O Benfica bateu o Nacional com dois golos de Miccoli e voltou a ultrapassar o Sporting na classificação.
Fernando Santos apostou no seu já habitual 4x4x2 em losango, mas o onze apresentou uma novidade, qual seja a entrada de Miccoli.
Karagounis foi o sacrificado para a entrada de Miccoli que, a meio da semana, já tinha sido decisivo frente ao Dínamo Bucareste.
Fernando Santos manteve Simão na posição mais avançada do losango, desempenhando as funções de 10, surgindo Katsouranis e Rui Costa como médios de transição, o primeiro na meia-direita e o segundo na meia-esquerda.
A deslocação de Rui Costa para a meia-esquerda do losango fez a
equipa perder capacidade de exploração do jogo entre linhas, levando-a a uma maior exploração do jogo pelas alas, através de Nelson, Léo e Simão.
O Benfica procurou conquistar profundidade pelas alas, com Nelson e Léo a aproveitarem os corredores, apoiados por Katsouranis, Rui Costa e Simão, surgindo Petit no vértice mais recuado do losango, essencialmente preocupado com as compensações defensivas e a ocupação de espaços.
Por seu turno, Carlos Brito apostou num tridente de médios centros, Chainho,
Bruno e Bruno Amaro, povoando a zona central e procurando obter superioridade numérica a meio-campo.
À frente destes surgiu Juliano, colocado mais sobre a esquerda, mas com mobilidade suficiente para deambular por toda a frente de ataque.
Rodrigo, mais posicional ao centro, e Diego mais livre sobre a direita, compunham o ataque nacionalista.
Patacas e Alonso, apareciam no papel de “carrilleros”, procurando explorar as alas para a partir daí iniciarem a construção do processo ofensivo nacionalista.
Todavia, estes preocuparam-se sempre mais em fechar defensivamente do que em explorar ofensivamente o seu corredor.
Bruno, Bruno Amaro e Juliano seguiram-lhes as pisadas e, assim, o futebol do Nacional resumiu-se ao momento defensivo durante toda a primeira parte.
Os madeirenses conseguiram acertar rapidamente com as marcações, exercendo uma forte pressão sobre o detentor da bola, assim manietando o processo ofensivo do Benfica.
Seguia o jogo deste modo equilibrado, com as equipas perfeitamente encaixadas uma na outra, quando, aos 12 minutos, Rui Costa se lesionou e teve de sair.
Para o seu lugar entrou Karagounis e o futebol do Benfica beneficiou com a troca.
Karagounis conseguiu emprestar maior dinâmica e, em rápidas combinações com Léo e Simão, foi abrindo algumas brechas nas apertadas marcações insulares.
Paulatinamente o Benfica foi-se assenhorando do comando da partida e construindo algumas boas oportunidades de golo.
No final da primeira parte, a melhor ocasião de golo encarnada.
Petit desferiu um potente remate sobre a meia-direita e Diego, em voo, desviou a bola com a ponta dos dedos para o poste.
Ao intervalo, 0-0, com sinal mais a pertencer ao Benfica.
Na segunda metade, o Benfica acentuou o seu domínio sobre a partida, apertando o cerco à área madeirense e criando perigo em lances sucessivos.
Se no primeiro tempo, havia sido o flanco esquerdo o eleito como o preferencial para conduzir o processo ofensivo encarnado, na segunda parte coube a Nelson assumir essa responsabilidade.
Se na primeira metade, Nelson se havia exibido em plano pouco mais do que medíocre, no segundo tempo subiu, claramente, de produção.
Ainda assim, demorou a arrancar um cruzamento bem medido.
A primeira vez que o conseguiu, aos 61 minutos, Nuno Gomes, em luta com Ávalos, ajeitou a bola para o remate cruzado e imparável de Miccoli.
O mais difícil estava alcançado.
O Nacional tentou reagir, subiu as suas linhas, mas expôs-se às rápidas transições encarnadas.
É consabida a lentidão de Ávalos e Ricardo Fernandes, pelo que actuando com 40 metros nas suas costas, aumentavam extraordinariamente os riscos de serem surpreendidos em contra-ataque.
O Nacional procurava pressionar mais alto, mas sem qualquer consequência.
