enorme dificuldade do meio campo do Benfica quando se processam as transições em velocidade. Alturas houve em que quem chegava com a bola perto da grande area do Dinamo tinha um autentico deserto de camisolas encarnadas a acompanhar. Enfrentar uma equipe que unicamente se preocupou em ocupar espaços e não deixar jogar,obhrigava a uma grande disponibilidade fisica para,não só, fazer as transições rápidas mas,principalmente para chegar primeiro à bola e principalmente para que as segundas bolas perto da area do Dinamo fossem ganhas pelo Benfica.Nada disto aconteceu e, quanto a mim mais por falta de uma boa atitude competitiva e mental do que propriamente por uma incapacidade fisica. Esperemos que até Domingo, na Madeira, e depois em Bucareste Fernando Santos consiga mudar a atitude mental dos jogadores do Benfica.
Condómino Cuto, você espera isso. Talvez a maioria dos membros deste blog não tenha o mesmo desejo que o caro condómino.
Caro JC, o problema do Benfica reside também na incapacidade dos seus adeptos. Recentemente, Jorge Máximo, com um conjunto de jagunços, fez uma espera à porta da Sic, após uma emissão do Dia Seguinte, com o propósito de agredir Dias Ferreira. Quem saiu em socorro de Dias Ferreira foi Fernando Seara, evitando assim mais problemas. Esta postura é tipica dos dirigentes e presidente do Benfica, cujos sócios elegeram por mais de 90%.
A vergonha habitual!!!
amigo jc:
registo que os internacionais brasileiros, Luisão, Anderson e Léo, os internacionais portugueses, Petit, Rui Costa e Nuno Gomes, e o internacional grego, Karagounis, são jogadores de média/baixa qualidade!
isto só para falar dos casos mais relevantes.
abraço
amigo nunca:
essa notícia não foi revelada por ninguém, nem pelo próprio Dias Ferreira, mas o amigo lá deve ter as suas fontes de informação.
abraço.
Pode ter a certeza que é a realidade. Aconteceu recentemente. E Dias Ferreira não falaria disso, até por receio, porque a jagunçada e o clima de terror que impera no seu clube, leva-o a temer algo mais grave.
E atenção, esta notícia foi revelada por um orgão de comunicação social, posso confirmar, pois eu próprio li a notícia.
amigo nunca:
que órgão de comunicação social?
nunca vi o dias ferreira temer nada, nem ninguém, mas acredito no que me diz.
amigo jc:
pelo teu prisma, quem são os jogadores de porto e sporting de grande qualidade?
abraços.
amigo jc:
não concordo.
em relação ao sporting e seguindo o teu critério incluíria apenas Moutinho na categoria de jogadores de grande qualidade.
em relação ao porto, excluíria Lisandro.
abraço.
Amigo Vermelho,
Ontem passei pela 2ª circular pelas 21.00h.De um lado, em frente ao CC Colombo vi alegria, movimento, enfim vida.
Andei mais uns metros e em frente ao Hipodromo do Campo Grande vi um estádio ás escuras, sem cor, sem movimento, sem vida.
Primeiro pensei que o Alvalaxia tinha falido, depois pensei que tinha faltado a luz nos cinemas, até que percebi, que afinal,era só mais uma grande noite europeia á Sporting!
Sem jogo!!!!
Amigo Jus,
Nestas apreciações temos que deixar o coração de lado.
Se houvesse jogadores de grande qualidade no Sporting..... já lá não estavam.
Como ainda lá estão, não serão concerteza de grande qualidade.
Isto para mim parece-me óbvio.
amigo jc:
quantos golos marcou Liedson na Champions?
quantas faltas cometeu?
tenho dúvidas quanto à sua eficácia num contexto competitivo superior.
Ricardo e Quim, para mim, não são jogadores de grande qualidade, embora reconheça no Ricardo uma especial apetência para defender penaltys e no Quim regularidade.
A Ricardo falta regularidade e capacidade para jogar fora dos postes.
A Quim falta estatura.
Polga é um trinco, que um dia Scolari inventou como central, mas num sistema a 3.
Em super forma, como no início do campeonato, é um bom jogador, mas a quem faltam predicados para jogar num grande clube europeu.
Prefiro Luisão e Anderson.
Caneira falhou todas as apostas que fez em campeonatos competitivos e em equipas de topo -Inter e Valência.
A circunstância de ter sido emprestado por um longo período diz bem do falhanço que constituiu a sua estadia em Valência.
abraço.
Amigo Vernáculo,
VOTO SIM !
amigo cavungi:
eu também.
abraço.
amigo mínimo:
quantos jogadores razoáveis ou mesmo fracos já viste marcarem grandes golos?
muitos!
marcar golos em Portugal é uma coisa, nos principais campeonatos é outra bem diferente.
Lembras-te de Ian Rush?
Certamente, que todos o qualificaríamos como grande jogador, mas o certo é que quando saiu do contexto competitivo mais propício às suas características, nada fez.
Foi para a Juve e na época seguinte já tinha regressado a Liverpool.
Ele como outros!
Um grande jogador é aquele que se impõe nos grandes campeonatos e nas grandes competições!
Ao Liedson falta provar isso.
Ser capaz de revelar idêntica eficácia e valia num grande campeonato ou numa grande competição.
é evidente que é o melhor ponta de lança a actuar em Portugal, mas isso não faz dele um grande jogador na europa.
abraço.
Chegou tarde, mas sempre disparatado. Cavungi de Vasconcelos. Também fez parte do grupo de jagunços que quis agredir Dias Ferreira à porta dos estúdios da Sic?
Amigo Minimo,
Qual Rui Jordão?
O que foi campeão pelo Benfica?
Rui Jordão, o que foi dispensado do Benfica, esse mesmo amigo Cavungi. Mas o amigo na altura andava de fraldas, ou nem isso? Manuel Fernandes, Jordão e Oliveira, recorda-se? Ou Manoel, Manuel Fernandes e Jordão...
amigo mínimo:
contra que equipas?
alguma do primeiro plano europeu?
amigo holtreman:
alguém falou no Henry?
alguém disse que rush era medíocre?
não, por isso abstenha-se de me atribuir frases que não escrevi.
sejamos sérios e intelectualmente honestos.
Henry esteve em Itália num contexto completamente diferente do de Rush.
Não há sequer comparação.
Vieira, igualmente.
quando chegou ao Milan era um jovem sem experiência.
Com Simão e Quaresma passou-se o mesmo.
O exemplo de Rush é perfeitamente distinto.
Estes e outros exemplos servem para ilustrar que jogadores há que apenas funcionam num determinado contexto competitivo.
Exemplos sul-amaricanos há às dezenas.
Para mim, estes jogadores não podem ser considerados grandes jogadores.
abraço.
Este Cavungi só lança disparates, mas é compreensível, pois resistir a exibições como a de ontem não é para qualquer um. Depois diz que passou na Luz pelas 21h00. Porque não foi ao estádio? Estava frio? Ou havia negros a mais na redondeza? Ou será que estava alguém morto na casa de banho, como aconteceu há alguns anos atrás? Ou será que os bilhetes estavam esgotados? Ou será que é próprio do lampião arranjar desculpas para não ir, após maus resultados do Benfica?
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