Com 6 pontos de vantagem a 6 jornadas do final da Liga, o Benfica ainda não é campeão nacional mas, naturalmente, está relativamente próximo de atingir o seu grande objectivo da temporada. Mesmo sabendo que terá de medir forças com os rivais de sempre - Sporting, na Luz, e FC Porto, no Dragão -, em partidas em que o grau de dificuldade é invariavelmente alto, a equipa de Jorge Jesus tem todas as condições para segurar o avanço que, diga-se em abono da verdade, foi bem difícil de conquistar, por mérito de uma época sensacional do Sporting de Braga.
Para não deixar escapar o título na ponta final, os encarnados terão, pelo menos enquanto precisarem de pontuar, de exibir a regularidade que tem sido a imagem de marca esta época. A manter um ataque que factura quase sempre e uma defesa que sofre poucos golos... o sucesso será uma questão de tempo.
O jogo com o Sporting de Braga, pese a incerteza no marcador até ao apito final e o empenho colocado em campo pelos futebolistas, esteve longe de ser um espectáculo de nível elevado. O Benfica entrou mais forte, mas abrandou com o golo (muito feliz) obtido em cima do intervalo. Já os minhotos, depois de uma primeira parte demasiado na expectativa, só despertaram na última meia-hora. Ainda assim, criaram uma única verdadeira ocasião de golo, quando Moisés cabeceou ligeiramente ao lado.
Sem beliscar o desempenho bracarense, creio que esta partida confirmou o que todos já sabíamos há muito: o Benfica possui mais e melhores soluções, algo que lhe permite vencer mesmo quando não está em jornada de franca inspiração e quando alguns elementos determinantes exibem um rendimento menos conseguido. O Sporting de Braga, com menor profundidade de plantel, precisa que as suas principais figuras não falhem nos momentos decisivos, sob pena de não surgirem outras para compensar.
De resto, neste duelo com cheirinho a final, saliência, pela negativa, para algumas declarações menos felizes de determinados elementos. Antes e depois do jogo. É preciso saber ganhar, da mesma forma que também tem de se saber perder. Jesus, mesmo elogiando o trabalho do técnico bracarense, foi deselegante ao dizer coisas que, verdade ou não, devia guardar para si ou, pelo menos, para outra ocasião. O mesmo fez Domingos Paciência, bem como outros elementos da estrutura bracarense.
Sou pela total liberdade de expressão dos membros das equipas de futebol (e de todas as pessoas, já agora) e aprecio, quase sempre, aqueles que não se refugiam no politicamente correcto. Contudo, há que perceber que, por vezes, bastam duas ou três palavras mal calculadas para incendiar aquilo que deveria ser sempre uma festa ou, pelo menos, para minorar o trabalho alheio. E isso, para mim, deve ser sempre evitado.
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