Ao invés, ia “criando” cada vez mais espaço nas costas da sua defesa.
Aliás, a sua melhor ocasião no jogo aconteceu ainda antes do primeiro golo benfiquista, num fortíssimo remate de fora da área da autoria de Juliano.
Aos 70 minutos, Miccoli ganhou a bola a meio-campo, ultrapassou Ávalos e isolou-se para à saída de Diego lhe picar a bola sobre a cabeça, fazendo o 0-2.
Pese embora faltassem ainda vinte minutos para jogar, o Benfica não mais perdeu o controlo e o domínio do desafio, limitando-se a gerir até final.
Vitória justa e incontestada do Benfica.
O Benfica alcançou uma importantíssima vitória num terreno tradicionalmente difícil, conservando, deste modo, intactas as suas aspirações ao título.
No Dragão, o Porto regressou às vitórias, mantendo incólume o seu registo frente à Naval.
O Porto regressou as vitórias caseiras aplicando a mesma «chapa 4» com que havia presenteado o P. Ferreira, há dois meses.
Sem Quaresma, Jesualdo Ferreira converteu-se ao 4x4x2 em losango.
Um ano depois, o confronto com a Naval serviu para nova inovação táctica.
Com Adriaanse, um desaire na Amadora motivou a implementação de um sistema de três defesas.
Agora, Jesualdo também inovou e estruturou a sua equipa num 4x4x2, que, pelo menos, promete diminuir a quota de dependência de Ricardo Quaresma.
Com Pepe de regresso à defesa, Cech surgiu como médio interior esquerdo, Lucho González fez o mesmo na direita e Bruno Moraes foi um falso 10 com liberdade para apoiar Postiga e Lisandro López.
A Naval abdicou do “autocarro” e manteve o seu modelo usual.
Criou algumas oportunidades na fase inicial do encontro, mas o primeiro golo do Porto dizimou as suas pretensões.
Bruno Moraes recuperou a bola a meio-campo e descobriu a movimentação-tipo de Lisandro, que numa diagonal da direita para o centro e fez o 1-0.
Pouco depois, Lucho González marcou o seu sexto golo após incursão de Pepe pelo flanco direito e, no início da segunda parte, Lisandro fotocopiou o seu primeiro golo ao receber um passe de Hélder Postiga.
A Naval reflectiu, na segunda metade do encontro, a imagem de um derrotado absolutamente conformado.
Até final, o Porto limitou-se a gerir o resultado, o ritmo de jogo e, essencialmente, a rotação de jogadores, tendo em vista a recepção ao Chelsea, não sem que ainda obtivesse o quarto golo, por intermédio de Adriano, correspondendo de cabeça a cruzamento de Marek Cech.
Houve, ainda, tempo para a estreia de Rentería.
Estreia apenas que o escasso período em que foi utilizado não permitiu qualquer juízo avaliativo das suas capacidades.
Vitória justa e incontestada dos portistas.
Na Mata Real, mantiveram-se as invencibilidades.
O desfecho estatisticamente previsível. Se os pacenses não perdem em casa há mais de um ano e os leões não são batidos enquanto visitantes há igual período, só podia mesmo dar nisto: empate (1-1).
Paulo Bento preteriu o esquema de três defesas, que havia redundado em goleadas frente a Nacional e Pinhalnovense, e regressou ao 4x4x2 em losango.
Com Miguel Veloso no vértice mais recuado do losango, no lugar de Custódio, João Moutinho e Nani ocuparam-se dos desequilíbrios nos flancos, residindo nestas movimentações os principais focos de perigo para Peçanha.
Por seu turno, Djaló pareceu sempre desenquadrado do sistema e da dinâmica da equipa, tendo passado grande parte do tempo de jogo à procura do seu espaço
O Paços de Ferreira apresentou o seu esquema habitual, com o estreante Ricardinho a entrar directamente para o onze.
Todavia, o entrosamento e a ligação entre os sectores não foi o melhor.
Com três elementos no meio-campo com excessivas preocupações defensivas, criou-se um fosso enorme entre a intermediária e a linha atacante.
Como consequência desta ausência de ligação, Ricardo acabou por ser um mero espectador, na primeira parte.
Do lado leonino, o caudal ofensivo resultou na criação de algumas oportunidades de golo, mas a desinspiração de Bueno e a inspiração de Peçanha conjugaram-se na manutenção do nulo no marcador.
Na segunda parte, navegava o jogo em águas equilibradas, quando Liedson decidiu sair dos “braços de Morfeu” e fazer o seu primeiro remate à baliza contrária.
Aos 51 minutos, excelente abertura de Miguel Veloso, desde a linha de meio-campo, permitindo a Liedson dominar a bola e rematar com o pé esquerdo para o poste mais distante, fazendo o primeiro golo da partida.
O domínio do Sporting encontrava reflexo no marcador.
Com o golo leonino, surgiu o melhor período pacense.
Num assomo de orgulho, os castores foram à procura da igualdade.
José Mota fez entrar Cristiano e este na primeira vez que tocou na bola, restabeleceu a igualdade.
Cristiano ganhou a bola a meio-campo, foi mais lesto e forte que Caneira e à entrada da área desferiu um potente remate que bateu Ricardo.
Falhou o Sporting naquilo em que costuma ser mais forte - a transição defensiva.
Apelando à sua tradicional “alma” guerreira, mesmo exibindo-se uns furos abaixo do habitual, o Paços conseguia chegar à igualdade.
Faltavam ainda cerca de 20 minutos para jogar e Paulo Bento decidiu lançar mão do plano B que tão bons resultados dera frente a Nacional e Pinhalnovo.
Tirou Caneira e fez entrar Romagnoli.
O Sporting asfixiou o adversário, criou excelentes oportunidades de golo, mas a ansiedade havia tomado conta dos jogadores leoninos.
Os remates leoninos não mais encontraram os caminhos da baliza pacense.
Liedson, sem oposição, atirou de forma incompreensível ao poste, Alecsandro, a poucos metros da baliza, atirou por cima, Peçanha executou algumas defesas e a “floresta” de pernas que se ergueu à frente da baliza pacense fez o resto.
Partida em que o Paços beneficiou da sorte do jogo, tal como acontecera frente ao Benfica, e em que a vitória leonina seria o resultado mais justo.
Nos restantes jogos, destaque para o nono jogo a pontuar do Estrela e para o empate do Setúbal no Bessa, com um golo de Ayew a meias com William.
3 comentários:
Todos os que estamos neste espaço dizemos ou queremos fazer paracer, que gostamos de futebol quando do que realmente gostamos é que a nossa equipe ganhe.Ganhe de qualquer maneira.Como nós, eu quasi que apostava que a mioaria do Portugal futebolistico não gosta de futebol, gosta sim da sua equipe.É por isso, por ver o jogo unicamente com a paixão clubistica e não com paixão sim ,mas bem temperada com a dose de racionalidade q.b. que o nosso futebol é o que é.Sem qualidade , sem ética e principalmente um futebol onde o importante não é o jogo, mas sim tudo aquilo que os dirigentes e a sua "entourage" faz querer que é importante. É por tudo isto que eu que muito gosto de futebol temo que qulquer dia o nosso futebol não tenha mais viabilidade.
amigo jc:
o lance do antunes é um daqueles típicos casos de bola na mão.
O jogador pacense está todo encolhido, com o braço junto à barriga e a escassos metros do Djálo.
Aliás, todos os comentadores se mostram unânimes na afirmação da inexistência de penalty!
se houve falta a que Pedro Proença fez vista grossa,foi à entrada violentíssima do Liedson sobre o Luiz Carlos.
Aguarda-se o sumaríssimo.
abraço.
amigo Cuto:
extremamente interessante o teu comentário.
é um tema que dá pano para mangas e sobre o qual espero, brevemente, me debruçar.
dizer, por fim, que concordo genericamente contigo.
abraço.
Lance tipico de bola na mão...deve ser da época carnavalesca, só pode ser!!
Pedro Proença prejudicou o Sporting, e não foi só na penalidade que não assinalou. Na 1ª parte marcou faltas atacantes aos avançados do Sporting e fez vista grossa a faltas dos pacenses. Digamos que foi uma arbitragem à medida dos...lampiões!
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